VISITAS!

838178
SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS, E TENHAM UMA ÓTIMA LEITURA, CONHECENDO OS MISTÉRIOS DO MUNDO!.

SAIBA DE TODOS OS MISTÉRIOS E NOTÍCIAS AQUI!

SAIBA DE TODOS OS MISTÉRIOS E NOTÍCIAS AQUI!
É SÓ ACESSAR MEU CANAL!

CURTA O MUNDO REAL 21 NO FACEBOOK

MUNDO REAL 21 - ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Mostrando postagens com marcador CURIOSIDADES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CURIOSIDADES. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

CONHEÇA 5 INVENTORES QUE MORRERAM POR CAUSA DE SUAS PRÓPRIAS CRIAÇÕES

Assim como Dédalo, que perdeu seu filho Ícaro na mitologia grega, vários inventores foram vítimas de suas próprias criações Getty Images

Nem todos os inventores têm a mesma sorte.

Alguns ficam famosos por suas criações, e há até quem entre para a história como um nome que todos associam ao seu produto.

Desde o código Morse de Samuel Morse e a pasteurização de Louis Pasteur, passando pela jacuzzi de Candido Jacuzzi e o cubo mágico de Rubik de Ernő Rubik, até invenções mais sinistras, como o fuzil Kalashnikov AK-47 de Mikhail Kalashnikov; mais melodiosas, como o saxofone de Adolphe Sax; e mais saborosas, como o sanduíche do 4º Conde de Sandwich...

A lista é longa.

Mas há também muitos inventores cujos nomes poucos lembram, embora suas invenções sejam usadas diariamente, como Robert Yates, a quem devemos o abridor de latas; Margaret Knight, que criou a sacola de papel com fundo plano; e Garrett Augustus Morgan, o afro-americano que inventou o semáforo.

E ainda há aqueles cujas mortes estão intimamente ligadas às suas próprias criações.

A seguir, listamos cinco deles.

Queda dos céus
Ser capaz de voar como os pássaros é um sonho compartilhado há muito tempo.

Na mitologia grega, Dédalo fez isso para escapar de sua própria criação, o labirinto de Creta, com asas de penas e cera fabricadas por ele mesmo, que ele prendeu às suas costas e às de seu filho Ícaro.

Mas, assim como Ícaro, outras pessoas ao longo da história caíram das alturas, embora não por "voar muito perto do Sol".

Mesmo quando já havia algo em que voar e o que se queria era pairar para amortecer as quedas do céu, a força da gravidade continuava a fazer vítimas.

Uma delas foi o pintor de aquarela britânico Robert Cocking, lembrado não por suas obras de arte, mas por morrer no primeiro acidente de paraquedismo da história.
Estas duas litografias coloridas mostram a subida do balão e a queda fatal de paraquedas de Robert Cocking (1776–1837) Getty Images

Em 1785, o célebre inventor francês Jean-Pierre Blanchard realizou o primeiro salto de paraquedas moderno.

Meio século e outros paraquedas depois, Cocking achou que poderia melhorar o design dessas engenhocas, e passou anos desenvolvendo um até chegar a hora de exibi-lo.

Em 24 de julho de 1834, ele levantou voo a bordo de sua criação, em Londres, pendurado no famoso balão Royal Nassau.

Quando chegou à zona de pouso em Greenwich, ele havia subido cerca de 1.500 metros, e o Sol já estava se pondo: ele tinha que se soltar do balão. Era agora ou nunca.

Ele fez isso e, por um momento, tudo parecia correr bem, embora ele estivesse indo muito rápido. Mas, de repente, o tecido do paraquedas virou, começou a rasgar e se separou completamente da cesta.

Cocking morreu no impacto. Ele havia esquecido de levar em conta o peso do paraquedas em seus cálculos.

Cerca de 80 anos depois, um alfaiate francês teve o mesmo destino.
Franz Reichelt mostrando o paraquedas que ele projetou Getty Images

A queda de Franz Reichelt foi igualmente espetacular, só que, no caso dele, foi registrada não apenas por desenhistas, mas também por fotógrafos e toda uma equipe de filmagem.

O alfaiate queria projetar um traje para pilotos que se expandisse e se transformasse em um paraquedas, caso precisassem ser ejetados do avião.

Seus primeiros designs com asas dobráveis ​​feitas de seda se mostraram promissores em testes com manequins lançados do seu prédio em Paris.

Mas eles não eram facilmente transportáveis, então ele modificou o design e, quando ficou pronto, procurou um local de lançamento mais alto, para que os manequins ganhassem velocidade suficiente para que seu paraquedas abrisse corretamente e freasse a queda.

O primeiro andar da Torre Eiffel, que ficava a 57 metros do solo, era o local ideal.

Ele obteve autorização para um teste, e convocou a imprensa para o dia 4 de fevereiro de 1912.

Naquela data, ele fez um anúncio surpresa: não jogaria um manequim, jogaria a si mesmo.

Apesar de ter sido advertido pela polícia de que não tinha autorização para um salto deste tipo, e de seus amigos terem tentado dissuadi-lo, ele subiu na torre e, com o traje parcialmente aberto, saltou.

O paraquedas nunca abriu totalmente, e Reichelt morreu na frente de uma multidão de espectadores.

Contra a maré

Uma cadeira de aparência confortável que, quando alguém se sentava nela, fechava os braços em volta do ocupante. Um carrinho de chá com doces que flutuavam magicamente do teto...

Estas eram duas das muitas atrações que surpreendiam os visitantes da residência de Henry e Jane Winstanley, conhecida como Casa das Maravilhas de Essex, na Inglaterra.

Elas eram obra do pintor e gravurista Winstanley, fascinado por engenhocas mecânicas e hidráulicas.

Na década de 1690, ele abriu o Mathematical Water Theatre, em Londres, repleto de atrações extravagantes e engenhosas criadas por ele mesmo.

A popularidade permitiu a ele investir em barcos.
A primeira versão do Farol de Winstanley Getty Images

Quando dois deles naufragaram nas rochas de Eddystone, na costa sudoeste da Inglaterra, Henry Winstanley descobriu que a área era famosa por causar naufrágios e tirar a vida de muitos marinheiros ao longo dos séculos.

Ele precisava fazer algo.

Elaborou então planos para construir um farol nas rochas, e os levou ao Almirantado, mas teve dificuldade em convencer as autoridades: nenhum farol jamais havia sido construído em alto mar, muito menos em rochas cobertas pela água na maré alta.

As obras começaram em 1696, mas Winstanley foi sequestrado por piratas franceses. Ele voltou ao trabalho assim que foi libertado e, em 1698, acendeu as 60 velas da torre de 27 metros.

Quando percebeu que ela rangia com ventos fortes, e não podia ser vista se as ondas fossem muito grandes, ele redesenhou a estrutura, reforçou as paredes e aumentou sua altura para 40 metros.

Satisfeito com a segurança da sua invenção, o primeiro farol em alto mar da história, Winstanley declarou que ficaria feliz em passar uma noite lá durante a "maior tempestade de todos os tempos".

Dito e feito.
Mais alto e resistente, para alertar os navios do perigo Getty Images

Em 1703, aconteceu a tempestade mais violenta já registrada nas Ilhas Britânicas, com ventos que chegaram a 190 quilômetros por hora, matando cerca de 15 mil pessoas no mar e em terra.

Winstanley esperou impacientemente pela oportunidade de ir ver se seu farol havia passado no teste e, em 27 de novembro, os ventos diminuíram o suficiente para que ele pudesse fazer isso.

Fascinado por encontrá-lo de pé, ele disse aos seus acompanhantes que passaria a noite ali, e pediu que voltassem para buscá-lo pela manhã. Eles nunca mais o viram.

Naquela noite, os ventos sopraram ainda mais forte, levando embora todos os vestígios do farol e do seu criador, conforme relata o site The Ministry of History.

Mas o trabalho dele não foi em vão.

Durante os cinco anos em que funcionou, nenhum naufrágio foi registrado na área, um feito fenomenal em um local tão perigoso.

É por isso que até hoje existe um farol nas rochas de Eddystone.

Raios e faíscas
Na década de 1740, os fenômenos elétricos despertaram o interesse de muitos cientistas, especialmente após a invenção acidental da garrafa de Leyden em 1745.

O físico russo de origem germano-báltica, Georg Wilhelm Richmann, que realizou trabalhos pioneiros sobre eletricidade, foi um destes entusiastas.

Quando, em 1752, Benjamin Franklin afirmou que o raio era um fenômeno elétrico, e que um experimento poderia provar isso, Richmann quis fazer isso, para poder medir a intensidade da eletricidade atmosférica com um eletrômetro que ele havia inventado.

Ele instalou uma haste de ferro em sua casa conectada a um cabo no teto, com seu eletrômetro montado na haste, explica um artigo da Linda Hall Library.
Ilustração do livro Les Merveilles de la Science, publicado em 1870, da morte de Richmann Getty Images

Em 6 de agosto de 1753, começou uma tempestade, e Richmann voltou correndo da Academia Russa de Ciências para casa, levando consigo o gravurista da Academia (supostamente para registrar algumas imagens), que acabou testemunhando o que aconteceu.

Richmann estava de olho em seu eletrômetro quando o gravurista viu uma pequena bola de relâmpago saltar da barra para a testa de Richmann, jogando-o no chão.

Depois, houve uma explosão, e as chamas começaram a se espalhar.

Richmann foi a primeira vítima fatal de uma pesquisa elétrica.

"Nem todo eletricista pode morrer tão gloriosamente quanto o justamente invejado Richmann", escreveria o cientista britânico Joseph Priestley em 1767.

A pontapé
O século 19 testemunhou o início de uma era de enormes impérios editoriais e, para atender à demanda, foi necessário superar as limitações das rotativas elétricas existentes.

E, na década de 1860, o americano William Bullock ajudou a revolucionar o setor de impressão. Ele inventou a prensa rotativa de bobina, que resolveu vários problemas técnicos importantes.

Sua prensa permitia que grandes rolos contínuos de papel fossem alimentados automaticamente por meio de bobinas, eliminando assim o trabalhoso sistema de alimentação manual das prensas anteriores.

Além disso, a prensa se ajustava automaticamente, imprimia em ambos os lados, dobrava o papel, e as folhas eram cortadas com precisão e rapidez.

Mas, em abril de 1867, quando ele estava fazendo ajustes em uma das novas prensas que estavam sendo instaladas para o jornal Philadelphia Public Ledger, uma correia de transmissão se soltou da polia.

Em vez de desligar a rotativa, William Bullock honrou a antiga tradição de chutar a máquina para fazê-la funcionar.

A perna dele ficou presa no mecanismo e, embora tenham conseguido resgatá-lo, ele desenvolveu gangrena, e morreu durante uma operação para amputar a perna.

Em 1964, ele foi homenageado com uma placa que diz: "Sua invenção da prensa rotativa (1863) tornou possível o jornal moderno".

FONTE: BBC 

domingo, 26 de janeiro de 2025

VOCÊ SABE QUAL A ORIGEM DA FAMOSA LENDA URBANA DA "LOIRA DO BANHEIRO?"

 

Você provavelmente já ouviu falar sobre o mistério da loira do banheiro, porém, sabe como ela surgiu?  Vou contar para você.

A loira do banheiro é uma das lendas urbanas mais famosas no Brasil. Provavelmente você já ouviu falar sobre a história, ao menos na sua adolescência.

Funciona assim: após você falar o nome dela três vezes em frente ao espelho, falar alguns palavrões e chutar a privada, ela aparece. Uma observação é que isso só “funciona” se for na escola.

Além disso, é preciso salientar que dependendo da região do país e da escola a lenda possui variações. Ou seja, o jeito de invocar a loira do banheiro pode mudar de um local para o outro.

Ela é tão popular, que no Brasil ela já faz parte da cultura, tendo adaptações da sua história para o cinema, TV e livros.

Apesar de toda essa fama, você conhece a origem dessa personagem popular? O Mundo Real 21 vai te contar agora.

Origem da Loira do Banheiro
Imagem: Cinema Sim M de Mulher

Inicialmente, uma das origens mais aceitas é a inspiração na jovem Maria Augusta de Oliveira. Ela nasceu no final do século 19, em Guaratinguetá, São Paulo. Filha do Visconde de Guaratinguetá, teria sido obrigada a casar-se aos 14 anos com um homem influente. Para fugir da obrigação, vendeu suas jóias e aos 18 anos fugiu para Paris.

Consequentemente, ela viveu por lá até os 26 anos de idade, quando morreu misteriosamente. Até o atestado sumiu, não deixando nenhum vestígio do motivo da morte.

A família pediu que o corpo retornasse ao Brasil e que fosse colocado em uma urna de vidro até que o túmulo ficasse pronto. Mesmo após a sepultura estar pronta, a mãe de Maria Augusta não quis enterrá-la. Após ser atingida com diversos pesadelos enquanto o corpo estava na casa, ela consentiu em sepultar a jovem.

A loira do banheiro e as escolas
Imagem: Cinema Sim M de Mulher

Em 1902, o casarão da família se transformou na escola estadual Conselheiro Rodrigues Alves, onde dizem que seu espírito vaga até hoje. É comum que apareçam relatos dela surgindo nos banheiros femininos. A história ganhou ainda mais força após um incêndio misterioso acometer a escola, em 1916.

Além disso, a história ganhou força pelos funcionários de colégios usarem a lenda para conseguir a obediência dos garotos. Em contraste, a história de Maria Augusta de Oliveira foi esquecida, apesar de ser uma história forte sobre uma mulher lutando por sua liberdade e direitos.

FONTE: Hypeness

sábado, 25 de janeiro de 2025

SAIBA QUEM FOI PADRE ANCHIETA, O FUNDADOR DE SÃO PAULO

Tela 'A Fundação de São Paulo', de Oscar Pereira da Silva, feita em 1909 e parte do acervo do Museu do Ipiranga 

Como costumava dizer o historiador e arquiteto Benedito Lima de Toledo (1934-2019), São Paulo é das raríssimas grandes cidades do mundo que tem uma certidão de nascimento — data e local exato de sua fundação, além dos nomes de seus "pais".

No caso, o marco inaugural da maior metrópole da América do Sul é uma pequena missão religiosa iniciada por um grupo de 13 padres jesuítas no dia 25 de janeiro de 1554.

Naquela manhã de quinta-feira, com céu claro e poucas nuvens, eles rezaram uma missa no coração da então aldeia de Piratininga, depois de subir a difícil trilha que saía da vila de São Vicente, então sede da capitania, no litoral paulista.

Entre os nomes mais proeminentes daqueles religiosos estavam o dos sacerdotes Manoel da Nóbrega (1517-1570), que era o superior do grupo, Afonso Brás (1524-1610) e Manoel de Paiva (1508-1584), que foi o celebrante da missa.

Mas quem mais se destacaria dali por diante, tendo seu nome cravado e conhecido entre os fundadores de São Paulo, foi o jovem noviço José de Anchieta (1534-1597), que nem sequer tinha completado 20 anos.

Conforme conta à BBC News Brasil a historiadora Larissa Maia Artoni, especializada na trajetória da Companhia de Jesus, Anchieta tinha a função de escrever a respeito daqueles acontecimentos para reportar à cúpula da ordem, por meio de cartas enviadas à Europa.

Artoni trabalha no Pateo do Collegio, complexo histórico, cultural e religioso mantido pelos jesuítas no marco fundador da cidade de São Paulo.

A data de fundação do município só é conhecida por conta de uma carta redigida por Anchieta a seus superiores da ordem em Portugal. "A 25 de janeiro do ano do Senhor de 1554 celebramos, em estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa", escreveu.

Em 2014, 480 anos depois de seu nascimento e 460 anos após aquela missa, o papa Francisco canonizou-o. Com uma peculiaridade: no detalhado processo que a Igreja tem para conferir tal reconhecimento a alguém, o sumo pontífice dispensou Anchieta da comprovação de algum milagre.

Assim, a velha frase de que "santo de casa não faz milagre" tornou-se fato incontestável para todos os paulistanos.

"Os seus dados biográficos são bem conhecidos e documentados, origem, formação educacional, ação apostólica e trabalho intelectual. A sua vinculação aos jesuítas e o desempenho de missões no além-mar valeram-lhe a notoriedade. Esta é derivada de sua entrega e dedicação em tarefas de atração e de conversão dos indígenas, ao longo da zona costeira, entre a Bahia e o litoral sul do atual estado de São Paulo", diz à BBC News Brasil o historiador Paulo Henrique Martinez, professor na Universidade Estadual Paulista.

"A posteridade foi quem consagrou sua conduta e os resultados laicos e religiosos para os quais contribuiu desde que chegou ao Novo Mundo: o engajamento de lideranças e de grupos indígenas no trabalho de colonização, defesa e aproveitamento da terra; fortalecimento e consolidação da autoridade espiritual e institucional da Igreja na vida cotidiana; a eficácia didática que alcançou na propagação da fé, a partir da interação com usos e costumes indígenas, pela valorização da música, do canto, da palavra, da encenação, como recursos de comunicação individual e grupal", acrescenta.
Pátio do Colégio está ao lado do marco fundador de São Paulo Getty Images

Intelectual e dramaturgo

Nascido em San Cristobal de La Laguna, cidade da ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha, Anchieta foi um grande intelectual e religioso de seu tempo. Filho de uma descendente de nobres e de um revolucionário basco que se tornou prefeito daquela cidade, mudou-se aos 14 anos para Coimbra, em Portugal, para estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades. Em 1551, aos 17 anos, decidiu ingressar na Companhia de Jesus, abraçando assim a ordem religiosa.

"Embora sendo espanhol, ingressou na Companhia de Jesus no Reino de Portugal, ficando ao seu serviço, e encaminhado ao Brasil para evangelizar a nova terra. Por isso é considerado um dos fundadores das cidades brasileiras de São Paulo e do Rio de Janeiro", aponta à BBC News Brasil o pesquisador José Luís Lira, fundador da Academia Brasileira de Hagiologia e professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Ceará.

Teve tuberculose e sofria de escoliose. "Já no noviciado ele era descrito como uma pessoa que padecia de muitas dores", comenta Artoni.

Em 1553, respondendo a um pedido do provincial dos jesuítas no Brasil, o padre Nóbrega, chegou a Salvador. Três meses depois, foi enviado à capitania de São Vicente.

Foi por isso que no ano seguinte ele esteve na missa fundadora daquela comunidade. Naquele primeiro ano, o pequeno povoado ao redor do colégio utilizado para catequizar os indígenas tinha 130 pessoas. De acordo com cartas da época, os religiosos conseguiram, no período, batizar 36 deles.

Naquele momento, seu papel não era de liderança. "Foi, antes, mais um servidor da companhia, devotado e atuante, disciplinado e confiável, no processo de evangelização dos povos nativos e no zelo dos preceitos da Igreja e do poder real no Novo Mundo", diz Martinez.

"A doutrina da fé era o principal instrumento de ação e de administração dos fiéis, novos, antigos e recém-convertidos. Aos jesuítas competia o controle das almas, enquanto a administração portuguesa, civil e militar, estava empenhada na coordenação e no trabalho dos corpos. Os conflitos não foram raros, nem pequenos."

A intelectualidade e a veia artística de Anchieta foram muito úteis para os propósitos da Companhia de Jesus no Brasil. Ele circulou pelo sertão desconhecido aos portugueses e interagiu com muitos indígenas. Aprendeu tupi e ensinou latim aos nativos. A primeira gramática escrita sobre um língua do tronco tupi é de sua autoria: 'Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil', livro publicado em Coimbra em 1595.

"Chegando ao Brasil ele se afeiçoou ao indígena nativo e escreveu a primeira gramática da língua tupi. Poeta nato, ele foi um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas religiosos entre outros. É considerado e proclamado, portanto, o Apóstolo do Brasil. Sua fama de santidade perdura até hoje", lembra Lira.

Também escreveu peças teatrais e poemas de cunho religiosos e utilizava as artes cênicas como recurso na catequização dos indígenas. Tanto que é considerado dramaturgo, gramático e poeta e se tornou patrono da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Música.

Além disso, atuou como uma espécie de farmacêutico. "Ele foi muito além [do sacerdócio]", afirma Artoni. "Foi, por exemplo, o primeiro boticário da cidade de São Paulo. Aprendeu com os indígenas a medicina tradicional e aliou esse conhecimento com o que ele tinha, da Europa, para produzir medicamentos para ajudar na cura dos adoentados. Também confeccionou alpargatas para os missionários e teve uma missão muito plural, exercida de forma ampla."
O papa Francisco canonizou José de Anchieta em 2014 Getty Images

Trabalho missionário

Além de ter participado da fundação de São Paulo e ter atuado no então nascente povoado, Anchieta embrenhou-se em missões pelo litoral paulista e chegou a se oferecer como refém dos tamoios em conflitos destes com os colonizadores portugueses.

Mas ele não fazia ideia de que estava criando uma nova cidade e nem era este o ideal que o impulsionava. "A motivação era primordialmente religiosa", pontua Martinez. "Na política de expansão dos domínios de Portugal a propagação da fé católica foi associada ao engrandecimento do poder real e da riqueza mercantil da Coroa e de sua nobreza mais empenhada neste objetivo. A Companhia de Jesus operou ativamente na promoção deste duplo e mesmo objetivo: ampliação da fé e fortalecimento do poder monárquico leal ao papado."

A historiadora Artoni diz que Anchieta "foi uma potência na história do Brasil e, particularmente, na história de São Paulo". "Mas quando a gente fala que ele fundou São Paulo, é uma frase historicamente muito complexa, que podemos entender de forma um pouco mais subjetiva", esclarece. "Primeiro porque os jesuítas não vinham fundar cidades. Eles vinham fundar suas obras apostólicas, igrejas, colégios, noviciados."

Nesse sentido, ela diz que Anchieta não fundou São Paulo. "A cidade como tal vai nascer no século 18. O que Anchieta participou foi do ato de fundação de um colégio, no qual ele foi um estudante jesuíta que tinha como missão relatar para o superior geral da ordem [na Europa] o que acontecia nesse lugar", conta a historiadora.

Ela ressalta, contudo, que sua importância acabou crescendo de tal forma que acabou se tornando lugar-comum atribuir a ele a fundação da cidade de São Paulo.

"A instalação do colégio dos jesuítas no planalto de Piratininga teve o objetivo primeiro de facilitar a aproximação e a catequese dos indígenas, além de adequadas instalações para a circulação, evangelização e segurança dos enviados da Companhia de Jesus. O sucesso no aldeamento e a posição privilegiada ocupada pela edificação, no topo da colina, vista ampla e livre dos arredores, disponibilidade de água e facilidade de locomoção, foram alguns fatos responsáveis pelo adensamento do núcleo urbanizado inicial", diz o historiador Martinez.

De São Paulo, Anchieta mudou-se para o Rio, onde participou da guerra contra os franceses que ocupavam a baía de Guanabara e, de 1570 a 1573, dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro.

De 1577 a 1587 foi o provincial da Companhia de Jesus no Brasil, o cargo máximo da ordem no território colonial português. Depois disso, dirigiu o Colégio dos Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo e, em seguida, dispensado das funções, reitrou-se para Reritiba, hoje município chamado de Anchieta, no sul da mesma capitania, onde morreria em 1597.

"A história de Anchieta não está relacionada só com São Paulo", afirma à BBC News Brasil o padre jesuíta Nilson Maróstica, ex-reitor do Santuário Nacional São José de Anchieta. "Ele fundou Arraial da Ajuda, na Bahia; Anchieta, no Espírito Santo; ajudou a fundar o Rio de Janeiro; fundou São Vicente, tem presença marcante em Ilhéus, na Bahia; em Porto Seguro, também na Bahia; em Vitória e Presidente Kennedy, no Espírito Santo; e, em São Paulo, em Ubatuba, Bertioga, São Vicente, Itanhaém, Santos, Itu e Embu."

Além disso, Maróstica lembra que "no local onde hoje é a catedral da Sé, em São Paulo, Anchieta construiu uma pequena igreja dedicada a Nossa Senhora da Assunção, grande devoção do santo, desde a juventude".

Entre suas relíquias preservadas, um fêmur completo e uma de suas vestes estão na igrejinha do Pátio do Colégio, no centro de São Paulo.
Retrato de José de Anchieta feito por Benedito Calixto em 1902, parte do acervo do Museu do Ipiranga José Rosael/Hélio Nobre/Museu Paulista da USP/ Domínio Público

Enfim, santo

O reconhecimento de José de Anchieta como santo, com dispensa papal da comprovação de um milagre para tanto, foi resultado de um longo processo, como costuma acontecer em trâmites de canonização da Igreja Católica.

Antes, em 1980, ele havia sido reconhecido como beato pelo então papa João Paulo 2º (1920-2005).

"Ele já era beato e teve uma beatificação normal, ou seja, houve a aferição das virtudes heroicas e um milagre que possibilitou a beatificação", relata o hagiólogo Lira. "Em termos gerais, Anchieta sempre foi considerado santo."

"Sua obra catequética é fundamental na formação do Brasil Católico, além da importância educacional e da fundação da nossa maior metrópole, São Paulo. Ele foi canonizado sem a presença do segundo milagre. Havia vários pedidos nesse sentido, incluindo da própria CNBB [a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil]."

Canonizar sem milagre não é uma prática comum. No pontificado de João Paulo 2º, isto ocorreu apenas três vezes. Já Bento 16 (1927-2022) lançou mão do procedimento somente uma vez.

"No caso do padre José de Anchieta, após os estudos necessários e, principalmente, considerando a sua fama de santidade, num processo de canonização de mais de 400 anos, o papa Francisco assinou o decreto de canonização por equipolência no dia 3 de abril de 2014", comenta Lira.

Em conversa com a BBC News Brasil, o vaticanista Filipe Domingues, diretor do Lay Centre, em Roma, e professor na Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma, explica que o processo de canonização é apenas um "reconhecimento da Igreja" para uma pessoa que teria virtudes suficientes para ser considerada santa. Nesse sentido, diz ele, muitos e muitos santos devem ter existido sem nunca terem a chancela do Vaticano.

"Nos casos em que há uma notoriedade, a Igreja pode assinar embaixo, por meio de um decreto e de um reconhecimento público", explica ela, sobre o processo formal de canonização. Por norma, o trâmite depende do reconhecimento de um milagre para a beatificação e de um segundo para a canonização. Este processo foi aperfeiçoado ao longo da história para evitar abusos", contextualiza o vaticanista.

"Só que o papa sempre tem a prerrogativa de abrir exceções, para tudo na Igreja. Em sua visão, era possível canonizar Anchieta sem um segundo milagre porque ele achou que já havia evidências suficientes para que esse personagem fosse reconhecido como santo", afirma Domingues.

Na visão do hagiólogo Lira, o gesto de Francisco não representou "apenas a vontade papal", mas foi a conclusão "de um processo".

"É claro que a última palavra é do santo padre após os procedimentos preparados pelo Dicastério das Causas dos Santos.

Mesmo que para uma canonização equipolente os cardeais e os bispos que atuam no Dicastério das Causas dos Santos são consultados e o que perdura é sua fama de santidade, suas virtudes heroicas e sua dedicação à causa do reino de Deus.

Assim, o papa Francisco reconheceu sua santidade", explica. Há uma coincidência. Francisco, assim como Anchieta, é jesuíta — o primeiro papa jesuíta da história.

Mas a santidade popular de Anchieta remonta aos tempos em que ele vivia. Como conta Maróstica, quando o jesuíta vivia no Brasil a Companhia de Jesus solicitou à igreja de sua cidadezinha natal informações sobre seu batismo. Então foi acrescentada uma observação na mesma folha que tem o seu registro. "José atualmente mora no Brasil, é religioso, tem fama de santo e é chamado de apóstolo do Brasil", conta o padre.

"Levou uma vida de santidade", enaltece. "Temos inúmeros relatos de milagres que ele realizou em vida." Segundo Maróstica, há uma história de que, poucos dias antes da morte de Anchieta, ele teria curado um indígena que não conseguia mais andar.

O processo de canonização de Anchieta começou logo após sua morte. Em 1636 ele já era reconhecido como venerável.

"Papa Francisco, que conhecia a história de Anchieta, achou que não era mais necessário comprovar as virtudes e a santidade dele. Assim, ele usou o costume do Vaticano de canonizar por equipolência, ou seja, ele foi declarado santo sem precisar apresentar um milagre: todas as suas virtudes e todos os milagres realizados antes e depois de sua morte são considerados válidos para declará-lo santo", explica.

FONTE: BBC NEWS BRASIL

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

VEJA 10 MISTÉRIOS ATERRORIZANTES QUE TALVEZ VOCÊ NÃO CONHECIA

Quando falamos em mistérios no que você pensa? ET de Varginha? Chupacabra? Atlântida? Pois conheça 10 mistérios aterrorizantes dois quais você, provavelmente, nunca ouviu falar e que irão dar pano para manga naquelas conversas de bar.

E se você conhecer algum mistério “não tão famoso” ou quiser relatar alguma história misteriosa da qual você foi o protagonista, sinta-se a vontade para contribuir nos comentários:

1. Shanti Deva
Em 1930 uma indiana de quatro anos disse que já tinha vivido em um lugar chamado Muttra, que ela foi uma mãe de três filhos e que morreu dando a luz. Seu nome “anterior” havia sido Ludgi. 

Como ela insistia na história, os pais de Shanti investigaram tudo e descobriram que realmente há uma vila chamada Muttra e que, recentemente, uma mulher chamada Ludgi havia morrido lá. 

Eles levaram Shanti ao local e ela começou a falar no dialeto da região, reconheceu seu ex-marido e seus filhos e confirmou alguns fatos que só Ludgi saberia. Reencarnação?

2. O gnomo aterrorizante
Tome cuidado com aquele barbudo simpático que sua mãe insistiu em colocar no jardim! Em 2008, um gnomo assustador foi filmado por José Alvarez, um argentino que diz que a criatura estava passeando por sua cidade, a província de Salta. 

Segundo Alvarez, ele estava conversando com alguns amigos sobre pescaria e brincava com seu celular quando ele ouviu um barulho estranho, como se alguém estivesse atirando pedras. 

Quando ele avistou uma sombra, pensou que fosse um cachorro, mas depois percebeu que se tratava de um gnomo. Desde então, outros habitantes de Salta dizem terem visto a mesma criatura rondando a cidade.

3. O fantasma de Freddy Jackson
A foto acima, tirada em 1919, foi publicada em 1975 por Victor Goddard, um oficial da RAF – Força Aérea Real (da Inglaterra). O retrato mostra o esquadrão de Goddard, que havia servido na Primeira Guerra Mundial. 

Um rosto borrado “extra” aparece ao lado de outro oficial. Dizem ser o rosto de Freddy Jackson, um mecânico que havia sido morto por acidente dois dias antes da foto ser tirada. 

Outros membros do esquadrão reconheceram a face de Jackson. Acreditam que Freddy não teria percebido que estava morto e teria aparecido para a foto mesmo assim. Bizarro.

4. A ponte Overtoun
A ponte Overtoun é, como você pode ver, uma ponte de arcos, que fica localizada na Escócia. Construída em 1859, ela ficou famosa pelo número inacreditável de cachorros que, aparentemente, se suicidaram, pulando dela. 

Os incidentes começaram a ser notados nos anos 50, quando cães (normalmente collies) pulavam da ponte sem nenhuma explicação. E, em casos que os cachorros sobreviviam à queda e se recuperavam, eles voltavam à ponte para se atirar novamente. 

O pior é que eles costumam pular do mesmo lado da ponte e no mesmo lugar – do lado direito, entre os dois últimos arcos. Algumas pessoas acreditam (e não dá pra tirar a razão delas) que a ponte é assombrada. 

Em 1994, um cara jogou seu filho, um bebê, da ponte acreditando que ele era o anticristo. Depois o mesmo homem tentou se suicidar se jogando da ponte. Outros acreditam que a ponte seja um lugar em que a barreira entre nosso mundo e o além seja mais fina. Seja como for, alguém se voluntaria a dar uma volta por lá?

5. James Worson
No ano de 1873, no dia 3 de setembro, James aceitou o desafio de quebrar o recorde de velocidade (a pé) do percurso entre as cidades de Leamington e Coventri. 

Dois amigos então o acompanharam, a cavalo. Um deles, Hammerson Burns, levou sua câmera com ele e ia tirando fotos, enquanto Worson conversava alegremente com eles. Segundo os amigos eles olharam para a frente por um breve instante quando ouviram um grito de agonia de Worson. 

Pensando que ele havia tropeçado, eles voltaram para ajudá-lo. Só que não encontraram nada nem ninguém. Worson havia simplesmente desaparecido. 

Burns até tirou fotos da estrada, que mostrava pegadas de Burns andando normalmente, depois como se ele havia tropeçado e depois mais nada, como se ele não houvesse mais tocado o chão. 

Eles chamaram a polícia, que levou os cães farejadores. Por algum motivo, os bichos não queriam se aproximar do local em que James havia caído. Worson nunca mais foi visto.

6. As pegadas do “demo”
Na área próxima a Devon, em fevereiro de 1855, uma série de pegadas estranhas apareceu na neve, depois de uma pesada tempestade. 

Elas tinham a forma de cascos e seguiam em linha reta por um percurso inacreditável de 160 quilômetros, basicamente em linha reta – sem desviar de rios congelados, casas e qualquer outro obstáculo. 

Seja lá que criatura foi, ela caminhou em linha reta, pelos lados de paredes e telhados. Também surgiram boatos de que uma criatura parecida “com o demônio” havia sido avistada. 

Os cidadãos se armaram para enfrentar a criatura, mas não encontraram nada. Recentemente, em março de 2009, marcas como aquelas foram encontradas novamente em Devon – você pode vê-las nas fotos acima.

7. Felicia Felix-Mentor
Há registros que Felicia havia morrido em 1907, depois de uma doença que, segundo os haitianos, acomete aquelas pessoas que devem se tornar zumbis. 

Em 1936, uma mulher nua (ou com roupas rasgadas, dependendo da fonte) foi encontrada andando sem rumo nas ruas, quando finalmente tomou o caminho de uma fazenda que ela dizia pertencer ao seu pai. Quando ela chegou lá, seu marido a reconheceu e, por causa de sua saúde, ela foi levada a um hospital.

O médico que a tratou diz que seu comportamento era muito estranho: ela ria sem emoção e sem motivo, falava de si mesma na terceira pessoa, havia perdido o senso de tempo e não se importava com as coisas em volta dela. Seria Felicia um zumbi?

8. As misteriosas esferas metálicas do Brasil
Nas florestas do norte do Brasil, pessoas dizem ver muitas esferas metálicas misteriosas, que emitem um leve zumbido e que, por vezes, as perseguem pelas ruas. 

Quando vistas, elas emitem luz e, elas não só são de procedência desconhecida, como testemunhas afirmam que elas são letais.  

Pessoas expostas a elas sofrem de dor por dias a fio e algumas que são atingidas pelos raios de luz morreriam na hora.

9. SS Ourang Medan
Em fevereiro de 1948 o barco holandês SS Ourang Medan, que navegava as águas da Indonésia, mandou um recado aterrorizante para todos os navios que conseguiam captar suas mensagens. 

A mensagem era “Todos os oficiais e o capitão estão mortos na ponte e na sala de mapas. Possivelmente toda a tripulação está morta”. Essa mensagem foi seguida por um código Morse indescritível que, depois, foi seguido pelas seguintes palavras: “eu morro”. 

Quando o primeiro barco de resgate se aproximou do SS Ourang Medan, eles viram que não havia movimentação no navio e mandaram uma equipe para lá. 

O que eles viram foi aterrorizante: toda a tripulação estava morta, com os olhos arregalados voltados para o Sol, com os braços esticados e com uma expressão de horror congelada em suas faces. 

A equipe de resgate decidiu guinchar o SS Ourang Medan até o porto mais próximo, mas antes que eles pudessem fazer isso o navio explodiu e depois afundou. Até hoje ninguém sabe o que houve.

Gef
Em setembro de 1931 a família Irwing (James, Margaret e a filha deles, Voirrey, de 13 anos) disse ter ouvido barulhos estranhos vindos do chão de madeira de sua casa. 

Primeiro eles acharam que era um rato ou algo do gênero, mas logo os sons começaram a ficar mais estranhos, como se fosse um choro de um bebê e cachorros rosnando. 

Eles descobriram, por fim, uma criatura que era do tamanho de um rato, com um pelo amarelado e uma cauda peluda. A criatura sabia falar e se apresentou como um “mangusto, nascido em Nova Déli, na Índia em 1852 chamado Gef”. Voirrey teria acolhido Gef – e até sua morte, em 2005, ela afirmou que o mangusto não foi uma invenção sua. [Listverse]

FONTE: hypescience

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

CONHEÇA A MAIOR CAVERNA DO MUNDO EM IMAGENS SURPREENDENTES

 

A caverna é um uma verdadeira obra de arte da natureza. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

Escondida no coração do Vietnã, a Hang Son Doong não é apenas a maior caverna do mundo, mas um universo subterrâneo que desafia nossa imaginação. Descoberta por acaso em 1990 por Ho Khanh, um morador local, e oficialmente explorada em 2009, Son Doong não é fácil de encontrar — nem de esquecer. 

Cercada por selvas densas no Parque Nacional Phong Nha-Ke Bang, a caverna parece algo saído de um filme de ficção científica: seu interior abriga florestas, rios, estalagmites colossais e passagens tão vastas que poderiam acomodar um Boeing 747 voando através delas.

Esculpida pela natureza

Formada há cerca de dois a três milhões de anos, a caverna se originou quando rios subterrâneos começaram a esculpir um túnel gigantesco através do calcário. Essa composição única permitiu que Son Doong desenvolvesse claraboias naturais — sumidouros gigantes que deixam a luz do sol penetrar e, com isso, criam um ecossistema único e autossuficiente. 
A caverna é um uma verdadeira obra de arte da natureza. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

Mas as florestas são apenas o começo. Algumas imagens de Son Doong revelam formações impressionantes, como estalagmites que se elevam a 80 metros de altura, parecendo pilares que sustentam o teto da caverna. Uma das mais famosas, a "Mão do Cachorro", é uma bela estalagmite com cerca de 60 metros de altura.
Homem em cima da estalagmite "Mão de Cachorro". (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

Em outros cantos, pérolas de caverna, formadas ao longo de milênios por gotas de água carregadas de carbonato de cálcio, decoram o chão como se fossem joias de um tesouro escondido.
As "pérolas" da caverna. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)
O rio subterrâneo que corre pela caverna é outra maravilha. Ele se origina em sistemas cavernosos vizinhos e serpenteia pela Hang Son Doong, criando pequenas cachoeiras e, em certas épocas do ano, enchendo lagos verde-jade que refletem as claraboias naturais. 
Belos rios que se formam na caverna. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

É nesses lagos que os visitantes podem flutuar sob a luz filtrada, cercados pelo silêncio impressionante do mundo subterrâneo.

Pontos famosos

Os sumidouros, conhecidos como Doline 1 e Doline 2, são dois dos pontos mais fotografados da caverna. Quando o sol alcança a Doline 1, os feixes de luz criam uma atmosfera surreal, iluminando a névoa do rio e as formações ao redor.
O brilho magnífico de uma das entradas. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

Já a Doline 2, apelidada de "Jardim de Edam" (uma brincadeira com outra caverna que recebeu o nome de "Jardim do Éden"), abriga uma floresta tropical em plena caverna, onde samambaias, begônias e até árvores altas florescem como se o mundo acima nem existisse.
O Jardim de Edam em todo o seu esplendor. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

E se isso não bastasse, a Grande Muralha do Vietnã, uma parede de calcita de 90 metros de altura, representa o limite final da exploração inicial da caverna. Foi apenas na segunda expedição que os exploradores conseguiram superá-la, revelando novas passagens e confirmando o status de Son Doong como a maior caverna já registrada.
A Grande Muralha do Vietnã. (Fonte: Oxalis/ Divulgação)

Ao longo dos anos, novas descobertas continuaram a expandir os limites do que sabemos sobre Son Doong. Em 2019, uma expedição revelou um túnel subaquático que conecta a caverna a outra, chamada Hang Thung, aumentando ainda mais seu já impressionante volume.

Visitar a Hang Son Doong não é uma tarefa simples — apenas um número limitado de pessoas é autorizado a explorar seu interior a cada ano, e a caminhada até sua entrada é desafiadora. Mas aqueles que se aventuram retornam com histórias de um mundo que parece suspenso no tempo, onde cada passo revela um novo detalhe deste universo subterrâneo.

Seja pelas florestas escondidas, as passagens que poderiam engolir arranha-céus inteiros ou os rios que somem no horizonte, Hang Son Doong continua a nos lembrar que, mesmo em um mundo tão explorado, ainda há mistérios que nos deixam sem palavras.

FONTE: MEGACURIOSO

ME SIGA NO TWITTER!