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sábado, 24 de fevereiro de 2018

ALERTA! LEVANTAMENTO REVELA CAOS NO CONTROLE DE DENÚNCIAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS

Denúncias podem chegar por diversos canais – mas raramente são as próprias crianças que denunciam GETTY IMAGES

Umas das ligações que mais marcaram a atendente Camilla*, que trabalha desde 2016 no Disque-Denúncia (100), foi um caso de abuso sexual de um bebê de um ano de idade.

Ela recebeu a ligação de uma pessoa - que não pode ser identificada para preservar o anonimato garantido pelo serviço - dizendo que, ao trocar a fralda da criança, encontrou seu órgão genital machucado e com pus.

Segundo o relato, a menina estava sendo abusada pelo padrasto, e a mãe não fazia nada porque não queria que o marido fosse preso.

Camilla anotou todos os detalhes sobre a vítima - nome, onde morava, informações sobre a família - e o caso foi encaminhado à polícia do Estado para ser apurado.
Mas é impossível descobrir, de forma organizada e sistemática, o destino de denúncias graves como a relatada pela atendente.

A BBC Brasil buscou dados para uma reportagem sobre o percentual de denúncias de violência sexual contra crianças que resultavam em abertura de inquérito e possível punição de culpados. Procurou também informações centrais sobre crianças reportadas como vítimas em denúncias, como saber se estão em segurança. Encontrou não dados, mas um verdadeiro buraco negro de informações e descontrole estatístico por parte das autoridades.

A reportagem, que envolveu dezenas de telefonemas e envios de emails para autoridades federais e também em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, revela que nenhum órgão mapeia denúncias e monitora o que acontece com elas.

Não há controle consistente e padronizado em nível federal, estadual ou municipal que acompanhe quantas eram procedentes, quantas se tornaram inquéritos policiais, quantas chegaram à Justiça ou o que aconteceu com as crianças.
Nenhuma entidade governamental brasileira reúne números do combate ao abuso sexual de crianças de todos os Estados GETTY IMAGES

A importância dos números

A falta de dados centralizados prejudica o combate - já que o primeiro passo para criação de políticas públicas contra o crime é saber o tamanho do problema, como ele costuma acontecer, se há maior ocorrência em determinados Estados e que questões, em alguns casos culturais, precisam ser combatidas em busca de uma solução.

"É muito difícil pensar políticas públicas sem ter dados e estatísticas", afirma o pesquisador Herbert Rodrigues, que foi associado ao Núcleo de Violência da USP e é autor do livro Pedofilia e suas Narrativas.

"Os dados sobre o assunto são um caos. Os órgãos não estão preparados para lidar com o problema", afirma ele, que fez uma extensa pesquisa em diversos bancos de dados para sua tese de doutorado.

Ele defende que o poder público tenha um sistema exclusivo para monitoramento de abuso sexual infantil a exemplo do que ocorre em países como os Estados Unidos e o Reino Unido.

Em terreno britânico, os números divulgados por diversas entidades governamentais são reunidos pela NSPCC (sigla em inglês para Sociedade Nacional para a Prevenção de Crueldade contra Crianças).

Nos EUA, diversas entidades reúnem esse tipo de informação. O Departamento de Saúde federal tem um escritório específico de cuidado às crianças que publica relatórios periódicos. O Crimes Against Children Research Center (Centro de pesquisa sobre crimes contra crianças) também reúne dados nacionais - e o acompanhamento das denúncias é feito pelo FBI, a polícia federal americana.
Várias fontes, nenhum controle

No Brasil, a primeira pergunta sem resposta diz respeito ao total de denúncias de violência sexual contra crianças que chegam a diferentes autoridades.

Elas podem chegar a delegacias de polícia (especializadas ou não), ir direto ao Ministério Público, a conselhos tutelares ou a Varas de Infância e da Juventude. Casos envolvendo crimes virtuais são investigados pela Polícia Federal. Não há números consolidados de número de denúncias feitas no país todo por nenhum desses caminhos.

As suspeitas também podem chegar pelo Disque-Denúncia e serem encaminhadas a algum desses outros canais. Só por este caminho chegaram cerca de 9 mil denúncias no primeiro semestre de 2017. Em 2016, foram 15.707. Os dados são do Ministério dos Direitos Humanos, que mantém o serviço do Disque 100.

A segunda lacuna é com os dados sobre o que aconteceu com as denúncias que chegaram por esse caminho.

As suspeitas são passadas individualmente para serem investigadas pelas polícias estaduais ou por outras autoridades. Todos os casos são repassados e, em tese, investigados. Mas como não há uma regra que obrigue quem recebeu as denúncias a dar retorno, os feedbacks que chegam são poucos.

O serviço só recebe retorno sobre o andamento da apuração em 16% dos encaminhamentos na média, segundo o Ministério dos Direitos Humanos.
Crimes contra crianças cometidos na internet são investigados pela Polícia Federal
Lacunas GETTY IMAGES

Em busca dessas informações sobre o destino das denúncias que chegam por outros caminhos, a BBC Brasil procurou as polícias estaduais e também o Ministério Público de todos os 26 Estados brasileiros e do Distrito Federal.

Na maioria dos Estados, nem a própria polícia ou secretaria de segurança agrupa essas informações. A ausência de dados centralizados gera a impossibilidade de cobrança e acompanhamento de uma esfera superior.

A BBC Brasil recebeu informações apenas da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais e dos Ministérios Públicos de Santa Catarina, Distrito Federal, Acre, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

As Secretarias de Segurança Pública de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e os Ministérios Públicos de Minas Gerais, Goiás e Ceará admitiram não ter os dados.

Os outros órgãos não responderam ou não deram explicações para não terem enviado as informações.
Retrato brutal

Os únicos dados centrais que a BBC Brasil conseguiu identificar revelam a brutalidade deste tipo crime, ou seja, quando vítimas vão parar em um hospital com machucados, doenças ou outros problemas decorrentes do abuso.

Em 2016, o sistema de saúde registrou 22,9 mil atendimentos a vítimas de estupro no Brasil. Em mais de 13 mil deles - 57% dos casos - as vítimas tinham entre 0 e 14 anos. Dessas, cerca de 6 mil vítimas tinham menos de 9 anos.

As estatísticas são do Sinan, o sistema de informações do Ministério da Saúde, que registra casos de atendimento de diferentes ocorrências médicas desde 2011. É uma espécie de ponta do iceberg do problema.

O sistema consolida dados tanto dos serviços de saúde pública quanto da rede privada.

"Crianças e adolescentes de até 14 anos são mais vulneráveis à ocorrência de estupro principalmente na esfera doméstica. Os autores da violência, na maioria das vezes, são familiares e pessoas conhecidas", afirma a médica Fátima Marinho, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Os números mais consistentes são os do Ministério da Saúde - que mostram as vítimas que chegaram ao sistema de saúde GETTY IMAGES

Mas mesmo os números do Sinam, que oferecem um visão central do problema, não retratam todos os casos de abuso sexual de crianças que acabaram no sistema de saúde. Isso porque nem todos os municípios do país reportam os casos, embora o procedimento seja obrigatório.

A definição de estupro utilizada pelo Ministério da Saúde é a mesma adotada no âmbito penal. São notificados como estupro, por exemplo, conjunção carnal, masturbação, toques íntimos, a introdução de dedos ou objetos na vagina, sexo oral e sexo anal.

Nos casos de estupros de menores, os profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento em hospitais devem comunicar as ocorrências aos conselhos tutelares locais.

A partir deste ponto, o sistema de saúde não faz mais o acompanhamento - portanto mesmo pelos números da área de saúde não há como saber quais desses casos chegaram à polícia ou à Justiça.

Para a delegada Kelly Cristina Saccheto, de São Paulo, "estatísticas são importantes, mas, para as investigações individuais, o que mais importa é ter dados suficientes no registro da ocorrência para que polícia abra o inquérito."

Segundo ela, muitas das denúncias chegam sem informações suficientes - como nome completo do acusado ou endereço - para que a polícia identifique os suspeitos.
Vulnerabilidade

Se muitas vítimas adultas já não denunciam seus casos à polícia por medo de represálias ou de serem desacreditadas, as crianças estão ainda mais vulneráveis - e a chance de o problema nunca chegar às autoridades é maior, segundo especialistas.

"Nos casos que chegam à Justiça é possível ver, em muitos processos, tentativas de desqualificar e deslegitimar as crianças para inocentar o agressor. É reflexo de uma sociedade que tem baixa confiança nas crianças, onde elas são desconsideradas, como se não tivessem agência no mundo", afirma Herbert Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Violência da USP.

O desembargador Eduardo Freitas Gouvea, da Coordenação de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, acredita que legislação existente é bem extensa e adequada para proteger as crianças - o que falta é sua aplicação.

"É necessário um trabalho de prevenção" afirma. "Hoje em dia o Judiciário é visto como caminho de resolução de tudo, mas é preciso que o Executivo aplique a lei e haja uma rede de proteção às crianças para evitar que os crimes aconteçam."

O fato da maior parte dos abusos - físicos e sexuais - virem das próprias famílias torna o problema mais complexo e difícil de ser resolvido, já que a criança fica completamente desamparada e sem o apoio justamente de quem deveria protegê-la.

"E é um tabu, ninguém quer falar sobre isso ou lidar com o problema real", diz Rodrigues.

Camilla, a atendente do Disque-Denúncia, diz que evita pensar no que aconteceu com as vítimas.

"Tento pensar que o importante é que a denúncia tenha sido feita. Já é o primeiro passo para resolver (o caso)."

*O nome foi trocado para proteger a identidade da entrevistada.

AUTOR: BBC

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

ALERTA!!! DESAFIO DO DESODORANTE, DA CAMISINHA, DA COLA: AS ONDAS ONLINE QUE PÕE VIDAS DE CRIANÇAS EM RISCO

'Desafios' com graves riscos à saúde se proliferam online GETTY IMAGES

A morte de uma menina de sete anos por ingestão de aerossol volta a lançar luz sobre "desafios" que circulam em vídeos pela internet e têm nas crianças suas principais vítimas.

Adrielly Gonçalves, de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), deu entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento no último sábado com parada cardiorrespiratória, em estado grave. As tentativas de reanimá-la não tiveram sucesso, segundo nota da Secretaria de Saúde da cidade. Um laudo do Instituto Médico Legal vai detalhar as causas da morte.

"Ela, criança inocente, colocou o desodorante direto na boca e desmaiou, tendo uma parada cardíaca na sequência. (Foi) por um motivo que jamais imaginamos, um vídeo sobre desafio de inalar desodorante aerossol", disse uma familiar em postagem no Facebook, fazendo "um alerta aos pais, (para) que fiquem de olho nos conteúdos que os filhos pesquisam na internet".

Youtubers fazem diferentes desafios que consistem em inalar a substância em vídeos que circulam pelas redes sociais e acumulam milhares de visualizações no site.

Há ainda o "jogo da asfixia" ou "do desmaio", em que compete-se para ver quem prende a respiração por mais tempo, além de desafios de inserir camisinhas nas narinas para tirar pela boca, de comer canela em pó em grandes quantidades e pura, de passar cola nas narinas e na boca. Fora as competições que induzem jovens e crianças a tomar grandes quantidades de bebidas alcóolicas.

Todas as práticas trazem gravíssimos riscos à saúde. E estão proliferando na internet.

A ONG cearense DimiCuida, voltada à conscientização sobre o perigo de jogos de asfixia, contabilizou na semana passada 24 mil vídeos em português de "desafios de desmaio" apenas no YouTube. Há outros 800 mil em inglês.
Galera que me acompanham aqui pelo face,certamente viram a minha postagem referindo sobre luto .
Gostaria de alertar ,aos pais que fiquem de olho nos conteúdos que os filhos,pesquisam na Internet.
Adrielly uma menina de 07 anos , linda e muita amada ,infelizmente veio a falecer no dia 03 de Fevereiro morava em São Bernardo do Campo ,por um motivo que nós pais jamais imaginamos, galera o vídeo era sobre um desafio de inalar desodorante aerosol, o objetivo era inalar e ver a quantidade de tempo que você aguenta, ela criança inocente colocou o desodorante direto na boca e desmaiou tendo parada cardíaca em sequência 😢.
Peço que rezem, orem pela mãezinha dela Marcia Gonçalves,pois ela está desolada uma tristeza que espero que nem uma mãe pai familiar venha passar .
Então fica aí o alerta !

"E o número de vídeos fica extraordinariamente maior se contarmos outros vídeos de jogos semelhantes que também causam asfixia, como os da camisinha ou da canela", diz Fabiana Vasconcelos, psicóloga da ONG, à BBC Brasil.

Além disso, há relatos de convites a jogos do tipo em postagens no Instagram, no Snapchat e em fóruns de games online, ainda que o YouTube seja a maior fonte de acesso.

Há cerca de um ano e meio, um jovem de 14 anos de São Vicente (litoral de São Paulo) foi encontrado morto com um lençol no pescoço. Investiga-se se ele foi induzido a isso pelo chamado "jogo do desmaio".

Desafios perigosos que viralizam online:
Ingerir álcool ao máximo que conseguir
Asfixiar a si mesmo ou a um colega para causar desmaio
Inalar aerossol de desodorantes
Ingerir canela em pó
Colocar camisinha no nariz para sair pela boca

"Muitos acidentes acontecem por causa (de brincadeiras assim), em que as crianças participam de desafios porque o amigo pediu, por exemplo", diz à BBC Brasil o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo.

"Geralmente o resultado é muito ruim, com lesões que duram o resto da vida ou causam a morte."

Até jogos aparentemente inocentes, como o que estimula a ingerir canela, podem ter consequências graves: "a canela em pó bloqueia e queima as vias respiratórias e pode causar asfixia. O jogo da camisinha também pode asfixiar", explica Vasconcelos, da DimiCuida.

E o desafio do desodorante, que aparentemente causou a morte de Adrielly Gonçalves, é perigoso por causa do alto teor de etanol (álcool) presente em qualquer tipo de desodorante, explica Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP.

"Esse teor é de 70% a 90%, muito maior do que o do uísque ou o absinto, por exemplo. E, ao inalar, o volume (de álcool) absorvido é extremamente alto, provocando uma inflamação da laringe e uma parada cardíaca", diz à BBC Brasil.
Vídeo de desafio do desodorante: inalação do aerossol é arriscada sobretudo pelo alto teor alcoólico da substância | Foto: Reprodução/YouTube

Como agir no caso emergências

Em situações como essas, é preciso correr para o pronto-socorro, porque a criança precisará de inalação ou entubação urgente, explica Wong.

E, tendo havido a ingestão de produtos tóxicos ou alcoólicos, a orientação dos especialistas é nunca provocar o vômito (que pode piorar a obstrução das vias aéreas) nem oferecer nada às crianças sem antes buscar ajuda especializada.

Essa ajuda pode ser dada pelos bombeiros (telefone 193) ou por centros de assistência toxicológica, como o Ceatox da Faculdade de Medicina da USP (0800-148110), que atende ligações do Brasil inteiro nas 24 horas do dia.

"As substâncias podem causar reações diferentes entre si, e cada uma vai exigir um tipo de tratamento, então é primordial pedir auxílio especializado", diz Palumbo, do Corpo de Bombeiros.

No caso de asfixia ou parada respiratória, Palumbo orienta a colocar a criança deitada de costas no chão (por ser uma superfície rígida) com o corpo alinhado ao pescoço, para ajudar a liberar as vias aéreas.

Isso não dispensa, porém, que se chamem os bombeiros imediatamente, para obter orientações específicas para as circunstâncias de cada caso.
Jovens fazendo desafio da canela em pó, que pode obstruir vias aéreas | Foto: Reprodução/YouTube

Veja, pelo movimento do tórax, se há sinais de respiração e batimentos cardíacos. Se não houver, é possível que o atendente emergencial oriente a fazer uma massagem cardíaca (um vídeo dos bombeiros no Facebook ensina a fazer as manobras)

No caso de queimaduras, os bombeiros ensinam a lavar a área do corpo com água corrente, cobrir com gazes úmidas e com um pano, para proteger o local. Jamais passe qualquer produto (veja vídeo tutorial dos bombeiros com mais detalhes).

Como prevenir

"Como nativas do mundo digital, as crianças têm acesso muito mais rápido a esses vídeos, enquanto os pais ainda não sabem como administrar (a navegação infantil)", diz Vasconcelos, da DimiCuida.

A prevenção, diz ela, começa com respeitar a idade mínima de acesso às plataformas sociais (16 anos para WhatsApp e 13 anos para Facebook, por exemplo). E Vasconcelos sugere a pais e responsáveis acompanhar a vida online das crianças assim como ocorre com a vida offline.

"Assim como perguntamos 'com qual amigo você vai sair hoje?', devemos perguntar 'quem são seus amigos online?', 'a qual vídeo você assistiu hoje?', e assistir junto", explica.

Vasconcelos opina que não adianta proibir a visualização de vídeos perigosos.
Para especialista, adultos precisam ajudar as crianças e adolescentes a fazerem uma reflexão crítica do conteúdo que veem online GETTY IMAGES

"É preciso criar um ambiente (para discutir os vídeos) sem julgamento, mas sim com uma reflexão crítica, que ainda não está maturada nas crianças e adolescentes. 'Esse rapaz do vídeo tem quantos anos? Ele não parece ser uma criança como você. Por que ele está fazendo isso? E vale a pena correr esse tipo de risco? Vale a pena compartilhar esse conteúdo?'", diz.

Como, para crianças e adolescentes, a morte é algo muito abstrato, Vasconcelos sugere deixar claro o risco desses vídeos de forma mais concreta - dizendo, por exemplo, que a criança pode perder seus movimentos e ser impedida de jogar futebol.

Além disso, é importante denunciar vídeos com conteúdo perigoso.

A BBC Brasil questionou o YouTube sobre seus procedimentos de segurança para evitar esses conteúdos.

Em nota, o site disse que "as políticas (da plataforma) restringem conteúdos que têm a intenção de incitar violência ou encorajar atividades ilegais ou perigosas, que apresentem um risco inerente de danos físicos graves ou de morte. Qualquer usuário pode denunciar esse tipo de conteúdo e nossa equipe analisa essas denúncias 24 horas por dia, sete dias por semana".

A reportagem também questionou o Youtube sobre o número de vídeo similares já removidos, mas não obteve resposta.

AUTOR: BBC

domingo, 4 de fevereiro de 2018

'MEGALÓPOLE' MAIA É DESCOBERTA EM PLENA SELVA COM NOVA TECNOLOGIA A LASER

A cidade maia de Tikal estava rodeada de uma complexa rede de vias até então invisíveis| Foto: Wild Blue Media/Channel 4/National Geographic

Em um marco na pesquisa arqueológica, estudiosos encontraram mais de 60 mil ruínas da população maia na Guatemala, graças a uma nova tecnologia de raio laser.

A tecnologia Lidar - abreviação, em inglês, de "detecção e alcance da luz" (Laser Imaging Detection and Ranging) - foi usada para mapear digitalmente sob a cobertura florestal, revelando uma "megalópole" de casas, palácios, vias elevadas e fortalezas.

As pesquisas cobriram até agora mais de 2,1 mil quilômetros quadrados na cidade de Petén, no norte guatemalteco. A área, identificada perto de cidades maias já conhecidas, provavelmente abrigou milhões de pessoas a mais do que pesquisas prévias sugeriam.

Arqueólogos acreditam que a tecnologia de ponta vai mudar a forma como o mundo enxerga a antiga civilização centro-americana.

"Acho que será um dos grandes avanços em mais de 150 anos de (pesquisa) arqueológica maia", diz à BBC Stephen Houston, professor de Arqueologia e Antropologia da Universidade Brown, no EUA.
Tecnologia Lidar revelou 60 mil ruínas, como esta pirâmide maia, que levarão anos para serem plenamente entendidas pelos cientistas | Foto: Wild Blue Media/Channel 4/National Geographic

Com décadas de experiência nesse ramo, ele achou as descobertas "de tirar o fôlego".

"Quando vi as imagens, fiquei com lágrimas nos olhos."

A emoção se deve aos indicativos de que os maias faziam parte de uma civilização de avanços equivalentes, à época, aos vistos em culturas tidas como sofisticadas, como a da Grécia Antiga e da China.

"Tudo virou de cabeça para baixo", diz o arqueólogo Thomas Garrison, do Ithaca College (EUA) e parte do consórcio de pesquisadores envolvidos no estudo.

Ele acredita que a escala e a densidade da população maia vinham sendo "bastante subestimadas e podem ser, na verdade, três ou quatro vezes maior do que se pensava anteriormente".
Pesquisadores se surpreenderam com a sofisticação e a densidade da civilização maia reveladas pelas imagens | Foto: Wild Blue Media/Channel 4/National Geographic

Tecnologia

Os pesquisadores usaram a tecnologia Lidar para remover digitalmente a densa cobertura florestal guatemalteca - em uma região atualmente desabitada - e criar um mapa do que esteve sob a superfície na época maia.

A Lidar é descrita como "mágica" por alguns arqueólogos por revelar coisas praticamente invisíveis ao olho nu e jamais observadas até então.

Usa-se o laser para mapear a superfície da Terra, com milhões de disparos de laser no solo, feitos a partir de um avião ou helicóptero.

Os comprimentos de onda são medidos ao baterem no solo e voltarem - método semelhante ao usado por morcegos para caçar suas presas à noite.
Estruturas estavam cobertas pela densa vegetação | Foto: Wild Blue Media/Channel 4/National Geographic

As medições, de alta precisão, são então usadas para produzir uma detalhada imagem tridimensional da topografia. A mesma técnica já fora usada para revelar cidades até então ocultas sob o antigo templo de Angkor Wat, no Camboja.

"Essa tecnologia está revolucionando a arqueologia da mesma forma que o telescópio espacial Hubble revolucionou a astronomia", afirma Francisco Estrada-Belli, arqueólogo da Universidade Tulane à revista National Geographic. "Precisaremos de cem anos para esmiuçar os dados e realmente entender o que estamos vendo."

"A questão espinhosa é que a Lidar nos dá imagens comprimidas de 3 mil anos de civilização maia na área", explica Garrison. "É um ótimo problema, porque nos traz mais desafios à medida que aprendemos mais."
Área hoje inabitada por ter abrigado muitos milhões de maias a mais do que se pensava | Foto: Wild Blue Media/Channel 4/National Geographic

Descobertas

A civilização maia, que teve seu auge há 1,5 mil anos, ocupava uma área estimada em duas vezes maior do que a Inglaterra medieval e abrigava uma população que, até agora, os cientistas calculavam em 5 milhões.

"Com os novos dados, já não é insensato pensar que havia ali de 10 a 15 milhões de pessoas, incluindo moradores de áreas baixas e pantanosas que muitos de nós considerávamos inabitáveis", argumenta Estrada-Belli.

Os arqueólogos também se surpreenderam com as "incríveis estruturas defensivas" da megalópole recém-descoberta, como muralhas e fortalezas, que mostram que os maias investiam mais recursos em defesa do que se imaginava.
Tecnologia mapeia sob a vegetação com laser e cria imagens tridimensionais | Foto: Wild Blue Media/Channel 4/National Geographic

Outra descoberta é uma pirâmide de sete níveis, que estava tão coberta pela vegetação que praticamente desaparecia na selva.

Havia ainda uma complexa rede de vias elevadas interligando as cidades maias, permitindo o deslocamento até mesmo durante as temporadas de chuvas. A largura das estradas sugere que elas eram amplas o bastante para comportar grande movimento de pessoas e bens de comércio.

A pesquisa é a primeira parte de um projeto de três anos que visa promover a preservação histórica da Guatemala. O objetivo é mapear 14 mil quilômetros quadrados de território.

AUTOR: BBC
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