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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

'MEU PAI É UM GENOCIDA': AS FILHAS DE TORTURADORES NA ARGENTINA QUE ROMPERAM O SILÊNCIO SOBRE 'SEGREDO FAMILIAR'

'Somos filhas biológicas desses genocidas, mas repudiamos o que nossos pais fizeram', diz Paula, cujo pai trabalhava para a polícia secreta Foto: Paula / Historias Desobedientes/Via BBC

"Pai, é verdade que você matou centenas de pessoas"? Certamente, esta não é uma pergunta que os filhos sentem a necessidade de fazer aos pais. Mas para um grupo de mulheres na Argentina, se tornou urgente e inevitável.

Os pais delas foram acusados ​​e, em muitos casos, condenados por alguns dos piores crimes cometidos na história recente do país — eles eram policiais e militares na época da ditadura.
Por quase sete anos, desde o golpe em 1976, os governos militares que controlaram a Argentina perseguiram seus oponentes políticos — comunistas, socialistas, estudantes, artistas, líderes sindicais... todos que consideravam uma ameaça — e sequestraram, torturaram e mataram milhares de cidadãos.
Analía com seu pai, Eduardo Emilio Kalinec Foto: Analía Kalinec/Via BBC

Esta é a história de duas filhas destes homens que, depois de quatro décadas, levantam publicamente suas vozes contra seus pais.

O temido Doutor Kanalía

Kalinec, de 40 anos, tem olhos claros, grandes e silenciosos. Ela se apresenta e conta sua história: "Sou professora, psicóloga, mãe de dois filhos... e também filha de um genocida.

Meu pai nasceu em 1952, no seio de uma família de classe média que tinha dificuldades econômicas. Ele abandonou os estudos no terceiro ano do ensino médio e decidiu entrar na Polícia Federal por volta de 1973, muito jovem.
Os Kalinec eram uma 'família típica', que se reunia para comer churrasco, ir ao clube da polícia e pescar Foto: Analía Kalinec/Via BBC

Nasci na ditadura e sempre soube que meu pai era policial, não nos perguntávamos o que ele fazia ou deixava de fazer. Em casa, ele era um pai muito presente, mas nunca perguntei nada a ele.

Éramos uma 'família típica', que se reunia para comer churrasco, ir ao clube da polícia e pescar... Meu pai era o pai provedor, muito querido, muito respeitado dentro de casa.
Nós éramos quatro irmãs e vivíamos na nossa bolha. Depois, fomos nos casando e tendo filhos, como esperavam de nós. Fui a última das quatro, casei com apenas 22 anos... imagine!
Tanques e soldados em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires, em 24 de março de 1976 Foto: AFP/Via BBC

E a vida era assim. Até o ano de 2005.

Era o último dia de agosto. Eu estava em casa quando recebi uma ligação. Era minha mãe. 'Olha, não entre em pânico, seu pai está preso. Mas fique tranquila, ele vai sair (de lá)'.

Até essa ligação, eu nunca havia relacionado meu pai à ditadura, nem de longe... nem de longe."
Eduardo Kalinec, então um policial jovem, era conhecido como o temido Doutor K Foto: Analía Kalinec/Via BBC

O comissário Eduardo Emilio Kalinec foi mantido em prisão preventiva. Ele havia sido mencionado no depoimento de testemunhas e denunciado por crimes graves: 181 vítimas, acusações de sequestro, tortura e assassinato. E tranquilizou a família dizendo que se tratava de uma jogada política contra ele.

"No dia seguinte àquela ligação, visitamos meu pai na prisão. E ele nos disse que não precisávamos acreditar em nada, que muitas mentiras seriam ditas, mas que ele não tinha nada a se arrepender. Que ele tinha saído para lutar em uma guerra e que isso estava acontecendo agora porque 'revanchistas de esquerda' chegaram ao poder (uma alusão ao governo do então presidente Néstor Kirchner).
Quando a junta militar assumiu o controle do país, as forças de segurança perseguiram aqueles que consideravam 'subversivos' Foto: Getty Images/Via BBC

Não entendi nada, para mim a ditadura era algo do passado. Eu estava totalmente alheia ao que estava acontecendo no país. Eu trabalhava em uma escola particular, costumava encontrar minhas irmãs no fim de semana, circulávamos entre famílias de colegas policiais do meu pai — e esse era meu círculo.

Eu não tinha acesso a muitas informações e tampouco tinha interesse. Meus pais também procuraram manter uma postura de neutralidade, 'não nos metemos em política, somos apolíticos'.

Quando meu pai foi preso, comecei com muita dificuldade a colocar tudo dentro de um contexto. Os três primeiros anos foram de negação absoluta. De entender a ditadura, entender a luta das Mães e Avós (da Praça de Maio) e sentir empatia com elas, mas de dizer que meu pai não teve nada a ver com isso. Que foi um erro, que os julgamentos estavam indo bem, mas que estavam errados em relação a meu pai.
O centro clandestino de detenção El Olimpo, onde Kalinec torturava, funcionou por 17 meses Foto: Valeria Perasso/Via BBC
Até que, em 2008, eles levaram o caso dele a julgamento. E comecei a pensar que o que meu pai estava me dizendo não era bem verdade... "

Kalinec foi um dos 15 réus no primeiro julgamento do chamado Circuito ABO — sigla para os centros clandestinos de detenção Atlético, Banco e Olimpo, que operaram sucessivamente entre 1976 e 1979. Tanto os acusados quanto muitos presos foram transferidos de um centro para outro.
Estima-se que cerca de 500 presos tenham passado pelo centro de detenção clandestino El Olimpo, localizado no bairro de Flores Foto: Arquivo Conadep/Via BBC

"Eu li o processo, que até aquele momento eu não tinha lido. Li com muita velocidade e pedindo para 'que o nome dele não apareça, por favor, que o nome dele não apareça'. Não queria pular nenhuma linha para ter certeza de que não havia perdido nada, e de repente apareceu... Kalinec. Lembro claramente daquele momento.

Eu li os relatos das testemunhas, as descrições do que havia sido um campo de concentração. Criar todo esse mapa na minha cabeça e colocar meu pai dentro dele tornou tudo inaceitável e difícil."

Para os sobreviventes que testemunharam, o pai de Analía era o "Doutor K". Muitos torturadores usavam um pseudônimo para esconder sua verdadeira identidade.
A maioria dos presos que passaram pelo circuito ABO ainda está desaparecida Foto: Arquivo Conadep/Via BBC

"Eu sabia que chamavam ele de Doutor K porque ele havia me contado, mas depois negou. Uma vez perguntei por que, e ele me disse que era chamado de doutor porque sempre foi muito correto e parecia um advogado.

Para meu marido, ele deu outra explicação, disse que era por causa de um produto de limpeza que havia na época, a marca Doutor K: era ele quem fazia a limpeza. Terrível. E depois (eu descobri) outro fato não menos importante: ele era o doutor, e a sala de tortura era chamada de sala de cirurgia.

Em seguida, procurei respostas no único lugar que podia: dentro da minha própria família. E deparei com um pai que queria justificar o injustificável e que, quando o repreendi, dizendo 'como você não fez nada, se há todos esses depoimentos no processo?', ele acabou confirmando o que eu temia.

E admitiu sua participação.
Eduardo Emilio Kalinec durante o julgamento, ele foi condenado à prisão perpétua Foto: CIJ/Via BBC

Meu pai, hoje com 67 anos, fazia parte dos grupos que sequestravam e levavam as pessoas aos centros de detenção clandestinos. Ele tinha 24 ou 25 anos na ditadura. Não dava ordens, apenas executava.

E, mesmo assim, em alguns trechos dos depoimentos, os sobreviventes dizem que era conhecido como alguém muito cruel dentro dos campos de concentração. Eles temiam mais alguns repressores do que outros. E meu pai era um daqueles que metiam medo."

As vozes das vítimas

Dezenas de testemunhas, em diferentes instâncias judiciais, apontaram Eduardo Kalinec como participante de interrogatórios e sessões de tortura nos centros clandestinos.
Quinze acusados no primeiro julgamento do circuito ABO — na foto, Kalinec olha suas anotações na segunda fileira, o segundo a partir da esquerda Foto: CIJ/Via BBC
Oito delas durante o julgamento do circuito ABO, que o levou a ser condenado à prisão perpétua. Ele foi descrito como um jovem de cabelos escuros, atarracado, com pescoço grosso e voz aguda.

"Muito temido" e "muito cruel" com os presos, segundo os relatos.

Ana María Careaga tinha 16 anos e estava grávida de três meses quando foi levada. O Doutor K a chutava toda vez que a via no banheiro. Em uma ocasião, ele a repreendeu aos gritos por não dizer que estava grávida. "Você quer que eu abra suas pernas e te faça abortar?"

Miguel D'Agostino o identificou como um dos três homens que o submeteram a cinco dias de interrogatório com choque elétrico na "sala de operações".

Delia Barrera também foi vítima de tortura durante os 92 dias em que ficou detida em El Atlético. Era 1977, e ela tinha 22 anos.
Paula soube que o pai trabalhava para serviços de inteligência quando tinha 14 anos Foto: Paula / Historias Desobedientes

"Estava encapuzada, havia muitas vozes ao meu redor. Até que uma voz diz 'comecem', e começaram a me bater. Me arrastaram pelo cabelo para o que chamavam de sala de operações. Havia três salas, e se ouvia quando torturavam outras pessoas na sala ao lado", contou Barrera à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

"Eles me obrigaram a me despir. Me amarraram a uma cama de metal, abriram minhas pernas, prenderam um cabo no polegar do meu pé esquerdo e me fizeram ouvir um barulho: 'shhhhh'. E me disseram: 'Você já conhece? Bem, agora vocês vão se conhecer'. E começaram os choques elétricos."

"Me acusaram de colocar bombas no departamento de polícia, o que eu nunca fiz. Me pediram nomes de colegas de militância. E a tortura não parava... "

Após uma sessão de tortura, ela conheceu Kalinec.

"Eles me bateram muito e me levaram para a enfermaria, um repressor a quem chamavam de Doutor K me interrogou, então pensei: 'Ah, um médico'."

"Ele disse que eu tinha quebrado as costelas, mas que não iria me enfaixar porque eu podia me enforcar com as ataduras. Consegui dar uma espiada, o capuz estava meio levantado e nunca esqueci o rosto de Kalinec. No julgamento, estava com gel no cabelo, mas ainda tinha o bigode. Quando os juízes me perguntaram se eu reconhecia alguém, eu disse: 'Aí está o Doutor K, Kalinec'. Eu não poderia esquecer Kalinec."
Soldados revistam um civil em Buenos Aires, em 1977 Foto: Getty Images/Via BBC

Delia foi libertada e viveu para contar esta história, com sequelas físicas e mentais. Traumas do choque elétrico, uma costela mal cicatrizada, repetidas tentativas de suicídio.

Outros não tiveram a mesma sorte. Entre eles, seu marido Hugo Alberto Scutari. Ela não voltou a vê-lo desde que dividiram uma cela por algumas semanas no El Atlético. Hoje, ele é um dos presos políticos do regime desaparecidos: as organizações de direitos humanos estimam que são cerca de 30 mil, embora não haja um consenso sobre o número exato.

As cartas
Analía confrontou o pai com as evidências apresentadas no processo judicial.
Paula, quando era criança, com o pai: 'Nunca o vi de uniforme' Foto: Paula / Historias Desobedientes/Via BBC

"Depois de uma conversa na prisão, onde ele ficou muito desconfortável e nervoso, senti uma espécie de libertação. Voltei para casa e escrevi Carta aberta a um repressor. Na minha família, sempre escrevíamos cartas. E usei o nome 'repressor'. Agora é completamente naturalizado, mas essa palavra precisou ser colocada... E como eu não podia dizer na cara, eu escrevi."

Aquele dia na prisão foi, sem que eu soubesse, a última vez que vi meu pai.

Não imaginava nem de longe a dimensão que a rebeldia de me atrever a duvidar dele tomaria. Além disso, havia toda a censura da minha mãe e das minhas irmãs: 'Como você vai dizer isso a ele, justo neste momento em que ele mais precisa de nós, temos que estar unidos, e você vem com isso!'.

Minhas irmãs, que também são policiais, sempre ficaram do lado do meu pai. Hoje, não me relaciono com elas.
Protesto das Mães da Praça de Maio em 1986 Foto: Eduardo Longoni / Getty Images/Via BBC

Naquela época, também comecei, além das cartas, a fazer um registro narrativo pessoal pensando nos meus filhos — e em como explicar a eles que, de repente, ficaram sem avós, sem primos, sem tias.

E a coisa começou meio verborrágica, contei a eles toda a verdade. Ao ponto de um dia me ligarem da creche: 'Olha, precisamos marcar uma reunião, porque Gino (filho mais velho, então com 4 anos) disse aos colegas de turma que o avô dele estava na prisão porque havia matado muitas pessoas'. E os colegas começaram a perguntar se ele tinha metralhadoras, se tinha tanques... A professora ficou chocada.

É um exercício constante conciliar essa imagem do Doutor K com a do pai amável. No que se refere à vida em família, lembro dele fazendo cócegas, nos abraçando...

Em um primeiro momento, a dissociação foi mais forte. Me lembro de dizer 'de um lado está meu pai, e do outro lado, o genocida'. Mas ao trabalhar isso na terapia, acabei reconhecendo que não, que é sempre a mesma pessoa, uma única pessoa com uma parte que mantém oculta, mas que faz parte dela e que não me engana mais."
Analía (ao centro), junto a outros familiares de genocidas, decidiu formar a organização Histórias Desobedientes Foto: Historias Desobedientes/Via BBC
Kalinec foi condenado à prisão perpétua em dezembro de 2010 por homicídio qualificado, tortura e privação ilegítima de liberdade, crimes agravados por terem sido cometidos por um funcionário público. Ele nega as acusações.

Dos quase 3,3 mil investigados por crimes contra a humanidade desde que os julgamentos foram reabertos, em 2007, 962 pessoas foram condenadas em 238 processos, segundo o último relatório da Procuradoria de Crimes contra a Humanidade. Ainda há mais de 350 processos em tramitação.

Agente da polícia infiltrado

Mas nem todos os ex-membros das forças de segurança chegam ao banco dos réus. O pai de Paula* é um deles.
O grupo publicou um livro coletivo, chamado 'Escritos desobedientes' — na imagem, Paula na apresentação da publicação Foto: Valeria Perasso/Via BBC
"Nasci em Buenos Aires em 1980, quando a ditadura estava em pleno apogeu.

Desde que me dei conta de que o que havia acontecido na ditadura era responsabilidade do meu pai, que ele havia trabalhado para eles, esse sentimento de vergonha e culpa me acompanha, como se eu fosse cúmplice. Porque eu sei tudo isso e não há nada que eu possa fazer. Guardo um segredo que não quero guardar.

Meu pai nunca foi levado à justiça. Como tenho certeza de que ele é culpado? Bom, porque ele me disse. Eu sei que ele fez parte da repressão, porque ele me disse. Meu pai trabalhava para os serviços de inteligência, provavelmente como espião.
Bruno, de 12 anos, é o filho mais novo de Analía — ele acompanha a militância da mãe Foto: Valeria Perasso/Via BBC

Quando eu tinha 14 anos, meu pai levou meu irmão e eu para tomar um café e nos disse que era policial. Não tínhamos ideia. Ele contou que havia participado da "guerra contra a subversão", como ele chamava. E estava orgulhoso, se sentindo um herói. Naquela época, eu não entendi. Demorou um tempo, levei uns dois meses para digerir a informação.

Ele costumava se infiltrar em diferentes grupos de estudantes, de assistentes sociais ou de qualquer perfil que os militares não gostassem. E 'marcava' os militantes, passando o nome deles aos seus superiores.

Ele era muito jovem, tinha 20 e poucos anos e, pelas fotos que havia em casa, não parecia um policial. Ele tinha cabelos compridos e usava camisas largas, como qualquer cara nos anos 1970. O que eu sabia é que ele era advogado.

Não socializávamos com outros policiais, em casa ouvíamos música 'proibida' como (Joan Manuel) Serrat... Se você visse meu pai, não diria 'olha, um policial'. Na minha casa, nunca vimos um uniforme. Nunca.

Quando ele nos contou tudo, eu o confrontei. E disse: 'Não importa se eles fizeram algo ou não. Você não pode sequestrá-los e torturá-los! Não pode matar porque são, segundo você, subversivos! É simples, ninguém pode fazer isso, e muito menos o Estado poderia fazer'.

Eu tive essa conversa com ele muitas vezes. 'Eles eram terroristas', repetia ele. E daí? Digamos que fossem: você precisa agir dentro da lei. 'Você não entende, a ameaça comunista estava chegando', ele me repreendia. 'Não importa, pai. Não é razão para matar, torturar, estuprar e sequestrar crianças. De maneira nenhuma'.
Argentinos vão às ruas todos os anos em memória das vítimas do regime militar Foto: Valeria Perasso/Via BBC

Dez anos depois de descobrir o segredo da família, Paula cortou relações com o pai.

"Família é família... Então, eu tive de continuar convivendo com ele, depois fiquei sem vê-lo por um tempo porque estava com muita raiva. E era assim, idas e vindas, em parte porque minha mãe insistia: 'É seu pai, como você não vai vê-lo?' Mas quando minha mãe morreu, me senti mais livre e decidi dar um ponto final. Cortei relações com ele. E isso foi há 15 anos.

Não havia mais volta. Ele é uma pessoa horrível, e eu não quero alguém assim na minha vida. Ele sempre repetiu para mim que havia feito o que precisava ser feito, que agiu corretamente, que os crimes foram necessários. Ah, e ele não chamava de crimes, é claro. Ele chamava de 'ações'.

Então, a certa altura, já não me importava mais se ele havia sido condenado ou não, eu sabia o que ele tinha feito porque ele se vangloria disso. Ele fez parte deste mecanismo de violência que defende até hoje.

Eu não tenho boas lembranças, de qualquer maneira. Faço terapia há 15 anos e voltamos com frequência a esse tema: como é possível que não tenha nenhuma lembrança? Sei que há fotos em que somos uma família feliz, mas não tenho esse registro.

Se eu tiver de pensar em uma recordação boa... Deixa eu pensar... Acho que tenho uma... Poderia dizer que meu pai desenhava muito bem. Uma vez, ele desenhou uma Cinderela muito linda. Ele era um bom desenhista.

De resto, me dava medo. Ele tinha uma aura assustadora, digamos. Ele sabia como botar medo. Há um tempo atrás, me encontrei com amigos de infância, estávamos lembrando daquela época e um dos meus amigos me confessou: 'Seu pai era muito assustador'. E eu pensei: 'Sim, eu também tinha medo dele'.

Não era violento, no sentido de que não nos submetia à violência física. Mas era um jogo psicológico."

Histórias Desobedientes

Paula e Analía se encontraram não faz muito tempo com a ajuda das redes sociais. Elas decidiram que queriam se manifestar, sair às ruas, enfrentar a família e repudiar o que seus pais haviam feito aos olhos de todos.

Analía: "Começamos a ver que havia outras filhas e filhos de genocidas que viviam silenciosamente sua rejeição. Nos encontramos. Foi algo espontâneo dizer: 'Temos que fazer alguma coisa, isso é intolerável'. E nos perguntamos como nos apresentaríamos...
E pedem com cartazes: 'Nunca Mais' Foto: Valeria Perasso/Via BBC

Decidimos deixar este lugar de parentes de genocidas, repudiamos os crimes e abraçamos as bandeiras da memória, verdade e justiça. Decidimos nos chamar de Histórias Desobedientes. Fizemos uma bandeira e saímos marchando para a praça. Na primeira vez, éramos quatro, todas mulheres, cheias de energia e alegria..."

Paula: "Quando descobri (o grupo), foi um despertar: 'Meu Deus, eu sabia que não poderia ser a única!' Sinto que as pessoas no grupo me entendem como ninguém. Imagina, eu sei quem é meu pai desde os 14 anos e nunca conversei com ninguém.
A primeira pessoa para quem eu contei foi minha psicóloga, mas depois guardei esse segredo por 23 anos até encontrar com elas (há menos de dois anos). É uma loucura... tenho 39 anos e vivi 23 anos em silêncio."
Barrera testemunhou em vários processos: 'Para mim, contar o que aconteceu é uma missão de vida' Foto: Valeria Perasso/Via BBC

Analía: "Sim, sim. Temos uma necessidade de expressão muito forte. Estamos sempre fazendo manifestos, redigimos um livro coletivo, um projeto de lei que tenta mudar a legislação argentina que hoje impede que um filho testemunhe contra os pais.

Queremos garantir que isso não se aplique em casos de crimes contra a humanidade — e possamos falar se soubermos de algo que pode contribuir com os processos judiciais."
Paula: "Quando você guarda um segredo por tanto tempo, conversar ajuda a lidar com a vergonha, um sentimento que muitos de nós compartilhamos no coletivo. Vergonha porque você sabe o que sabe, porque precisa se calar, porque tem medo do que as pessoas vão pensar.
Liliana Furió (à esquerda) é filha de um militar condenado, atualmente senil e em prisão domiciliar. Com Analía, ela fundou o coletivo Histórias Desobedientes Foto: Valeria Perasso/Via BBC

É por isso que é importante 'sair do armário'. E sair coletivamente é muito mais poderoso. Porque podemos desafiar esses repressores de um lugar que ninguém pode: o lugar de filhas ou filhos. Sabemos que eles não se arrependeram, sabemos que guardam segredos em um pacto inabalável de silêncio, segundo o qual ninguém conta o que fez na ditadura."

Analía: "Ainda estou esperando meu pai falar. Eu sei que ele tem informações confidenciais. Sobre os desaparecidos, talvez sobre algum bebê que foi sequestrado e entregue a famílias que apoiavam o governo militar.

Ao contrário de outros agentes da repressão que estão senis, meu pai está lúcido, tem uma memória prodigiosa. E saber o dano que continua provocando com seu silêncio cúmplice e criminoso me machuca muito."

Acabou o amor?

A presença dos "desobedientes" nas manifestações por direitos humanos nas ruas de Buenos Aires ainda surpreende muita gente. Eles são um interlocutor novo — e nem todo mundo conhece o coletivo que os une.

Olham para eles com surpresa, com perplexidade. E os aplaudem quando passam, elogiam sua coragem.

Mas a presença deles também incomoda alguns sobreviventes e parentes de vítimas — vários, na verdade, se recusaram a participar desta reportagem.

"Sou uma pessoa muito dura diante de algumas coisas. Os filhos desobedientes tiveram a oportunidade de denunciar seus pais e não fizeram. Por que não fizeram isso antes?", critica a sobrevivente Delia Barrera.

"Porque quando você fala 'meu pai é isso' e depois diz que o ama, eu escuto e penso: 'Estamos na direção errada. Você não pode amar um repressor genocida. Me diz que você não o ama, e é outra história'."

É possível deixar de amar o pai que você já amou uma vez?

"Olha, eu me pergunto isso o tempo todo", admite Analía Kalinec.

"Primeiro, porque foi um relacionamento de enorme afeto mútuo durante minha infância, minha adolescência e parte da minha vida adulta. Mas depois comecei a repensar tudo. Que tanto amor poderia haver ali, se quando começo a discordar dele ou a fazer perguntas, ele quer me deserdar?

Me recuso a renunciar ao pai que tanto amei. Eu sei que há uma parte de mim que quer conservá-lo e eu não quero ser tão cruel comigo mesma.

No coletivo, muitas vezes pensamos sobre isso, consideramos que não podemos amar nossos pais. Quem pode decidir amar ou não amar? Como se apaga o afeto? Como são apagadas as memórias? Então, por enquanto, vivemos com essas contradições."

(Sem) epílogo

Embora as filhas tenham cortado relações com seus respectivos pais há muitos anos, faz muito pouco tempo que quebraram o silêncio publicamente. A história — pessoal, social — delas ainda está sendo escrita.
Muitos aplaudem quando o grupo marcha para pedir justiça. Mas, para outros, eles são uma presença incômoda Foto: Valeria Perasso/Via BBC

Em 2019, Kalinec entrou com um processo de dentro da prisão para que Analía seja excluída da herança da mãe, que morreu em 2015. E fez isso "por razões de indignidade": ele considera que a filha o difama e não deve se beneficiar do dinheiro da família, conforme registrado em uma carta assinada também por suas duas irmãs mais novas.

Em resposta ao processo, Analía indicou que aceitará o que seu pai quer se ele admitir sua culpa e fornecer informações sobre o destino de suas vítimas.

"É cínico o que está acontecendo, mas me parece que o interessante desse julgamento contra mim é que, depois de 12 anos sem nos ver, o diálogo que meu pai me negou agora se transformou em uma conversa por meio de memorandos e advogados, em que ele tem de ler o que tenho a dizer, e em que sigo exigindo que ele diga o que sabe", aponta a filha.

Paula já não tem mais essa opção. Ela recebeu uma ligação do irmão recentemente. Ele contou que seu pai teve um derrame, chegou a ser operado, mas não recuperou a consciência.

"Não fui vê-lo no hospital. Tampouco fui ao funeral", diz Paula à BBC News Mundo.

"Decidi não ir porque pensei que seria desrespeitoso com aqueles que tinham uma relação com ele. E também porque, honestamente, uma parte de mim já estava de luto pelo meu pai."

"Mas vivo ou morto, eu, como filha, ainda me sinto responsável por falar, por dizer que condeno suas ações. Talvez encoraje outros a se manifestarem, para além do vínculo de sangue que tenham com o agressor. Nada disso muda com a morte do meu pai."

*Paula pediu que não publicássemos seu sobrenome, para proteger a identidade de outros membros de sua família.

AUTOR: BBC

domingo, 26 de janeiro de 2020

SAIBA COMO O CAMPO DE EXTERMÍNIO EM AUSCHWITZ SE TORNOU O CENTRO DO HOLOCAUSTO NAZISTA

Tropas soviéticas libertaram Auschwitz em janeiro de 1945 — Foto: Getty Images/BBC

Em 27 de janeiro de 1945, tropas soviéticas entraram cautelosamente em Auschwitz.

Primo Levi, um dos mais famosos sobreviventes, estava deitado em uma tenda médica com escarlatina quando os libertadores chegaram ao campo de extermínio nazista, na Polônia.

Soldados lançavam "olhares estranhamente desconcertados aos corpos espalhados, às cabanas surradas e aos poucos de nós ainda vivos", escreveria mais tarde Levi, judeu italiano que relatou o período em que passou ali em É Isto Um Homem? (1947).

"Eles não nos cumprimentaram ou mesmo sorriram. Pareciam oprimidos não apenas pela compaixão, mas pelo... sentimento de culpa de que tal crime pudesse existir."

"Nós vimos pessoas magras, torturadas, exaustas", descreveu o soldado soviético Ivan Martynushkin sobre a libertação do campo de extermínio. "Podíamos ver por seus olhares que estavam felizes de serem salvos daquele inferno."

Em menos de quatro anos, a Alemanha nazista matou ao menos 1,1 milhão de pessoas em Auschwitz. Quase 1 milhão eram judeus.

Aqueles deportados ao complexo foram mortos em câmaras de gás, trabalharam até a morte ou foram assassinados em experimentos médicos. A vasta maioria morreu no campo de extermínio Auschwitz-Birkenau.

Seis milhões de judeus foram mortos no Holocausto, a campanha nazista para erradicar a população judaica na Europa, e Auschwitz está no centro do genocídio.

O que foi o Holocausto?

Quando os nazistas chegaram ao poder em 1933, eles começaram a arrancar propriedades, direitos e liberdades do povo judeu. Depois da invasão alemã à Polônia em 1939, os nazistas começaram a deportar judeus da Alemanha e da Áustria para a Polônia, onde criaram guetos para separá-los do resto da população.

Em 1941, durante a invasão alemã na União Soviética, os nazistas começaram de fato a campanha de extermínio. Eles falavam da invasão como uma guerra racial entre os povos germânico e judeu, como a que ocorreu entre os povos eslavos e Roma.

Grupos de soldados alemães chamados de Einsatzgruppen foram destacados para massacrar civis em territórios conquistados no Leste Europeu. Até o fim de 1941, eles haviam matado 500 mil pessoas. Quatro anos depois, o total de assassinados chegou a 2 milhões de pessoas, sendo 1,3 milhão de judeus.

Dentro das linhas de combate, os comandantes nazistas testavam maneiras de matar em massa. Eles temiam que o fuzilamento de pessoas fosse muito estressante para seus soldados, e então passaram a desenvolver maneiras mais eficientes de assassinato.

Furgões experimentais de gás foram usados para matar pessoas com deficiência intelectual na Polônia no início de 1939. Fumaças venenosas eram lançadas em compartimentos fechados para matar quem estava dentro. No inverno de 1941, os nazistas construíram câmaras de gás em Auschwitz.

Em janeiro de 1942, líderes nazistas se encontraram para coordenar a matança em escala industrial. Ao fim da Conferência de Wansee, como ficou conhecida a reunião, eles acertaram qual seria a "solução final para a questão do povo judeu": matar a população judaica inteira na Europa, cerca de 11 milhões de pessoas, a partir do extermínio e do trabalho forçado.

O que era Auschwitz?

Originalmente, Auschwitz era uma instalação militar no sul polonês. A Alemanha nazista invadiu e ocupou a Polônia em setembro de 1939 e, em maio de 1940, transformou o local em uma prisão para presos políticos.

A instalação, que tem a infame mentira "O Trabalho Liberta" inscrita em alemão no portão de entrada, passou a ser conhecida como Auschwitz 1.

Com o avanço da guerra e do Holocausto, o regime nazista ampliou o lugar.

Os primeiros prisioneiros a serem mortos com gás foram soviéticos e poloneses em agosto de 1941.

Os assassinatos começaram em um novo campo, Auschwitz 2-Birkenau, no mês seguinte. Esse se tornou um local com enormes câmaras de gás onde centenas de milhares de pessoas foram mortas até novembro de 1944. Os corpos eram, então, queimados em um crematório.

A companhia química alemã IG Farben construiu e operou uma fábrica de borracha sintética em Auschwitz 3-Monowitz. Outras empresas privadas como Krupp e Siemens-Schuckert também operavam fábricas em regiões próximas, a fim de usar prisioneiros como trabalhadores escravizados.

Tanto Primo Levi quanto o prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel sobreviveram ao campo de concentração de Monowitz.

Quando Auschwitz foi libertado, havia mais de 40 campos e subcampos.

Como Auschwitz funcionava?

Pessoas de todas as partes da Europa eram amontoadas em trens sem janelas, banheiros, assentos ou comida, e levadas para Auschwitz.
Ali, elas eram imediatamente divididas entre quem poderia trabalhar e quem deveria ser morto imediatamente.

O segundo grupo era obrigado a tirar a roupa e sentar sob chuveiros.
Guardas usaram pelotas de Zyklon B para matar pessoas nas câmaras de gás Foto: Getty Images/BBC
Nazistas cremavam vítimas em fornos Foto: Getty Images/BBC
Guardas do chamado "Instituto de Higiene" então despejavam o poderoso gás Zyklon-B nas câmaras seladas e esperavam as pessoas morrerem. Isso durava 20 minutos. As paredes espessas não eram, no entanto, capazes de abafar os gritos daqueles que se sufocavam ali dentro.

Depois os chamados Sonderkommandos outros prisioneiros, geralmente judeus forçados a trabalhar para os guardas removiam próteses, óculos, cabelos e dentes artificiais antes de arrastar os cadáveres para os incineradores. As cinzas eram enterradas ou usadas como fertilizantes.

Pertences dos mortos e dos enviados para o trabalho eram levados para triagem em uma parte do campo conhecida como "Canadá" — assim chamada porque o país era visto como uma terra de abundância.

Quem eram as vítimas?

Os guardas da SS tentaram esconder seus crimes quando as tropas soviéticas se aproximaram e tentaram destruir seus extensos registros de prisioneiros — dificultando a quantificação total do número de vítimas.

Estudos acadêmicos concordam que, no total, cerca de 1,3 milhão de pessoas chegaram a Auschwitz dentre as quais 1,1 milhão morreram lá.

Judeus de toda a Europa controlada pelos nazistas constituíam a grande maioria das vítimas. Quase um milhão de judeus foram assassinados em Auschwitz.

Um exemplo específico foi a população judaica da Hungria. Em apenas dois meses, entre maio e julho de 1944, a Hungria transportou 437 mil judeus para Auschwitz.
Tantos judeus húngaros foram mortos em tão pouco tempo que os corpos das vítimas foram jogados em covas perto do campo e queimados Foto: Getty Images/BBC
Dezenas de milhares de judeus húngaros eram enviados para Auschwitz todos os dias. Três quartos deles foram mortos na chegada.

Cerca de 75 mil civis poloneses, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, 25 mil ciganos dos grupos Roma e Sinti, bem como homossexuais e prisioneiros políticos também foram mortos pelo Estado alemão no complexo de Auschwitz.

O que aconteceu quando Auschwitz foi libertado?

As autoridades alemãs ordenaram a suspensão dessa prática e a destruição das câmaras de gás e crematórios no final de 1944, quando as tropas soviéticas começaram a avançar para o oeste. O estoque de objetos de valor roubados no setor Canadá foi enviado para a Alemanha logo depois.

Determinados a apagar as evidências de seus crimes, os nazistas ordenaram que dezenas de milhares de prisioneiros restantes marchassem para o oeste, para outros campos de concentração, como Bergen-Belsen, Dachau e Sachsenhausen. Os que estavam doentes demais para andar foram deixados para trás; quem não conseguia acompanhar a marcha era morto.

As forças soviéticas encontraram apenas alguns milhares de sobreviventes quando entraram no campo em 27 de janeiro de 1945, junto com centenas de milhares de roupas e várias toneladas de cabelo humano. Mais tarde, os soldados lembraram que tiveram que convencer alguns sobreviventes de que os nazistas haviam realmente ido embora.

Elie Wiesel disse em um discurso para marcar o 50º aniversário da libertação que os crimes nazistas em Auschwitz "produziram uma mutação em escala cósmica, afetando os sonhos e esforços do ser humano".

"Depois de Auschwitz, a condição humana não foi mais a mesma. Depois de Auschwitz, nada será igual."

AUTOR: BBC

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

CONHEÇA AS ADOLESCENTES HOLANDESAS QUE SEDUZIAM E MATAVAM NAZISTAS

Hannie Schaft e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen eram adolescentes quando os nazistas ocuparam a Holanda Foto: Noord-Hollands Archief via BBC

Durante a Segunda Guerra Mundial, a ocupação nazista da Holanda levou três adolescentes a se tornarem ferozes combatentes da resistência.

Hannie Schaft tinha 19 anos e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen apenas 16 e 14 anos, respectivamente, quando os nazistas ocuparam seu país, em 10 de maio de 1940.

Truus e Freddie Oversteegen nasceram na cidade de Schoten - agora parte de Haarlem - e cresceram sozinhas com a mãe, uma mulher de profundas convicções antifascistas.

Em entrevistas com a antropóloga Ellis Jonker, coletada no livro "Under Fire: Women and World War II" (Sob o Fogo: Mulheres e a Segunda Guerra Mundial), de 2014, Freddie Oversteegen lembrou que sua mãe as incentivou a fazer bonecas para crianças que sofreram na Guerra Civil Espanhola, e que, no início dos anos 30, se ofereceu como voluntária na International Red Aid, uma espécie de Cruz Vermelha Comunista para prisioneiros políticos em todo o mundo.

Embora vivessem na pobreza, a família recebeu refugiados da Alemanha e Amsterdã, incluindo um casal judeu, uma mãe e um filho que passaram a viver no sótão de sua casa.

Quando os nazistas invadiram a Holanda, os refugiados foram transferidos para outro lugar, pois os líderes da comunidade judaica temiam uma possível incursão policial devido às conhecidas tendências políticas da família Oversteegen.
Hannie Schaft deixou faculdade de Direito e se uniu à resistência Foto: BBC

"Todos foram deportados e mortos", disse Freddie Oversteegen a Jonker. "Nunca mais tivemos notícias deles. Ainda fico muito emocionada, toda vez que falo sobre isso."

As duas irmãs e sua amiga Hannie Schaft, uma jovem ruiva que abandonou a faculdade de Direito depois de se recusar a jurar lealdade à Alemanha, eram membros proeminentes da resistência.

Todas as três são lembradas por sua técnica de atrair colaboradores nazistas para a floresta e depois executá-los.

Célula especial

Quando a ocupação começou, as irmãs Oversteegen passaram a desempenhar pequenas tarefas para a crescente resistência clandestina. Distribuíam panfletos ( "A Holanda deve ser livre!") e colavam cartazes antinazistas ( "Para cada homem holandês que trabalha na Alemanha, um alemão vai para o front").

Acreditava-se que a resistência holandesa era uma tarefa masculina em uma guerra de homens. Se as mulheres se envolvessem, provavelmente não fariam nada além de entregar panfletos ou jornais anti-alemães.
Holanda ficou sob ocupação nazista de 1940 a 1945. A imagem mostra a libertação da cidade de Arnhem. Foto: Getty Images via BBC

Mas os esforços das irmãs Oversteegen atraíram a atenção de Frans van der Wiel, comandante do Conselho de Resistência clandestino de Haarlem, que as convidou para integrar sua equipe, com a permissão de sua mãe.

"Acho que elas eram apenas adolescentes tímidas. A guerra logo as transformou em mulheres corajosas", diz Martin Menger, filho de Truus Oversteegen.

As irmãs Oversteegen eram oficialmente parte de uma célula de resistência composta por sete pessoas, que cresceu em 1943 com a incorporação da Schaft.

Mas as três meninas trabalhavam principalmente como uma unidade independente, seguindo instruções do Conselho da Resistência, de acordo com Jeroen Pliester, presidente da Fundação Hannie Schaft.

Assim, Truus e Freddie Oversteegen e Hannie Schaft foram exceções: três adolescentes que pegaram em armas contra os nazistas e os "traidores" holandeses nos arredores de Amsterdã.

"Era atípico que meninas participassem da resistência armada e, principalmente, executassem traidores, algo que essas três adolescentes fizeram", diz Liesbeth van der Horst, diretora do Museu da Resistência Holandês.

Pouco tempo depois, o papel delas passou a ser mais ativo, envolvendo ação direta.

"Mais tarde, ele (comandante Frans van der Wiel) nos disse o que realmente tínhamos que fazer: sabotar pontes e linhas ferroviárias", disse Truus Oversteegen em sua conversa com Jonker.

"Dissemos a ele que gostaríamos de fazer isso." E aprender a atirar, atirar nos nazistas", acrescentou.

As adolescentes geralmente se encarregavam dos colaboradores nazistas locais.
Hannie Schaft virou ícone da resistência feminina Foto: BBC

"Mais do que os alemães, essas jovens executaram principalmente traidores holandeses, simplesmente porque costumavam ser uma ameaça ainda maior do que os nazistas", diz Truus Menger, filha de Truus Oversteegen.

Segundo o próprio relato de Truus, foi sua irmã Freddie quem primeiro atirou e matou alguém. "Foi trágico e muito difícil, e depois choramos por isso", disse.

"Não acreditávamos que nos adaptaríamos, ninguém nunca se adapta, a menos que você seja um verdadeiro criminoso ... Você perde tudo. Envenena as coisas bonitas da vida."

Remy Dekker, filho de Freddie, acredita que isso aconteceu quando sua mãe tinha 15 ou 16 anos.

"Ela executou uma mulher que, de acordo com a resistência, queria passar os nomes de todos os judeus de Haarlem para os serviços de inteligência nazistas", diz Dekker.

"Minha mãe se aproximou dessa mulher em um parque e pediu seu nome para confirmar sua identidade. Depois que ela o fez, ela atirou nela."

Talvez em sua ação mais ousada, as três adolescentes aproveitaram sua aparência jovem e inofensiva para atrair seus alvos em tabernas ou bares. Eles foram convidados a "dar um passeio" na floresta e, então, "executados".

"Tivemos que fazer isso", disse Truus Oversteegen a um entrevistador.
A célula em que os três adolescentes operavam se encarregava dos colaboradores nazistas holandeses Foto: BBC

"Era um mal necessário matar aqueles que traíam pessoas boas". Quando questionada sobre quantas pessoas ela havia matado ou ajudado a matar, se recusou a respondeu: "Ninguém perguntaria nada disso a um soldado".
"Levar os nazistas e traidores para a floresta foi uma coisa brilhante, porque eles pensavam que estavam flertando com as adolescentes", diz Dekker.

"Obviamente nada aconteceu na floresta. Antes que eles tentassem beijá-las, eram mortos."

No entanto, nem todas as execuções seguiram o mesmo esquema.

"Às vezes elas matavam suas vítimas enquanto andavam de bicicleta, para que pudessem fugir rapidamente", diz Martin Menger. "Essas execuções não envolviam flerte".

Ícones da resistência feminina
Captura de colaboradores nazistas na Holanda, em 1945 Foto: Getty Images via BBC

Schaft, cujos cabelos ruivos a tornavam reconhecível pelos nazistas, foi capturada e executada em 17 de abril de 1945. Ela tinha 24 anos.
Apenas 18 dias depois, a Holanda foi libertada.

Aproximadamente três quartos da população judia holandesa foi morta durante a ocupação.

"Quando era criança, com apenas 8 anos, tínhamos um livro de história na escola sobre uma garota ruiva Hannie Schaft", lembra Dekker.

"Enquanto eu lia, minha mãe começou a chorar. Ela me disse que tinha sido amiga dela durante a guerra e que havia sido morta pelos alemães."

"Ela mencionava a guerra e Hannie com frequência. Isso permaneceu com ela durante toda a vida, o fato de que ela sobreviveu à guerra e Hannie não."

As irmãs Oversteegen sobreviveram à guerra e tiveram uma vida longa.

Em 1996, elas criaram a Fundação Hannie Schaft , para promover o legado de sua amiga.

"Schaft se tornou o ícone nacional da resistência das mulheres", disse Pliester, diretora da Fundação.
Freddie Oversteegen atirou pela primeira vez em uma pessoa com 15 ou 16 anos Foto: Arquivo pessoal de Remy Dekker via BBC

Após a guerra, Truus Oversteegen trabalhou como artista, fazendo pinturas e esculturas inspiradas em seus anos de resistência e escreveu suas memórias. Ela morreu em 2016.

Sua irmã Freddie disse à Vice em 2016 que enfrentava os traumas da guerra "casando e tendo filhos". Ela morreu em 2018.

Nas entrevistas, Freddie Oversteegen costumava falar sobre a sensação física de matar, não a sensação de puxar o gatilho, mas a inevitável agonia que se seguia à morte de suas vítimas.

"Sim", disse ela a um entrevistador, de acordo com o jornal holandês IJmuider Courant, "eu mesma atirei com uma arma e os vi cair. E o que está dentro de nós naquele momento? Você quer ajudá-los a se levantar".

AUTOR: BBC/G1

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

RELEMBRE 4 CRIMES MACABROS QUE ACONTECERAM NOS ANOS 80

Crimes macabros podem acontecer em qualquer década, é verdade. Mas os anos 1980 parecem ter se destacado quando se trata do assunto. 

Vários filmes e livros de terror ambientados nessa época mostram como os crimes eram mais difíceis de ser solucionados, já que não havia internet nem descobertas forenses importantes, como exames de DNA.

O Homem de Giz gira em torno de um crime nesse estilo. 

O livro conta a história de um grupo de crianças que utiliza sinais de giz desenhados no chão para se comunicar entre si, mas tudo muda quando esses sinais começam a aparecer do nada e, pior ainda, quando levam o grupo até um corpo desmembrado na floresta.

A obra é uma ficção, mas nos deixou pensando: será que os anos 1980 foi a década do macabro?

Separei alguns casos reais para analisar essa teoria. 

Cuidado! A lista não é para os fracos.

1. Adam Walsh

Adam foi raptado da loja Sears na Flórida, em julho de 1981, e mais tarde foi encontrado decapitado próximo ao local. Sua morte teve repercussão nacional e inspirou um filme alguns anos depois. 

Após o crime, o pai do menino, John Walsh, tornou-se defensor das vítimas de crimes violentos e apresentador do programa de televisão America’s Most Wanted.

O assassino em série Ottis Toole confessou ter matado Adam, mas, devido à perda de provas, ele nunca foi condenado pelo crime.
2. Judith Barsi
Judith foi uma atriz mirim conhecida pelo papel no filme Tubarão IV – A Vingança. Quanto mais sua carreira progredia, mais seu pai, József, afundava no alcoolismo. 

Ele chegou a ser acusado de violência doméstica, mas o caso não foi para frente, pois a polícia não encontrou sinais de agressão física contra sua esposa.

Em julho de 1988, Judith foi morta com um tiro na cabeça, seguida de sua mãe. Józef queimou os corpos e depois se matou na garagem, também com um tiro.

3. Robert Berdella

Robert foi um serial killer americano conhecido como O açougueiro de Kansas que assombrou a cidade durante a década de 1980. 

O apelido se deve ao seu costume de dissecar extensivamente as vítimas após mantê-las em cativeiro por vários dias. 

Foi preso quando Christopher Bryson, sua vítima mais recente, conseguiu escapar ao pegar uma caixa de fósforos esquecida e queimar suas amarras. 

Ele pulou a janela vestindo apenas uma coleira de cachorro.

4. Melanie Uribe

Melanie Uribe desapareceu em dezembro de 1980. Dois dias depois, Etta Smith entrou em contato com a polícia alegando ter visto em uma visão o corpo da vítima em uma área rural. 

Etta foi ao local e encontrou o cadáver de Melanie, o que levou a polícia a suspeitar de seu envolvimento no crime.

Etta foi interrogada por 10 horas, mas se recusou a admitir qualquer envolvimento. 

Ela ficou na prisão por quatro dias, no entanto, a polícia conseguiu rastrear e prender os três homens responsáveis por matar Melanie Uribe, determinando que Etta não tinha qualquer relação com o assassinato.

AUTOR: INTRÍNSECA

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

VEJA 2 CRIMES REAIS MAIS ASSUSTADORES DO QUE FILMES DE TERROR

Infelizmente, o que não falta no mundo são pessoas totalmente cruéis e sem o mínimo de compaixão pelos outros. 

Assassinos e psicopatas não medem esforços para satisfazer as suas vontades e sede de violência.

Logo abaixo, você confere dois casos de pessoas que cometeram crimes assustadores que podem ser bem piores do que filmes de terror. 

1 – Cozinhou o marido

A australiana Katherine Knight sempre teve um histórico bem documentado de loucura, começando quando ela tentou estrangular seu primeiro marido até a morte na noite de núpcias. O motivo? A mulher achou muito pouco ele fazer sexo com ela apenas três vezes antes de adormecer.

Percebendo a fria em que tinha se metido, o homem só esperou o nascimento da filha que Katherine esperava e se mandou. Enfurecida, a maluca deixou a sua filha recém-nascida sobre os trilhos de trem próximo a sua casa. A sorte da criança é que ela foi resgatada por uma pessoa que passava por lá.


Fonte da imagem: Reprodução/Cracked

Logo, Katherine começou a namorar John Price, pai de três filhos, e eles começaram a morar juntos (na casa dele). Ele não aguentou a maluquice ameaçadora da mulher e entrou com uma ordem de restrição contra ela, que teve que sair da casa.

Ele inclusive avisou seus colegas de trabalho que, se algum dia não aparecesse para trabalhar, ela provavelmente o havia matado. No entanto, certo dia ele permitiu que ela voltasse para sua casa para uma noite de sexo e adormeceu ao lado dela. Erro detectado! Aproveitando-se do momento de fraqueza do homem, a mulher o esfaqueou 37 vezes.

Quando Price não apareceu para trabalhar no dia seguinte, os seus colegas de trabalho chamaram a polícia, que apareceu na casa do homem e se depararam com o corpo dele totalmente sem pele e sem a cabeça. Katherine tirou toda pele de Price e a deixou intacta em uma única peça, pendurando-a em um gancho na entrada da casa como uma cortina mórbida.

A cabeça dele estava fervendo em uma panela no fogão e pedaços de seu traseiro haviam sido fritos com legumes e molho. Esta última receita estava disposta em dois pratos em cima da mesa com etiquetas de nomes, indicando que foram feitos especialmente para os dois filhos mais velhos de Price, que, por sorte, ainda não tinham chegado em casa quando a polícia descobriu a atrocidade. A maluca se declarou culpada e foi condenada à prisão perpétua sem possibilidade nenhuma de liberdade condicional.

2 – O assassino da lingerie

A princípio, a loucura de Russell Williams — um coronel condecorado das forças armadas canadense — era entrar nas casas de seus vizinhos e assaltar as gavetas de lingeries das adolescentes.

Fazendo cara de bom moço Fonte da imagem: Reprodução/Cracked

Ele fazia isso e vestia as peças nas próprias casas, fotografava e se masturbava em todos os cômodos. Certa vez, ele mesmo digitou uma mensagem no computador de uma menina de 12 anos agradecendo pela noite de prazer que o seu quarto havia proporcionado.

Williams cometeu mais de 80 roubos de roupa íntima, fazendo isso muitas vezes até enquanto os proprietários estavam em casa. Ele mantinha um arquivo com milhares de fotografias como estas que você vê abaixo, escondidas no porão de sua casa.

Fonte da imagem: Reprodução/Cracked

Mas essas ações já não eram suficientes para alimentar a sua obsessão e ele passou a invadir as casas e capturar as meninas e adultas para posarem de lingerie para a sua coleção de fotos, até o dia em que uma delas o reconheceu do trabalho. A mulher foi então brutalmente assassinada e Willians gravou tudo em vídeo, fotografando cada detalhe também.

Duas semanas depois, ele sequestrou outra mulher, roubou várias peças íntimas (como era de costume) e a levou para uma casa que possuía, onde ele a aterrorizou por um dia inteiro antes de finalmente estuprá-la e matá-la, gravando e fotografando tudo.

Felizmente, uma testemunha viu Williams na frente da casa de sua última vítima antes de ela desaparecer, e a polícia conseguiu prendê-lo após outras pistas cruzadas. 

Ele confessou os crimes e foi condenado à prisão perpétua, onde recentemente tentou se matar engolindo um rolo de papel higiênico.

AUTOR: MEGACURIOSO

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

VEJA 4 CRIMES QUE FORAM FILMADOS E CONTINUAM SEM SOLUÇÃO; VÍDEOS

A tecnologia tem se tornado uma grande alinhada a melhoria e qualidade de vida humana. Desde que passamos a desenvolver aparelhos, programas e computadores super inteligentes, conquistamos também uma série de vantagens e serviços que anteriormente eram impossíveis de existir.

No quesito segurança por exemplo, é extremamente comum encontrarmos casas e lojas equipadas com cercas elétricas, portões automáticos, alarmes e claro as famosas câmeras de segurança.

Esses aparelhos são os responsáveis por vigiar 24h um determinado lugar e consequentemente inibir ou disponibilizar evidências sobre qualquer atividade suspeita que tenha ocorrido ali.

Apesar da sensação de segurança, nem sempre as câmeras podem ajudar tanto assim. Na internet e nos jornais é possível encontrarmos uma série de crimes que ocorreram diante de câmeras e que ainda sim não puderam ser solucionados.

Pensando exatamente nisso eu aqui do MUNDO REAL 21, selecionei 4 desses crimes para te contar hoje.

CONFIRA:

1- Assassinato de Trevonne Winn

Trevonne Winn, era um jovem de apenas 24 anos que vivia em Red Hill, na Carolina do Sul, EUA. Em abril de 2011 ele decidiu fazer uma viagem a Nova Iorque, e se hospedou no famoso bairro do Brooklyn.

No dia 23 de abril daquele ano, por volta as 19h45, Trevonne parou na porta de um restaurante de um primo, para esperar que o parente pudesse sair com ele.

Nesse intervalo de tempo, enquanto falava ao celular um homem aparentemente aleatório se aproximou de Trevonne. O homem disparou rapidamente dois tiros em seu peito e saiu correndo imediatamente dali.

Toda a cena acabou sendo registrada pelas câmeras de segurança do restaurante. Mas o pior de tudo, é que a identidade e a motivação do crime nunca foram revelados.

A família de Trevonne alegou que ele realmente não conhecia ninguém naquela região, por isso era impossível ele ter algum inimigo. A polícia acredita que Trevonne foi confundido com alguma outra pessoa e assassinado equivocadamente.

2- Morte de Elisa Lam

Elisa Lam era uma aluna universitária canadense de 21 anos. Em fevereiro de 2013 Elisa estava realizando uma viagem sozinha, passando por diversos países.

Mas foi ao se hospedar no Cecil hotel, no centro de Los Angeles que um dos maiores mistérios não-resolvidos da internet aconteceu.

Elisa foi declarada desaparecida, e a última aparição da estudante revelava uma situação embaraçosa, confusa e para muitos agoniante. Elisa aparece no saguão do hotel Cecil esperando pelo seu elevador.

Assim que ele chega, ela passa a demonstrar um comportamento incomum. Ela apertou diversos andares simultaneamente, o que fez com que o elevador travasse.

Ela anda de um lado para o outro, gesticula, parece se esconder de algo ou alguém e parece estar realmente fora de si. Duas semanas após as filmagens terem sido registradas, outros hospedes do hotel reclamaram a um funcionário sobre o gosto e cor da água que teoricamente deveria sair potável das torneiras.

Foi ao subir a caixa de água no topo do hotel, que o funcionário se deparou com o corpo de Elisa já em elevado estado de putrefação.

Vários mistérios rondam a morte de Elisa. Seu corpo estava completamente nu, e suas roupas e pertences boiavam ao seu lado. A caixa de água é de dificílimo acesso, e a sua tampa super pesada estava fechada. Como Elisa poderia ter se fechado ali dentro?

Apesar de todas essa questões nenhum trauma físico ou uso de substâncias tóxicas foram encontrados em sua autopsia. Da mesma maneira nenhum suspeito aparece nas imagens. O que aconteceu com Elisa aquele dia, continua ainda hoje um mistério.

3- Sequestro de Felton

No dia 13 de junho de 2012, aproximadamente as 4h30, da manhã um crime chocante aconteceu.

Na ocasião, uma garota de apenas 9 anos de idade, que vivia em Feltonville na Filadélfia, dormia em sua casa quando repentinamente foi acordada por um homem nu, com uma máscara verde que tocava a sua perna.

A garota que não teve sua identidade revelada, gritou imediatamente, mas o seu pai que dormia no quarto ao lado, pensou que se tratava apenas de um pesadelo. O homem que invadiu a casa, entrou pela porta da frente que estava destrancada, e passou o equivalente a 40 minutos ali dentro.

Após os gritos da garota, ele rapidamente a pegou em seu colo e a levou para um lote próximo da sua residência, nesse local a garota foi sexualmente abusada. As câmeras de segurança da vizinhança, mesmo que de maneira remota, devido a distância, conseguiu registrar toda a movimentação do criminoso.

O indivíduo entrou na casa as 3h50, da madrugada, após 40 minutos ele sai com a criança em suas costas.

As 6h30, o pai e sua namorada saem de casa em busca da filha. A garota retornou para sua casa as 7h00.

Ela contou para a policia que após ser abusada, foi liberada pelo criminoso. As investigações levaram os policiais a acreditarem que o criminoso era algum conhecido da família, afinal ele passou 40 minutos dentro da residência, o que revela que se sentiu a vontade ali.

Além do fato de usar uma máscara verde, provavelmente para não ser identificado pela vítima e sua família. Apesar de terem feito uma série de exames de DNA com possíveis suspeitos, esse crime nunca foi solucionado.

4- Assassinato do tatuador Daniel Vella

Daniel Vella, era um tatuador de 40 anos que trabalhava no seu estúdio chamado Pretty In Ink, em West Ryde na Austrália.

O dia 26 de março de 2011 parecia ser então mais um dia comum de trabalho, até que ás 21h45, dois homens com blusões de capuz entraram no estúdio e mudaram completamente o desfecho de Daniel.

Um dos homens que além do capuz usava luvas de lavar louças cor de rosa, chegou bem próximo de Daniel e disparou um tiro em seu ombro. Após o atentado o mesmo homem disparou mais quatro tiros nas paredes e no teto.

Ambos os criminosos saíram tranquilamente do estúdio sem dizer uma única palavra.

Daniel usou uma camisa para tentar conter o fluxo de sangue que saia de seu ombro, mas infelizmente ele veio a falecer no caminho para o hospital.

Apesar de toda essa cena perturbadora ter sido registrada em vídeo, a polícia nunca conseguiu chegar a algum suspeito.

Mas e então querido leitor, qual desses crimes foi o mais bárbaro na sua opinião? Conta isso e muito mais pelos comentários!

AUTOR: LISTVERSE

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

MISTÉRIO: 19 CRIMES NÃO RESOLVIDOS QUE VÃO TE MATAR DE MEDO

AVISO: A natureza desta publicação e de suas imagens são perturbadoras e podem ser extremamente desconcertantes para os leitores.
1. O Assassinato da Dália Negra
Em 1947, o corpo de uma mulher chamada Elizabeth Short foi encontrado em Los Angeles, mutilado e cortado ao meio na altura da cintura. Seus órgãos foram retirados, seu corpo teve o sangue drenado e foi posto em uma posição provocante. Houve muitos suspeitos, mas o crime permanece sem solução.

—Ben Estep, Facebook

2. O Menino na Caixa
O corpo nu agredido de um menino de 4 a 6 anos foi encontrado em uma caixa de papelão na Filadélfia, em fevereiro de 1957. Ele é frequentemente chamado de "Criança Desconhecida dos EUA", porque sua identidade não foi confirmada até hoje, e o caso permanece aberto.

—April Catherine, Facebook

3. O Homem do Machado de Nova Orleans
De maio de 1918 a outubro de 1919, uma série de assassinatos ocorrem em Louisiana e no Taxas, muitos deles executados com machados que pertenciam às próprias vítimas. A polícia nunca descobriu se o assassino era um homem ou mulher, e alguns acreditavam que o Homem do Machado era uma força sobrenatural.

—mandykleinv

4. Ataques de Antrax 2001
Uma semana depois do 11 de setembro de 2001, diversas redes de notícias e dois senadores democratas dos EUA receberam cartas cobertas com antrax de uso militar que infectaram 17 pessoas e mataram outras 5. O motivo para os envios de antrax ainda são desconhecidos.

—Sean P. Cook, Facebook

5. Os Assassinatos de Keddie
Em 1981, em Keddie, Califórnia, três membros da família Sharp e um amigo da família foram espancados até a morte com martelos, e um foi esfaqueado diversas vezes. Todos os corpos foram amarrados com fita médica. Até hoje, nenhuma prisão foi feita.

—Jessica Wirick, Facebook

6. As Crianças que Sumiram na Fumaça
Cinco de nove crianças desapareceram depois que um incêndio demoliu a casa da família Sodder na Virgínia Ocidental na véspera de Natal de 1945. A parte mais assustadora? Os restos mortais das crianças ainda não foram encontrados, mais de 74 anos depois.

—Jackie Meeks, Facebook

7. Assassinatos de Break Brook
Os corpos espancados e em decomposição de quatro vítimas de assassinato não identificadas foram encontrados em sacos de lixo em 1985 e 2011 no Parque Estadual Bear Brook em New Hampshire. Hoje, a polícia ainda não sabe a identidade das vítimas ou da pessoa que as matou.

—Holly Diveley, Facebook

8. O Incidente do Passo Dyatlov
Nove alpinistas morreram em circunstâncias misteriosas em fevereiro de 1959 na parte norte dos Montes Urais. Evidências provaram que eles rasgaram suas barracas de dentro para fora e seus corpos não mostravam sinais de luta quando foram encontrados virados para baixo na neve.

—Lynne Carpenter, Facebook

9. O Caso Taman Shud
Um homem não identificado foi encontrado em uma praia em Adelaide, Austrália, em dezembro 1948. Em seu bolso, havia um papel com a frase tamán shud, que significa "terminado" ou "encerrado" em persa. Um veneno desconhecido foi encontrado em seu corpo.

—Alexandra Maris Kerr Brewster, Facebook

10. Os Assassinatos de Hinterkaifeck
Em uma noite de março de 1922, seis moradores da fazenda Hinterkaifeck, na Alemanha, foram brutalmente assassinados com uma picareta. Mais de 90 anos mais tarde, o mistério continua não desvendado.

—Ann Catherine Hughes, Facebook

11. O Desaparecimento de Amy Lynn Bradley
Amy Lynn Bradley desapareceu de um navio de cruzeiro durante suas férias em 1998, depois de sair de sua cabine de manhã para fumar um cigarro. Uma testemunha confiável afirmou tê-la visto num banheiro em Barbados em 2005, mas nenhuma outra evidência de seu paradeiro foi encontrada.

—Holly Brown, Facebook

12. Assassinatos da Rodovia das Lágrimas
De 1969 a 2011, pelo menos 18 mulheres foram assassinadas ou desapareceram ao longo da Rodovia 16 na Colúmbia Britânica enquanto caminhavam. Foi encontrada uma ligação com um assassino em 2012, mas a polícia presume que eles nunca encontrarão todos os suspeitos.

—mandykleinv

13. Assassinato de Kyllikki Saari
O corpo de Auli Kyllikki Saari, de 17 anos, foi encontrado 1953 em um pântano na Finlândia. A garota estava de bicicleta voltando para casa de uma reunião de orações. Entre os suspeitos, estão um padre da paróquia e um homem que passou muito tempo internado em um hospício.

—Alexandra Maris Kerr Brewster, Facebook

14. O Desaparecimento de Madeleine McCann
Em maio de 2007, Madeleine McCann, de 3 anos, desapareceu de seu quarto de hotel em Portugal enquanto seus pais jantavam com amigos no quarto ao lado. O caso foi considerado sequestro, até que um teste de DNA incorreto mostrou que a menina havia morrido no quarto de hotel. O caso de sequestro foi reaberto em 2008.

—luisad49

15. Os Assassinatos do Lago Bodom
Em junto de 1960, duas adolescentes e um menino foram esfaqueados e espancados até a morte com pedras dentro de uma barraca no Lago Bodom, na Finlândia. Em 2004, o único sobrevivente, Nils Gustafsson, foi acusado de matar seus amigos porque ele queria fazer sexo com uma das garotas. Ele foi inocentado.

—courfcourfeyrac

16. O Perseguidor Noturno / Estuprador da Área Leste
De 1979 até 1989, um homem até hoje não identificado assassinou pelo menos 10 pessoas e estuprou mais de 50 mulheres do sul da Califórnia. Anos mais tarde, ele ligou para algumas de suas vítimas, dizendo coisas como "Feliz Natal, sou eu de novo!" e desligando.

—Jerika Layne, Facebook

17. Assassinatos de Villisca
Em Iowa, na noite de 9 de junho e manhã de 10 de junho de 1912, seis membros da benquista família Moore e dois hóspedes foram golpeados até a morte com um machado. Há vários suspeitos, mas o crime ainda não foi solucionado.

—Katie Alexander, Facebook

18. O Assassino da Geladeira de Houston
Em 1965, as partes dos corpos de Fred e Edwina Rogers foram encontrados dentro de sua geladeira, enrolados cuidadosamente nas prateleiras. A polícia acredita que o filho deles, Charles Rogers, cometeu o crime — ele não foi visto desde o incidente.

—Celia Scheer, Facebook

19. A Morte de Elisa Lam
O corpo de uma estudante canadense foi descoberto em uma caixa d'água em um hotel de Los Angeles em fevereiro de 2013 — depois de ela ter sido dada como desaparecida por várias semanas. Os funcionários encontraram o corpo dela quando foram tratar de reclamações dos hóspedes quanto a problemas com o fornecimento de água.

—Shannon Glasheen, Facebook

AUTOR: BUZZFEED

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