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sábado, 11 de janeiro de 2020

EX-ASTRONAUTA BRITÂNICA DIZ QUE: 'ALIENS EXISTEM E PODEM ESTAR AQUI'

FOTO TECMUNDO

Existe vida alienígena? A resposta para um dos maiores mistérios do universo é sim, de acordo com a ex-astronauta Helen Sharman, primeira pessoa britânica a ir ao espaço. E ela vai mais longe ao afirmar que os extraterrestres não só existem como já podem estar vivendo entre nós aqui na Terra.

As declarações surgiram durante entrevista de Sharman ao The Guardian, publicada no último domingo (5), em que ela falava sobre a sua experiência no espaço, ocorrida em maio de 1991, quando a astronauta passou alguns dias na estação modular soviética Mir.

Segundo ela, os “aliens existem, não há dúvida alguma sobre isso. Deve haver todo o tipo de formas de vida diferentes”. Formada em Química, ela ressaltou ainda que os ETs podem não ter carbono e nitrogênio em sua composição, como acontece com os humanos, e deu outra declaração polêmica: “É possível que eles estejam aqui neste momento e nós simplesmente não possamos vê-los”.

(Fonte: Wikimedia Commons/Anne-Katrin Purkiss)

Quem também já deu uma declaração parecida foi o ex-Ministro da Defesa do Canadá Paul Hellyer, que em 2013 disse haver pelo menos quatro espécies de seres de outros planetas habitando a Terra e “provavelmente trabalhando para os Estados Unidos”. 

O comentário aconteceu durante audiência pública na capital americana, com a participação de vários políticos e estudiosos do assunto.

A experiência de Sharman no espaço

Aliens à parte, Helen Sharman falou, na entrevista, que não existe visão mais bela do que olhar a Terra de cima: “Depois da decolagem, deixamos a atmosfera e de repente a luz entrou pela janela. Estávamos sobre o Oceano Pacífico. Os mares azuis gloriosamente profundos me tiraram o fôlego”, revelou.

Escolhida entre 13 mil candidatos interessados em participar da missão chamada Projeto Juno, que tinha o objetivo de levar um cidadão britânico ao espaço pela primeira vez, ela ficou oito dias na estação Mir, conduzindo testes médicos e agrícolas, entre outras atividades.

Com 56 anos de idade atualmente, ela ainda trabalha em atividades relacionadas aos voos espaciais e também à Química.

AUTOR: MEGACURIOSO

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

NOVO MAPA DA VIA LÁCTEA COM 'BERÇÁRIO' DE ESTRELAS, É MOSTRADO EM ESTUDO

Esta imagem, tirada do 'World Wide Telescope', é uma visualização feita a partir dos dados do estudo, feitos por uma artista, da Via Láctea e do Sistema Solar Foto: Divulgação/ Alyssa Goodman/Harvard University

Astrônomos da Universidade de Harvard, nos EUA, identificaram o local de nascimento de estrelas na Via Láctea a partir de um novo mapa tridimensional da galáxia. 

Um estudo publicado nesta terça-feira (7) pela revista "Nature" mostrou que os corpos celestes são gerados em uma grande massa gasosa vizinha ao planeta Terra.

A descoberta foi feita a partir do cruzamento de dados recolhidos pela sonda Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), com uma nova forma de representação da Via Láctea. A sonda europeia foi lançada em 2013 para medir com precisão a posição, a distância e o movimento das estrelas.

Os cientistas se depararam com uma estrutura gasosa de grandes dimensões bastante próxima à Terra. Conhecido como um "berçário das estrelas", este é um dos maiores já encontrados. São 9.000 anos-luz de comprimento e 400 anos-luz de largura.

Anos-luz é uma unidade de medida de distância, calculada a partir do deslocamento de um corpo durante um ano na velocidade da luz (300.000 km/s).
Fotógrafo de Brasília registra Via Láctea; céu visto na Chapada dos Veadeiros Foto: Leo Caldas/ Arquivo pessoal

Escondida a olho nu

Para a astrônoma norte-americana Alyssa Goodman, uma das autoras do estudo, descobrir-se estar tão próxima a esta formação gasosa foi algo inesperado. O "berçário" recebeu o nome de Onda Radcliffe, por conta do seu formato ondular, e não circular como se especulava.

"Ficamos completamente chocados quando percebemos que a Onda Radcliffe aparentava ser de uma forma em nossas observações e depois percebemos, a partir de um modelo 3D, que era mais sinuoso", disse em um comunicado. "Isso nos faz ter que repensar a maneira com que representamos a própria Via Láctea.

Outro dos autores do estudo, o astrônomo português João Alves, explicou que o formato das nuvens moleculares, de onde saem as estrelas, foi por muito tempo alvo de questionamentos da comunidade científica.
A Via Láctea é vista sobre o Telescópio Universitário de Varsóvia, no Observatório Las Campanas, no Chile Foto: Jan Skowron/University of Warsaw/Divulgação via Reuters

"O que observamos é que esta é a maior estrutura que conhecemos na galáxia e que ela está organizada em um filamento maciço e ondulado. Ela sempre esteve diante dos nossos olhos, mas nunca tínhamos visto até agora", disse Alves.

O português disse que ainda não se sabe o que causa o formato ondular da massa gasosa, mas explicou que ela, assim como nós, sofre interferência do Sol: "É como se estivéssemos surfando esta onda."

Mapa 3D

A descoberta da Onda Radcliffe foi feita a partir da utilização de um novo mapa tridimensional da galáxia, de acordo com os cientistas, esta forma de representar a galáxia pode abrir caminhos para outras descobertas.
A pesquisadora de Harvard, Catherine Zucker, contribuiu com a revisão do modelo de representação da galáxia a partir do uso de técnicas estatísticas e de computação 3D. 

Para ela, é uma forma de encontrar grandes estruturas não perceptíveis anteriormente pelos cientistas.
A fotografia da Via Láctea foi feita da montanha mais alta do Havaí, Mauna Kea (4.208 m), mostrando campos de lava da Ilha Grande. Foto: Gianni Krattli/Observatório Real de Greewich

"Suspeitamos que possa haver estruturas maiores que simplesmente não conseguimos contextualizar", disse Zucker em um comunicado. "Para criar um mapa preciso de nossa vizinhança solar, combinamos observações de telescópios espaciais com astroestatística, visualização de dados e simulações numéricas."

Com o trabalho da pesquisadora, foi possível compilar em um catálogo as distâncias precisas deste "berçário" de estrelas: "Agora, podemos literalmente ver a Via Láctea com novos olhos", disse Zucker.

AUTOR: G1

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A EXPLORAÇÃO DE URANO E NETUNO VOLTA A SER ALVO DE PROJETOS INTERNACIONAIS

Netuno visto pela Voyager 2 Foto: Divulgação/Nasa/JPL
Depois de mais de 40 anos “esquecidos”, os gigantes Urano e Netuno voltam à cena com a proposta de duas missões interplanetárias. E, como era de se esperar, a China marca presença.

Este ano – e certamente os próximos quatro ou cinco anos – será focado na reconquista da Lua, com os projetos de missões tripuladas e construção de bases. Mas também serão anos dedicados a estreitar a exploração científica de Marte. Por enquanto, nada mais ambicioso do que recolher amostras do solo para envio à Terra, mas com foco também em futuras missões tripuladas.

Enquanto isso, as ideias de explorar planetas mais distantes vão surgindo e algumas delas, felizmente, já estão se concretizando. Em especial nas fronteiras do Sistema Solar.

Nos planetas mais distantes

As sondas Pioneer 10 e 11 e as Voyagers 1 e 2 fizeram um tour pelo Sistema Solar, estudando os gigantes gasosos distantes. Em especial a Voyager 2, que além de Júpiter e Saturno, estudou os planetas mais distantes Urano e Netuno, no final da década de 1980.

Desde então, Júpiter e Saturno ganharam missões próprias, com sondas orbitando seus sistemas por anos a fio: Júpiter teve a sonda Galileo e, atualmente, a Juno e Saturno foi estudado pela sonda Cassini por mais de 10 anos. Mas parou nisso. Urano e Netuno ficaram esquecidos desde então.

As conversas para construir uma missão de reconhecimento de Netuno começaram a convergir nos últimos dois anos e, em julho do ano passado, surgiu uma proposta concreta. 

A missão Trident, em alusão ao tridente de Netuno, foi apresentada numa conferência de ciências planetárias nos EUA.
Mosaico de Tritão Foto: Divulgação/Nasa/JPL

A proposta é que a agência espacial dos EUA (Nasa) financie uma missão da classe Discovery dentro dos preceitos de “melhor, mais rápida e mais barata” que tem a "New Horizons" como um recente sucesso.

A missão, aliás, seria nas mesmas bases da "New Horizons" que fez um sobrevoo em Plutão e Caronte em 2015: a Trident irá fazer um sobrevoo rápido por Netuno e Tritão, sua enigmática lua. 

Em geral, é assim que as missões evoluem, com uma missão de sobrevoo de reconhecimento inicial e um mapeamento preliminar, para depois partir para uma missão para orbitar e, quem sabe, pousar no objeto.

A missão Trident seria equipada com instrumentos muito parecidos com os que fazem parte da "New Horizons" para obter o máximo de informações no menor tempo possível.

E o sobrevoo promete ser ainda mais empolgante: depois de uma viagem de quase 10 bilhões de quilômetros, a nave vai fazer uma rasante de apenas 500 quilômetros sobre Tritão! Isso é o equivalente a acertar um alvo de meio milímetro de largura em Londres, disparando uma arma em Porto Alegre!

Um dos objetivos principais é estudar Tritão em detalhes. Quando a Voyager 2 passou, ela não foi capaz de mapear por inteiro o seu hemisfério norte e o que foi visto na parte sul deixou mais perguntas do que respostas.

Mais sobre Netuno e Tritão

Tritão tem as características de um planeta anão formado no Cinturão de Kuiper e que foi capturado por Netuno. Mas também tem características de um mundo composto de muito gelo que poderia ter se formado ali mesmo, junto com Netuno. Além disso, o mapa mostrou uma calota polar no hemisfério sul, mas nenhuma evidência de que exista uma calota semelhante no polo norte.

Mas o mais empolgante: Tritão poderia ter um oceano subterrâneo! Essa lua de Netuno foi incluída no rol de corpos celestes chamados de “Mundos Oceânicos” que são: Ganimedes, Europa, Titã, Encélado, Plutão e Caronte.

Isso foi novidade até para mim, mas, de acordo, com a equipe da missão Trident, proposta pelo Instituto Lunar e Planetário no Texas, Tritão tem todas as premissas para possuir muito gelo e, com sua composição geológica e proximidade de Netuno, o gelo poderia se transformar em água no subsolo, mantendo-se nessa condição se existir amônia misturada a ela.

O objetivo da rasante de 500 km acima da superfície de Tritão é atravessar sua tênue atmosfera para analisá-la.

Após o sobrevoo, a Trident vai poder passar pela sombra de Netuno e Tritão, para procurar plumas de vapor d’água no satélite, como as encontradas em Encélado e mais recentemente em Europa. Quem vai responder a questão sobre a existência ou não do oceano, entretanto, será uma séria de instrumentos que vão estudar o campo magnético de Tritão.

Participação chinesa e datas da Trident

Além da Nasa, quem está também se preparando para visitar Netuno é a China e, como sempre, com objetivos bem mais ambiciosos. Além de passar a uma distância de mil quilômetros de Netuno, a missão que tem o nome provisório de IHP-1, vai lançar uma sonda para penetrar sua atmosfera.

Depois disso a IHP-1 vai fazer um sobrevoo de um objeto do Cinturão de Kuiper para finalmente seguir para fora do Sistema Solar. A intenção é fazer como as Voyagers e manter a nave estudando a heliosfera, a bolha de plasma que envolve o Sistema Solar.

Apesar de as ideias estarem ainda no campo das propostas, elas têm data marcada para virarem realidade. Para que isso tudo seja possível, as missões precisam partir entre 2024-2026 para aproveitar um alinhamento planetário favorável, economizando-se combustível.

Por exemplo, sendo lançada entre 15/04 e 05/05, a Trident levaria 12 anos para chegar até Tritão, mas antes passaria de novo pela Terra por mais três vezes, uma vez perto de Vênus e uma vez por Júpiter. Nessa rápida escala em Júpiter, a configuração das órbitas seria muito ideal para estudar Io, sua lua vulcânica.

A Trident tem até data para chegar, se respeitar a janela de lançamentos: 28 de junho de 2038 e, tal qual a "New Horizons", passaria mais um ano transmitindo os dados para a Terra. Tomara que a Trident seja aprovada logo, pois seis anos para montar e lançar uma missão dessas não é muito tempo e eu gostaria muito de ver seus resultados.

AUTOR: G1

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O SOL SE PREPARA PARA NOVO CICLO COM CHANCE DE MAIS ERUPÇÕES QUE PODEM AFETAR A TERRA

Mistura de duas imagens do Sol capturadas pelo observatório dinâmico da Nasa Foto: Divulgação/ Nasa/SDO

Faltam poucos dias para chegar 2020, mas ao que tudo indica o Sol já está no seu novo ciclo de vida, o ciclo 25.

Segue o fio que a história é assim:

O nosso Sol é uma estrela de tipo espectral G2 de meia idade, ainda com uns 5 bilhões de anos de vida. Estima-se que seu tempo de vida seja de 10 bilhões de anos e ao fim desse período ele deve se tornar uma gigante vermelha expulsando suas camadas mais exteriores.

Mas durante seu tempo de vida, o Sol apresenta um ciclo periódico de aumento e diminuição de manchas solares. As manchas são, na realidade, a parte mais visível do ciclo de atividade magnética da nossa estrela. Elas são observadas desde o tempo dos astrônomos chineses há quase 2 mil anos e desde o século XVII são monitoradas e contabilizadas todos os dias.

Com essa vigilância toda, sabemos que o período do ciclo de manchas solares é de 11 anos, mais ou menos, alterando períodos de baixa atividade magnética (o mínimo solar) e períodos de máxima atividade (o máximo solar). 

Durante o mínimo, o número de mancha solares é muito pequeno, passam-se semanas sem que uma sequer seja avistada. Já nos períodos de máximo é o contrário, são muitas manchas que trazem junto tempestades solares intensas.
O estudo dos ciclos solares tem ficado cada vez mais importante para a sociedade moderna, por causa da dependência de energia elétrica e de equipamentos eletroeletrônicos. Quando ocorrem tempestades violentas há ejeção de massa coronal, uma grande nuvem de plasma, que se atingir a Terra pode causar muitos estragos.

Em geral, as tempestades no Sol causam auroras visíveis em altas latitudes terrestres, mas se houver mesmo um choque com o plasma solar ejetado, as correntes induzidas em estações de energia elétrica, satélites e equipamentos elétricos podem torrar os circuitos. 

Isso já aconteceu várias vezes e existe até um plano de contingência para essas épocas, a fim de minimizar os estragos.
Imagem de 2018 mostra registro da aurora boreal na Finlândia Foto: Alexander Kuznetsov/Reuters

Atualmente o Sol está em seu período de mínimo saindo do ciclo 24 e entrando no ciclo 25. 

Não é fácil saber exatamente quando termina um ciclo e começa outro, ou melhor, a transição entre um e outro não é abrupta. Ainda mais no atual ciclo.

Esse é um dos mínimos mais mínimos já registrados.

No início de 2019 o Sol vinha se comportando como o esperado pelos modelos, mas no meio do ano o número de manchas despencou. Somando os dias em que nenhuma mancha foi observada no atual ciclo, temos o total de 948. 

Esse é o terceiro menor registro desde 1856! Apenas nos mínimos em 1878 (1028 dias) e 1913 (1015 dias) a atividade solar foi mais baixa.

Mesmo o pico do atual ciclo já foi fraco: o máximo teve muito menos manchas do que o pico do ciclo 23. Aliás essa característica vem sendo observada pelo menos nos últimos 3 ciclos: o pico do ciclo é menor do que o pico anterior.

Ninguém sabe ao certo o que se passa no interior do Sol para dizer por que isto está acontecendo. O mais provável é que seja um ciclo natural do Sol e que, se tivéssemos registros precisos obtidos há mais tempo, veríamos esse comportamento peculiar.

Não sabemos as causas, mas desconfiamos dos efeitos. As baixas contagens de manchas solares fazem com que a temperatura global diminua. 

A relação entre ambos é intermediada pela magnetosfera terrestre que permite a passagem de mais partículas carregadas, inclusive raios cósmicos. Já está provado que a incidência maior de raios cósmicos favorece a formação de nuvens que por sua vez refletem a luz do Sol. No fim das contas, com uma menor incidência de luz solar na superfície, o planeta acaba esfriando.

Existe um período entre 1645 e 1715 em que o número de manchas solares registradas foi muito pequeno. Pequeno mesmo. Por exemplo, em 1640 e 1670 nenhuma mancha foi registrada no Sol! Durante esse período, conhecido por Mínimo de Maunder, a temperatura média na Europa foi mais baixa do que o usual. 

A coincidência entre os dois fatos levou muita gente a associar as duas coisas. Ainda que não haja consenso entre os pesquisadores de que realmente haja uma relação de causa-consequência neste caso, muita gente acredita que o motivo das baixas temperaturas esteja de fato relacionada com a baixíssima atividade solar.
Essa semana já apareceu uma mancha com as características esperadas para o novo ciclo. Em outras palavras, o ciclo 25 de fato está para começar. 

Como a transição é bem discreta, é possível que 2020 ainda seja um ano com pouquíssimas manchas, podendo até mesmo bater 2019 que registrou 277 dias sem manchas. 

Estaremos aqui para conferir!
Imagem divulgada pela Nasa em 2016 mostra uma mancha solar gigante. A região do Sol onde a mancha foi encontrada está sendo chamada de 'monstro benevolente' pelos cientistas. Foto: AP/Nasa

AUTOR: G1

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

NO MUNDO: ECLIPSE SOLAR COM 'ANEL DE FOGO' É VISTO EM PARTES DA ÁSIA, ÁFRICA E AUSTRÁLIA

Pessoas tiram fotos com seus smartphones enquanto monitoram o eclipse solar anular na Arábia Saudita Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed
Moradores de partes da Ásia, África e Austrália assistiram nesta quinta-feira (26) a um eclipse solar anular, quando Terra, Lua e Sol se alinham, mas a posição e a distância entre os astros criam um "anel de fogo".
O evento astronômico pode ser visto em sua totalidade em regiões específicas dos seguintes países: Índia, Sri Lanka, Cingapura, Malásia, Brunei, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Omã, Sumatra e Qatar. 

Na Austrália e no continente africano, o fenômeno ocorre de forma parcial. 

Não foi possível acompanhar o fenômeno do Brasil.
Um pássaro voa durante o eclipse solar em Bangkok Foto: REUTERS/Soe Zeya Tun
Eclipse é observado com o uso de um filtro solar na Indonésia Foto: REUTERS/Willy Kurniawan
A lua passa entre o sol e a terra durante eclipse solar anular visto de Cingapura Foto: REUTERS/Tim Chong
Lua passa entre o sol e a terra durante um eclipse solar anular em Abu Dhabi Foto: REUTERS/ Christopher Pike
Lua passa entre o sol e a terra durante um eclipse solar anular em Abu Dhabi Foto: REUTERS/ Christopher Pike
Crianças acompanham eclipse solar anular em Abu Dhabi Foto: REUTERS/Christopher Pike
Menino testa um óculos solar especial na região de Siak, província de Riau, Indonésia Foto: REUTERS/Willy Kurniawan

Qual é a diferença entre o eclipse solar anular e o solar total?

Em um eclipse solar total, a Terra, a Lua e o Sol se alinham de tal forma e em uma posição tão exata que todo a estrela do nosso sistema é "tampada" da perspectiva da Terra – é possível ver apenas a coroa, a atmosfera do Sol (veja foto do topo). 

No caso do eclipse solar anular, ainda há um alinhamento entre os três corpos celestes, mas com um distanciamento um pouco maior da Lua em relação ao nosso planeta. O resultado é a formação de um "anel de fogo" no céu.

Quando veremos um eclipse do tipo no Brasil?

Não. O próximo eclipse anular total no Brasil será em 26 de janeiro de 2028. Estados da região Norte poderão assistir a versão total, enquanto a versão parcial será vista em todo o país.

Quando teremos outro eclipse solar anular no planeta?

Em 21 de junho de 2020. Ele será visível também em países da Ásia, África e parte da Europa.

AUTOR: G1

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

NA LUA DE SATURNO TEM CÂNIONS QUE EXPELEM ÁGUA

Mapa de calor indica água sendo expelida pelas faixas do tigre Foto: Nasa

Há cerca de duas semanas, falamos neste blog sobre a confirmação da existência de água em uma lua de Júpiter, em Europa, para ser mais preciso. Antes dessa confirmação, sabíamos há mais tempo que a Encélado, uma pequena lua de Saturno tinha um oceano protegido por uma camada de gelo.

Até a passagem das sondas Voyagers no começo da década de 1980, os astrônomos tinham poucas informações sobre esse mundo gelado. Com os sobrevoos das duas sondas, ficou claro que o alto poder de refletir a luz do Sol era decorrente de uma capa de gelo que cobre a lua inteira. 

Mas uma pergunta ficou no ar (ou espaço): como poderia ser o gelo assim tão branco? A desintegração de meteoros e das próprias luas pequenas de Saturno produzem toneladas de poeira que uma hora ou outra cai nas outras luas, ou vai se juntar ao sistema de anéis. 

O gelo de Encélado deveria estar coberto por essa poeira. Em outras palavras, deveria estar sujo.

A cor do gelo indica que ele é recente, ou seja, indica que existe um mecanismo que constantemente recobre o gelo antigo (e sujo) com gelo novo (e branquinho).
Encélado, lua de Saturno — Foto: Reprodução/Nasa

Em 2005, a sonda Cassini descobriu uma série de fraturas na camada de gelo formando verdadeiros cânions. As fraturas, conhecidas como "faixas do tigre" em alusão às manchas na pelagem desse animal, têm origem no polo sul de Encélado e têm por volta de 130 kg de extensão com um espaçamento regular de 35 km entre uma e outra.

A sonda Cassini revelou também criovulcões ativos, ou seja, vulcões que expelem água fria de dentro das fraturas. Então, além de uma capa de gelo, a Encélado possui também um oceano abaixo do gelo. Se não cobrir toda a lua, pelo menos está em um bolsão de água no polo sul.
Plumas dos criovulcões nas faixas de tigre Foto: Nasa

Desde essa descoberta, a Encélado é a preferida dos astrobiólogos. Possuir água no estado líquido é um dos pré-requisitos para um objeto abrigar vida. Além desse fato, os criovulcões estão permanentemente jogando a água do subsolo no espaço, mas que também acaba sendo depositado em sua superfície.

Diferente de Europa, que o oceano está blindado por uma camada de mais de 10 km de gelo, em Encélado é possível estudar a composição do oceano mesmo do espaço. Aliás, a própria Cassini fez isso, voando através das plumas expelidas pelos criovulcões para analisar as partículas ejetadas. Resultados preliminares mostram que se trata de água salgada, ainda que seja uma mistura de sais inclusive o cloreto de sódio, o nosso sal de cozinha.

Um dos fatos mais intrigantes a respeito das faixas do tigre é sua morfologia. Todas elas partem do polo sul, têm uma extensão similar e estão espaçadas pela mesma distância. Qual mecanismo poderia esculpir essas marcas sobre a superfície?

De acordo com uma equipe de pesquisadores liderada por Max Rudolf, da Universidade da Califórnia, é tudo uma questão gravitacional.

A órbita de Encélado em torno de Saturno é muito ovalada, há períodos em que a pequena lua está muito próxima, mas há períodos em que ela está muito distante do gigante Saturno. A diferença de distâncias se traduz em uma diferença de forças gravitacionais ao longo da órbita, de modo que esse estica e puxa faz com que o gelo se rompa e mesmo se derreta. Essa ação é mais eficiente nos polos e faz com que o gelo rache nessas localidades e as rachaduras gigantes se propaguem para o equador.

E como essas rachaduras ficam equidistantes umas das outras? Como é no fundo delas que se abrem os criovulcões, o material expelido a uma alta pressão acaba se diferenciando quando estão no espaço. As partículas mais leves são capturadas pelo sistema de anéis de Saturno e as mais pesadas são atraídas de volta a Encélado caindo e se acumulando ao redor da fissura. De acordo com Rudolf e seus colegas, a concentração de neve se dá a 35 km de distância de onde ela foi expelida e o seu acúmulo faz o gelo afundar, formando novas fissuras.

O mecanismo é complexo, mas se baseia em dois princípios simples: o de forças de marés e o congelamento da água. São as forças de marés que fazem o gelo se derreter quando Encélado está se aproximando de Saturno e quando se afasta dele, o congelamento da água faz a capa de gelo se expandir, trincando em sua extensão.

Uma pena que depois do fim da missão Cassini ainda não exista nenhum plano de lançar outra sonda para estudar o sistema de Saturno. Junto com a Europa Clipper, que vai estudar a lua de Júpiter, elas dariam um ótimo avanço na busca por vida em outros lugares do Sistema Solar.

AUTOR: G1

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

UM ESTUDO CONFIRMA EXISTÊNCIA DE ÁGUA, EM 'EUROPA' UMA DAS LUAS DE JÚPITER

Imagem composta mostrando pluma observada em Europa. Foto: Ilustração/Nasa

No começo da semana saiu a notícia sobre o mapa geológico de Titã, a maior lua de Saturno e a segunda maior de todo o Sistema Solar. 

Na mesma edição da revista "Nature Astronomy" em que foi publicada essa pesquisa, um outro resultado tão importante quanto o mapa de Titã também foi publicado. Nesse caso, um resultado sobre uma das luas de Júpiter.

Há algumas décadas que se especula a existência de água em Europa, a menor das luas descobertas por Galileu Galilei em 1609. Em 1999, a sonda Galileo que orbitou o sistema Joviano determinou que havia uma substância fluida de condutividade elétrica muito alta. 

Levantamentos gravimétricos, pesquisa que mede a intensidade da gravidade, mostraram que Europa não deveria ter um núcleo rochoso simples. 

Ao invés disso, deveria ter um núcleo rochoso muito provavelmente recoberto por uma capa de uma substância líquida. 

Mais tarde, observações em Terra e no espaço feitas pelo Hubble mostraram plumas enormes sendo expelidas em Europa.
Europa vista pela sonda Galileo Foto: Nasa

O cenário apontava mesmo para um oceano subterrâneo e sobre ele, uma crosta de gelo com espessura de 10-15 km que protegeria o oceano de evaporar para o espaço. 

De tempos em tempos uma fratura, ou rachadura, nesta crosta faria a água jorrar violentamente para o espaço, formando gêiseres. Assim que escapasse da proteção da crosta a água evaporaria formando uma pluma de neve e vapor.

Bom, você sabe que um cenário montado com hipóteses razoáveis e que se encaixam é muito bom para se explicar um fenômeno, mas nada se compara a uma comprovação direta. E era isso que faltava para o cenário de Europa.
Nessa segunda feira, Lucas Paganini e um time de mais 6 pesquisadores publicaram os resultados de uma campanha de 17 observações de Europa feitas no Havaí. 

Usando um espectrômetro, um instrumento que separa as componentes da luz, Paganini e seus colaboradores conseguiram identificar a presença de vapor d’água em uma das plumas de Europa.

A identificação foi bem sutil, das 17 observações feitas isso só foi possível em uma delas. Ainda assim, o volume calculado de água expelida na forma de vapor seria suficiente para encher uma piscina olímpica em poucos minutos!

E se você nos acompanha aqui no blog já sabe o porquê de tanto alvoroço com esse resultado. Se alguém quiser detectar vida fora da Terra deve começar sua procura por locais que tenham água. Não gelo e nem vapor, água líquida mesmo. 

O motivo é muito simples, a vida como conhecemos se desenvolveu com a água como o meio líquido que, entre outras coisas, intermedeia as trocas de substâncias ao nível celular. 

Então um bom começo para a procura é justamente “ir atrás da água”, ou “follow the water” como aparece nas páginas de astrobiologia da NASA.
Representação artística da sonda Europa Clipper sobrevoando a capa de gelo de Europa. Foto: Nasa

Não é por coincidência que a vida na Terra tenha se baseado em água, ela deve ser a substância mais abundante do universo. Hidrogênio e oxigênio são os elementos mais abundantes no universo. Na verdade, o hélio é o segundo mais abundante, depois do hidrogênio, mas ele não se combina com nenhum outro elemento para formar uma molécula estável. 

Uma outra possibilidade é ter metano ou etano líquido para fazer o mesmo papel, como eu mencionei no post abaixo.

Como Europa tem um oceano abaixo da crosta de gelo, a sonda Galileo foi jogada contra Júpiter ao fim de sua missão, justamente para evitar qualquer tipo de contaminação. Estratégia igual foi usada com a sonda Cassini, para evitar que Titã fosse contaminado.

Esse resultado é fantástico, principalmente considerando que em 2023 a sonda Europa Clipper deve partir para estudar essa lua intrigante. A sonda vai carregar um conjunto de câmeras, espectrômetros e radares para investigar a camada de gelo de Europa em 45 voos rasantes. 

Essa estratégia deve dar a oportunidade de a sonda presenciar um evento de gêiser levantando uma pluma de vapor para ser estudada. Quando isso acontecer, seus espectrógrafos poderão identificar uma miríade de substâncias, inclusive alguma que identifique atividade de seres vivos abaixo do gelo.

AUTOR: G1

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

VEJA AS IMAGENS ESPETACULARES DA PASSAGEM DE MERCÚRIO DIANTE DO SOL; VÍDEO

FOTO: YASSER AL-ZAYYAT/AFP

A semana foi marcada por um fenômeno astronômico raro e deslumbrante. A passagem de Mercúrio em frente do Sol ocorre quando o menor planeta do nosso sistema solar se alinha entre o Sol e a Terra. 

É o que os astrônomos chamam de mini eclipse.

Todo processo durou pouco mais de cinco horas. O evento teve início às 9h35min (horário de Brasília) da segunda-feira. Pouco depois do meio-dia, às 12h19min, o planeta estava exatamente na metade de sua trajetória, encerrando seu passeio entre a Terra e o Astro Rei, às 15h04min. 

A passagem de Mercúrio acontece três vezes por século.
FOTOS: YASSER AL-ZAYYAT/AFP

Apesar de a translação de Mercúrio em torno do Sol levar apenas 88 dias, a órbita do planeta é inclinada, o que faz ser raro o alinhamento perfeito entre o Sol, Mercúrio e a Terra.

O fenômeno que ocorreu nesta segunda-feira só vai se repetir em 2032.

Em Fortaleza, a partir de estrutura montada com um telescópio, estudantes do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB), em parceria com o Clube de Astronomia de Fortaleza, projetaram imagem do trânsito de Mercúrio em observatório aberto ao público.

AUTOR: O POVO

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O TRÂNSITO DE MERCÚRIO; PELA 4ª VEZ BRASIL VERÁ 'MINI ECLIPSE' DO PLANETA VIZINHO

Trânisto de Mercúrio: planeta vizinho "passa na frente" do Sol. Foto: Nasa

Nessa segunda feira (11), vai ocorrer um evento astronômico interessante e pouco conhecido, um trânsito planetário. Volta e meia eu falo aqui de trânsito planetário, mas sempre em relação a planetas de outros sistemas estelares. Isso porque esse fenômeno é uma das técnicas de detecção de exoplanetas, os planetas fora do Sistema Solar. Além do trânsito planetário, a espectroscopia de alta precisão é outra técnica bastante usada.

Mas o que vem a ser um trânsito planetário?

Um trânsito planetário é o evento que se dá quando um planeta "passa na frente" de um observador que esteja observando a estrela do seu sistema. 

Com um alinhamento favorável das órbitas é possível perceber quando um exoplaneta passa na frente da sua estrela através de uma minúscula redução no brilho dela. Muita gente chama isso de "mini eclipse", já que o planeta é incapaz de bloquear toda a luz da estrela. Essa é a técnica usada pelo finado telescópio espacial Kepler, recordista de descobrimentos de exoplanetas. Essa é também a técnica usado pelo seu sucessor, o satélite TESS.

Mas não é necessário ir muito longe para se ver um trânsito planetário, apenas esperar algum tempo. Às vezes, podemos observar trânsitos de planetas no nosso Sistema Solar.

De tempos em tempos, Mercúrio e Vênus passam na frente do disco solar e podemos observar isso aqui da Terra, claro, com os devidos cuidados. Como os dois planetas ficam entre a Terra e o Sol, é natural que isso aconteça, mas é preciso condições especiais de inclinação das órbitas. Por isso esses fenômenos não são tão comuns.

O trânsito de Mercúrio é mais comum, acontecem por volta de 13-14 vezes a cada 100 anos. Já os trânsitos de Vênus são muito mais raros, com intervalos de mais de 100 anos. O último deles aconteceu em junho de 2012 e o próximo será em 2117.

O trânsito de segunda-feira deve começar às 09:35 da manhã e deve durar até às 15:04. Durante o evento, será possível ver Mercúrio como um círculo bem escuro contra a superfície iluminada do Sol.

Mas atenção! Nunca, jamais, em nenhuma hipótese olhe diretamente para o Sol! Principalmente se você tiver alguma luneta ou telescópio. As chances de uma lesão grave e permanente são imensas. Nem mesmo use soluções caseiras de vidros sujos ou radiografias, isso não filtra os raios ultravioleta.

O método mais seguro para se observar o Sol, suas manchas ou qualquer evento de trânsito como esse com uma luneta ou telescópio é fazer uma projeção da sua imagem em um anteparo claro. Galileu que não era bobo nem nada fazia isso em uma tela de pintura e desenhava as manchas que observava. Para se olhar para o Sol é necessário um bom filtro de densidade, ou seja, nada desses filtros coloridos.

Uma opção segura é procurar a famosa "lente de solda", aquele vidro escuro que cobre o visor dos capacetes e proteção usados por soldadores profissionais. Você pode encontrá-los em casas de material para construção a menos de R$ 10 cada. Se você for mesmo procurar um, compre o número 14, que significa o mais escuro de todos. Eu usei um desses no último eclipse solar total no Chile.

Os trânsitos de Vênus e Mercúrio tiveram importância muito grande na história da astronomia, foi em um trânsito de Vênus que foi possível finalmente se obter a distância Terra-Sol em 1639. O valor obtido era bem menor do que o valor atual, mas ainda assim era o melhor de sua época. Aliás, até então não havia medidas de distâncias absolutas de planetas ao Sol, apenas as distâncias relativas à Terra. 

Por exemplo, sabia-se que a distância de Vênus ao Sol era de uns 70% da distância Terra-Sol, mas ninguém tinha ideia de quantos quilômetros (ou léguas na verdade) isso representava. Hoje em dia, trânsitos de Vênus e Mercúrio são usados para "calibrar" as observações de trânsitos de exoplanetas, ajudando a caracterizá-los melhor.

Para observar o evento de forma segura procure um clube de astronomia, planetário ou universidade que esteja se programando para observar o trânsito. 

Em São Paulo, o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) vai acompanhar desde cedo, assim como o Observatório do Valongo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não perca, pois o próximo só em 13 de novembro de 2032! Este é o quarto deste século, com 13 trânsitos do planeta.

AUTOR: G1

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

SAIBA O QUE É O ROSTO ASSUSTADOR QUE FOI CAPTADO NO ESPAÇO PELO TELESCÓPIO HUBBLE

Foto de duas galáxias mostra um 'rosto' ameaçador Foto: Nasa/Agência Espacial Europeia

Parece o rosto de um fantasma ou alienígena, observando nosso planeta com seus olhos enormes e brilhantes.

A imagem acima foi capturada em junho pelo telescópio Hubble, que pertence às agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA), mas só foi divulgada nesta semana, como parte das comemorações do Halloween.

"Quando os astrônomos olham as profundezas do espaço, não esperam encontrar algo olhando de volta para eles", diz o comunicado da Nasa sobre a descoberta.

Mas o fenômeno fotografado não tem nada de sobrenatural.

A imagem mostra uma colisão entre duas galáxias, mas muito mais violenta que o normal: "Uma colisão frontal titânica", afirmam a Nasa e a ESA.

'Interações incomuns entre galáxias'

O fenômeno que o Hubble capturou está listado no "Catálogo de Galáxias e Associações Peculiares do Sul", elaborado pelos astrônomos Halton Arp e Barry Madore entre 1966 e 1987, a 704 milhões de anos-luz da Terra.

É daí que vem o nome — nada assustador — do que vemos na foto: sistema Arp-Madore 2026-424 (AM-2026-424).

O catálogo em que está inserido foi criado para inventariar milhares de interações incomuns entre galáxias.

E, como seu nome indica, o AM 2026-424 apresenta certas peculiaridades.

Forma de anel

Os "olhos" do "rosto fantasmagórico" são o núcleo de cada galáxia.

Anéis de estrelas azuis jovens e discos de gás e poeira das galáxias dão forma ao rosto, nariz e boca do "espectro".

As agências espaciais enfatizam que, embora as colisões de galáxias sejam comuns na formação do universo, os choques frontais não são.

Essas colisões violentas dão origem à forma anelar do sistema.

"As galáxias em forma de anel são raras; apenas algumas centenas residem em nossa vizinhança cósmica. As galáxias precisam colidir na direção certa para criar o anel", afirmam a Nasa e a ESA.

Outra característica "frequente" da colisão entre galáxias é que uma grande se choca com uma menor e a devora, acrescentam as agências.

Mas, neste caso, o tamanho semelhante dos "olhos" do sistema AM 2026-424 sugere que as duas galáxias são aproximadamente do mesmo tamanho.

Os astrônomos estimam que esse fenômeno manterá sua aparência "assustadora" por "apenas" aproximadamente 100 milhões de anos:

"As duas galáxias vão se fundir completamente em aproximadamente 1 a 2 bilhões de anos".

AUTOR: G1

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

É GOSMA OU VIDRO LUNAR? ENTENDA O MISTÉRIO DA FOTO DE MISSÃO CHINESA NO LADO OCULTO DA LUA

Imagem da suposta "gosma lunar" Foto: CNSA/CLEP/Moriarty

No comecinho do ano, a sonda chinesa Chang’e 4 fez história ao pousar com segurança no lado oculto da Lua. Foi um momento histórico na exploração espacial, pois isso nunca tinha sido feito. Aliás, que eu saiba, isso nunca havia sido tentado! Logo depois do pouso, no dia 3 de janeiro, o módulo Chang’e 4 liberou um jipinho lunar chamado Yutu 2 que começou a trafegar pelas imediações.

O problema em se conseguir efetuar uma missão dessas com sucesso está no problema básico das comunicações, ou a falta delas no caso. Todos os pousos na Lua, tripulados ou não, ocorreram no lado visível, ou seja, o seu lado mais próximo. Como a Lua tem sua rotação sincronizada com a sua translação ao redor da Terra, ela mantém sempre a mesma face voltada para nós. O lado oposto é o lado oculto e muitas vezes chamado de lado distante.
Foto tirada pela missão chinesa durante a aproximação Foto: CNSA/CLEP/Moriarty

Veja que é bem diferente de lado escuro, como muita gente usa de forma errada. É claro que a Lua tem um lado escuro, que vai mudando conforme ela vai mudando de fase. Mas associar o lado oculto (ou distante) ao lado escuro é errado. Na Lua Nova, por exemplo, o lado visível da Lua é o lado escuro dela.

A escolha pelo pouso apenas no lado visível da Lua é sobretudo pela comunicação direta, ou seja, estando na linha de visada, é possível estabelecer uma ligação entre a sonda e a base na Terra via rádio. Isso fica impossível de se fazer com uma sonda no lado oposto, pois temos Lua bloqueando a ligação. Para se enviar (e receber) dados para o lado oposto da Lua é preciso estabelecer uma estação de retransmissão que tenha visada tanto para a base quanto para a sonda.

Isso foi feito pela China no final de maio de 2018, com o lançamento do satélite Queqiao, que em chinês quer dizer “ponte das pegas”, uma variedade de pombo. Com o posicionamento deste satélite a comunicação com o lado oculto da Lua ficou possível e assim a Chang’e 4 pousou.

O Yutu 2 começou a passear no entorno do módulo de pouso e em julho último encontrou algo intrigante dentro de uma cratera. Uma das fotos enviadas para a Terra mostrava uma mancha escura em meio ao terreno mais claro do fundo da cratera. Quando um dos técnicos da missão disse que o Yutu tinha encontrado um material gosmento, como um ‘gel lunar’ na sua definição, o interesse por essa descoberta escalou a níveis estratosféricos.

Como assim gel na Lua?

A China não tem a prática de deixar seus dados disponíveis a pesquisadores de outros países. Aliás até as fotos que são divulgadas vêm pelos canais de divulgação, tipo as redes sociais da agência espacial. E dessa maneira as fotos são de baixa resolução, sem qualidade para fazer uma análise mais profunda. Ainda assim, o pesquisador da NASA do Centro Espacial Goddard Daniel Moriarty resolveu olhar essas fotos com cuidado.

O Yutu 2 fez dois conjuntos de imagens, sob diversas condições de iluminação e posicionamento das câmeras. Aliás, o primeiro conjunto foi usado para avaliar se o jipe poderia entrar e sair da cratera com segurança e assim fotografar a tal mancha bem de perto. As imagens mostram de fato uma mancha mais escura, em relação ao terreno ao seu redor, mas é possível ver pontos mais brilhantes no meio da mancha.

O que seria, então, esse material?

De acordo com Moriarty, o material escuro é originário de impactos de meteoros na superfície da Lua, que deve ter trazido material do subsolo para o fundo da cratera. O aspecto deste material é fragmentado em pequenos pedaços, muito parecido com as amostras recolhidas Harrison Schmitt, geólogo e astronauta da missão Apollo 17.

A amostra foi coletada por Schmitt exatamente pelo seu contraste de cor com o seu entorno e por parecer pequenas bolinhas de vidro refletindo luz. A melhor explicação para esse fato está no impacto de meteoros no passado, que além de revolver o material da superfície, produziu fragmentos de vidro por aquecimento. Sim, com o impacto violento de rochas contra a superfície, o material composto sobretudo de silício se derrete formando fragmentos de vidro. A grande similaridade entre a aparência da amostra e a aparência da mancha fez com que Moriarty apontasse a mesma explicação.

Nos momentos de maior aproximação do jipe, ele acionou seu espectrômetro visível e infravermelho que tem a capacidade de analisar a composição química de uma amostra. Infelizmente, esse não é um tipo de informação que seja compartilhado em rede social, então deve demorar um pouco para sabermos do que se trata realmente. Mas, ao que tudo indica, gel não deve ser.

A China deve fazer outra investida na exploração lunar no meio do ano que vem. Está programado, ou menos planejado, o lançamento da sonda Chang’e 5. O grande atrativo desta missão será a coleta de amostras do solo lunar, pelo menos 2 kg, para enviar à Terra. Isso foi feito pela União Soviética na década de 1970 e a última missão a faze-lo foi a Luna 24 em 1976. Depois dela, a Chang’e 6 deve fazer o mesmo nos anos seguintes, em preparação para a colonização da Lua nos anos 2030.

AUTOR: CÁSSIO BARBOSA/G1

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

TELESCÓPIO HUBBLE OBSERVA O VISITANTE INTERESTELAR

Cometa Borisov, o segundo cometa interestelar a visitar o Sistema Solar Foto: NASA/D. Jewitt

Um astrônomo da Universidade da Califórnia apresentou nesta semana as primeiras imagens do cometa obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble.

David Jewitt observou o cometa em 12 de outubro e rapidamente processou as imagens para divulgá-las durante a semana seguinte, tamanho era o interesse dos astrônomos em geral.

E o que se viu nessa imagem? Um cometa como outro qualquer! Sim, diferente de Oumuamua, o primeiro visitante de outro sistema estelar a ser identificado, o cometa Borisov tem cauda e uma coma de poeira proeminente.
Cientistas estudam Oumuamua, o misterioso asteroide interestelar

Oumuamua também foi observado pelo Hubble quando foi descoberto em 2017, mas para a decepção geral ele não se parecia em nada com um cometa: não apresentava cauda, não parecia ter coma e muito menos jatos. Não se pode excluir a possibilidade de ele ter tudo isso, mas como ele já estava muito distante quando foi observado esses detalhes escaparam da detecção porque estavam abaixo do limite dos instrumentos. Por esse motivo sua classificação gerou um certo debate, pois na ausência de cauda ou qualquer emissão de gases, a classificação mais adequada é a de asteroide.

No caso do Borisov não restou nenhuma dúvida e além da imagem, outras características foram obtidas. Por exemplo, o composto cianeto foi encontrado nos gases da cauda do cometa. Esse composto é o mais abundante encontrado em cometas do nosso Sistema Solar. Além disso, seu brilho também é igual ao brilho de cometas típicos do nosso sistema. Como o brilho do cometa depende do material do que ele é feito e que é evaporado pela ação da luz do Sol, esse fato sugere que a composição do Borisov não deve ser tão diferente.

Jewitt diz que se ele fosse basear sua opinião a partir das informações obtidas das imagens feitas pelo Hubble, ele jamais diria que esse cometa não foi formado no Sistema Solar. Os resultados, por enquanto, não mostram nada de extraordinário. Quem denuncia sua origem são seus parâmetros orbitais.

O cometa Borisov viaja a uma velocidade de 176 mil km/h, muito mais do que a velocidade orbital da Terra em torno do Sol, que não chega a 130 mil km/h. Essa é a principal evidência de que esse cometa veio de fora do Sistema Solar. Nenhum corpo do nosso sistema poderia chegar a essa velocidade, mesmo que estivesse na longínqua Nuvem de Oort e fosse acelerado pela gravidade solar.

Jewitt, que também participou da descoberta de 20 novas luas em Saturno em outra pesquisa, está agora trabalhando nas imagens para tentar obter mais informações do seu núcleo. Analisando-se a luz refletida pelos gases do cometa e a luz espalhada pela poeira ejetada do núcleo, é possível subtrair uma da outra em processos digitais. Com isso será possível descobrir se há jatos e qual a rotação do núcleo. Jewitt aponta também que o cometa está ainda se aproximando do Sol e deverá ficar mais e mais brilhante nesse processo, o que deve ajudar nas observações.

AUTOR: G1/CÁSSIO BARBOSA

terça-feira, 8 de outubro de 2019

DESCOBERTA: SATURNO SUPERA JÚPITER COMO PLANETA COM MAIS LUAS NO SISTEMA SOLAR

Luas foram descobertas com o telescópio Subaru, que fica em Maunakea, no Havaí Foto: Carnegie Institution for Science

Saturno ultrapassou Júpiter como o planeta com mais luas no Sistema Solar, de acordo com pesquisadores dos EUA.

Uma equipe de cientistas descobriu 20 novas luas que orbitam o planeta dos anéis, chegando a 82 no total. Júpiter, por outro lado, tem 79 satélites naturais.

As luas foram descobertas com o telescópio Subaru, que fica em Maunakea, no Havaí.

Cada nova lua descoberta tem cerca de 5 km de diâmetro, e 17 delas orbitam o planeta em sentido contrário à rotação do planeta, movimento conhecido como "direção retrógrada".

As três outras luas dão voltas na mesma direção que Saturno.

Duas delas levam cerca de dois anos para viajar em torno do planeta.

A lua mais distante a girar em direção retrógrada fica ainda mais distante, levando mais de três anos para completar a órbita.

"O estudo das órbitas dessas luas pode revelar suas origens, assim como informações das condições nos arredores de Saturno no momento de sua formação", diz Scott Sheppard, do Carnegie Institution for Science em Washington (EUA), que liderou a equipe.

Concurso para os nomes
Imagem de Saturno captada pela Nasa em 2018 mostra tempestade atmosférica no pólo norte Foto: NASA/ESA/Amy Simon e time OPAL/J. DePasquale (STScI)

As luas mais distantes parecem estar agrupadas em três conjuntos distintos com base nas inclinações dos ângulos em que orbitam o planeta.

"Esse tipo de agrupamento das luas externas também é visto em Júpiter, o que indica a ocorrência de violentas colisões entre as luas no sistema saturniano ou colisões com objetos passantes como asteroides e cometas", diz Sheppard.

As luas podem já ter sido parte de ao menos três astros maiores que foram divididos por essas colisões num passado remoto.

Uma das luas retrógradas recém-descobertas é a que fica mais longe de Saturno.

"Usando alguns dos maiores telescópios do mundo, agora estamos completando o inventário de pequenas luas em torno de planetas gigantes", diz Sheppard. "Elas têm um papel crucial em nos ajudar a determinar como os planetas do Sistema Solar se formaram e evoluíram."

Sheppard disse à BBC que Júpiter era o planeta com mais luas conhecidas desde o fim dos anos 1990.

A equipe de pesquisadores que descobriu as novas luas inclui, além de Sheppard, David Jewitt, da Universidade da Califórnia (EUA), e Jan Kleyna, da Universidade do Havaí.

Eles deram início a um concurso para batizar as luas. Elas devem ser nomeadas com base nas mitologias dos povos viking, celta e inuit.

AUTOR: BBC

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

ESPAÇO: CIENTISTAS DESCOBREM PLANETA GIGANTE 'QUE NÃO DEVERIA EXISTIR'

Os astrônomos descobriram um planeta gigante que, segundo eles, não deveria existir, de acordo com as teorias atuais. Foto: University of Bern

Os astrônomos descobriram um planeta gigante que, segundo eles, não deveria existir, de acordo com as teorias atuais.

O planeta, semelhante a Júpiter, é extraordinariamente grande em comparação com sua estrela-mãe, contradizendo um conceito amplamente aceito sobre a forma como os planetas se formam.

A estrela, que fica a 284 trilhões de quilômetros de distância, é uma anã vermelha do tipo M – o mais comum em nossa galáxia.

Uma equipe internacional de astrônomos relatou suas descobertas na revista Science.

"É emocionante, porque há muito tempo nos perguntamos se planetas gigantes como Júpiter e Saturno podem se formar em torno de estrelas tão pequenas", diz Peter Wheatley, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, que não participou do estudo mais recente.

"Acho que a impressão geral foi de que esses planetas simplesmente não existiam, mas não podíamos ter certeza porque as estrelas pequenas são muito fracas, o que as torna difíceis de estudar, mesmo sendo muito mais comuns que estrelas como o Sol", disse Wheatley à BBC News.

Pesquisadores usaram telescópios na Espanha e nos Estados Unidos para rastrear as acelerações gravitacionais da estrela que podem ser estimuladas por planetas em órbita.

A anã vermelha tem uma massa maior que seu planeta em órbita – chamado GJ 3512b. Mas a diferença entre seus tamanhos é muito menor do que entre o Sol e Júpiter.

A estrela distante tem uma massa que é, no máximo, 270 vezes maior que o planeta. Para comparação, o Sol é cerca de 1.050 vezes mais massivo que Júpiter.
A estrela foi descoberta usando o observatório Calar Alto, na Espanha Foto: Calar Alto Observatory

Os astrônomos usam simulações de computador para testar suas teorias de como os planetas se formam a partir das nuvens, ou "discos", de gás e poeira orbitando estrelas jovens. Essas simulações preveem que muitos planetas pequenos devem se reunir em torno de pequenas estrelas-anãs do tipo M.
"Em torno dessas estrelas só deve haver planetas do tamanho da Terra ou super-Terras um pouco mais massivas", disse um dos coautores do estudo, Christoph Mordasini, professor da Universidade de Berna, na Suíça.

Um exemplo da vida real de um sistema planetário que está de acordo com a teoria é o de uma estrela conhecida como Trappist-1.

Esta estrela, situada a 369 trilhões de quilômetros (39 anos-luz) do Sol, abriga um sistema de sete planetas, todos com massas aproximadamente iguais à da Terra, ou ligeiramente menores.

"A GJ 3512b, no entanto, é um planeta gigante com uma massa cerca da metade do tamanho de Júpiter e, portanto, pelo menos uma ordem de magnitude mais massiva que os planetas previstos pelos modelos teóricos para essa estrela tão pequena", disse o professor Mordasini.

A descoberta desafia a ideia amplamente difundida de formação de planetas, conhecida como acreção.

Geralmente pensamos em planetas gigantes que começam a vida como um núcleo de gelo, orbitando um disco de gás ao redor da estrela jovem e depois crescendo rapidamente, atraindo gás para si", disse Wheatley.

"Mas os autores argumentam que os discos ao redor de pequenas estrelas não fornecem material suficiente para que isso aconteça. Em vez disso, consideram mais provável que o planeta tenha se formado repentinamente quando parte do disco entrou em colapso devido a sua própria gravidade".

Os autores do artigo da Science propõem que esse colapso pode ocorrer quando o disco de gás e poeira tem mais de um décimo da massa da estrela-mãe. Sob essas condições, o efeito gravitacional da estrela se torna insuficiente para manter o disco estável.

A matéria do disco é puxada para dentro para formar um aglomerado gravitacional, que se desenvolve ao longo do tempo em um planeta. A ideia prevê que esse colapso ocorra mais longe da estrela, enquanto os planetas podem se formar por acúmulo de núcleo muito mais próximo.

Wheatley foi coautor de um estudo em 2017 que descreveu um gigante de gás chamado NGTS-1b, encontrado em telescópios liderados pelo Reino Unido no Chile. O NGTS-1b também é muito grande comparado ao tamanho de sua estrela-mãe - outra anã vermelha do tipo M, que fica a 600 anos-luz (cinco quatrilhões de quilômetros) de distância da Terra.

"A estrela-mãe é pequena, mas não tão pequena quanto este novo exemplo (GJ 3512). Pode ser que a NGTS-1 represente a menor estrela que pode formar planetas próximos por meio de acreção por núcleo, e que estrelas menores apenas formam planetas gigantes mais distantes pelo modelo de colapso gravitacional", disse Wheatley.

"Esses tipos de previsões são inestimáveis ​​para direcionar futuras pesquisas, permitindo testar esses modelos".

De fato, os autores do estudo na Science sugerem que o GJ 3512b deve ter migrado por uma longa distância para sua posição atual abaixo de 1 unidade astronômica (150 milhões de quilômetros).

Com sua órbita oval de 204 dias em torno da estrela, a GJ 3512b passa a maior parte do tempo mais perto da anã vermelha do que a distância de Mercúrio ao Sol. A órbita excêntrica do gigante gasoso aponta para a presença de outros planetas gigantes que orbitam mais longe, o que poderia ter distorcido sua órbita.

Um dos coautores do estudo, Hubert Klahr, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, afirmou: "Até agora, os únicos planetas cuja formação era compatível com as instabilidades do disco eram um punhado de planetas jovens, quentes e muito massivos, longe de suas estrelas-mães.

"Com o GJ 3512b, agora temos um candidato extraordinário para um planeta que poderia ter surgido da instabilidade de um disco em torno de uma estrela com muito pouca massa. Essa descoberta nos leva a revisar nossos modelos", diz Klahr.

AUTOR: BBC

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

VÍDEO: SATÉLITE DA NASA REGISTRA PELA PRIMEIRA VEZ O MOMENTO QUE ESTRELA É 'DEVORADA' POR BURACO NEGRO SUPERMASSIVO

Ilustração mostra o momento em que o buraco negro "captura" a estrela, modelo é feito a partir de dados captados por satélites e são transformados em desenho Ilustração: Robin Dienel/Carnegie Institution for Science

A agência espacial norte-americana (Nasa) observou pela primeira vez o momento em que uma estrela é "engolida" por um buraco negro supermassivo. No estudo publicado nesta quinta-feira (25) pela revista "The Astrophysical Journal", cientistas defendem que descoberta é um marco para entender mais sobre este fenômeno.

Segundo os astrônomos, o que o satélite capturou foi a destruição de uma estrela por meio de efeitos gravitacionais – as chamadas "perturbações de maré", ou da sigla em inglês TDE. O fenômeno ocorre quando as forças do buraco negro supermassivo dominam a gravidade do corpo celeste o despedaçam.

De acordo com a pesquisa, a interação que recebeu o nome de ASASSN-19bt, emitiu uma luz que pôde ser identificada pelo TESS. Os cientistas explicam que em uma destruição como esta, parte do material da estrela que é "engolido" pelo buraco negro emite um disco de gás quente e brilhante.

Fenômeno é paradigma

“Apenas alguns TDE foram descobertos antes de atingirem o pico de brilho, e este foi encontrado apenas alguns dias depois que começou a clarear", celebrou em nota o astrônomo Thomas Holoien, um dos autores do estudo.


Este pesquisador destacou que, por estar dentro da zona de visualização contínua do satélite TESS, o fenômeno pôde ser acompanhado com atualizações quase em tempo real, a cada 30 minutos.

Além disso, explicou que há dados dos últimos meses que podem identificar toda a trajetória do fenômeno e não só o momento de luz, algo que nunca foi feito antes e o que torna a perturbação ASASSN-19bt um paradigma nas pesquisas sobre TDE.

Composição da estrela

O cientista norte-americano comentou que observava o céu da Califórnia, na noite da descoberta, com um equipamento de espectrometria. Com os resultados captados pelo dispositivo, ele conseguirá identificar quais são os materiais que formavam a estrela destroçada.


Equipamentos utilizados pelo astrônomo separam os espectros da luz de um objeto ou evento celeste, com isso, há o registro dos comprimentos de onda emitidos pela estrela.

Parecido com um código de barras, o desenho da radiação eletromagnética traz informações sobre o material e a velocidade em que a estrela se deslocavam. Ele é formado assim como um arco-iris, que decompõe a luz do sol por meio de um prisma.

O que é um buraco negro?

Os buracos negros são uma enorme quantidade de massa concentrada em um espaço muito reduzido. Seu campo gravitacional é tão forte que ele atrai para si tudo o que se aproxima dele, inclusive a luz.

Astrônomos apresentam a primeira imagem de um buraco negro já registrada

Como surgem os buracos negros?

Além da colisão entre dois buracos pré-existentes, outra forma de produzir um buraco negro é quando uma estrela muito massiva (tem grande massa) deixa de emitir luz no final da sua vida. O centro dessa estrela entra em colapso e ocorre a chamada explosão supernova. Isso pode produzir um buraco negro "estelar".


De acordo com a Nasa, a maioria dos buracos negros é desse tipo, ou seja, uma espécie de “objeto em colapso congelado”. Os detalhes de por que isso acontece ainda são um mistério para os cientistas.

Qual é o tamanho de um buraco negro?

Ainda há muito o que se descobrir sobre os buracos negros, mas sabemos que eles podem ter tamanhos diversos. Os buracos negros estelares, que podem ter tamanho dezenas de vezes maiores do que o nosso Sol, costumam ser menores que os supermassivos.

Um buraco negro supermassivo, por exemplo, pode ser milhões de vezes maior que o Sol. Ao mesmo tempo, essa massa gigantesca é muito compacta, e pode ocupar, por exemplo, um espaço consideravelmente menor do que o de um planeta pequeno do Sistema Solar.

AUTOR: G1

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

NOVA IMAGEM BRILHANTE DOS ANÉIS DE SATURNO É CAPTADA PELA NASA

Imagem captada pelo telescópio Hubble mostra Saturno com anéis brilhantes Foto: Nasa / ESA/ A. Simon (GSFC), M.H. Wong (Universidade da California, Berkeley) e OPAL

O mais recente registro de Saturno, feito pelo telescópio Hubble, da Agência Espacial Americana (Nasa), mostra um brilho excepcional nos anéis do planeta e detalhes atmosféricos que antes só podiam ser percebidos por naves espaciais.

A imagem foi captada em 20 de junho deste ano pela Wide Field Camera 3, quando o planeta estava a cerca de 845 milhões de quilômetros de distância.

Ela revela que uma grande tempestade captada na região do pólo norte em 2018 já se dissipou. Outro detalhe que chama a atenção é a cor do planeta. Segundo a Nasa, a coloração âmbar vêm de neblinas produzidas em reações fotoquímicas causadas pela radiação ultravioleta solar.

Também é possível de observar na imagem um misterioso padrão hexagonal, perceptível no polo norte. Segundo a Nasa, este padrão é causado por um jato de alta velocidade, e foi descoberto em 1981 pela sonda Voyager 1.

De acordo com a Nasa, esta é a segunda imagem captada em uma série anual de instantâneos feitos no projeto Legacy Atmospherees Outer Planets (OPAL).

O projeto ajuda cientistas a entender a dinâmica atmosférica dos planetas gigantes de gás do Sistema Solar.

Confira abaixo a imagem registrada em 2018

Imagem de Saturno captada pela Nasa em 2018 mostra tempestade atmosférica no pólo norte Foto: NASA / ESA /Amy Simon e time OPAL / J. DePasquale (STScI)

AUTOR: G1

sábado, 7 de setembro de 2019

VEJA OS EXTREMOS DO CLIMA EM OUTROS PLANETAS; DE CHUVA DE DIAMANTES A MEGAFURACÕES


Podemos reclamar do clima, mas no espaço as condições podem ser extremas Foto: NASA/Getty Pictures

Muitas vezes reclamamos do clima, principalmente quando eventos extremos se tornam cada vez mais comuns aqui na Terra.

E se passássemos nossas férias lutando com ventos que chegam a 8.000 km/h ou temperaturas quentes o suficiente para derreter o chumbo?

O clima, bom ou ruim, é um elemento permanente em nosso planeta - mas lá fora, nas profundezas do espaço, pode ser ainda mais intenso. Aqui estão alguns exemplos:

Vênus infernal

Vamos começar perto de casa, com nosso vizinho Vênus, o lugar mais inóspito do sistema solar.

Basicamente, Vênus é um buraco apocalíptico. Lar de uma atmosfera densa, composta principalmente de dióxido de carbono, a pressão atmosférica em Vênus é 90 vezes maior que a da Terra.

Essa atmosfera retém grande parte da radiação solar, o que significa que as temperaturas em Vênus podem chegar a 460° C - você seria esmagado e fervido em segundos se colocasse os pés ali.

Mas se isso não parecer doloroso o suficiente, a chuva em Vênus é composta de ácido sulfúrico extremamente corrosivo, que queimaria gravemente a pele ou o traje espacial de qualquer viajante interestelar, caso chegasse à superfície.
Temperaturas extremamente quentes ou congelantes em outros planetas podem tornar a vida insuportável Foto: Getty Images

Devido às temperaturas extremas do planeta, essa chuva evapora antes de tocar o solo.

Ainda mais bizarro: há "neve" em Vênus. Não é do tipo com a qual você poderia fazer guerra de bolas de neve: esse material é composto dos restos de basalto e geada de metais vaporizados por sua atmosfera.

Netuno turbulento

Por outro lado, temos os planetas gigantes de gás, Urano e Netuno.

Este último, nosso planeta mais distante, abriga nuvens congeladas de metano e os ventos mais violentos do sistema solar.
Por causa da topografia do planeta, que é bastante plana, não há nada para diminuir a velocidade desses ventos supersônicos de metano, que podem atingir velocidades de até 2.400 km/ h.
Netuno congela nuvens de metano e os ventos mais violentos do sistema solar Foto: Getty Images
Além de poder ouvir a barreira do som quebrando, uma visita aqui também incluiria chuva de diamantes, graças ao carbono na atmosfera sendo comprimido.

Mas você não precisaria se preocupar em ser atingido por uma pedra caindo, pois já teria sido congelado instantaneamente - a temperatura média é de -200° C.

Planetas fora do sistema solar

Os exoplanetas estão localizados fora do nosso sistema solar e orbitam em torno de um sol.

Tom Louden, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Warwick, no Reino Unido, é uma espécie de meteorologista intergaláctico. Seu trabalho é descobrir quais são as condições atmosféricas em outros planetas.

Sua especialidade são exoplanetas, particularmente um batizado de HD 189733b.
O HD189733b, eclipsado por sua estrela, é candidato a ter o clima mais extremo conhecido em qualquer planeta Foto: Getty Images

Este mundo azul profundo a 63 anos-luz de distância é um bom candidato para hospedar o clima mais extremo conhecido em outro planeta.

Pode parecer bonito, mas suas condições climáticas são cataclismaticamente terríveis.

Com ventos de 8.000 km/ h (os mais fortes registrados na Terra têm pouco mais de 400 km/ h), também é 20 vezes mais próximo do sol do que nós, com temperatura atmosférica de 1.600 ° C - a mesma de lava derretida.

"As rochas do nosso planeta seriam vaporizadas em líquido ou gás aqui", diz Louden. E também chove vidro derretido. Lateralmente.

Há algum lugar habitável por aí?

Louden diz que existem planetas semelhantes em tamanho e massa à Terra que orbita estrelas anãs M menores, ou "anã vermelha".

Essas são as estrelas mais comuns da Via Láctea, mas se escondem nas sombras, muito escuras para serem vistas a olho nu da Terra.
Existem planetas semelhantes em tamanho e massa à Terra que orbitam estrelas menores de 'anã vermelha' Foto: Getty Images

Se esses planetas são habitáveis ​​ou não é outra questão.

Muitos desses exoplanetas estão de fato na "zona Cachinhos Dourados", que não é nem muito próxima nem muito longe do Sol. Infelizmente, é provável que muitos também estejam "ordenadamente travados" em sua estrela.

Isso significa que eles sempre têm o mesmo lado voltado para o objeto em que estão orbitando - assim como o mesmo lado da Lua sempre é virado para a Terra.
Por esse motivo, você terá um lado com luz do dia permanente e o outro, noite perpétua.

"Quando você cria modelos de computador, há ventos fortes se movendo do dia para o lado escuro", diz Louden.

"Isso é uma consequência do efeito de travamento das marés. Um lado do planeta fica muito mais quente que o outro, então ventos fortes são uma conseqüência quando o planeta tenta redistribuir o calor", diz ele.

"Qualquer água líquida do lado do dia evapora em nuvens, que são sopradas para o lado noturno, onde congelam e nevam. Você tem um lado que é deserto e outro que é ártico."
Modelos de computador mostram fortes ventos com força semelhante à de um furacão, movendo-se de um lado para o outro em exoplanetas Foto: Getty Images

Mas Louden diz que essas são apenas previsões de modelos e outros especialistas estão mais otimistas sobre a vida em exoplanetas que sofrem influência da maré.

Ingo Waldmann, professor de planetas extrasolares da UCL, disse à BBC News que, se existir uma atmosfera espessa o suficiente, a circulação do dia para a noite deve ser suficiente para impedir que a noite fique totalmente congelada.

Outros modelos sugerem que a água que evapora no ponto mais quente do dia se condensará em nuvens e formará uma cobertura permanente de nuvens no lado do dia.

Essas nuvens poderiam refletir o suficiente da radiação da estrela de volta ao espaço para diminuir a temperatura do planeta e tornar habitáveis ​​partes do dia.

Então, até encontrarmos condições habitáveis ​​fora do planeta Terra, realmente não haverá lugar como nosso lar.

AUTOR: BBC

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