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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A ESTRELA QUE SE RECUSA A MORRER

Lembra daquele filme da década de 1980, chamado "Highlander", em que uma galera não morria, acontecesse o que acontecesse? Na verdade os guerreiros imortais do filme até morrem, mas eu não vou contar como para não estragar se você ainda não o viu. O filme até se desdobrou em outros dois, eu acho, mas na minha modesta opinião só o primeiro deles se salva.

Ao que parece, essa história de se recusar a morrer é ficção na Terra, mas realidade no espaço...

Recapitulando rápido, o ciclo de vida de uma estrela tem dois possíveis finais, a depender principalmente de sua massa nos estágios finais de sua existência. Ao esgotar seu combustível nuclear, estrelas que tenham até 10 vezes a massa do nosso Sol devem passar por uma fase de gigante vermelha e, ao expelir suas camadas mais externas de gás, produzem uma nebulosa planetária com uma anã branca ao seu centro.

Por outro lado, se a estrela tiver mais do que 10 vezes a massa do Sol quando esgotar sua reserva de combustível, o seu núcleo se contrai violentamente e as camadas externas são ejetadas numa explosão colossal. Esse é o evento chamado de supernova e no lugar da estrela se forma uma estrela de nêutrons, ou até mesmo um buraco negro.

Apesar das diferenças nos dois processos, no final das contas a estrela que passa por essa fase e produz seja anã branca, seja uma estrela de nêutrons é na verdade é cadáver estelar. Bom, fim de papo, a nebulosa planetária vai ficar brilhando por algumas centenas de milhares de anos até se dissipar e a explosão de supernova deve precipitar a formação de outras estrelas em outras partes da galáxia.

Mas astrônomos da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara acabam de encontrar um verdadeiro highlander espacial.

Iair Arcavi e seus colegas estavam usando um equipamento que monitora o céu para encontrar eventos transientes. Um evento transiente é tipo a explosão de supernova, ou de nova que muda o aspecto do céu repentinamente. Às vezes esse evento nunca mais se repete, como seria o caso das supernovas. E foi isso o que aconteceu em setembro de 2014. Ou quase isso.

Localização da supernova na Galáxia em 1954 e 1993

Arcavi e colegas observaram a explosão de uma supernova, batizada de iPTF14hls, em uma galáxia distante e passaram a monitorá-la a fim de classificá-la. Pelo comportamento da seu brilho, essa supernova parecia ser do tipo II-P em que o brilho aumenta repentinamente e cai um pouco, permanecendo estável durante alguns dias até que finalmente enfraquece até sumir. Em geral leva uns 100 dias para seu brilho estável se apagar de vez.

Mas com iPTF14hls não foi assim.

O brilho dessa supernova foi diminuindo gradativamente, mas depois de 2 meses da explosão ele voltou a subir atingindo outro pico depois de 5 meses da descoberta. A partir daí voltou a diminuir, mas sem enfraquecer muito, por volta de 8 meses depois da descoberta teve um novo pico de luz. Aliás, muito mais brilhante do que o primeiro!

O contínuo monitoramento dessa supernova mostrou ainda mais dois picos de luz pelo menos. Houve uma época em que a galáxia não podia ser vista porque estava atrás do Sol e a equipe de Arcavi não tem dados, mas parece que houve outros eventos como esses durante o período. No final das contas levou quase 20 meses para supernova desaparecer de vez e nesse período parece ter ocorrido 5 ou 6 explosões! Como poderia uma estrela "morrer" em uma explosão de supernova, para depois morrer de novo cinco vezes em 2 anos? Intrigante.

Mas calma que não é só isso!

Arcavi e seus colegas foram atrás de imagens antigas obtidas ao longo das décadas em projetos de monitoramento do céu e encontraram outra coisa fantástica: a estrela já tinha morrido uma vez em 1954! E com esses dados a equipe conseguiu estimar a massa da estrela em pelo menos 50 vezes a massa do Sol!

Como pode uma estrela se recusar a morrer como o Connor MacLeod do filme?

Ao que parece, a equipe de Arcavi encontrou o primeiro caso de "supernova de instabilidade de par pulsante". Esse caso é discutido na teoria de explosões de supernovas, mas nunca tinha sido visto anteriormente. Em casos como esses, o núcleo da estrela tem uma temperatura tão alta que favorece a criação de matéria e anti-matéria. Matéria ao encontrar anti-matéria (e vice versa) se aniquila em uma violenta explosão, o que ejetaria as camadas externas da imensa estrela, mas deixaria o seu núcleo intacto. Com isso o processo poderia se repetir ao longo dos anos, gerando eventos de supernova sem necessariamente matar a estrela. Depois de décadas de comportamento tipo highlander, finalmente haveria uma explosão final que deixaria para trás um buraco negro.

O grande problema encontrado pela equipe é que a quantidade de energia liberada por iPTF14hls foi muito maior do que a teoria da instabilidade de par prevê. Isso pode significar que Arcavi e seus colegas tenham na verdade identificado um novo tipo de supernova. Esse MacLeod espacial continua a ser monitorado e uma rede global de telescópios o observa praticamente todas as noites para obter mais dados que ajudem a entendê-la melhor. Vamos ver o que sai disso tudo.

AUTOR: CÁSSIO BARBOSA - G1

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