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terça-feira, 23 de março de 2021

SAIBA DE 5 MISTÉRIOS DE MARTE QUE AINDA NÃO FORAM RESOLVIDOS; VÍDEO

 
FOTO: YOUTUBE

Eu tenho certeza que você não sabe todos os mistérios que não foram desvendados até hoje, mas a partir de agora toda essa dúvida irá ser sanada. Marte parece um lugar desolado e empoeirado. O planeta vermelho coloca muitas questões para as mentes mais inteligentes o estudarem. Há muito que aprender com os projetos que a NASA tem em andamento.

FONTE: UMA CURIOSIDADE

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A EXPLORAÇÃO DE URANO E NETUNO VOLTA A SER ALVO DE PROJETOS INTERNACIONAIS

Netuno visto pela Voyager 2 Foto: Divulgação/Nasa/JPL
Depois de mais de 40 anos “esquecidos”, os gigantes Urano e Netuno voltam à cena com a proposta de duas missões interplanetárias. E, como era de se esperar, a China marca presença.

Este ano – e certamente os próximos quatro ou cinco anos – será focado na reconquista da Lua, com os projetos de missões tripuladas e construção de bases. Mas também serão anos dedicados a estreitar a exploração científica de Marte. Por enquanto, nada mais ambicioso do que recolher amostras do solo para envio à Terra, mas com foco também em futuras missões tripuladas.

Enquanto isso, as ideias de explorar planetas mais distantes vão surgindo e algumas delas, felizmente, já estão se concretizando. Em especial nas fronteiras do Sistema Solar.

Nos planetas mais distantes

As sondas Pioneer 10 e 11 e as Voyagers 1 e 2 fizeram um tour pelo Sistema Solar, estudando os gigantes gasosos distantes. Em especial a Voyager 2, que além de Júpiter e Saturno, estudou os planetas mais distantes Urano e Netuno, no final da década de 1980.

Desde então, Júpiter e Saturno ganharam missões próprias, com sondas orbitando seus sistemas por anos a fio: Júpiter teve a sonda Galileo e, atualmente, a Juno e Saturno foi estudado pela sonda Cassini por mais de 10 anos. Mas parou nisso. Urano e Netuno ficaram esquecidos desde então.

As conversas para construir uma missão de reconhecimento de Netuno começaram a convergir nos últimos dois anos e, em julho do ano passado, surgiu uma proposta concreta. 

A missão Trident, em alusão ao tridente de Netuno, foi apresentada numa conferência de ciências planetárias nos EUA.
Mosaico de Tritão Foto: Divulgação/Nasa/JPL

A proposta é que a agência espacial dos EUA (Nasa) financie uma missão da classe Discovery dentro dos preceitos de “melhor, mais rápida e mais barata” que tem a "New Horizons" como um recente sucesso.

A missão, aliás, seria nas mesmas bases da "New Horizons" que fez um sobrevoo em Plutão e Caronte em 2015: a Trident irá fazer um sobrevoo rápido por Netuno e Tritão, sua enigmática lua. 

Em geral, é assim que as missões evoluem, com uma missão de sobrevoo de reconhecimento inicial e um mapeamento preliminar, para depois partir para uma missão para orbitar e, quem sabe, pousar no objeto.

A missão Trident seria equipada com instrumentos muito parecidos com os que fazem parte da "New Horizons" para obter o máximo de informações no menor tempo possível.

E o sobrevoo promete ser ainda mais empolgante: depois de uma viagem de quase 10 bilhões de quilômetros, a nave vai fazer uma rasante de apenas 500 quilômetros sobre Tritão! Isso é o equivalente a acertar um alvo de meio milímetro de largura em Londres, disparando uma arma em Porto Alegre!

Um dos objetivos principais é estudar Tritão em detalhes. Quando a Voyager 2 passou, ela não foi capaz de mapear por inteiro o seu hemisfério norte e o que foi visto na parte sul deixou mais perguntas do que respostas.

Mais sobre Netuno e Tritão

Tritão tem as características de um planeta anão formado no Cinturão de Kuiper e que foi capturado por Netuno. Mas também tem características de um mundo composto de muito gelo que poderia ter se formado ali mesmo, junto com Netuno. Além disso, o mapa mostrou uma calota polar no hemisfério sul, mas nenhuma evidência de que exista uma calota semelhante no polo norte.

Mas o mais empolgante: Tritão poderia ter um oceano subterrâneo! Essa lua de Netuno foi incluída no rol de corpos celestes chamados de “Mundos Oceânicos” que são: Ganimedes, Europa, Titã, Encélado, Plutão e Caronte.

Isso foi novidade até para mim, mas, de acordo, com a equipe da missão Trident, proposta pelo Instituto Lunar e Planetário no Texas, Tritão tem todas as premissas para possuir muito gelo e, com sua composição geológica e proximidade de Netuno, o gelo poderia se transformar em água no subsolo, mantendo-se nessa condição se existir amônia misturada a ela.

O objetivo da rasante de 500 km acima da superfície de Tritão é atravessar sua tênue atmosfera para analisá-la.

Após o sobrevoo, a Trident vai poder passar pela sombra de Netuno e Tritão, para procurar plumas de vapor d’água no satélite, como as encontradas em Encélado e mais recentemente em Europa. Quem vai responder a questão sobre a existência ou não do oceano, entretanto, será uma séria de instrumentos que vão estudar o campo magnético de Tritão.

Participação chinesa e datas da Trident

Além da Nasa, quem está também se preparando para visitar Netuno é a China e, como sempre, com objetivos bem mais ambiciosos. Além de passar a uma distância de mil quilômetros de Netuno, a missão que tem o nome provisório de IHP-1, vai lançar uma sonda para penetrar sua atmosfera.

Depois disso a IHP-1 vai fazer um sobrevoo de um objeto do Cinturão de Kuiper para finalmente seguir para fora do Sistema Solar. A intenção é fazer como as Voyagers e manter a nave estudando a heliosfera, a bolha de plasma que envolve o Sistema Solar.

Apesar de as ideias estarem ainda no campo das propostas, elas têm data marcada para virarem realidade. Para que isso tudo seja possível, as missões precisam partir entre 2024-2026 para aproveitar um alinhamento planetário favorável, economizando-se combustível.

Por exemplo, sendo lançada entre 15/04 e 05/05, a Trident levaria 12 anos para chegar até Tritão, mas antes passaria de novo pela Terra por mais três vezes, uma vez perto de Vênus e uma vez por Júpiter. Nessa rápida escala em Júpiter, a configuração das órbitas seria muito ideal para estudar Io, sua lua vulcânica.

A Trident tem até data para chegar, se respeitar a janela de lançamentos: 28 de junho de 2038 e, tal qual a "New Horizons", passaria mais um ano transmitindo os dados para a Terra. Tomara que a Trident seja aprovada logo, pois seis anos para montar e lançar uma missão dessas não é muito tempo e eu gostaria muito de ver seus resultados.

AUTOR: G1

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

UM ESTUDO CONFIRMA EXISTÊNCIA DE ÁGUA, EM 'EUROPA' UMA DAS LUAS DE JÚPITER

Imagem composta mostrando pluma observada em Europa. Foto: Ilustração/Nasa

No começo da semana saiu a notícia sobre o mapa geológico de Titã, a maior lua de Saturno e a segunda maior de todo o Sistema Solar. 

Na mesma edição da revista "Nature Astronomy" em que foi publicada essa pesquisa, um outro resultado tão importante quanto o mapa de Titã também foi publicado. Nesse caso, um resultado sobre uma das luas de Júpiter.

Há algumas décadas que se especula a existência de água em Europa, a menor das luas descobertas por Galileu Galilei em 1609. Em 1999, a sonda Galileo que orbitou o sistema Joviano determinou que havia uma substância fluida de condutividade elétrica muito alta. 

Levantamentos gravimétricos, pesquisa que mede a intensidade da gravidade, mostraram que Europa não deveria ter um núcleo rochoso simples. 

Ao invés disso, deveria ter um núcleo rochoso muito provavelmente recoberto por uma capa de uma substância líquida. 

Mais tarde, observações em Terra e no espaço feitas pelo Hubble mostraram plumas enormes sendo expelidas em Europa.
Europa vista pela sonda Galileo Foto: Nasa

O cenário apontava mesmo para um oceano subterrâneo e sobre ele, uma crosta de gelo com espessura de 10-15 km que protegeria o oceano de evaporar para o espaço. 

De tempos em tempos uma fratura, ou rachadura, nesta crosta faria a água jorrar violentamente para o espaço, formando gêiseres. Assim que escapasse da proteção da crosta a água evaporaria formando uma pluma de neve e vapor.

Bom, você sabe que um cenário montado com hipóteses razoáveis e que se encaixam é muito bom para se explicar um fenômeno, mas nada se compara a uma comprovação direta. E era isso que faltava para o cenário de Europa.
Nessa segunda feira, Lucas Paganini e um time de mais 6 pesquisadores publicaram os resultados de uma campanha de 17 observações de Europa feitas no Havaí. 

Usando um espectrômetro, um instrumento que separa as componentes da luz, Paganini e seus colaboradores conseguiram identificar a presença de vapor d’água em uma das plumas de Europa.

A identificação foi bem sutil, das 17 observações feitas isso só foi possível em uma delas. Ainda assim, o volume calculado de água expelida na forma de vapor seria suficiente para encher uma piscina olímpica em poucos minutos!

E se você nos acompanha aqui no blog já sabe o porquê de tanto alvoroço com esse resultado. Se alguém quiser detectar vida fora da Terra deve começar sua procura por locais que tenham água. Não gelo e nem vapor, água líquida mesmo. 

O motivo é muito simples, a vida como conhecemos se desenvolveu com a água como o meio líquido que, entre outras coisas, intermedeia as trocas de substâncias ao nível celular. 

Então um bom começo para a procura é justamente “ir atrás da água”, ou “follow the water” como aparece nas páginas de astrobiologia da NASA.
Representação artística da sonda Europa Clipper sobrevoando a capa de gelo de Europa. Foto: Nasa

Não é por coincidência que a vida na Terra tenha se baseado em água, ela deve ser a substância mais abundante do universo. Hidrogênio e oxigênio são os elementos mais abundantes no universo. Na verdade, o hélio é o segundo mais abundante, depois do hidrogênio, mas ele não se combina com nenhum outro elemento para formar uma molécula estável. 

Uma outra possibilidade é ter metano ou etano líquido para fazer o mesmo papel, como eu mencionei no post abaixo.

Como Europa tem um oceano abaixo da crosta de gelo, a sonda Galileo foi jogada contra Júpiter ao fim de sua missão, justamente para evitar qualquer tipo de contaminação. Estratégia igual foi usada com a sonda Cassini, para evitar que Titã fosse contaminado.

Esse resultado é fantástico, principalmente considerando que em 2023 a sonda Europa Clipper deve partir para estudar essa lua intrigante. A sonda vai carregar um conjunto de câmeras, espectrômetros e radares para investigar a camada de gelo de Europa em 45 voos rasantes. 

Essa estratégia deve dar a oportunidade de a sonda presenciar um evento de gêiser levantando uma pluma de vapor para ser estudada. Quando isso acontecer, seus espectrógrafos poderão identificar uma miríade de substâncias, inclusive alguma que identifique atividade de seres vivos abaixo do gelo.

AUTOR: G1

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

VEJA AS IMAGENS ESPETACULARES DA PASSAGEM DE MERCÚRIO DIANTE DO SOL; VÍDEO

FOTO: YASSER AL-ZAYYAT/AFP

A semana foi marcada por um fenômeno astronômico raro e deslumbrante. A passagem de Mercúrio em frente do Sol ocorre quando o menor planeta do nosso sistema solar se alinha entre o Sol e a Terra. 

É o que os astrônomos chamam de mini eclipse.

Todo processo durou pouco mais de cinco horas. O evento teve início às 9h35min (horário de Brasília) da segunda-feira. Pouco depois do meio-dia, às 12h19min, o planeta estava exatamente na metade de sua trajetória, encerrando seu passeio entre a Terra e o Astro Rei, às 15h04min. 

A passagem de Mercúrio acontece três vezes por século.
FOTOS: YASSER AL-ZAYYAT/AFP

Apesar de a translação de Mercúrio em torno do Sol levar apenas 88 dias, a órbita do planeta é inclinada, o que faz ser raro o alinhamento perfeito entre o Sol, Mercúrio e a Terra.

O fenômeno que ocorreu nesta segunda-feira só vai se repetir em 2032.

Em Fortaleza, a partir de estrutura montada com um telescópio, estudantes do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB), em parceria com o Clube de Astronomia de Fortaleza, projetaram imagem do trânsito de Mercúrio em observatório aberto ao público.

AUTOR: O POVO

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O TRÂNSITO DE MERCÚRIO; PELA 4ª VEZ BRASIL VERÁ 'MINI ECLIPSE' DO PLANETA VIZINHO

Trânisto de Mercúrio: planeta vizinho "passa na frente" do Sol. Foto: Nasa

Nessa segunda feira (11), vai ocorrer um evento astronômico interessante e pouco conhecido, um trânsito planetário. Volta e meia eu falo aqui de trânsito planetário, mas sempre em relação a planetas de outros sistemas estelares. Isso porque esse fenômeno é uma das técnicas de detecção de exoplanetas, os planetas fora do Sistema Solar. Além do trânsito planetário, a espectroscopia de alta precisão é outra técnica bastante usada.

Mas o que vem a ser um trânsito planetário?

Um trânsito planetário é o evento que se dá quando um planeta "passa na frente" de um observador que esteja observando a estrela do seu sistema. 

Com um alinhamento favorável das órbitas é possível perceber quando um exoplaneta passa na frente da sua estrela através de uma minúscula redução no brilho dela. Muita gente chama isso de "mini eclipse", já que o planeta é incapaz de bloquear toda a luz da estrela. Essa é a técnica usada pelo finado telescópio espacial Kepler, recordista de descobrimentos de exoplanetas. Essa é também a técnica usado pelo seu sucessor, o satélite TESS.

Mas não é necessário ir muito longe para se ver um trânsito planetário, apenas esperar algum tempo. Às vezes, podemos observar trânsitos de planetas no nosso Sistema Solar.

De tempos em tempos, Mercúrio e Vênus passam na frente do disco solar e podemos observar isso aqui da Terra, claro, com os devidos cuidados. Como os dois planetas ficam entre a Terra e o Sol, é natural que isso aconteça, mas é preciso condições especiais de inclinação das órbitas. Por isso esses fenômenos não são tão comuns.

O trânsito de Mercúrio é mais comum, acontecem por volta de 13-14 vezes a cada 100 anos. Já os trânsitos de Vênus são muito mais raros, com intervalos de mais de 100 anos. O último deles aconteceu em junho de 2012 e o próximo será em 2117.

O trânsito de segunda-feira deve começar às 09:35 da manhã e deve durar até às 15:04. Durante o evento, será possível ver Mercúrio como um círculo bem escuro contra a superfície iluminada do Sol.

Mas atenção! Nunca, jamais, em nenhuma hipótese olhe diretamente para o Sol! Principalmente se você tiver alguma luneta ou telescópio. As chances de uma lesão grave e permanente são imensas. Nem mesmo use soluções caseiras de vidros sujos ou radiografias, isso não filtra os raios ultravioleta.

O método mais seguro para se observar o Sol, suas manchas ou qualquer evento de trânsito como esse com uma luneta ou telescópio é fazer uma projeção da sua imagem em um anteparo claro. Galileu que não era bobo nem nada fazia isso em uma tela de pintura e desenhava as manchas que observava. Para se olhar para o Sol é necessário um bom filtro de densidade, ou seja, nada desses filtros coloridos.

Uma opção segura é procurar a famosa "lente de solda", aquele vidro escuro que cobre o visor dos capacetes e proteção usados por soldadores profissionais. Você pode encontrá-los em casas de material para construção a menos de R$ 10 cada. Se você for mesmo procurar um, compre o número 14, que significa o mais escuro de todos. Eu usei um desses no último eclipse solar total no Chile.

Os trânsitos de Vênus e Mercúrio tiveram importância muito grande na história da astronomia, foi em um trânsito de Vênus que foi possível finalmente se obter a distância Terra-Sol em 1639. O valor obtido era bem menor do que o valor atual, mas ainda assim era o melhor de sua época. Aliás, até então não havia medidas de distâncias absolutas de planetas ao Sol, apenas as distâncias relativas à Terra. 

Por exemplo, sabia-se que a distância de Vênus ao Sol era de uns 70% da distância Terra-Sol, mas ninguém tinha ideia de quantos quilômetros (ou léguas na verdade) isso representava. Hoje em dia, trânsitos de Vênus e Mercúrio são usados para "calibrar" as observações de trânsitos de exoplanetas, ajudando a caracterizá-los melhor.

Para observar o evento de forma segura procure um clube de astronomia, planetário ou universidade que esteja se programando para observar o trânsito. 

Em São Paulo, o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) vai acompanhar desde cedo, assim como o Observatório do Valongo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não perca, pois o próximo só em 13 de novembro de 2032! Este é o quarto deste século, com 13 trânsitos do planeta.

AUTOR: G1

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

É GOSMA OU VIDRO LUNAR? ENTENDA O MISTÉRIO DA FOTO DE MISSÃO CHINESA NO LADO OCULTO DA LUA

Imagem da suposta "gosma lunar" Foto: CNSA/CLEP/Moriarty

No comecinho do ano, a sonda chinesa Chang’e 4 fez história ao pousar com segurança no lado oculto da Lua. Foi um momento histórico na exploração espacial, pois isso nunca tinha sido feito. Aliás, que eu saiba, isso nunca havia sido tentado! Logo depois do pouso, no dia 3 de janeiro, o módulo Chang’e 4 liberou um jipinho lunar chamado Yutu 2 que começou a trafegar pelas imediações.

O problema em se conseguir efetuar uma missão dessas com sucesso está no problema básico das comunicações, ou a falta delas no caso. Todos os pousos na Lua, tripulados ou não, ocorreram no lado visível, ou seja, o seu lado mais próximo. Como a Lua tem sua rotação sincronizada com a sua translação ao redor da Terra, ela mantém sempre a mesma face voltada para nós. O lado oposto é o lado oculto e muitas vezes chamado de lado distante.
Foto tirada pela missão chinesa durante a aproximação Foto: CNSA/CLEP/Moriarty

Veja que é bem diferente de lado escuro, como muita gente usa de forma errada. É claro que a Lua tem um lado escuro, que vai mudando conforme ela vai mudando de fase. Mas associar o lado oculto (ou distante) ao lado escuro é errado. Na Lua Nova, por exemplo, o lado visível da Lua é o lado escuro dela.

A escolha pelo pouso apenas no lado visível da Lua é sobretudo pela comunicação direta, ou seja, estando na linha de visada, é possível estabelecer uma ligação entre a sonda e a base na Terra via rádio. Isso fica impossível de se fazer com uma sonda no lado oposto, pois temos Lua bloqueando a ligação. Para se enviar (e receber) dados para o lado oposto da Lua é preciso estabelecer uma estação de retransmissão que tenha visada tanto para a base quanto para a sonda.

Isso foi feito pela China no final de maio de 2018, com o lançamento do satélite Queqiao, que em chinês quer dizer “ponte das pegas”, uma variedade de pombo. Com o posicionamento deste satélite a comunicação com o lado oculto da Lua ficou possível e assim a Chang’e 4 pousou.

O Yutu 2 começou a passear no entorno do módulo de pouso e em julho último encontrou algo intrigante dentro de uma cratera. Uma das fotos enviadas para a Terra mostrava uma mancha escura em meio ao terreno mais claro do fundo da cratera. Quando um dos técnicos da missão disse que o Yutu tinha encontrado um material gosmento, como um ‘gel lunar’ na sua definição, o interesse por essa descoberta escalou a níveis estratosféricos.

Como assim gel na Lua?

A China não tem a prática de deixar seus dados disponíveis a pesquisadores de outros países. Aliás até as fotos que são divulgadas vêm pelos canais de divulgação, tipo as redes sociais da agência espacial. E dessa maneira as fotos são de baixa resolução, sem qualidade para fazer uma análise mais profunda. Ainda assim, o pesquisador da NASA do Centro Espacial Goddard Daniel Moriarty resolveu olhar essas fotos com cuidado.

O Yutu 2 fez dois conjuntos de imagens, sob diversas condições de iluminação e posicionamento das câmeras. Aliás, o primeiro conjunto foi usado para avaliar se o jipe poderia entrar e sair da cratera com segurança e assim fotografar a tal mancha bem de perto. As imagens mostram de fato uma mancha mais escura, em relação ao terreno ao seu redor, mas é possível ver pontos mais brilhantes no meio da mancha.

O que seria, então, esse material?

De acordo com Moriarty, o material escuro é originário de impactos de meteoros na superfície da Lua, que deve ter trazido material do subsolo para o fundo da cratera. O aspecto deste material é fragmentado em pequenos pedaços, muito parecido com as amostras recolhidas Harrison Schmitt, geólogo e astronauta da missão Apollo 17.

A amostra foi coletada por Schmitt exatamente pelo seu contraste de cor com o seu entorno e por parecer pequenas bolinhas de vidro refletindo luz. A melhor explicação para esse fato está no impacto de meteoros no passado, que além de revolver o material da superfície, produziu fragmentos de vidro por aquecimento. Sim, com o impacto violento de rochas contra a superfície, o material composto sobretudo de silício se derrete formando fragmentos de vidro. A grande similaridade entre a aparência da amostra e a aparência da mancha fez com que Moriarty apontasse a mesma explicação.

Nos momentos de maior aproximação do jipe, ele acionou seu espectrômetro visível e infravermelho que tem a capacidade de analisar a composição química de uma amostra. Infelizmente, esse não é um tipo de informação que seja compartilhado em rede social, então deve demorar um pouco para sabermos do que se trata realmente. Mas, ao que tudo indica, gel não deve ser.

A China deve fazer outra investida na exploração lunar no meio do ano que vem. Está programado, ou menos planejado, o lançamento da sonda Chang’e 5. O grande atrativo desta missão será a coleta de amostras do solo lunar, pelo menos 2 kg, para enviar à Terra. Isso foi feito pela União Soviética na década de 1970 e a última missão a faze-lo foi a Luna 24 em 1976. Depois dela, a Chang’e 6 deve fazer o mesmo nos anos seguintes, em preparação para a colonização da Lua nos anos 2030.

AUTOR: CÁSSIO BARBOSA/G1

terça-feira, 8 de outubro de 2019

DESCOBERTA: SATURNO SUPERA JÚPITER COMO PLANETA COM MAIS LUAS NO SISTEMA SOLAR

Luas foram descobertas com o telescópio Subaru, que fica em Maunakea, no Havaí Foto: Carnegie Institution for Science

Saturno ultrapassou Júpiter como o planeta com mais luas no Sistema Solar, de acordo com pesquisadores dos EUA.

Uma equipe de cientistas descobriu 20 novas luas que orbitam o planeta dos anéis, chegando a 82 no total. Júpiter, por outro lado, tem 79 satélites naturais.

As luas foram descobertas com o telescópio Subaru, que fica em Maunakea, no Havaí.

Cada nova lua descoberta tem cerca de 5 km de diâmetro, e 17 delas orbitam o planeta em sentido contrário à rotação do planeta, movimento conhecido como "direção retrógrada".

As três outras luas dão voltas na mesma direção que Saturno.

Duas delas levam cerca de dois anos para viajar em torno do planeta.

A lua mais distante a girar em direção retrógrada fica ainda mais distante, levando mais de três anos para completar a órbita.

"O estudo das órbitas dessas luas pode revelar suas origens, assim como informações das condições nos arredores de Saturno no momento de sua formação", diz Scott Sheppard, do Carnegie Institution for Science em Washington (EUA), que liderou a equipe.

Concurso para os nomes
Imagem de Saturno captada pela Nasa em 2018 mostra tempestade atmosférica no pólo norte Foto: NASA/ESA/Amy Simon e time OPAL/J. DePasquale (STScI)

As luas mais distantes parecem estar agrupadas em três conjuntos distintos com base nas inclinações dos ângulos em que orbitam o planeta.

"Esse tipo de agrupamento das luas externas também é visto em Júpiter, o que indica a ocorrência de violentas colisões entre as luas no sistema saturniano ou colisões com objetos passantes como asteroides e cometas", diz Sheppard.

As luas podem já ter sido parte de ao menos três astros maiores que foram divididos por essas colisões num passado remoto.

Uma das luas retrógradas recém-descobertas é a que fica mais longe de Saturno.

"Usando alguns dos maiores telescópios do mundo, agora estamos completando o inventário de pequenas luas em torno de planetas gigantes", diz Sheppard. "Elas têm um papel crucial em nos ajudar a determinar como os planetas do Sistema Solar se formaram e evoluíram."

Sheppard disse à BBC que Júpiter era o planeta com mais luas conhecidas desde o fim dos anos 1990.

A equipe de pesquisadores que descobriu as novas luas inclui, além de Sheppard, David Jewitt, da Universidade da Califórnia (EUA), e Jan Kleyna, da Universidade do Havaí.

Eles deram início a um concurso para batizar as luas. Elas devem ser nomeadas com base nas mitologias dos povos viking, celta e inuit.

AUTOR: BBC

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

ESPAÇO: CIENTISTAS DESCOBREM PLANETA GIGANTE 'QUE NÃO DEVERIA EXISTIR'

Os astrônomos descobriram um planeta gigante que, segundo eles, não deveria existir, de acordo com as teorias atuais. Foto: University of Bern

Os astrônomos descobriram um planeta gigante que, segundo eles, não deveria existir, de acordo com as teorias atuais.

O planeta, semelhante a Júpiter, é extraordinariamente grande em comparação com sua estrela-mãe, contradizendo um conceito amplamente aceito sobre a forma como os planetas se formam.

A estrela, que fica a 284 trilhões de quilômetros de distância, é uma anã vermelha do tipo M – o mais comum em nossa galáxia.

Uma equipe internacional de astrônomos relatou suas descobertas na revista Science.

"É emocionante, porque há muito tempo nos perguntamos se planetas gigantes como Júpiter e Saturno podem se formar em torno de estrelas tão pequenas", diz Peter Wheatley, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, que não participou do estudo mais recente.

"Acho que a impressão geral foi de que esses planetas simplesmente não existiam, mas não podíamos ter certeza porque as estrelas pequenas são muito fracas, o que as torna difíceis de estudar, mesmo sendo muito mais comuns que estrelas como o Sol", disse Wheatley à BBC News.

Pesquisadores usaram telescópios na Espanha e nos Estados Unidos para rastrear as acelerações gravitacionais da estrela que podem ser estimuladas por planetas em órbita.

A anã vermelha tem uma massa maior que seu planeta em órbita – chamado GJ 3512b. Mas a diferença entre seus tamanhos é muito menor do que entre o Sol e Júpiter.

A estrela distante tem uma massa que é, no máximo, 270 vezes maior que o planeta. Para comparação, o Sol é cerca de 1.050 vezes mais massivo que Júpiter.
A estrela foi descoberta usando o observatório Calar Alto, na Espanha Foto: Calar Alto Observatory

Os astrônomos usam simulações de computador para testar suas teorias de como os planetas se formam a partir das nuvens, ou "discos", de gás e poeira orbitando estrelas jovens. Essas simulações preveem que muitos planetas pequenos devem se reunir em torno de pequenas estrelas-anãs do tipo M.
"Em torno dessas estrelas só deve haver planetas do tamanho da Terra ou super-Terras um pouco mais massivas", disse um dos coautores do estudo, Christoph Mordasini, professor da Universidade de Berna, na Suíça.

Um exemplo da vida real de um sistema planetário que está de acordo com a teoria é o de uma estrela conhecida como Trappist-1.

Esta estrela, situada a 369 trilhões de quilômetros (39 anos-luz) do Sol, abriga um sistema de sete planetas, todos com massas aproximadamente iguais à da Terra, ou ligeiramente menores.

"A GJ 3512b, no entanto, é um planeta gigante com uma massa cerca da metade do tamanho de Júpiter e, portanto, pelo menos uma ordem de magnitude mais massiva que os planetas previstos pelos modelos teóricos para essa estrela tão pequena", disse o professor Mordasini.

A descoberta desafia a ideia amplamente difundida de formação de planetas, conhecida como acreção.

Geralmente pensamos em planetas gigantes que começam a vida como um núcleo de gelo, orbitando um disco de gás ao redor da estrela jovem e depois crescendo rapidamente, atraindo gás para si", disse Wheatley.

"Mas os autores argumentam que os discos ao redor de pequenas estrelas não fornecem material suficiente para que isso aconteça. Em vez disso, consideram mais provável que o planeta tenha se formado repentinamente quando parte do disco entrou em colapso devido a sua própria gravidade".

Os autores do artigo da Science propõem que esse colapso pode ocorrer quando o disco de gás e poeira tem mais de um décimo da massa da estrela-mãe. Sob essas condições, o efeito gravitacional da estrela se torna insuficiente para manter o disco estável.

A matéria do disco é puxada para dentro para formar um aglomerado gravitacional, que se desenvolve ao longo do tempo em um planeta. A ideia prevê que esse colapso ocorra mais longe da estrela, enquanto os planetas podem se formar por acúmulo de núcleo muito mais próximo.

Wheatley foi coautor de um estudo em 2017 que descreveu um gigante de gás chamado NGTS-1b, encontrado em telescópios liderados pelo Reino Unido no Chile. O NGTS-1b também é muito grande comparado ao tamanho de sua estrela-mãe - outra anã vermelha do tipo M, que fica a 600 anos-luz (cinco quatrilhões de quilômetros) de distância da Terra.

"A estrela-mãe é pequena, mas não tão pequena quanto este novo exemplo (GJ 3512). Pode ser que a NGTS-1 represente a menor estrela que pode formar planetas próximos por meio de acreção por núcleo, e que estrelas menores apenas formam planetas gigantes mais distantes pelo modelo de colapso gravitacional", disse Wheatley.

"Esses tipos de previsões são inestimáveis ​​para direcionar futuras pesquisas, permitindo testar esses modelos".

De fato, os autores do estudo na Science sugerem que o GJ 3512b deve ter migrado por uma longa distância para sua posição atual abaixo de 1 unidade astronômica (150 milhões de quilômetros).

Com sua órbita oval de 204 dias em torno da estrela, a GJ 3512b passa a maior parte do tempo mais perto da anã vermelha do que a distância de Mercúrio ao Sol. A órbita excêntrica do gigante gasoso aponta para a presença de outros planetas gigantes que orbitam mais longe, o que poderia ter distorcido sua órbita.

Um dos coautores do estudo, Hubert Klahr, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, afirmou: "Até agora, os únicos planetas cuja formação era compatível com as instabilidades do disco eram um punhado de planetas jovens, quentes e muito massivos, longe de suas estrelas-mães.

"Com o GJ 3512b, agora temos um candidato extraordinário para um planeta que poderia ter surgido da instabilidade de um disco em torno de uma estrela com muito pouca massa. Essa descoberta nos leva a revisar nossos modelos", diz Klahr.

AUTOR: BBC

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

NOVA IMAGEM BRILHANTE DOS ANÉIS DE SATURNO É CAPTADA PELA NASA

Imagem captada pelo telescópio Hubble mostra Saturno com anéis brilhantes Foto: Nasa / ESA/ A. Simon (GSFC), M.H. Wong (Universidade da California, Berkeley) e OPAL

O mais recente registro de Saturno, feito pelo telescópio Hubble, da Agência Espacial Americana (Nasa), mostra um brilho excepcional nos anéis do planeta e detalhes atmosféricos que antes só podiam ser percebidos por naves espaciais.

A imagem foi captada em 20 de junho deste ano pela Wide Field Camera 3, quando o planeta estava a cerca de 845 milhões de quilômetros de distância.

Ela revela que uma grande tempestade captada na região do pólo norte em 2018 já se dissipou. Outro detalhe que chama a atenção é a cor do planeta. Segundo a Nasa, a coloração âmbar vêm de neblinas produzidas em reações fotoquímicas causadas pela radiação ultravioleta solar.

Também é possível de observar na imagem um misterioso padrão hexagonal, perceptível no polo norte. Segundo a Nasa, este padrão é causado por um jato de alta velocidade, e foi descoberto em 1981 pela sonda Voyager 1.

De acordo com a Nasa, esta é a segunda imagem captada em uma série anual de instantâneos feitos no projeto Legacy Atmospherees Outer Planets (OPAL).

O projeto ajuda cientistas a entender a dinâmica atmosférica dos planetas gigantes de gás do Sistema Solar.

Confira abaixo a imagem registrada em 2018

Imagem de Saturno captada pela Nasa em 2018 mostra tempestade atmosférica no pólo norte Foto: NASA / ESA /Amy Simon e time OPAL / J. DePasquale (STScI)

AUTOR: G1

sábado, 7 de setembro de 2019

VEJA OS EXTREMOS DO CLIMA EM OUTROS PLANETAS; DE CHUVA DE DIAMANTES A MEGAFURACÕES


Podemos reclamar do clima, mas no espaço as condições podem ser extremas Foto: NASA/Getty Pictures

Muitas vezes reclamamos do clima, principalmente quando eventos extremos se tornam cada vez mais comuns aqui na Terra.

E se passássemos nossas férias lutando com ventos que chegam a 8.000 km/h ou temperaturas quentes o suficiente para derreter o chumbo?

O clima, bom ou ruim, é um elemento permanente em nosso planeta - mas lá fora, nas profundezas do espaço, pode ser ainda mais intenso. Aqui estão alguns exemplos:

Vênus infernal

Vamos começar perto de casa, com nosso vizinho Vênus, o lugar mais inóspito do sistema solar.

Basicamente, Vênus é um buraco apocalíptico. Lar de uma atmosfera densa, composta principalmente de dióxido de carbono, a pressão atmosférica em Vênus é 90 vezes maior que a da Terra.

Essa atmosfera retém grande parte da radiação solar, o que significa que as temperaturas em Vênus podem chegar a 460° C - você seria esmagado e fervido em segundos se colocasse os pés ali.

Mas se isso não parecer doloroso o suficiente, a chuva em Vênus é composta de ácido sulfúrico extremamente corrosivo, que queimaria gravemente a pele ou o traje espacial de qualquer viajante interestelar, caso chegasse à superfície.
Temperaturas extremamente quentes ou congelantes em outros planetas podem tornar a vida insuportável Foto: Getty Images

Devido às temperaturas extremas do planeta, essa chuva evapora antes de tocar o solo.

Ainda mais bizarro: há "neve" em Vênus. Não é do tipo com a qual você poderia fazer guerra de bolas de neve: esse material é composto dos restos de basalto e geada de metais vaporizados por sua atmosfera.

Netuno turbulento

Por outro lado, temos os planetas gigantes de gás, Urano e Netuno.

Este último, nosso planeta mais distante, abriga nuvens congeladas de metano e os ventos mais violentos do sistema solar.
Por causa da topografia do planeta, que é bastante plana, não há nada para diminuir a velocidade desses ventos supersônicos de metano, que podem atingir velocidades de até 2.400 km/ h.
Netuno congela nuvens de metano e os ventos mais violentos do sistema solar Foto: Getty Images
Além de poder ouvir a barreira do som quebrando, uma visita aqui também incluiria chuva de diamantes, graças ao carbono na atmosfera sendo comprimido.

Mas você não precisaria se preocupar em ser atingido por uma pedra caindo, pois já teria sido congelado instantaneamente - a temperatura média é de -200° C.

Planetas fora do sistema solar

Os exoplanetas estão localizados fora do nosso sistema solar e orbitam em torno de um sol.

Tom Louden, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Warwick, no Reino Unido, é uma espécie de meteorologista intergaláctico. Seu trabalho é descobrir quais são as condições atmosféricas em outros planetas.

Sua especialidade são exoplanetas, particularmente um batizado de HD 189733b.
O HD189733b, eclipsado por sua estrela, é candidato a ter o clima mais extremo conhecido em qualquer planeta Foto: Getty Images

Este mundo azul profundo a 63 anos-luz de distância é um bom candidato para hospedar o clima mais extremo conhecido em outro planeta.

Pode parecer bonito, mas suas condições climáticas são cataclismaticamente terríveis.

Com ventos de 8.000 km/ h (os mais fortes registrados na Terra têm pouco mais de 400 km/ h), também é 20 vezes mais próximo do sol do que nós, com temperatura atmosférica de 1.600 ° C - a mesma de lava derretida.

"As rochas do nosso planeta seriam vaporizadas em líquido ou gás aqui", diz Louden. E também chove vidro derretido. Lateralmente.

Há algum lugar habitável por aí?

Louden diz que existem planetas semelhantes em tamanho e massa à Terra que orbita estrelas anãs M menores, ou "anã vermelha".

Essas são as estrelas mais comuns da Via Láctea, mas se escondem nas sombras, muito escuras para serem vistas a olho nu da Terra.
Existem planetas semelhantes em tamanho e massa à Terra que orbitam estrelas menores de 'anã vermelha' Foto: Getty Images

Se esses planetas são habitáveis ​​ou não é outra questão.

Muitos desses exoplanetas estão de fato na "zona Cachinhos Dourados", que não é nem muito próxima nem muito longe do Sol. Infelizmente, é provável que muitos também estejam "ordenadamente travados" em sua estrela.

Isso significa que eles sempre têm o mesmo lado voltado para o objeto em que estão orbitando - assim como o mesmo lado da Lua sempre é virado para a Terra.
Por esse motivo, você terá um lado com luz do dia permanente e o outro, noite perpétua.

"Quando você cria modelos de computador, há ventos fortes se movendo do dia para o lado escuro", diz Louden.

"Isso é uma consequência do efeito de travamento das marés. Um lado do planeta fica muito mais quente que o outro, então ventos fortes são uma conseqüência quando o planeta tenta redistribuir o calor", diz ele.

"Qualquer água líquida do lado do dia evapora em nuvens, que são sopradas para o lado noturno, onde congelam e nevam. Você tem um lado que é deserto e outro que é ártico."
Modelos de computador mostram fortes ventos com força semelhante à de um furacão, movendo-se de um lado para o outro em exoplanetas Foto: Getty Images

Mas Louden diz que essas são apenas previsões de modelos e outros especialistas estão mais otimistas sobre a vida em exoplanetas que sofrem influência da maré.

Ingo Waldmann, professor de planetas extrasolares da UCL, disse à BBC News que, se existir uma atmosfera espessa o suficiente, a circulação do dia para a noite deve ser suficiente para impedir que a noite fique totalmente congelada.

Outros modelos sugerem que a água que evapora no ponto mais quente do dia se condensará em nuvens e formará uma cobertura permanente de nuvens no lado do dia.

Essas nuvens poderiam refletir o suficiente da radiação da estrela de volta ao espaço para diminuir a temperatura do planeta e tornar habitáveis ​​partes do dia.

Então, até encontrarmos condições habitáveis ​​fora do planeta Terra, realmente não haverá lugar como nosso lar.

AUTOR: BBC

terça-feira, 30 de julho de 2019

3 NOVOS PLANETAS SÃO DESCOBERTOS FORA DO SISTEMA SOLAR POR CIENTISTAS, COM AJUDA DE SATÉLITE DA NASA

Satélite Tess, da Nasa, observa mais de 200 mil estrelas brilhantes em busca de planetas fora do sistema solar — Foto: Nasa

O satélite Tess, o "caçador de planetas" da agência espacial americana (Nasa), encontrou três novos planetas que estão entre os menores detectados fora do Sistema Solar. A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (29) pela revista "Nature Astronomy".

O Tess (Transiting Exoplanet Survey Satellite, em inglês) foi desenvolvido pela Nasa em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ele observará uma área 20 vezes maior que o seu antecessor, o satélite Kepler. Segundo estimativas da missão, 20 mil novos exoplanetas – termo usado para os que estão fora do Sistema Solar – serão conhecidos e acompanhados por telescópios da Terra.

As novas descobertas mostram mundos com características parecidas com os encontrados no Sistema Solar.

Um dos três exoplanetas é como a Terra, um pouco maior e com uma superfície rochosa, e foi chamado de planeta b. Os outros dois, os planetas c e d, são gasosos e parecidos com Netuno, mas com cerca de metade do tamanho. 

Eles estão localizados a 73 anos-luz de distância.
Satélite TESS foi lançado em uma parceria da Nasa com a SpaceX — Foto: Space X/Twitter

Sistema 'TOI-2070'

O novo trio está no sistema que recebeu o nome "TOI-2070". Planetas b, c e d têm aproximadamente o mesmo tamanho e, de acordo com os astrônomos do estudo, podem ser um "elo perdido" na formação de planetas, já que têm características da Terra e de Netuno. Eles orbitam uma estrela com erupções frequentes e com tempestades como o Sol.

Inicialmente, a descoberta do TOI-270 pelos cientistas causou uma expectativa grande, já que os planetas estão em uma zona com temperatura habitável, com chance de suportar água.

A descoberta de uma atmosfera muito espessa, com a criação de um forte efeito estufa, acabou desanimando a equipe. Há, ainda, a esperança de fazer novas descobertas mais "habitáveis".

"O TOI-270 é uma verdadeira Disneylândia para a ciência de exoplanetas e um dos principais sistemas já descobertos pelo Tess", diz Maximilian Günther, do Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT.

AUTOR: G1

quarta-feira, 17 de abril de 2019

O PLANETA JÚPITER É UM GIGANTE GASOSO, SERIA POSSÍVEL CAMINHAR EM SUA SUPERFÍCIE?

O maior planeta do Sistema Solar, é um gigante gasoso. Isso significa que esse mundo imenso — ele é grande o suficiente para comportar mais de 1,3 mil Terras em seu interior — não possui superfície sólida. Nesse caso, se tivéssemos que caminhar sobre Júpiter, como seria a experiência?
Artista cria representação da atmosfera de Júpiter

Bem, de acordo com Alfredo Carpineti, do portal IFLS, se desconsiderarmos por hora as condições extremas do ambiente jupteriano — incluindo aqui seus violentos ventos, sua gravidade, a pressão e as altas temperaturas —, nós nos depararíamos com um espetáculo à parte depois de atravessar sua espessa atmosfera.

Mar metálico

Segundo os cientistas, após atravessarmos a atmosfera de Júpiter, nós encontraríamos um gigantesco oceano de hidrogênio metálico líquido — que possui apenas 60% da densidade da água e se comportaria e teria uma aparência semelhante ao mercúrio. Evidentemente, seria impossível caminhar sobre esse mar metalizado, então teríamos que mergulhar por milhares de quilômetros até chegar ao núcleo do planeta.
Ninguém sabe ao certo qual é a composição do núcleo de Júpiter

Os astrônomos não sabem com certeza se o centro de Júpiter é sólido e, até onde acreditam, ele tem mais ou menos o tamanho da Terra e é composto por um núcleo — muito, muito quente — de rochas e metais derretidos. Sendo assim, embora exista a possibilidade de que seu interior seja sólido, como você pode bem imaginar, ele não seria uma superfície especialmente agradável para se pisar.
Detalhe da atmosfera jupteriana

O pior é que não conseguiríamos fugir muito do calor em Júpiter, não! O planeta é bem cálido, e nas camadas mais altas de sua atmosfera as temperaturas rondam os 630 °C. O mais curioso é que, ao contrário do que ocorre aqui na Terra, onde a superfície é mais quente do que o topo da atmosfera, a temperatura cai conforme nos aproximamos do mar metálico de Júpiter devido à queda da pressão e ao aumento na velocidade dos ventos.
Viajando através da atmosfera

Após percorrer pouco mais de 150 quilômetros através da atmosfera jupteriana, a gente se depararia com temperaturas de mais de 150 °C e pressão equivalente a 23 atmosferas terrestres. Depois de 500 quilômetros, chegaríamos a uma camada de nuvens de amônia e perderíamos quase que completamente a visibilidade. Nesse ponto da viagem, encontraríamos ventinhos com velocidades de aproximadamente 100 metros por segundo.
Atmosfera incrivelmente turbulenta

Após deixarmos as nuvens de amônia para trás, encontraríamos mais nuvens — mas de vapor de água mesmo — e chegaríamos a uma camada de hidrogênio fluido (que ainda não é o oceano!). 

Apesar de não estar em sua forma de gás, essa camada também não se comportaria exatamente como um líquido, e nós só chegaríamos ao oceano metálico depois de mais ou menos 2h30 de passeio.

Vale lembrar que estamos longe de contar com a tecnologia necessária para enviar humanos até as proximidades de Júpiter, muito menos através de sua turbulenta atmosfera. Aliás, a sonda espacial Galileo, que mergulhou na atmosfera jupteriana em meados da década de 90, começou a apresentar sérios problemas técnicos 58 minutos após iniciar a descida, e a sonda Juno, que se encontra em órbita ao redor do gigante, também “morrerá” quando eventualmente penetrar em direção ao núcleo do planeta.

AUTOR: MEGA CURIOSO

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O PLANO PARA DEIXAR MARTE MAIS HABITÁVEL, COM A TERRAFORMAÇÃO

Marte é objeto de pesquisas para se tornar mais habitável (Foto: NASA)


Você sabe que a viagem e a colonização de Marte estão nos planos de muita gente, não é? Além da NASA, algumas iniciativas privadas, como a da SpaceX do Elon Musk, colocam um prazo de entre 20-30 anos para isso acontecer. Aliás, os primeiros seres humanos a pisar no planeta vermelho estão mais para colonizadores do que para astronautas. Assim como foram os primeiros colonizadores das Américas, será uma viagem só de ida.

De início, a ideia é estabelecer bases simples, com elementos modulares, como conteineres, enviados da Terra. Aos poucos, novos módulos mais sofisticados (e bonitos) serão montados para dar condições de sobrevivência aos colonizadores terrestres. Além de prover água, oxigênio e calor, os módulos precisam ter uma blindagem reforçada, pois Marte não tem campo magnético. O campo magnético ajuda a defletir partículas solares e raios cósmicos que podem causar danos ao DNA quando são absorvidos pelo corpo humano. A Terra possui um campo magnético que age neste sentido e apesar da blindagem não ser 100%, ela é eficiente o bastante para ter permitido o surgimento e desenvolvimento de vida.

Aos poucos, e com muita ajuda terrestre, as bases devem se tornar pequenas vilas, formadas por algumas centenas de pessoas. Mais para o futuro, podemos ter pequenas cidades protegidas por redomas que consigam manter condições de habitabilidade iguais às da Terra, aproveitando a luz solar com a proteção ao bombardeio de raios UV do Sol. Marte também não tem proteção contra eles, pois não possui uma camada de ozônio como a Terra.

Além dessa ideia, existe outra muito mais ambiociosa que parece um filme de ficção científica.

A ideia deve ter sido proposta nos fins da década de 1960 e tinha Carl Sagan por trás. O plano é transformar Marte de modo a deixá-lo com as mesmas condição de habitabilidade que a Terra. O nome deste processo é terraformação.

Mas, como fazer isso?

A terraformação de Marte começa com a criação de uma atmosfera densa. Isso é necessário para que a pressão atmosférica aumente a ponto de manter a água em estado líquido. Mesmo que a temperatura seja alta para a água descongelar, com a atual pressão atmosférica de Marte (menos de 1% da pressão atmosférica terrestre) o gelo nem derrete, ele passa direto de sólido para vapor em um processo chamado de sublimação.

Nessa etapa, o plano é liberar o gás carbônico preso sobretudo nas calotas polares sob a forma de gelo seco. Com a liberação do gás carbônico, não só a atmosfera aumenta de densidade (e pressão), como também dispara o processo de aquecimento global através do efeito estufa. Efeito estufa e aquecimento global ultimamente estão associados à degradação do meio ambiente, mas na verdade são elementos importantes para a manutenção da vida. 

O grande problema é quando o efeito estufa está desregulado: em excesso provoca um aquecimento global exagerado como acontece com Vênus que tem uma temperatura estável de 450ºC. Já quando o efeito estufa é pequeno, as temperaturas globais são muito baixas, com em Marte que pode atingir 100ºC negativos.
Processo de terraformação quer deixar Marte mais habitável, como a Terra (Foto: Daein Ballard)

O gás carbônico é um ótimo gás do efeito estufa, ou seja, ele tem uma boa capacidade de reter calor, assim como o vapor d’água e o gás metano. Então, esquentando as calotas polares marcianas para evaporar o gás carbônico, a pressão atmosférica aumenta e o efeito estufa passa a atuar aumentando a temperatura global. Com água líquida, lagos e mares poderiam se formar e algas e bactérias poderiam converter o gás carbônico em oxigênio em um processo demorado, com foi na Terra. Eventualmente poderiam-se levar plantas que ajudariam na terraformação.

Mas a grande pergunta até agora era, há gás carbônico suficiente para promover esse processo todo? Na última semana, um trabalho publicado na revista "Nature Astronomy" mostra as contas direitinho e a resposta não é animadora.

De acordo com Bruce Jakosky e Cristopher Edwards, autores do trabalho, não há gelo seco suficiente nas calotas polares para fazer a atmosfera marciana atingir a pressão mínima para manter a água no estado líquido. Atualmente a pressão atmosféria em Marte é de apenas 0,6% do mínimo necessário. Se todo o gás carbônico congelado fosse sublimado, a pressão atmosférica dobraria, chegando a 1,2% do necessário. Muito pouco.

Jakosky e Edwards então calcularam a contribuição de qualquer coisa em Marte que poderia contribuir com gás carbônico.

Junto com o gelo dos polos existem estruturas cristalinas que podem aprisionar a moléculas de água e gás carbônico, chamadas claratos. Se ao vaporizar o gelo seco e os claratos puderem liberar o gás carbônico aprisionado, a contribuição total faria a atmosfera de Marte atingir 2,7% do mínimo necessário.

Os dois cientistas da Universidade do Colorado, noa Estados Unidos, resolveram então incluir rochas, minerais que estão um pouco abaixo da superfície além da areia que cobre Marte. Usando tudo isso a pressão conseguiria atingir apenas 4,6% do total. Sem condições.

De acordo com Jakosky e Edwards, apenas se as rochas profundas no subsolo do planeta todo liberarem o carbono aprisionado é que a pressão atingiria o valor necessário para impedir que a água se evapore ao descongelar. Esse valor é o equivalente ao valor da pressão atmosférica ao nível no mar na Terra. É verdade que um pouco menos que isso já seria suficiente, mas não muito menos.

Bom, esses são os números, como fazer para eles virarem realidade? Como fazer para o gás carbônico ir parar na atmosfera de Marte?

Com as calotas polares é "fácil". Basta esquentá-las um pouco que seja e elas vaporizam. Nesse processo, os claratos liberam também água e gás carbônico. Já o carbono aprisonado no subsolo não muito profundo é mais difícil de liberar. Seria necessário aquecer as rochas a uma temperatura de 300ºC para isso aconrtecer. Isso nunca vai acontecer naturalmente, ou seja, o gás carbônico atmosférico não conseguiria por si só fazer o efeito estufa aquecer a atmosfera do planeta a essa temperatura. Seria necessário investir grandes quantidades de energia para fazer isso e mesmo assim não chegaria nem perto.

No trabalho publicado, os autores propõem uma maneira de liberar o carbono aprisionado no solo, inclusive o de rochas profundas, de uma maneira interessante. Segundo eles, se pequenos asteroides fossem desviados de suas órbitas para colidir com Marte, a energia do impacto esquentaria as rochas a ponto de fazer o serviço. Mas precisa ser muitos impactos cobrindo toda a superfície do planeta.

Isso tudo faz com que a terraformação de Marte seja impraticável com a tecnologia atual. Durante muito tempo ainda, os colonizadores de Marte precisarão viver em confinados em módulos.

AUTOR: G1

quarta-feira, 25 de julho de 2018

EM MARTE: RADAR LOCALIZA RESERVATÓRIO DE ÁGUA LÍQUIDA NO SUBSOLO

Imagem mostra a representação artística da sonda Mars Express sobre o hemisfério sul de Marte. No canto superior direito está a cobertura de gelo no planeta. No canto inferior, a representação das leituras de radar. Em azul, pontos interpretados como presença de um reservatório. (Foto: Davide Coero Borga/INAF/ESA via AP)

Pesquisadores italianos anunciaram nesta quarta-feira (25) que há indícios de presença de água líquida em Marte. Segundo dados coletados por um radar da Agência Especial Europeia (ESA), há um "reservatório" de água líquida repousando abaixo de camadas de gelo e poeira na região polar sul do planeta vermelho.

A descoberta levanta a possibilidade de que se encontre vida no planeta, já que a água é essencial para a existência de organismos vivos. Os cientistas tentam há muito tempo provar a existência de água líquida em Marte. O estudo de pesquisadores, a maioria ligada ao Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, foi publicado nesta quarta na revista "Science".
Cientistas europeus anunciam descoberta de um lago de água salgada em Marte

A confirmação científica sobre como deve ser esse líquido – doce ou salgado – deverá demorar, de acordo com o doutor em astronomia pela USP, Douglas Galante. Ele diz que para conseguir isso, precisamos perfurar o solo do planeta em uma profundidade que ainda não estamos preparados.

"A certeza vai existir só quando formos lá em Marte com uma sonda perfurar e medir", disse Galante. O trabalho foi feito com a ajuda do radar da sonda Mars Express, lançada em 2003, que mediu a quantidade de água na geleira. Os dados foram coletados entre maio de 2012 e dezembro de 2015.

As próximas missões até o planeta vermelho, como a Mars 2020, deverão fazer perfurações, mas não conseguirão chegar a esse novo reservatório descoberto – os instrumentos conseguem se aprofundar apenas alguns metros, e seria necessário chegar mais fundo.
Pesquisadores italianos mostram réplicas dos radares Cosm-SkyMed nesta quarta-feira (25) antes de coletiva de imprensa; eles analisaram sinais de radares e detectaram a presença de água líquida em Marte (Foto: Gregorio Borgia/AP Photo)

Profundidade incerta

Outra questão é que o estudo não determina a profundidade exata do reservatório. Isso significa que os cientistas não puderam especificar se é uma piscina subterrânea, algo parecido com um aquífero ou apenas uma camada de lodo.

"Em comparação com os lagos terrestres, é um lago pequeno com seus 20 quilômetros de diâmetro. Mas não conseguimos saber a profundidade porque a água atenua o sinal do radar", disse o astrônomo autor do estudo, Roberto Orosei, em entrevista para a BBC.

"Mesmo no caso mais pessimista, portanto, acredito que o volume de água deve ser de várias centenas de milhões de metros cúbicos."
Água em Marte: mapa da área investigada com uso de radares por pesquisadores italianos. (Foto: Divulgação)

Água em salmoura

Antes dos pesquisadores italianos, a Nasa já tinha apontado outras evidências de água líquida em Marte. Em 2015, a agência anunciou que o robô Curiosity descobriu sinais da existência de 'salmouras' na superfície do planeta, formadas quando os sais no solo, chamados de percloratos, absorvem vapor de água da atmosfera.

"O que a gente descobriu primeiro é que existia água congelada em solo marciano. Depois, foram encontradas evidências de água escorrendo pela superfície de Marte, mas ela aparecia esporadicamente, só no verão, e era salobra. E o que esse novo trabalho mostrou? É a primeira vez que foi encontrada uma grande quantidade de água na superfície marciana em estado líquido", explicou Galante.

Esse lago, ou reservatório, é muito parecido com um outro encontrado na Antártica, o Vostok. Ele é estudado há anos por cientistas para ser uma referência – eles querem entender se é possível a proliferação de vida no local.

Além disso, ainda em 2015, a Nasa apontou que o "Planeta Vermelho", por sua distância do Sol, seria muito gelado para conseguir manter água na forma líquida na superfície, mas os sais no solo poderiam diminuir seu ponto de congelamento, permitindo a formação de camadas de água bem salgada – como uma salmoura.

O que é importante entender é que esses sais na água de Marte, os percloratos, podem não ser os melhores para proliferação de organismos vivos e são tóxicos. Pesquisadores mostram, no entanto, que há alguns tipos de vida que poderiam viver nessa salmoura do planeta vermelho.

"Há muito tempo já dizia que a superfície de Marte seria inabitável por causa desse sal. Mas desde 2017 estão saindo trabalhos mostrando micro-organismos na Terra que são resistentes. Quem sabe eles também estão em Marte?", completou.

Material orgânico

Neste ano, a Nasa publicou também na revista "Science" que descobriu material orgânico preservado entre rochas (argilitos) com cerca de três bilhões de anos em cratera do planeta Marte. Os cientistas acreditam que pode ser uma evidência de vida no passado.

AUTOR: G1

quarta-feira, 23 de maio de 2018

VIAJANTE DO TEMPO MOSTRA FOTO TIRADA EM MARTE NO ANO 3812

Além da evidência trazida do futuro, mulher de 37 anos conta que a Terra será um planeta completamente diferente daqui a 17 séculos.

Uma viajante do tempo mostrou uma foto que alega ter sido tirada em Marte, no ano 3812. Além da evidência trazida do futuro, Mary, 37, também revelou ao canal do YouTube ApexTV que a Terra será um planeta completamente diferente nessa época.

A entrevista, por questões de segurança, como sempre, foi gravada em um local não revelado. Ela disse ser natural da cidade de Kobuleti, na Geórgia, um resort à beira do Mar Negro.

Mary contou que, quando tinha 20 anos, trabalhava em dois chalés da família, onde recebiam turistas de diversas partes do mundo. Um desses viajantes acabou mudando para sempre a vida dela.

Tratava-se de um professor de física com aproximadamente 60 anos chamado Benjamin Franklin. Ele chegou até Mary por causa de uma conferência na região.

A afinidade foi tamanha, que Mary foi convidada por Benjamin para trabalhar com ele como assistente em Londres. No laboratório, Mary lembra que se deparou com diversas salas onde eram realizados os mais diferentes tipos de experimentos...

...inclusive uma equipada com uma máquina do tempo. O professor já havia realizado várias viagens e ela o ajudava nesse processo, até que foi convidada para a fazer o mesmo, com a missão de fotografar Marte.

Mary explicou que só era possível ir até o século 45, por causa da dificuldade de retornar desse tipo de viagem. Ela então foi enviada para 3812, onde o Benjamin já tinha vários amigos.

Ao chegar ao seu destino, Mary notou que a Terra era um planeta completamente diferente de hoje. O céu era de outro cor, devido a um novo gás usado na camada de ozônio e os prédios tinham quilômetros de altura, por onde veículos trafegavam.

Não havia estradas e o chão era verde, com muitas árvores e flores. As pessoas viviam nas alturas ,onde não existia trânsito, muito menos acidentes. A inteligência artificial também era muito desenvolvida e robôs eram capazes até de sentir emoções.

Mary encontrou um amigo do professor que a acompanhou até a agência de turismo que os levariam até Marte. Ela descobriu que o planeta vermelho era habitado apenas por chineses, que exploravam os recursos metálicos de lá.

A viagem durou cerca de quatro horas. Ao chegar em Marte, Mary viu um deserto, onde foram erguidas diversas construções. Ela imediatamente pegou a câmera para registrá-las.

Com o auxílio de roupas especiais, Mary conta ter andado pelo planeta vermelho por aproximadamente duas horas e que havia vida lá antes da colonização humana — répteis que não necessitavam de oxigênio para sobreviver.

Os metais explorados também era diferentes dos encontrados na Terra e o trabalho de extraí-los do solo marciano ficava a cargo de robôs especializados.

Mary retornou à Terra e, enquanto conversava sobre uma guerra intergaláctica na qual o humanos conquistaram um planeta com vida na constelação de Andrômeda, sentiu uma corrente elétrica percorrer o corpo e despertou no laboratório novamente.

Ela diz que após essa experiência, Benjamin decidiu mandá-la embora do laboratório. Até hoje ela não tem notícias dele. E você, o que achou dessa viagem?

AUTOR: R7

segunda-feira, 21 de maio de 2018

VOCÊ SABE O QUE SÃO PLANETAS ÓRFÃOS???

Às vezes, ouvimos termos de astronomia que nos deixam curiosos, para mim um deles é o conceito de planeta órfão. Você sabe o que são planetas órfãos? Vem comigo, vamos descobrir juntos!

Então, planetas órfãos são corpos celestes que estão soltos pela galáxia já que não orbitam nenhuma estrela. Eles também podem ser chamados de errantes, interestelares ou ainda nômades. É interessante observar que esses planetas são formatos como os demais através de discos protoplanetários de poeria e gás que se unem e se tornam planetas estáveis.

A questão é que os discos são formados sempre em torno de alguma estrela, porém eles apresentam diversas colisões entre os planetas recém-formados, assim podendo acabar sendo expulsos da órbita estelar e se tornando órfãos.
O mais interessante é que eles ainda orbitam o centro da galáxia como qualquer outro astro. 

É difícil definir a localização deste tipo de planeta, logo também é difícil saber onde eles ficam. Até o momento os cientistas localizaram apenas 16 planetas deste tipo. 

Os cinco maiores são: UGPS J072227.51-054031.2, WISE J1741-464, OTS 44 e Cha 110913-773444, apesar de nenhum ter sua existência comprovada.

E agora você deve estar pensando: Por que não localizamos um destes e o colonizamos? Seria impossível já que os planetas órfãos não orbitam nenhuma estrela, logo não possuem luz ou calor, o que é necessário para a vida humana se desenvolver. 

Sinistro, não acha? Comente!
AUTOR: TRICURIOSO

quinta-feira, 12 de abril de 2018

POR QUE A FALTA DE FÓSFORO NO UNIVERSO REDUZ A CHANCE DE SE ENCONTRAR VIDA EXTRATERRESTRE

Pesquisadores da Universidade de Cardiff estudaram a nebulosa de Caranguejo em busca de rastros de fósforo NASA/ESA/J. HESTER/A. LOLL (ASU)

Muito além dos palitos que usamos para acender fogo, o fósforo tem um grande papel na origem da vida. E uma astrônoma britânica que comandou um estudo sobre a presença de fósforo em supernovas disse acreditar que as chances de vida extraterrestre são menores do que se pensa justamente pela falta do elemento no universo.

"Sob condições químicas pobres em fósforo, pode ser que seja realmente difícil que a vida se origine em um mundo similar ao nosso", disse a astrônoma da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, à agência Press Association.

Utilizando o telescópio britânico William Herschel, localizado nas Ilhas Canárias (Espanha), Greaves e sua equipe buscaram rastros de fósforo e ferro na nebulosa de Caranguejo, localizada a 6,5 mil anos-luz de distância, na constelação de Touro.

Para sua surpresa, Greaves não encontrou ali suficiente quantidade de fósforo para permitir que surgisse vida em novos planetas tal como a conhecemos na Terra.

Ainda que os cientistas pretendam prosseguir com esses estudos em outros resquícios de supernovas, "a rota para levar fósforo a planetas recém-nascidos parece bastante precária", agregou Greaves.

Em entrevista à BBC, Greaves, que recentemente apresentou os resultados preliminares de suas pesquisas sobre esse elemento na Semana Europeia de Astronomia e Ciência Espacial, em Liverpool, explicou que "o fósforo é um entre apenas seis elementos químicos realmente importantes" para o surgimento de vida.

A seleta lista, prossegue, é formada por carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e, por fim, o fósforo, essencial para o armazenamento e a transferência de energia entre as células. O fósforo, segundo a astrônoma, é crucial ao componente Adenosina trifosfato (ATP), que as células dos organismos vivos usam para armazenar e transportar a energia usada na atividade celular.

"Como astrônoma, me dei conta de que não havia estudos sobre o fósforo cósmico, então pensei: devemos rastreá-lo desde seus primórdios, em termos astronômicos", destaca.

O fósforo é um dos elementos químicos criados nas supernovas - as maciças explosões de estrelas - e por elas lançados ao espaço.

"Esses elementos viajam e terminam em grandes nuvens de gases na nossa galáxia. Em algumas dessas nebulosas se formarão futuras gerações de estrelas e planetas", explica a pesquisadora.
Vida na Terra depende de seis elementos químicos básicos: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo GETTY IMAGES

AUTOR: BBC

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

NASA DIVULGA IMAGENS DO PÔR DO SOL EM MARTE

Registro do pôr do sol em Marte foi feito pela sonda Curiosity (Foto: Divulgação Nasa)

Um pôr do sol costuma ser bonito em qualquer lugar do mundo. Mas esse registro feito pela Nasa é realmente difícil de bater. Com a sonda Curiosity, a agência espacial americana conseguiu fazer imagens impressionantes desse fenômeno em Marte.

A imagem mostra o sol se escondendo em uma área mais alta na superfície do planeta vermelho e foi descoberta pelo usuário da rede social Reddit, Pluto_and_Charon.

Um porta-voz da Nasa explicou ao site IFLScience que ela foi tirada no entardecer de Marte na direção oeste-noroeste. A qualidade da imagem não foi por acaso - a agência espacial confirma que ela foi planejada em detalhes.

Algo interessante de notar na imagem é que o pôr do sol em Marte é o oposto ao da Terra. Por aqui, o céu durante o dia é azul e ao anoitecer fica vermelho, conforme a luz do sol vai passando pela atmosfera e reflete mais o final vermelho do espectro do astro.

Já em Marte, acontece o oposto. O céu durante o dia é vermelho e durante a noite é azul. Isso acontece porque a poeira é responsável por refletir a luz por lá, ao contrário do nosso planeta, onde a luz do sol é refletida nos gases da atmosfera.

A sonda Curiosity conseguiu tirar essa foto com um dispositivo Mastcam (instrumento de imagem estereoscópica multiespectral) que fica do lado esquerdo dela. Essa é uma das quatro câmeras na sonda, que costuma fazer imagens da superfície de Marte e de outros objetos espaciais de interesse científico.

Em alguns casos, porém, as fotos divulgadas acabam despertando grande interesse público - como é o caso dessa.

A sonda Curiosity está em Marte desde agosto de 2012 e, desde então, vem trazendo informações sobre o planeta vermelho para a Nasa.
Céu em Marte é vermelho durante o dia e azul à noite Image caption

AUTOR: BBC

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