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terça-feira, 25 de setembro de 2018

CONHEÇA A MULHER QUE DORMIU COM 32 ANOS DE IDADE E ACORDOU COM 15

Busca pela própria história em meio à amnésia trouxe dor à Naomi, mas também mudou sua vida para melhor, diz ela ARQUIVO PESSOAL/NAOMI JACOBS

Da noite para o dia, Naomi Jacobs esqueceu quem era e teve de começar a procurar pistas sobre si mesma.

Ela se deu conta do que se passava ao acordar, numa quinta-feira de abril, dez anos atrás, na cidade britânica de Manchester, em uma pequena casa de tijolos marrons.

"Nos primeiros segundos eu pensei que ainda estava sonhando", diz ela.

"Mas era mais um pesadelo. Eu não conseguira reconhecer o quarto onde estava".

"Eu lembro que a primeira coisa que vi foram as cortinas, e não as reconheci, e depois aconteceu o mesmo com tudo no quarto... o guarda-roupas, a cama em que eu estava deitada...Eu olhei para o meu corpo e estava vestida com um pijama que eu nunca tinha visto. Tudo era estranho."
"Pulei da cama e me vi no espelho. Meu rosto havia mudado. Eu parecia pálida e percebi que tinha envelhecido. Quando falei em voz alta pela primeira vez, minha voz soou muito diferente."

Mas diferente do quê?

"Eu pensava que tinha 15 anos. Todos os meus sentidos, todas as minhas emoções eram as de uma garota dessa idade. E eu acreditava que estava em 1992."
A britânica acordou certo dia achando que tinha 15 anos, como se não tivesse vivido entre os anos 1992 e 2008 AFP

Mas não era 1992 e Naomi não tinha 15 anos. O ano era 2008 e ela tinha, na realidade, 32 anos de idade.

Ela havia perdido toda a memória da última década e meia de sua vida.
De volta para o futuro

Naomi teve que enfrentar o século 21 como a adolescente de 15 anos que havia sido.

Teve de se inteirar da vida moderna, da tecnologia, da cultura e das notícias.

Para ela, as redes sociais não existiam, nem a internet, iPods, iPads...enfim.

E não é só isso.
Redes sociais e outros aspectos da vida moderna eram novidade para Naomi. A sensação, segundo ela, era de ter viajado para o futuro GETTY IMAGES

Em sua realidade, na África do Sul o sistema político e social do apartheid ainda estava de pé e Nelson Mandela não havia terminado de percorrer seu longo caminho até a liberdade.

No Iraque, Saddam Hussein estava no poder. Na Inglaterra, a princesa Diana continuava acumulando admiradores e, nos Estados Unidos, a ideia de que um homem negro sequer pudesse querer chegar à Casa Branca ainda era um sonho para alguns, e um pesadelo para outros.

"Uau, isso foi incrível, eu simplesmente não conseguia assimilar. Eu realmente nunca tinha pensado que veria algo assim na minha vida. No começo achei que fosse uma pegadinha... 'Quem é esse Obama? É sério (que isso está acontecendo)?'", lembra ela.

Um menino chamado Leo

Mas o mais desafiador foi se adaptar ao fato de que ela era a mãe de um menino de 10 anos chamado Leo.

"Durante as primeiras 24 horas, eu realmente não conseguia compreender o fato de que eu tinha um filho. Embora tivessem me dito que sim, e de eu tê-lo visto, fiquei perplexa. Fiquei chocada ao ver aquela versão em miniatura de mim saindo de uma sala de aula, com um enorme sorriso, e tudo o que eu pude fazer foi ficar olhando pra ele", diz ela.
Naomi não conseguia acreditar que um homem negro, como Obama, pudesse imaginar ser candidato nos EUA, e ainda mais vencer GETTY IMAGES

Naomi não contou a Leo o que estava acontecendo porque não queria assustá-lo.

Com isso, fez o melhor que pôde para agir como pensava que uma mulher de 32 anos agiria, ainda que por fim tenha precisado perguntar a ele a que horas normalmente ele ia para a cama.

"Ele me olhou espantado e fingi que era uma brincadeira", lembra ela, sorrindo.

Mas Leo foi uma das poucas surpresas agradáveis que teve.

'Eu não queria estar naquela vida'

Quando tinha 15 anos, Naomi queria ser jornalista ou escritora, viajar pelo mundo e morar em uma casa grande.

Mas, em vez disso, ela descobriu que era mãe solteira, que dependia do Estado para pagar suas contas e manter uma casa, que estava desempregada e estudando Psicologia, uma área que quando era adolescente não lhe interessava de maneira alguma.
'Leo me apresentou ao Google, ao Yahoo e à internet. Eu tinha que fingir que sabia usar e dizia: 'Me mostre o quanto sabe'', diz Naomi GETTY IMAGES

"Eu era muito crítica com o meu eu adulta. Não entendia como havia terminado daquele jeito. Era em parte devastador e em parte confuso. Não queria estar naquela situação. Não queria estar naquela casa. Não queria estar naquela vida", disse.

Quanto mais descobria sobre sua vida, menos gostava dela.

Começou a considerar sua versão adulta como se fosse praticamente outra pessoa. Era a adolescente versus a adulta.

"Durante o período que sofri de amnésia, o meu eu adolescente estava no comando. A adulta era uma desconhecida que havia construído uma vida que me era muito estranha", expica Naomi.

No entanto, ela percebeu que, para poder sobreviver ao presente, precisava corrigir seu passado.

Debaixo de sua cama

Ela havia ido a um médico que não só não a ajudou, como nem sequer acreditou nela, então teve que descobrir sozinha como melhorar.

"Eu decidi que iria descobrir como recuperar minhas memórias, e a primeira coisa que teria que investigar era o que havia provocado aquilo, como havia terminado naquela situação", diz ela.
Sua memória estava 'guardada' debaixo da cama, em uma caixa de papelão repleta de diários que escreveu quando era mais jovem GETTY IMAGES

Sua irmã Simone e sua melhor amiga Katie, que a ajudaram desde o início, contaram-lhe que ela havia sido uma ávida escritora de diários desde que era adolescente... e que esses diários deveriam estar em algum lugar da casa.

Depois de uma busca frenética, elas encontraram uma caixa de papelão debaixo da cama, cheia de diários, de respostas a suas perguntas e de recordações daqueles 16 anos que lhe haviam roubado.
Fevereiro de 2006: não me lembro que data é, acho que 5 ou 6, mas quem se importa...

Estou cansada, farta, drogada e infeliz. Eu quero chorar por tudo e por nada, mas acima de tudo pelo fato de que estou presa.

Estou cansada desta vida. Estou comendo demais, como se a comida fosse acabar. Até me drogar está me irritando.

Estou muito atrasada com meu trabalho da universidade e, para completar, fui diagnosticada com transtorno bipolar! Será resultado do amor da minha mãe?
Havia muito o que tirar desses diários.

Ela descobriu que havia tido problemas de dependência de drogas.

"Eu fumava muita erva e depois, antes da amnésia, tive uma crise. Estava consumindo muita cocaína. Então, sim, definitivamente tive problemas de dependência", lembra ela.

"Foi humilhante. Nunca imaginei como adolescente que aquela seria a minha vida. Fiquei arrasada. Não podia acreditar que era daquele jeito que eu havia escolhido lidar com a realidade."
A Noami 'adolescente' ficou decepcionada ao descobrir que havia recorrido à maconha e à cocaína, já adulta, para escapar da realidade GETTY IMAGES

Além disso, ela descobriu que em certo momento chegou a ficar desabrigada.

"Eu tive um negócio bem-sucedido e minha própria casa e, em seguida, devido a certos problemas, acabei em um caminho muito autodestrutivo. Eu perdi o meu negócio. Perdi minha casa. Tive um problema com cocaína. Me mudei para a Grécia por um tempo. Mas isso não funcionou", diz ela.

"Quando voltei, estava sem-teto, falida, e fui diagnosticada naquele momento com transtorno bipolar. Então, sim, foi uma época devastadora."

Mas havia algo mais nos diários. Algo que fez a "adolescente" e crítica Naomi deixar de ser tão dura consigo mesma.

'Uma ferida profunda'

"O momento que mudou tudo foi quando descobri nos diários que havia sido abusada sexualmente quando era criança. E que mantive essa memória enterrada dos 6 aos 25 anos de idade.

"Quando cheguei nos trechos em que havia escrito isso comecei a entender que havia, na verdade, uma ferida profundamente arraigada."
Ela também entendeu por que nunca havia gostado de vestir roupas cor-de-rosa GETTY IMAGES

É difícil imaginar como foi, para a adolescente de 15 anos que estava em sua mente naquele momento, ler sobre aquele episódio amargo que registrou em seu próprio diário quando tinha 25 anos de idade.

"Eu não creio que haja palavras. Eu usei palavras como 'devastador', 'humilhante', 'horripilante'. Simplesmente não há como descrever uma mente adolescente que lê uma adulta escrevendo sobre o abuso que sofreu quando criança", explica Naomi.

"Acho que, no começo, fiquei paralisada e, depois, completamente destruída pelo impacto."

Nessa época, a Naomi adolescente começou a escrever para a Naomi adulta. Depois de saber o que aconteceu, ela lhe disse:
16 de setembro de 2005

Agora entendo por que nunca gostei de usar roupas cor-de-rosa. Estava com um vestido dessa cor quando o abuso sexual aconteceu. Associo rosa com vulnerabilidade.

Relembrar aquilo foi horrível - foi como viver tudo de novo - mas se não tivesse feito isso agora não entenderia o que houve.
Foi aí que ela começou a sentir mais compaixão por sua versão adulta.

Por que ela 'se tornou' adolescente?

Ainda restavam, porém, muitas perguntas sem resposta. Por que ela não se lembrava da sua vida entre 1992 e 2008? O que havia acontecido quando tinha 15 anos? Por que precisamente essa idade?

"Houve muito estresse. Minha família havia entrado em colapso. Meu padrasto tinha ido embora. Minha relação com minha mãe estava abalada", diz Naomi.

De acordo com os diários, por volta daquele período, Naomi e sua mãe, que era alcoólatra, tiveram uma discussão terrível.

"Uma briga bastante agressiva em que ela terminou bebendo e eu, tentando me matar", recorda.
O desajuste de tempo em sua mente ajudou a lhe dar respostas sobre como acontecimentos do passado influenciaram a sua vida GETTY IMAGES

"Só quando li isso nos diários me dei conta de que tudo começou comigo. Fui eu quem na verdade havia me dado por vencida. As decisões que tomei aos 15 anos direcionaram minha vida para o curso que a Naomi adulta tomou", diz ela.

Pela primeira vez desde que havia perdido a memória, Naomi foi capaz de enfrentar tudo o que havia acontecido com ela.

Lembranças voltando

Ela disse que os diários a deixavam triste, mas também impressionada com o fato de a Naomi adulta ter conseguido sobreviver a tudo o que havia passado.

Depois, muito lentamente, as coisas começaram a mudar. Um dia, ela ouviu uma música...

"...E tive esse flashback em que eu estava usando um vestido de grávida dançando em um clube. Eu contei a recordação a minha irmã e ela confirmou que realmente havíamos estado lá", lembra ela.
Sua primeira lembrança, sem a ajuda dos diários, foi dia um dia em que ela dançava GETTY IMAGES

"O que estava fazendo em um clube com três meses de gravidez?"

"O fato é que eu estava eufórica porque havia me lembrado de algo. E assim foi acontecendo depois disso. (Me lembrava de) pequenas coisas. Um sabor, um som, uma música, um perfume", diz ela.

E, em uma manhã de verão, cerca de três meses depois de perder suas memórias, em uma casa de tijolos marrons em Manchester, Naomi estava acordando e se sentindo diferente.

"Foi igual a quando acordei como uma adolescente no futuro. Sentia como se estivesse em um sonho".

Mas, desta vez, foi um bom sonho.

Suas memórias voltaram e ela sentiu e sabia que tinha 32 anos - e que o ano era 2008.
Cerca de três meses depois de perder suas memórias, ela acordou recuperada e se sentindo com a idade certa no ano 2008 GETTY IMAGES

A Naomi adulta estava de volta, com uma nova perspectiva depois de ter podido ver sua vida pelos olhos de seu eu de 15 anos.

E isso "mudou tudo, tudo".

Uma das maiores mudanças foi que ela se reconciliou com sua mãe, que agora é uma de suas amigas mais próximas.

O que havia acontecido com ela?

Se passaram outros três anos antes de Naomi conseguir que a diagnosticassem.

"Conheci um psiquiatra incrível e lhe contei tudo o que havia acontecido. Bom, quase toda a história da minha vida. Ele pesquisou muito sobre o caso, conversou com colegas e todos chegaram à conclusão de que eu tive algo chamado amnésia dissociativa."

Esse é um tipo muito raro de amnésia. Não é fisiológica - Naomi não perdeu a memória por ter sofrido uma pancada na cabeça, por exemplo - mas sim psicológica, causada por estresse severo.

Receber um diagnóstico lhe fez sentir "um alívio profundo".

"Caí no choro", conta ela.
4 de julho de 2013

Querida Naomi adolescente,

Sei que não lhe escrevo há quase quatro anos, mas queria dizer agora que entendo, entendo tudo.

A vida mudou para melhor...Imagine! Pela primeira vez na minha vida convidei a minha mãe e o meu pai para virem à minha casa e, no dia do Natal, com Leo, jantamos juntos.

O que mais? Leo tem um emprego. Toda vez que duvido de mim mesma, só preciso ver o quão maravilhoso ele é e sei que fiz algo certo. Eu tenho um filho com mais de 1,80m de altura, que adora skate e comédias, é brincalhão, artístico e diz: "Quando se trata de quem eu sou, mamãe, estou feliz sendo eu".

Hoje li que quando os japoneses quebram um objeto precioso, não o jogam fora; eles montam tudo de novo, preenchem as rachaduras com ouro e o veem como mais bonito do que era originalmente.

Agora entendo o que você tentava me dizer quando acordou no meu futuro.

Que eu sou ouro.

Obrigada.

Te amo sempre,

Naomi adulta
Naomi escreveu um livro sobre sua amnésia intitulado Forgotten Girl (Garota esquecida, em tradução literal).

AUTOR: BBC

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

DOENÇA DO SUPER-SONO, 'FUI DORMIR NA SEXTA-FEIRA E SÓ ACORDEI NO DOMINGO'

Para acordar, Lucy precisa de vários despertadores, medicamentos e ajuda de familiares

Muita gente sofre para acordar de manhã. Você acha que teve uma boa noite de sono, mas quando o despertador começa a tocar é muito difícil não desejar 'só mais cinco minutinhos' debaixo do edredom.

Mas para Lucy Taylor, do País de Gales, acordar é ainda mais difícil.

Aos 42 anos, ela precisa combinar medicação, vários despertadores em volume altíssimo e sacolejos de seus familiares para conseguir acordar. Lucy tem uma doença rara chamada hipersonia idiopática.
O que é a hipersonia idiopática?

Esta é uma doença rara que causa sonolência excessiva.

"A doença faz com que eu durma por períodos muito longos - esta é a parte da hipersonia", diz Lúcia. "Já o termo idiopática significa somente que a causa é desconhecida", diz ela.

"Eu costumo ficar muito cansada durante o dia. O sono simplesmente não é revigorante, e é extremamente difícil levantar depois que eu estou dormindo", diz.

"O período mais longo que eu dormi foi da tarde de sexta-feira até a tarde de domingo", diz ela.
Viver com a hipersonia idiopática é uma espécie de tortura, diz Lucy

"Naquele fim de semana não tinha ninguém em casa para me acordar. Cheguei em casa do trabalho na sexta-feira por volta das 17h, me deitei, e quando acordei já era tarde de domingo", detalha Lucy.

A britânica toma de 12 a 15 doses de medicamento por dia, apenas para conseguir acordar de manhã e manter-se de pé durante o dia.
Quais são os sintomas da hipersonia?

Segundo especialistas, esta é uma doença rara, que atinge duas a cada 100 mil pessoas. E sabe-se muito pouco a respeito do distúrbio.

Os sintomas da hipersonia incluem necessidade de cochilar durante o dia, sem sentir-se revigorado depois; pegar no sono com frequência enquanto come ou conversa com outras pessoas; e dormir durante muito tempo à noite mesmo quando você já dormiu durante o dia.

Lucy descreve sua doença como uma tortura.

"É quase como estar debaixo d'água tentando chegar à superfície. Quero ser deixada sozinha e dormir", diz. "É muito difícil lutar contra a necessidade de sono, é muito difícil permanecer acordada e ser uma pessoa funcional", diz ela.
Apoio da família

A doença também cria dificuldades para a família de Lucy.

A mãe dela, Sue, precisa dormir em casa com Lucy durante os dias de semana, para lhe dar a medicação e garantir que ela acorde para ir trabalhar.

"É triste ver Lucy desse jeito. Antes da doença, ela tinha uma boa vida", diz Sue.
A mãe de Lucy, Sue, precisa ficar com ela durante a semana para garantir que ela acorde a tempo de ir trabalhar

"Agora, ela às vezes planeja passar tempo com a filha mas não acorda a tempo. É frustrante para a filha", diz Sue.

"Se eu estiver aqui, consigo acordar ela a tempo para ela fazer as atividades com a filha. É maravilhoso, mas sem ajuda ela não consegue acordar", diz Sue.
'Não é preguiça'

"Ninguém realmente entende a doença. Eles acham que ela está sendo apenas preguiçosa, ou que ela não quer acordar. Não entendem o quanto a vida é uma luta para ela", diz Sue.

Sue admite que acordar sua filha é difícil. "Quando Lucy está dormindo, nada pode acordá-la", diz Sue.

Ela coloca vários despertadores para Lucy, mas eles nem sempre funcionam. Ela, então, precisa falar em voz alta com a filha e chacoalhar o corpo dela até que acorde.
A vontade de seguir em frente

"É muito difícil vê-la vivendo desta forma. É muito triste. Simplesmente não há pesquisa a respeito desta doença", diz a mãe de Lucy.

Apesar do cotidiano ser uma verdadeira batalha, Sue elogia a disposição de sua filha para seguir em frente.

"Ela é muito determinada. É só a força de vontade que mantém ela vivendo, porque é uma doença muito difícil de conviver. Ela também tem sorte de ter uma equipe médica fantástica para ajudá-la", diz a mãe.

AUTOR: BBC

segunda-feira, 2 de julho de 2018

ATENÇÃO!!! ESSAS PESSOAS CONSEGUIRAM VENCER A DEPRESSÃO E TEM ALGO IMPORTANTE A DIZER PARA VOCÊ

“A depressão pode parecer um tópico incontestável para um livro edificante”, diz Daniel Jackon, professor do MIT e autor do novo livro Portraits of Resilience.

“Mas quando eu desenhei essa jornada, tive uma impressão de que os membros da minha comunidade – estudantes, professores e administradores do MIT – teriam mais para compartilhar do que histórias tristes. Talvez, tendo entrado nesse lugar escuro, eles emergiriam com sabedoria e clareza – não apenas sobre a depressão, mas sobre a própria adversidade da vida em si” – completou o autor.

“À medida que minha comunidade universitária lutou para chegar a um acordo com uma série de suicídios e uma pesquisa que descobriu que menos da metade de nossos alunos atendiam aos critérios para uma saúde mental ‘florescente’, me pareceu que aqueles que experimentaram a depressão, a ansiedade, os traumas, ou desafios semelhantes não foram derrubados por esses problemas. Afinal, eles estavam na linha de frente da nossa luta, e suas ideias e experiências são capazes de ajudar a todos”.

Com isso em mente, Daniel decidiu criar um livro, “Retratos de Resiliência” em tradução livre, para capturar os rostos e as histórias daqueles que enfrentaram lutas contra sua saúde mental. Ele espera que a série resultante de retratos traga “força e tranquilidade para aqueles que estão sofrendo, e uma compreensão mais profunda para todos nós acerca do problema”.

Essas pessoas conseguiram vencer a depressão tem algo importante para dizer a você. Veja só:

14 – Emily Tang
“Eu sou melhor para mim mesma agora, o que é uma grande coisa. Agora, é menos importante que eu tire um tempo egoísta para mim mesma. Eu sou melhor em lutar contra o monstro da ansiedade. Eu sou melhor para vencer a depressão, diariamente. Não sou perfeita nisso, mas considerando o fato de ter chegado à metade das aulas durante as três últimas semanas, e ter ficado deprimida no último semestre… é, acho que fiquei, sim. Se isso acontecesse há dois anos, não teria ido a nenhuma das aulas. Eu teria acabado de desaparecer do mapa. Estou conseguindo”.

13 – Justin Bullock
“Cheguei a dormir de treze a dezesseis horas por dia. Quando penso naquele tempo, o pensamento mais doloroso é que eu pude ver que meus amigos estavam tentando tanto me ajudar… Eles entravam no meu quarto e eu só olhava o computador e não os olhava e não falava com eles. Eu simplesmente não podia, ou não… Eles iam embora e eu gostaria que eles ficassem. Mas por que eles ficariam quando eu não estava interagindo com eles?”

12 – Anita Hom
“O que você vê em outras pessoas não é tudo o que existe. Você pode estar pensando que todos os outros que o cercam têm isso, mas eles realmente não vivem assim. Você descobrirá isso. Eu costumava pensar que o objetivo era ser perfeita e que todos esperavam que eu fosse perfeita. Eu não me sinto mais dessa maneira. Posso fazer coisas que estão erradas, não há problema algum. Posso cometer erros e lamentar sobre eles e pedir desculpas por eles…não se trata de ser perfeita. Esse não é o objetivo, isso não é humano”.

11 – Eva Breitenbach
“A parte realmente difícil era que eu estava me sentindo como se não pudesse me comunicar com as pessoas à minha volta. Fiquei bastante quieta, mas sorria muito. Meu sorriso era como uma careta e não era reconhecível como um sorriso. Isso me deixou muito consciente de mim mesma, então eu geralmente não fazia nenhuma expressão, porque se meu rosto estivesse descansando, aí não podia dizer que nada estava acontecendo”.

10 – John Belcher
“O que eu não percebi foi a importância de se envolver com as pessoas. A depressão acontece quando você fica preso dentro de sua própria cabeça. Você tem que sair da sua cabeça, porque sua cabeça é um lugar muito estranho. Se você está conectado às outras pessoas, é possível obter uma perspectiva maior sobre seus problemas e afastar-se das coisas que levam a essa espiral descendente. É uma maneira muito melhor de viver”.

9 – Haley Cope
“Comecei a escrever a história da minha vida e a tentar entender o que deu errado. Minha intenção era escrever essa história e depois me suicidar. Mas eu não tinha terminado a história quando chegou a hora do que eu planejei. A sensação de não ter terminado algo é muitas vezes o que me impediu”.

8 – Lydia Krasilnikova
“A mente é como o solo de uma floresta. Quanto mais você caminha, mais profundo chega e é mais fácil andar novamente. Quando eu não estava tão bem, havia um caminho caindo na infelicidade, e quanto mais eu caminhava sobre ele, mais profundo era esse caminho”.

7 – Samuel Jay Keyser
“Um médico entrou no meu quarto. Ele ficou no pé ao lado da minha cama. Ele estava com uma prancheta, um estetoscópio, tinha uma plaquinha com o nome, um casaco branco e todos os atributos de sua autoridade, e disse: ‘Sr. Keyser, sua operação foi um sucesso, mas sinto muito dizer-lhe que nunca mais irá caminhar’. Agora, quando ele disse isso para mim, o que eu disse dentro da minha cabeça era foi um “f**a-se”. Mas o que eu disse a ele foi: ‘Sinto muito por ouvir isso’”.

6 – Grace Taylor
“Ter essa experiência com a depressão me permitiu ter mais compreensão de que a vida é complicada e aceitar esse fato. Além disso, quando as pessoas estão lidando com problemas semelhantes, eu sempre hesito em dizer ‘Oh, você está deprimido’. Eu nunca quero presumir que todos experimentaram a minha experiência, mas certamente sinto que isso pode acontecer com qualquer um”.

5 – Karen Hao
“A parte mais assustadora da minha depressão estava me olhando no espelho e não reconhecendo mais quem eu era”.

4 – Mary Tellers
“Você tem que acreditar que há uma luz no final do túnel. Não tenho certeza de que ela existe para todos. A doença não é algo que as pessoas sempre se livram, mas eu acreditei que poderia, e pode ser por isso que estou tão bem agora. Talvez eu não seja ótima para sempre, mas se eu alguma vez estiver naquele poço escuro novamente, eu tenho as ferramentas para sair dele”.

3 – Barbara Johnson
“Sempre tem algo acontecendo. Todo mundo terá alguma coisinha. Ninguém é imune. Eu digo às pessoas: ‘se alguém lhe disser que não tem nada, então está mentindo’. De verdade. Todos têm desafios, certo?”

2 – Sathya Silva
“Eu perdi toda a minha confiança e unidade e tudo o que me faz quem eu sou. Eu me tornei um zumbi que viu apenas o pior nas pessoas. Olhando para trás, não posso culpar meus amigos por não quererem sair comigo. Percebi que precisava de uma mudança”.

1 – Dylan Soucup
“Em nenhum momento eu procurei tratamento formal de saúde mental, mas ao mesmo tempo, se eu olhar para trás, eu tinha tratamento de saúde mental, de certa forma, através dos meus colegas. Eu tive aconselhamento algumas vezes nesses pequenos momentos em que meus colegas puderam estar lá para mim, conversar sobre como eles estavam lidando com isso, quais eram suas emoções na época, compará-los com as minhas e conhecer, no final, que todas eram boas emoções”.

Afinal, somos seres humanos. A única dor é, na verdade, não sentir nada. Caso você esteja enfrentando uma depressão, tenha certeza de que nunca estará sozinho e que, independentemente de como se sinta, tudo isso irá passar.

AUTOR: MISTÉRIOS DO MUNDO

domingo, 24 de junho de 2018

CONTRA SUICÍDIOS, A IMPORTÂNCIA DO APOIO SOCIAL E DO CUIDADO COM A SAÚDE DA MENTE

Depressão e transtornos mentais estão fortemente associados ao suicídio; no Brasil, há mais de 11 mil casos por ano, segundo Ministério da Saúde GETTY IMAGES

Nana Calimeris até hoje se vê diante de momentos em que fica mais retraída e isolada, suscetível a sensações de grande desilusão - e a pensamentos de suicídio.

Aos 43 anos, a escritora enfrenta a depressão e a ansiedade desde a adolescência, época em que começou a desenvolver "uma vontade muito grande de morrer".

"Me sentia uma pessoa horrível. A sensação era a de que eu estava respirando o ar que deveria ser de outro ser humano."

Casos recentes de grande repercussão de suicídio em colégios e universidades, bem como a morte de celebridades como o chef e apresentador Anthony Boudain e a designer Kate Spade - ambos no auge de suas vidas profissionais -, evidenciam a importância em falar sobre o tema e diminuir o estigma em torno da saúde mental.

Os números também são alarmantes: a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo, totalizando quase 800 mil mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde.

No Brasil, segundo o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, são mais de 11 mil suicídios por ano, e alguns especialistas temem que haja uma subnotificação de casos.

Não é possível saber o que está por trás de cada uma dessas histórias, uma vez que o suicídio é multicausal, ou seja, não há um único fator ou culpado.

Mas especialistas apontam que, em grande parte dos casos, há um histórico de transtornos mentais, diagnosticados ou não: depressão, ansiedade, esquizofrenia, bipolaridade, borderline (de comportamento impulsivo e compulsivo), entre outros.

"Não é possível reduzir o suicídio a uma única causa, mas a depressão causa uma disfunção dos neurotransmissores do cérebro. É parte de um conjunto de fatores psicológicos, culturais, físicos e bioquímicos", diz à BBC News Brasil Daniel Martins de Barros, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC), em São Paulo.
Momentos de isolamento e crise grave requerem atenção médica imediata; é importante estar atento GETTY IMAGES

Associados a essas doenças estão os chamados "Ds": além da depressão, há "o desespero, desamparo de grupo social, desesperança, desemprego, divórcio e dependência química. Quanto mais 'Ds', maior é o risco de suicídio", explica à BBC News Brasil o psiquiatra Fabio Gomes de Matos e Souza, coordenador do Programa de Apoio à Vida (Pravida) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Diante disso, dizem os especialistas, é preciso sempre cuidar da saúde mental com o mesmo empenho que nos ensinaram a ter com o restante do corpo.

Corpo saudável

E isso começa por "ter uma vida saudável mesmo: sono adequado, alimentação adequada, atividades físicas e evitar o isolamento social", explica Daniel Barros.

"Os exercícios físicos aumentam as substâncias do prazer - a seratonina, a dopamina e a noradrenalina -, que ficam em níveis baixos em pessoas deprimidas", agrega Souza, do Pravida. "Então as atividades físicas funcionam como um escudo protetor. A meditação, a ioga, a natação e o exercício na academia ajudam o corpo a ter mecanismos fisiológicos de combate à depressão."

Foi o que Nana Calimeris aprendeu ao longo da convivência com a doença: ela usa a ioga e a meditação para ajudar a conter a ansiedade.

"Aprendi a respirar e a lembrar que as crises de ansiedade são cíclicas e passam", conta à BBC News Brasil.

"Algumas crises são longas. Mas, com a respiração (da meditação), elas duram menos e eu consigo distinguir meus pensamentos. Isso traz a consciência de que a angústia talvez seja fruto da minha imaginação. Tem hora que dá certo, tem hora que não dá."

O momento mais crítico da doença de Nana foi aos 28 anos, quando ela se viu prostrada na cama com uma crise de depressão profunda. "Eu não via saída para lidar com aquela dor", conta.

Nana tentou se matar, ingerindo uma dose cavalar de medicamentos. Felizmente, sua mãe a viu desacordada e a levou ao hospital.

Hoje, ela não espera mais chegar ao fundo do poço: "Quando começo a ter ideias suicidas, a sensação de que não tenho possibilidade de aceitação, ou quando me jogo na comida, vou na mesma hora ao médico, porque sei que não estou legal".

A partir daí, com a ajuda do psiquiatra, ela dosa os medicamentos e os combina com terapia. "Nenhum deles resolve (o meu problema) separadamente."
Transtornos mentais alteram a química do cérebro e podem causar disfunção na liberação de neurotransmissores específicos GETTY IMAGES

'Guardiões da vida'

Um apoio crucial para Nana vem do filho de 18 anos, que aprendeu a distinguir os momentos em que a saúde da mãe não está bem.

"Ele vê quando eu começo a me isolar, quando deixo de sair, e me alerta", conta Nana.

Da mesma forma, pessoas atentas a sinais de isolamento de quem está ao seu redor podem ajudar na prevenção ao suicídio, explica Souza, do Pravida.

Ele tem ajudado na formação de "guardiões da vida" em escolas, instituições públicas e empresas cearenses.

"Trata-se de um grupo atento e treinado para identificar pessoas que estejam faltando, se isolando, chorando. E que se perguntem: 'será que que ela está deprimida? Vou falar com ela'", diz o psiquiatra.

"É preciso ter esses guardiões também dentro da família, que percebam quando é hora de conversar, de levar (o parente) para uma avaliação médica, para que dê tempo de tratá-lo."

Os sinais a prestar mais atenção são, segundo Souza e Barros:

- Mudanças de comportamento e perda de interesse pelas coisas de que a pessoa gostava;

- Crises de choro, ideias pessimistas e de nulidade;

- Comportamentos compulsivos ao extremo;

- Pessoas que perderam alguém de que tenham grande dependência emocional;

- Pessoas que já tenham histórico familiar de depressão e suicídio.

Casos assim têm de ser "avaliados imediatamente", adverte Souza. Mas como distinguir tristezas passageiras de casos de alta gravidade?

"Na dúvida, considere aquela pessoa em perigo", opina o psiquiatra. "Pode ser uma tristeza, pode não ser. É bom buscar uma avaliação de um especialista em saúde mental. É melhor ter certeza, porque não podemos arriscar aquilo que não podemos (nos dar ao luxo de) perder."
'Guardiões da vida' em escolas, famílias e empresas podem ajudar a identificar pessoas que estejam vulneráveis à depressão GETTY IMAGES

Rede de proteção social

Ao longo do tratamento, as redes de apoio social têm um papel fundamental para pessoas com doenças mentais.

"Tenho amigos que são imprescindíveis", relata Nana. "Fez toda a diferença para mim ter um amigo virtual com quem eu falava por Skype em momentos difíceis. Ele me ouvia mesmo quando eu me repetia; ele lia os textos que eu escrevia. São pequenas coisas que fazem muita diferença."

Nesses momentos, o que um amigo deve ou não dizer?

Para Nana, os amigos ajudam ao serem genuinamente presentes.

"É querer saber de verdade como você está, e não apenas querer ouvir um 'estou bem'. É dizer 'estou aqui'. Tenho um amigo que me traz uma lembrancinha sempre que viaja, e é algo que me toca profundamente", diz.

"O que não ajuda, nos momentos de depressão, é dizer 'vamos sair, vamos tomar um sol'. Não adianta. A gente não falaria isso para alguém doente de câncer, então não adianta falar para alguém doente de depressão."

A escritora e psicanalista Paula Fontenelle, autora de Suicídio: O Futuro Interrompido - Guia para Sobreviventes, acha que devemos evitar meias palavras se estivermos preocupados com um amigo deprimido.

"Uma amiga me telefonou certa vez, e notei que ela estava ligando para se despedir de mim. Perguntei sem rodeios se ela estava pensando em tirar a própria vida. Ela desatou a chorar e contou que sim, que já havia planejado tudo", diz Fontenelle, que acabou conseguindo que a amiga buscasse tratamento, no qual está até hoje.

"É preciso ser direto e ouvir sem julgamento, porque não tem certo ou errado nessas horas. O que a pessoa quer é acabar com a própria dor, não necessariamente morrer. E como a dor é muito grande e muita gente não tem com quem conversar, se você abre a porta para um diálogo, já está ajudando muito."
Há tratamento para transtornos mentais e ele é capaz de salvar vidas, diz psiquiatra
Na juventude, drogas e excessos digitais GETTY IMAGES

Mundialmente, o suicídio já é a segunda maior causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos. E, no Brasil, pesquisas indicam que a morte autoinfligida de crianças de 10 a 14 anos aumentou 65% entre 2000 e 2015.

É preciso lembrar que o cérebro juvenil está exposto a um desequilíbrio no amadurecimento: o hipocampo e a amígdala, regiões cerebrais responsáveis pelos sentimentos e pelo armazenamento de emoções, amadurecem mais rapidamente que o córtex pré-frontal, responsável pela regulação emocional e de impulsos. Essa disparidade dura até os 25 anos de idade.

"Temos de ensinar isso aos mais jovens: o seu cérebro ainda está sendo gestado", opina Souza, do Pravida. "Quanto mais saudável o cérebro, menos vulnerável ele estará à depressão e ao suicídio. E por isso é tão importante evitar álcool e drogas. Há uma percepção de que a maconha é inócua, mas ela favorece a depressão, a esquizofrenia e o suicídio."

Essa faixa etária enfrenta ainda outro desafio moderno: a excessiva valorização da vida digital em detrimento das relações presenciais.

"Existe um desequilíbrio grande e uma ausência de espaços para desabafar e conversar, em vez de apenas olhar a 'revista digital' do Instagram, onde você não vê quem está mal ou sofrendo, porque essas pessoas estão sozinhas em seus quartos", diz o psiquiatra.
Abuso de substâncias químicas é um fator de risco para o suicídio - mesmo a maconha, percebida como inócua, pode favorecer a depressão e a esquizofrenia GETTY IMAGES

Proteção e diagnóstico

Por fim, Souza destaca o papel das políticas públicas de prevenção, algo que passa por diminuir o tabu em torno das doenças mentais e aumentar a proteção em edifícios e espaços públicos e privados - por exemplo, grades em pontes e estações de metrô, redes protetoras em varandas públicas ou ao redor de escadarias.

"Há quem diga, 'ah, mas quem quer se matar vai encontrar um modo'. Mas como o suicídio tem um componente muito forte de impulsividade, a dificuldade de acesso já vai ter um impacto", opina Souza.

O Ministério da Saúde tem uma "agenda estratégica" de combate ao mal, com a meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020 por meio de "ampliação da vigilância, prevenção e atenção integral", mas Souza opina que são necessárias campanhas de saúde pública mais amplas, a exemplo do que é feito com doenças infecciosas.

"O Brasil tem campanhas sistemáticas contra a dengue, que matou 200 pessoas no ano passado. Pelo suicídio morreram quase 12 mil", compara.

Do ponto de vista clínico, ele defende um prontuário único para pacientes do SUS, que permitisse acompanhar o histórico de saúde mental de pacientes e a dosagem de medicamentos receitados - evitando algo comum, que é um paciente obter o mesmo medicamento tarja preta de vários médicos e acabar tendo em mãos uma dose potencialmente mortal.

E ele ressalta que é possível, sim, tratar a depressão e a intenção suicida. "Não nos deixemos levar pelo 'não tem jeito'. Tem tratamento sim, e é eficaz", diz.

Nana Calimeris se diz um exemplo disso. Nos últimos anos ela passou a se dedicar à carreira de escritora, e seu livro A Biblioteca de Alexandria tem como personagem principal uma jovem que convive com a depressão.

"E pensar que eu estava disposta a ir embora sem ter realizado esse sonho de ser escritora", pondera. "Por isso acho que é preciso sempre falar em prevenção. As pessoas julgam: 'mas essa pessoa tinha tudo; por que ela se matou?'. Vai ver que ela se matou porque não deu conta. O suicídio existe e precisamos falar a respeito."

* O Centro de Valorização da Vida (CVV) dá apoio emocional e preventivo ao suicídio. Se você está em busca de ajuda, ligue para 188 (número gratuito) ou acesse www.cvv.org.br. (Até 30 de junho de 2018, o CVV atende pessoas de Maranhão, Bahia, Pará e Paraná no número 141; após essa data, o atendimento ao país inteiro migrará para o 188.)

AUTOR: BBC

terça-feira, 3 de outubro de 2017

ALERTA: TATUAGENS PODEM INFECCIONAR ANOS DEPOIS DE PRONTAS

(Belyjmishka/iStock)

Você sai do estúdio de tatuagem, protege a região desenhada, passa alguma pomada até cicatrizar e voilà. Depois, basta ter cuidado para que a área tatuada fique protegida do sol e sua tatuagem seguirá firme e forte (mais ou menos opaca), eternizada na sua derme. Simples, não é? Talvez nem tanto.

Depois que uma mulher tatuada foi internada com uma alteração nos gânglios linfáticos, médicos estão alertando seus pacientes que os desenhos na pele podem infeccionar mesmo depois de 15 anos que a tatuagem foi feita.

A australiana de 30 anos chegou ao hospital Royal Prince Alfred, em Sidney, assustada com a possibilidade de estar com câncer, já que sentia dor em alguns nódulos da axila. No entanto, a suspeita foi descartada assim que os médicos retiraram o tecido – a inflamação que o sistema linfático dela estava tentando “limpar” do organismo nada tinha a ver com câncer.

Os especialistas que analisaram a biópsia concluíram que os caroços em questão eram uma reação a uma tatuagem que ela havia feito 15 anos antes. E recomendaram que os médicos perguntem se o paciente tem tatuagens quando alguém chegar até eles com um quadro de linfoma semelhante ao da australiana.

Os gânglios linfáticos são estruturas responsáveis por defender o nosso sistema imunológico. Eles ficam localizados em pontos estratégicos do corpo, como axilas, virilha e pescoço, por exemplo, e produzem os glóbulos brancos, que são conjuntos de células capazes de destruir bactérias, vírus e células anormais. Ou seja, filtram a sujeira do nosso corpo para que a gente não adoeça. Quando ficamos doentes, os nódulos linfáticos incham em resposta à infecção.

Já faz algum tempo que os médicos sabem que a tinta da tatuagem depositada na derme, camada sob da epiderme que contém nervos e vasos sanguíneos, pode ser transportadas até os gânglios linfáticos (os caroços podem, inclusive, ficar da cor do desenho). Mas um estudo recente comprovou que isso pode acontecer mesmo após a cicatrização, uma década depois que a tatuagem for feita. Cientistas do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF) descobriram que nanopartículas de dióxido de titânio presentes na tinta da tatuagem podem viajar pelo corpo, serem reconhecidas como células estranhas e se alojarem nos nódulos linfáticos.

Os pesquisadores do ESRF ainda alertam sobre a qualidade do pigmento utilizado no rabisco. Quando alguém pretende se tatuar, o principal cuidado é com a higiene do material utilizado para que nenhuma doença seja transmitida no compartilhamento de agulhas, mas pouca gente dá atenção à composição química das tintas. Estudos prévios mostram que muitas delas contêm substâncias perigosas como níquel, crômio, manganês ou cobalto.

Diante dessas novas descobertas, o que mais preocupa os cientistas é que o pigmento das tatuagens viaja no corpo em forma de nanopartículas – e não se sabe exatamente como essas partículas tão pequenas se comportam.

Aos tatuados de plantão, vale considerar se o risco compensa antes de marcar a próxima sessão.

AUTOR: SUPERINTERESSANTE

domingo, 24 de setembro de 2017

POR QUE PESSOAS COM SANGUE TIPO O NEGATIVO SÃO TÃO RAROS E ESPECIAIS?

Você sabe seu tipo sanguíneo, caro leitor? Bom, o sangue é algo importantíssimo para o corpo humano. É por ele que funciona um "meio de transporte" do corpo. 

O sangue distribui oxigênio, vitaminas nutrientes, remédios e células de defesa onde é necessário. Caso seu tipo sanguíneo seja o O-, saiba que ele é considerado doador universal e o AB+ o receptor universal, que pode receber sangue de qualquer um.

Para vocês terem uma ideia, cada bolsa de sangue, com 400 ml, pode salvar até quatro vidas. Vítimas de acidentes, transplantados e pacientes com problemas de coagulação são exemplos de pessoas que são beneficiadas com a doação de sangue.

Mas afinal, por que o sangue O- é considerado raro e especial?

O que acontece é que o tipo de sangue O- é particularmente muito útil em situações de emergências, como nas que citamos anteriormente. Com a transfusão desse tipo de sangue, as pessoas recebem, digamos assim, uma chance de viver. 

Como esse tipo de sangue é universal, pode ser transfundido para qualquer pessoa que necessite. Esse tipo também é mais seguro quando o caso envolve recém nascidos, especialmente aqueles com sistema imunológico subdesenvolvido.
O curioso é que esse tipo de sangue é relativamente raro em comparação com os outros. Estima-se que ele está presente em 1 a cada 15 indivíduos. Isso significa que aproximadamente 6% da população tem sangue O-. 

No entanto, nem todos os grupos étnicos compartilham as mesmas proporções de tipos de sangue O-. Para vocês terem uma ideia, ele está presente em 8% dos caucasianos e 4% dos afro-americanos.

Mas e aí, você já sabia do quanto esse tipo de sangue é especial? Não esqueça de deixar um comentário!

quarta-feira, 14 de junho de 2017

ATORES INTERNACIONAIS QUE SE FORAM E VOCÊ 'TALVEZ' NEM SABIA #1

Infelizmente, muitos dos atores que tanto nos encantaram na infância e adolescência, através de filmes e séries, já não estão mais entre nós e possivelmente sequer saibamos, seja por memória fraca, por não acompanhar muito as notícias ou mesmo pela pouca divulgação do ocorrido.

Se você é muito novo, talvez esta postagem não seja para você, mas muitos daqueles atores que tanto assistimos no Cinema em Casa ou na Sessão da Tarde já faleceram há muitos anos, permanecendo vivos somente em nossas memórias.

Pessoalmente, fazer esta postagem me trouxe uma tristeza bem profunda, pois em muitos dos casos fui surpreendido.

Certamente você já sabia de muitos dos que verá abaixo, mas será que você já sabe de todos?

BUBBA SMITH ("LOUCADEMIA DE POLÍCIA")
O ator Bubba Smith foi encontrado morto em sua casa em Los Angeles por seu cuidador em 3 de agosto de 2011, aos 66 anos de idade. Ele morreu de intoxicação aguda e doenças cardíacas. Fentermina, uma droga para perda de peso, foi encontrada em seu sistema. Seu coração pesava mais que o dobro de um coração humano médio.

PAUL DAVID GRAF ("LOUCADEMIA DE POLÍCIA")
Graf morreu de um ataque cardíaco em 7 abril de 2001, aos 50 anos, enquanto assistia a um casamento da família.

BARNARD HUGHES ("BLOSSOM")
Hughes faleceu em 11 de julho de 2006 de causas naturais cinco dias antes de seu aniversário de 91 anos.

BILL BIXBY ("O INCRÍVEL HULK", ANOS 80)
Ele faleceu em 21 de novembro de 1993, aos 59 anos, por complicações em decorrência de um câncer, já diagnosticado como terminal.

EDWARD PLATT ("AGENTE 86")
Edward Platt faleceu em 19 de março de 1974, aos 58 anos, devido a um infarto agudo do miocárdio. Anos mais tarde seu filho declarou que sua morte foi por suicídio, após duas tentativas frustradas.

CHRIS FARLEY ("UM NINJA DA PESADA" E "MONG & LÓIDE")
Em 1997 o declínio na saúde de Farley era evidente, com a voz rouca, transpiração contínua e a pele avermelhada. Anos antes de sua morte, Farley procurou tratamento para a obesidade e abuso de drogas.

Ele faleceu aos 33 anos em 18 de dezembro de 1997. No dia anterior, ele estava com uma prostituta, fazendo uso de crack e heroína, e quando ela estava saindo de seu apartamento, ele caiu com dificuldade para respirar e disse a ela: “Não me deixe”. Minutos depois, ela tirou uma fotografia dele ali e depois foi embora.

Seu irmão, John, encontrou-o na tarde do dia seguinte, caído segurando um boné de beisebol e um rosário. Havia sangue saindo do seu nariz e um líquido branco e espumoso de sua boca. John chamou o 911, mas Farley já estava morto.

JOHN RITTER ("O PESTINHA")
Em 11 de setembro de 2003, aos 54 anos, Ritter sentiu-se mal enquanto ensaiava as cenas para uma 2ª temporada da série 8 Simple Rules. Foi levado ao hospital, onde faleceu por conta de uma dissecção aórtica causada por um defeito cardíaco congênito e hereditário previamente diagnosticado.

BRITTANY MURPHY ("RECÉM CASADOS")
A atriz faleceu em 20 de dezembro de 2009, aos 32 anos, porém a morte da atriz permanece um mistério. A princípio a causa da morte foi pneumonia, agravada pela anemia por deficiência de ferro. A atriz foi encontrada inconsciente no chuveiro após ter passado o dia inteiro indo ao banheiro vomitar, segundo a mãe.

Cinco meses depois o seu marido, Simon Monjack, também foi encontrado morto em casa, aparentemente por pneumonia aguda e anemia profunda.

Em novembro de 2013, um novo laudo contratado pelo pai da atriz, apontou níveis muito acima do normal de pelo menos dez metais pesados, tanto no organismo de Murphy quanto no de seu marido Monjack. O resultado indica que ambos podem ter sido envenenados.

PATRICK SWAYZE ("GHOST - DO OUTRO LADO DA VIDA")
Swayze morreu em 14 de setembro de 2009, aos 57 anos, após sofrer por dois anos com um câncer pancreático.

VINCENT SCHIAVELLI ("GHOST - DO OUTRO LADO DA VIDA")
Schiavelli morreu de câncer de pulmão em 26 de dezembro de 2005, aos 57 anos, em sua casa.

RICK AVILES ("GHOST - DO OUTRO LADO DA VIDA")
Depois de ter contraído HIV através de abuso de heroína, Aviles morreu em 17 de março de 1995, aos 42 anos, devido às complicações da AIDS.

ANDY WHITFIELD ("SPARTACUS")
Em março de 2010, Whitfield foi diagnosticado com câncer (LNH), e iniciou tratamento imediato na Nova Zelândia. Embora o ator tivesse se declarado livre do câncer apenas dois meses depois, ele sofreu complicações da doença no final do ano e foi obrigado a abandonar o papel. Em 11 de setembro de 2011, 18 meses após a descoberta do câncer, o ator veio a falecer.

MARK RITTS ("O MUNDO DE BEAKMAN")
O ator faleceu aos 63 anos em sua casa, em 7 de dezembro de 2009, devido a um câncer renal.

STANLEY KAMEL ("MONK")
O ator foi encontrado morto em seu apartamento em 8 de abril de 2008, aos 65 anos, vítima de um ataque cardíaco.

ESTELLE GETTY ("PARE! SENÃO MAMÃE ATIRA")
Faleceu aos 84 anos de idade, em 22 de julho de 2008, vítima de Demência de corpos de Lewy.

TREVOR GODDARD ("MORTAL KOMBAT" E "PIRATAS DO CARIBE")
Foi encontrado morto em sua residência em 7 de junho de 2003. A autópsia revelou que Goddard morreu de uma overdose de heroína, cocaína, temazepam e vicodin, tendo a polícia descartado a hipótese de morte acidental e considerado um aparente suicídio por ingestão de drogas (embora Goddard não tenha deixado carta para confirmar a hipótese).

AROON SEEBOONRUANG ("SE BEBER, NÃO CASE! PARTE II")
Aroon Seeboonruang faleceu de causas naturais em 14 de outubro de 2011, aos 98 anos.

ALEXANDER GODUNOV ("DURO DE MATAR")
Em 18 de maio de 1995, os amigos de Godunov ficaram preocupados quando ele deixou de atender ou ligar para os mesmos. Uma enfermeira, que não o via desde 8 de maio, encontrou o seu corpo na casa do ator na Califórnia. Ele faleceu devido a complicações da hepatite devido ao alcoolismo crônico.

JOHN MATUSZAK ("OS GOONIES")
O ator faleceu em 17 de junho de 1989, aos 38 anos, por uma overdose de dextropropoxyfeno (analgésico, substância também encontrada na cocaína), agravado por uma insuficiência cardíaca, decorrente de anos tomando esteroides anabolizantes, e uma pneumonia.

WALTER MATTHAU ("DENNIS, O PIMENTINHA")
O ator faleceu em 1 de julho de 2000, aos 79 anos, após uma série de problemas de saúde no decorrer dos anos.

Em 1966 ele teve um ataque cardíaco e mais tarde foi diagnosticado com duas formas de câncer. Em 1976, ele fez uma cirurgia de ponte de safena. Em 1993, ele foi hospitalizado novamente com pneumonia bilateral. Em 1995, ele teve um tumor benigno no cólon. Em 1999, ele foi internado novamente com pneumonia, onde foi diagnosticado com câncer de novo, o qual levaria sua vida.

HAROLD RAMIS ("OS CAÇA-FANTASMAS")
Faleceu em 24 de fevereiro de 2014, aos 69 anos, em decorrência de um tipo raro de vasculite autoimune, que provoca o inchaço dos vasos sanguíneos.

ELIZABETH PEÑA ("MODERN FAMILY" E "LA BAMBA")
Peña morreu no dia 14 de outubro de 2014, aos 55 anos, por conta a uma cirrose do fígado devido ao abuso de álcool.

RICHARD KIEL ("007 - O ESPIÃO QUE ME AMAVA")
Kiel morreu de possível infarto agudo do miocárdio e doença arterial coronariana, três dias antes de seu 75º aniversário, em 10 de setembro de 2014.

JONATHAN BRANDIS ("A HISTÓRIA SEM FIM II")
Em 12 de novembro de 2003, Brandis se suicidou com uma corda de nylon após voltar de um jantar com os amigos. Ele não deixou nenhum tipo de recado. O jovem bebia moderadamente e havia parado de fumar havia dois anos, no entanto, segundo um amigo do ator, na noite do suicídio, ele havia bebido muito e dizia que poderia se matar. O ator estava bastante decepcionado com sua participação no filme “A Guerra de Hart”, um papel que ele dizia que seria sua volta, porém as cenas em que ele aparecia acabaram por ser cortadas na versão final do filme.

RIVER PHOENIX ("INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA")
Em 31 de outubro de 1993, aos 23 anos, Phoenix teve uma overdose do lado de fora de uma boate em Hollywood, chamada Viper Room, cujo um dos sócios era Johnny Depp. Na noite de 30 de outubro, River iria fazer uma performance com o seu amigo Flea do Red Hot Chili Peppers. 

Em algum ponto da noite Phoenix foi ao banheiro consumir drogas e um conhecido (provavelmente, John Frusciante, ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers) lhe ofereceu uma combinação conhecida como Speedball (heroína e metanfetamina), logo após consumir a droga ele se sentiu mal. Ao deixar a boate, ele desmaiou na calçada e começou a convulsionar por oito minutos.

Quando a notícia chegou ao clube, Flea imediatamente deixou o palco e se apressou para ajudar o amigo. Quando os paramédicos chegaram ao local o coração de Phoenix já não mais batia, ele foi levado às pressas ao hospital, acompanhado por Flea, mas não sobreviveu. No dia seguinte, o clube se tornou um santuário e milhares de fãs deixaram flores, fotos e velas na calçada e mensagens nas paredes do local. Uma faixa foi colocada na janela da boate, onde lia-se: “Com muito respeito e amor a River e sua família, o “Viper Room” está temporariamente fechado. Nossas sinceras condolências a todos os seus familiares, amigos e entes queridos. Ele fará falta”. O clube permaneceu fechado durante uma semana. Johnny Depp continuou a fechar o clube todos os anos no dia 31 de outubro, até vender sua parte na sociedade em 2004.

E aí, você sabia de todos? Quais lhe surpreenderam? Comente!

AUTOR: MINILUA

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