Em uma descoberta histórica fascinante, uma carta misteriosa escrita em 1676 tem intrigado pesquisadores e historiadores por séculos.
O documento, conhecido como a “Carta do Diabo”, foi escrito pela irmã Maria Crocifissa della Concezione, uma freira de 31 anos que vivia no convento de Palma di Montechiaro, na Sicília.
Os eventos relacionados à criação dessa carta são particularmente intrigantes. Em 11 de agosto de 1676, outras freiras encontraram a irmã Maria caída no chão de sua cela, com o rosto manchado de tinta e segurando um documento peculiar, preenchido com símbolos enigmáticos em 14 linhas. O incidente gerou séculos de especulação sobre as origens e o significado do texto.
Análises científicas modernas começaram a desvendar os segredos desse texto misterioso. Daniele Abate, diretor do Centro de Ciências Ludum, na Itália, liderou uma investigação inovadora utilizando softwares avançados para analisar a escrita incomum. “A carta parecia ter sido escrita em taquigrafia”, explicou Abate à Live Science em 2017. A pesquisa revelou uma combinação intrincada de alfabetos antigos, incluindo caracteres gregos, latinos, rúnicos e árabes.
A história pessoal da irmã Maria também oferece um contexto importante para entender o documento. Ela ingressou no convento beneditino aos 15 anos, dedicando sua vida à religião desde muito jovem. Registros históricos indicam que ela sofria episódios noturnos recorrentes, durante os quais aparentemente travava lutas espirituais contra forças que acreditava serem malignas.
A freira vivia na Sicília, Itália.
Por meio de algoritmos sofisticados de decodificação, os pesquisadores examinaram a repetição de sílabas e símbolos para identificar vogais e estabelecer padrões no texto. Os resultados superaram as expectativas iniciais, revelando uma mensagem mais coerente do que se imaginava. O conteúdo decifrado incluía referências à Santíssima Trindade e passagens como:
“Deus acha que pode libertar os mortais. O sistema não funciona para ninguém. Talvez agora, Styx esteja certo.” Styx, na mitologia grega e romana, é o rio que separa o mundo dos vivos do submundo, o que adiciona mais camadas de complexidade ao texto.
Uma carta supostamente escrita por uma freira possuída por Satanás foi decifrada (Daniele Abate).
A investigação histórica também considerou o estado psicológico da irmã Maria. De acordo com Abate, registros históricos documentaram seus episódios noturnos de angústia, sugerindo que ela poderia estar enfrentando problemas de saúde mental, algo comum para a época. “Ao trabalhar com decifrações históricas, você não pode ignorar o perfil psicológico do autor”, destacou Abate, enfatizando a importância de compreender a pessoa por trás do texto misterioso.
A metodologia da equipe de pesquisa combinou análise histórica com tecnologia moderna. Eles utilizaram softwares especializados para escanear e comparar os símbolos taquigráficos com diferentes idiomas, permitindo que reconstruíssem a combinação incomum de alfabetos antigos que a irmã Maria empregou em sua escrita. Essa abordagem sistemática para decifrar o texto forneceu insights valiosos tanto sobre o conteúdo do documento quanto sobre as habilidades linguísticas de sua autora.
FONTE: MISTÉRIOS DO MUNDO/ Lucas Rabello
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