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domingo, 15 de setembro de 2019

NO YOUTUBE, PROMESSAS FALSAS DE CURA DO CÂNCER GERAM MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES E LUCRO

BBC encontrou mais de 80 vídeos com desinformação relacionada a saúde em 10 línguas diferentes no YouTube CECILIA TOMBESI/BBC

"Oi, estou com um parente com metástase óssea, você pode me receitar esse remédio?", pede Reginaldo, comentando em um vídeo no YouTube.

Sua irmã, de 44 anos, foi diagnosticada com câncer de mama há três e está em seu terceiro tratamento de quimioterapia depois que o câncer se espalhou. Reginaldo dos Santos, um vendedor de Vitória da Conquista, na Bahia, procura a solução em um vídeo intitulado "Remédio Caseiro Contra o câncer, tumores e outros". E o remédio receitado é o melão-de-são-caetano, planta de origem asiática.

O autor do vídeo, um homem do interior do Estado do Espírito Santo, é dono do canal "Elizeu Artes e Criação". Em um vídeo, publicado em 2016, ele olha para câmera e diz que a planta "combate tumores e câncer". "De 80% a 90% das células de câncer são desfeitas com melão-de-são-caetano", afirma.

O vídeo, que contém anúncios, tem 142 mil visualizações e se mistura a outros de seu canal: "Sal e vinagre tira ou não queimados de panela?", "Como fazer letras 3D", "Como tirar manchas do rosto e limpar a pele com menos de R$ 5". A promessa de curar câncer com melão-de-são-caetano, uma afirmação sem comprovação científica, está entre vídeos de "receitas, artes, experimentos e dicas domésticas".

O vídeo é apenas um entre vários em português carregados de desinformação sobre saúde disponíveis na plataforma.

Uma investigação exclusiva da BBC Brasil e do BBC Monitoring, braço da BBC que noticia e analisa informações do mundo todo, encontrou vídeos monetizados com desinformação e curas falsas para o câncer em 10 idiomas, incluindo português. Um vídeo "monetizado" significa que é acompanhado por anúncios que podem gerar dinheiro, tanto para os criadores quanto para o YouTube.

Em nota, o YouTube disse que "a desinformação é um desafio difícil" e que a empresa toma "diversas medidas para endereçar isso" (leia a resposta completa do YouTube no fim desta reportagem).
YouTuber brasileiro diz que melão-de-são-caetano cura câncer, mas não há comprovação científica disso; procurado pela BBC, ele colocou o vídeo em modo privado YOUTUBE

Procurando no YouTube por "tratamento para o câncer" e "cura para o câncer" em português, inglês, russo, ucraniano, árabe, persa, hindi, alemão, francês e italiano, a BBC encontrou mais de 80 vídeos com desinformação sobre saúde. Dez dos vídeos encontrados tinham mais de um milhão de visualizações. Um vídeo brasileiro cujo título diz que aranto, uma planta de origem africana, cura câncer, tem mais de 3 milhões de visualizações. Não é uma afirmação verdadeira — não há estudos científicos que a comprovem.

Mas milhares de brasileiros procuram por respostas no YouTube. "É muito assustador quando você ou alguém que você ama recebe um diagnóstico de câncer", diz o cardiologista Haider Warraich. "Isso nos faz tomar decisões mais com a emoção do que com a razão."

Isso pode ser perigoso porque, como Warraich escreveu no jornal americano New York Times, a "desinformação médica pode provocar um número de corpos ainda maior" que outros tipos de desinformação. Uma pesquisa da Universidade Yale de 2017 concluiu que pacientes que optam por tratamentos alternativos para cânceres curáveis no lugar dos tratamentos convencionais têm maior risco de morte.

A ciência, diz Warraich, "é incerta por natureza", enquanto alguns vídeos no YouTube oferecem respostas absolutas, algo que é muito mais atrativo para quem está fazendo justamente isso — procurando soluções.

'Acredito em parte'

Para Reginaldo, o YouTube oferece outras soluções que ele não vê na medicina. "Remédio caseiro é sempre melhor que remédio de farmácia." Ele diz que tentou ajudar preparando garrafas de babosa e mel para a irmã consumir paralelamente ao tratamento convencional. "Se os médicos falarem que funciona, eles param de ganhar dinheiro. Eu acredito neles em parte. É que, quando a pessoa está boa, a quimioterapia parece matar mais que a própria doença", lamenta.

Outras "curas" sem respaldo científico encontradas pela BBC envolvem o consumo de substâncias específicas, como cúrcuma ou bicabornato de sódio. Ou então: dietas de sucos, jejum, leite de burra ou apenas água fervente.

No Brasil, a maior parte das "curas" envolve frutas e plantas exóticas. Alguns dos vídeos incluem ressalvas como "procure o seu médico antes de adotar essa prática", embora divulguem no título e outras partes do vídeo que a receita divulgada de fato oferece uma cura.

Para Yasodara Córdova, pesquisadora-sênior sobre desinformação e dados na Digital Harvard Kennedy School, em Cambridge, EUA, o Brasil tem uma cultura de "sabedoria secular e confiança nos recursos naturais", em outras palavras, um potencial científico que "não foi aproveitado de maneira estruturada". "O que não está sendo devidamente transformado em ciência, muitas vezes por falta de recursos, está sendo colocado no YouTube como fake news."

Algumas das plantas ou frutas divulgadas nos vídeos como soluções milagrosas de fato são objetos de pesquisas para investigar se podem contribuir para o tratamento de diferentes doenças. Mas são estudos preliminares, que requerem mais pesquisas. Outras, pelo contrário, são objetos de pesquisas que apontam contraindicações, algo ignorado nos vídeos.
É preciso 'triagens clínicas por muitos anos antes de um produto ser considerado efetivo e seguro para dar a pacientes', diz Justin Stebbing, professor da medicina do câncer e oncologia da Imperial College of London; é o caso do melão-de-são-caetano GETTY IMAGES

No caso do melão-de-são-caetano, há pesquisas que apontam que a fruta tem potencial para fornecer compostos anticancerígenos, mas, apesar de diversos links e vídeos apresentando a fruta com a segurança de que se trata de um remédio absoluto contra o câncer, os próprios estudos dizem que mais pesquisas e testes são necessários para concluir algo nessa direção.

Justin Stebbing, professor da medicina do câncer e oncologia da Imperial College of London, explica que algumas plantas são de fato usadas para o desenvolvimento de remédios e contêm químicos anticancerígenos, mas muitas vezes "não estão nas concentrações ou quantidades corretas e não estão purificadas para ter efeitos anticancerígenos".

Um suco ou chá de uma planta, por exemplo, não tem a concentração dos extratos feitos em laboratório. "O processo de extrair esses químicos e purificá-los levam anos", assim como a escolha das "concentrações precisas", que passam por "triagens clínicas por muitos anos antes de um produto ser considerado efetivo e seguro para dar a pacientes".

As plantas, em geral, "são seguras para tomar com tratamentos convencionais, mas sozinhas não vão ter um efeito significativo contra o câncer ou prolongar a qualidade ou quantidade de vida, que é o que oncologistas estão tentando fazer".

"Não estou dizendo que a medicina tem todas as respostas, porque não tem. Mas é preciso tomar cuidado com remédios alternativos na internet sem filtro que são objetos de afirmações como de que curam o câncer, baseado em sentimentos ou porque alguém ouviu dizer, porque precisamos de muito mais hoje em dia para fazer uma afirmação como essa."

Pesquisador de câncer na Universidade Oxford, no Reino Unido, o médico David Robert Grimes explica que, diferentemente das curas falsas divulgadas no YouTube, "a medicina é cuidadosamente regulada, rigorosa e objetiva". "Fazemos pesquisas científicas para verificar se algo funciona. Se funciona, pode virar um remédio, e isso é testado de novo e de novo e de novo", afirma. "Sua eficácia pode ser medida. A ciência é um processo aberto e todo mundo pode testar a ideia de todo mundo."

"Isso não acontece no campo da chamada medicina alternativa. Você tem que simplesmente acreditar no que alguém está dizendo", observa. "Quem oferece uma 'cura mágica' para o câncer está mentindo. Quando as pessoas oferecem soluções fáceis para questões complicadas, devemos desconfiar."
Questionado em comentários no vídeo, YouTuber recomenda 'remédio natural' YOUTUBE

A BBC News Brasil entrou em contato com Elizeu Correia, o criador do vídeo que diz que melão-de-são-caetano cura câncer. Por email, ele afirmou que o vídeo não fala sobre "um chazinho perigoso ou venenoso" e que não estaria mais aberto a visualizações — de fato, depois de ser abordado, ele mudou o vídeo para modo privado.
Desinformação 'contagiosa'

Por que a desinformação dá certo no YouTube? Para a professora de Ciência de Antropologia, Risco e Decisão da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Heidi Larson, os vídeos "mexem" com as pessoas. "Evocam diferentes tipos de emoção e isso pode ser muito contagioso", afirma ela, que também dirige um projeto de confiança na vacinação.

Além disso, o sistema de recomendação do YouTube já foi acusado de levar usuários a buracos negros de teorias da conspiração e radicalização, já que, para manter o usuário no site, reproduz vídeos automaticamente depois que o primeiro vídeo acaba.

E, muitas vezes, o algoritmo escolhe vídeos com temas semelhantes — e isso também vale para a desinformação. Na prática, significa que se um usuário cai em um vídeo que desinforma, pode acabar assistindo a vários outros vídeos que também desinformam.

A BBC pediu uma entrevista com algum representante do YouTube. Em vez disso, a empresa divulgou uma nota: "A desinformação é um desafio difícil, e nós tomamos diversas medidas para endereçar isso, incluindo mostrar mais conteúdo confiável sobre questões médicas, exibindo painéis de informação com fontes confiáveis e removendo anúncios de vídeos que promovam afirmações danosas. Nossos sistemas não são perfeitos, mas estamos constantemente fazendo melhorias e permanecemos comprometidos para progredir nesse espaço".

A empresa anunciou em janeiro que iria "reduzir recomendações de conteúdo borderline (no limite do aceitável) e conteúdo que poderia desinformar usuários de forma danosa — como vídeos promovendo uma falsa cura milagrosa para uma doença séria". Mas isso, até agora, apenas em inglês.

Mudanças em outras línguas ainda não foram anunciadas.

Além disso, a empresa já afirmou que, nos esforços para combater a desinformação, esse sistema de recomendação vai mudar, com recomendação de vídeos que são confiáveis a pessoas que estão assistindo a vídeos que talvez não sejam.
O YouTube planeja mudar seu sistema de recomendação REUTERS

Lucrando com desinformação

Os vídeos encontrados pela BBC tinham uma série de anúncios no começo ou no meio. Havia anúncios de universidades respeitadas, empresas de turismo e filmes. Isso significa que tanto o YouTube quanto os criadores dos vídeos podem lucrar com o conteúdo.

Mas as "diretrizes para conteúdo adequado para publicidade" do YouTube estabelecem que vídeos que promovam ou defendam "declarações ou práticas médicas ou de saúde prejudiciais", como "tratamentos não médicos que prometam curar doenças incuráveis" não podem ter publicidade. A plataforma tem o poder de desmonetizar certos tipos de conteúdo e remover as receitas para os criadores dos vídeos. E essa política é global.

Os vídeos monetizados encontrados pela BBC News Brasil, porém, estavam no ar desde 2016. A política da plataforma em relação a desinformação sobre saúde, portanto, não é clara ou não é aplicada corretamente.

A BBC enviou as informações sobre os vídeos com curas falsas encontradas no YouTube nas dez línguas pesquisadas. Depois da publicação da reportagem, a empresa informou ter desmonetizado mais de 70 dos vídeos por violarem suas políticas de monetização.
Vídeos prometendo curas - com tratamentos à base de leite de burra e bicarbonato de sódio, por exemplo - encontrados pela BBC eram apresentados em árabe, russo, hindi e português  REPRODUÇÃO YOUTUBE

Erin McAweeney, uma pesquisadora do instituto Data & Society que trabalhou com saúde e dados, levanta um problema: mesmo que o YouTube desmonetize esses vídeos, "não há evidências que mostrem que desmonetizar resolve o problema do tamanho da audiência e de seu alcance".

"Há muitas motivações por trás do compartilhamento de desinformação. Dinheiro é só uma delas. Não temos evidências que confirmam que desmonetização leva a 'despriorização'. E, em muitos casos, receber atenção e visualização em um vídeo é algo mais valioso para seus criadores do que o dinheiro que gera", afirma.

E há uma questão final: quem, afinal, determina o que é desinformação? "Estamos pedindo que corporações com pessoas que não são especialistas em saúde pública façam esse julgamento por nós, todos os cidadãos. Há linhas tênues, gradientes da verdade. O desafio é como estabeleceremos essa linha e quem será a pessoa ou as pessoas que a estabelecerão", diz Isaac Chun-Hai Fung, um professor de epidemiologia da Georgia Southern University, nos Estados Unidos.
Escutar os pacientes

Mas os especialistas apontam para outro impasse, menos relacionado à plataforma. Profissionais de saúde, eles dizem, também tem um pouco de responsabilidade.

Com uma equipe de alunos, Fung e pesquisadores da William Paterson University analisaram informações sobre saúde em inglês no YouTube. Descobriram que, não importasse qual fosse o tópico de saúde, a maioria dos 100 vídeos mais populares no YouTube era criada por amadores, pessoas que não são profissionais de saúde ou ciência.

"A comunidade de saúde pública e de ciência tem hesitado em se engajar nas redes sociais. Precisamos nos engajar", diz Larson, da Escola de Higiene & Medicina Tropical.
Especialistas defendem que médicos devam se engajar nas redes sociais GETTY IMAGES

Fung defende que a solução para a desinformação relacionada a saúde também deve considerar a produção de vídeos sobre ciência e medicina moderna. "Deve haver vídeos de alta qualidade que eduquem sobre o tema em várias línguas e com linguagem acessível. Profissionais de saúde devem trabalhar com profissionais de mídia para fazer isso. Não acho que haja investimento."

Outra conclusão de seu estudo é que vídeos que atraem visualizações normalmente são aqueles que contam experiências pessoais. "Para comunicar os benefícios da medicina moderna, temos que adotar estratégias similares aos vídeos com maior quantidade de visualizações no YouTube. Será que alguém que se beneficiou da medicina moderna pode contar sua história, por exemplo?", pergunta.

McAweeney declara que, se conteúdo com conspirações e desinformação sobre câncer está mais disponível que conteúdo científico, então "as instituições confiáveis são as responsáveis por produzir conteúdo para preencher os vazios de dados".

Warraich, o cardiologista, diz achar que médicos devem criar "maneiras pelas quais pacientes podem entrar em contato com eles". "Se os pacientes pudessem acessar seus médicos, adivinhem quem seria sua fonte?"

A comunicação é chave, de acordo com Larson. Mas especialmente a parte de "escutar", que, trabalhando com pessoas que hesitam em serem vacinadas, ela aprendeu a defender. A comunidade científica "não tem sido boa o suficiente em escutar" pessoas que têm dúvidas, ela diz. "Não é um ambiente de informações fácil de navegar. Temos que ter empatia."

*Colaboraram Flora Carmichael, do Beyond Fake News, e BBC Monitoring

AUTOR: BBC

sábado, 14 de setembro de 2019

EX-PRESIDENTE LULA: ENTENDA TODAS AS ACUSAÇÕES E PROCESSOS CONTRA ELE QUE FOI DENUNCIADO NOVAMENTE

Lula e um dos irmãos dele, conhecido como Frei Chico, foram denunciados por corrupção passiva. EPA/FERNANDO BIZERRA JR.

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou nesta segunda-feira (9) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos irmãos dele, Frei Chico, por corrupção passiva.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) diz que Frei Chico recebeu R$ 1.131.333,12 por meio do pagamento de "mesadas" de R$ 3 mil a R$ 5 mil, como parte de vantagens indevidas oferecidas a Lula em troca de benefícios obtidos pela Odebrecht.

A defesa de Lula diz que as acusações são "descabidas" e que o ex-presidente jamais ofereceu ao grupo Odebrecht qualquer "pacote de vantagens indevidas".

Além deste caso, há outros processos contra o ex-presidente. A BBC News Brasil explica a seguir as duas denúncias, os sete processos em que Lula é réu, as duas condenações, e o caso em que ele foi absolvido após ser acusado de crime de obstrução de Justiça.

1. Denunciado: mesada para Frei Chico

O MPF denunciou Lula e um dos irmãos dele, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, por corrupção passiva.

Também foram denunciados, por corrupção ativa, o delator e ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar, o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e seu pai, Emílio Odebrecht.

Segundo o MPF, Frei Chico recebeu R$ 1.131.333,12, por meio de pagamento da "mesada". Ainda de acordo com a denúncia, isso era parte de um pacote de vantagens indevidas oferecidas a Lula em troca de benefícios para a empreiteira no âmbito do governo federal.

A defesa de Lula afirmou que a denúncia "repete as mesmas e descabidas acusações já apresentadas em outras ações penais contra o ex-presidente" e que "Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrecht qualquer 'pacote de vantagens indevidas'".

Segundo a nota, "a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente".
Cristiano Zanin Martins, responsável pela defesa do ex-presidente, disse que Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrecht qualquer 'pacote de vantagens indevidas'. ROVENA ROSA/ AGÊNCIA BRASIL

2. Denunciado: nomeação para Casa Civil

Em 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff por obstrução de justiça.

A denúncia se refere à nomeação de Lula, no ano anterior, para ministro da Casa Civil do governo Dilma. Segundo Janot, a decisão teria sido tomada para garantir foro privilegiado ao ex-presidente. Na época, Lula já era alvo de investigações da Lava Jato.

A defesa de Lula nega irregularidades.

3. Réu: empréstimos do BNDES para Angola (Operação Janus)

Para o MPF, Lula cometeu os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência ao, supostamente, pressionar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a liberar empréstimos para obras da Odebrecht em Angola. A ação de Lula teria se dado entre os anos de 2008 e 2015, segundo a denúncia apresentada em 2016.

O ex-presidente nega e diz que jamais interferiu na concessão de qualquer benefício do BNDES.
Para o MPF, Lula pressionou o BNDES a liberar empréstimos que financiaram obras da Odebrecht em Angola REUTERS/ SERGIO MORAES

4. Réu: terreno para o Instituto Lula

Neste caso, o MPF acusa Lula de receber propina da Odebrecht, inclusive por meio da compra de um terreno em São Paulo no valor de R$ 12 milhões, que seria usado para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.

A empreiteira também teria comprado o apartamento nº 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP), no mesmo andar e no mesmo prédio onde Lula vivia antes de ser preso.

A defesa de Lula nega que ele "tenha praticado qualquer crime ou recebido qualquer benefício em troca de atos praticados na condição de Chefe de Estado e Chefe de Governo".
5. Réu: compra de caças (Operação Zelotes)

Lula se tornou réu por de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no âmbito da Operação Zelotes. O ex-presidente é suspeito de interferir na compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro, produzidos pela fabricante sueca Saab, e na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627 de 2013.

Em ambos os fatos Lula já não era mais presidente. Ele nega irregularidades.

6. Réu: MP das montadoras (Operação Zelotes)

Também no âmbito da Operação Zelotes, a Justiça Federal aceitou denúncia contra Lula por corrupção passiva. Nesse caso, a denúncia se refere ao recebimento de propina para aprovar uma medida provisória (MP 471 de 2009) que prorrogou incentivos fiscais para montadoras.

A defesa diz que Lula jamais praticou qualquer ato ilícito e que é alvo de perseguição política.
Defesa do ex-presidente alega perseguição política em acusações e denúncias REUTERS/LEONARDOBENASSATTO

7. Réu: 'Quadrilhão do PT'

No fim de 2018, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal, em Brasília, aceitou denúncia do MPF contra Lula, Dilma Rousseff, os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por formação de organização criminosa. O caso ficou conhecido como "quadrilhão do PT".

Segundo a denúncia, do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a cúpula do PT recebeu R$ 1,48 bilhão de propina em dinheiro desviado dos cofres públicos.

O advogado Cristiano Zanin, da defesa de Lula, afirmou em nota que a ação é "manifestamente descabida" e que o ex-presidente não cometeu nenhum crime no exercício da Presidência.

8. Réu: Guiné Equatorial e Instituto Lula

Neste caso, o ex-presidente é acusado de receber propina de R$ 1 milhão – paga por empresários brasileiros – em troca de intermediar negócios destes empresários com o líder da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang. O pagamento teria sido feito de forma dissimulada, por meio de uma doação ao Instituto Lula.

O ex-presidente nega irregularidades – ele admite ter recebido a doação, mas nega ter feito qualquer favor em troca.

Na época, sua defesa disse que a acusação "pretendeu, de forma absurda e injurídica, a transformação uma doação recebida de empresa privada pelo Instituto Lula, devidamente contabilizada e declarada às autoridades, em tráfico internacional de influência".

9. Réu: propina da Odebrecht

Em junho de 2019, o juiz Vallisney de Oliveira aceitou denúncia por corrupção contra Lula, o empresário Marcelo Odebrecht e os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo.

O caso envolve suposto pagamento de propina da Odebrecht em troca de favorecimento do governo federal.

Em nota, a defesa de Lula afirmou que o ex-presidente "jamais solicitou ou recebeu qualquer vantagem indevida antes, durante ou após exercer o cargo de presidente da República". Disse, ainda, que o nome de Lula "somente foi incluído na ação com base em mentirosa narrativa apresentada pelo delator que recebeu generosos benefícios para acusar Lula".

10. Condenado: tríplex do Guarujá

No caso conhecido como "Tríplex do Guarujá", o petista é acusado de receber propina da empreiteira OAS na forma da reserva e reforma de um apartamento no balneário paulista.

Em julho de 2017, Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo então juiz Sergio Moro. Depois, a condenação foi confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em janeiro de 2018, que aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão.

Em abril de 2019, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a condenação, mas reduziu a pena imposta a Lula para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.

Na ocasião, a defesa do ex-presidente Lula criticou a decisão dos ministros. Para a defesa do ex-presidente, "o único desfecho possível é a absolvição do ex-presidente Lula, porque ele não praticou qualquer crime".
Sítio de Atibaia: sentença da juíza federal Gabriela Hardt condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão REPRODUÇÃO/ AJUFE

11. Condenado: sítio de Atibaia

No caso do sítio de Atibaia, Lula é acusado de receber propinas das construtoras OAS e Odebrecht por meio de reformas, em 2010, num sítio no município do interior paulista.

O imóvel pertence formalmente ao empresário Fernando Bittar, mas o MPF alega que Lula é o verdadeiro dono do sítio e era o principal usuário do local.

A juíza federal Gabriela Hardt condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

Além de Lula, outras dez pessoas foram condenadas na sentença proferida pela juíza , entre elas os ex-presidentes da OAS, Léo Pinheiro, e da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. O ex-presidente Lula nega irregularidades, enquanto os dois empresários são hoje colaboradores da Lava Jato, e confessaram os crimes.

Em nota, a defesa de Lula acusou a Justiça Federal de Curitiba de fazer "uso perverso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política".

A defesa destacou que o ex-presidente nunca foi o dono do sítio, e que a decisão se baseia num suposto "caixa geral" de propinas das empreiteiras porque não há, segundo a defesa, provas materiais de que o dinheiro desviado de contratos da Petrobras foi usado nas reformas.
Imóvel em Atibaia pertence formalmente ao empresário Fernando Bittar, mas MPF alega que Lula é seu verdadeiro dono REPRODUÇÃO/GOOGLE EARTH

12. Absolvido: obstrução de justiça

Em julho de 2018, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, absolveu Lula e outros seis réus no processo em que o ex-presidente era acusado de crime de obstrução de Justiça.

A acusação era a de que ele tinha atrapalhado as investigações da Lava Jato, ao supostamente se envolver em uma tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato.

O juiz Ricardo Leite considerou que as provas eram insuficientes e que a acusação estava baseada somente em relatos de delatores. Na ocasião, a defesa de Lula disse que o juiz agiu de maneira imparcial.

AUTOR: BBC

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

NOVA IMAGEM BRILHANTE DOS ANÉIS DE SATURNO É CAPTADA PELA NASA

Imagem captada pelo telescópio Hubble mostra Saturno com anéis brilhantes Foto: Nasa / ESA/ A. Simon (GSFC), M.H. Wong (Universidade da California, Berkeley) e OPAL

O mais recente registro de Saturno, feito pelo telescópio Hubble, da Agência Espacial Americana (Nasa), mostra um brilho excepcional nos anéis do planeta e detalhes atmosféricos que antes só podiam ser percebidos por naves espaciais.

A imagem foi captada em 20 de junho deste ano pela Wide Field Camera 3, quando o planeta estava a cerca de 845 milhões de quilômetros de distância.

Ela revela que uma grande tempestade captada na região do pólo norte em 2018 já se dissipou. Outro detalhe que chama a atenção é a cor do planeta. Segundo a Nasa, a coloração âmbar vêm de neblinas produzidas em reações fotoquímicas causadas pela radiação ultravioleta solar.

Também é possível de observar na imagem um misterioso padrão hexagonal, perceptível no polo norte. Segundo a Nasa, este padrão é causado por um jato de alta velocidade, e foi descoberto em 1981 pela sonda Voyager 1.

De acordo com a Nasa, esta é a segunda imagem captada em uma série anual de instantâneos feitos no projeto Legacy Atmospherees Outer Planets (OPAL).

O projeto ajuda cientistas a entender a dinâmica atmosférica dos planetas gigantes de gás do Sistema Solar.

Confira abaixo a imagem registrada em 2018

Imagem de Saturno captada pela Nasa em 2018 mostra tempestade atmosférica no pólo norte Foto: NASA / ESA /Amy Simon e time OPAL / J. DePasquale (STScI)

AUTOR: G1

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

PESQUISA DA IPSOS APONTA QUE BRASILEIROS ESTÃO MENOS FELIZES EM 2019

O índice de felicidade caiu 12% do passado para esse ano Reuters

Os brasileiros estão menos felizes neste ano em comparação com o ano passado, segundo uma pesquisa do instituto Ipsos que avaliou a felicidade da população de 28 países.


No Brasil, 61% dos entrevistados consideram-se muito felizes ou felizes – uma queda de 12 pontos percentuais em relação à última edição, feita em 2018, quando o resultado foi de 73%. No mundo, o índice de felicidade também caiu de 70% para 64%.

"Toda vez que há uma eleição presidencial, vemos uma renovação dos ânimos, então 2019 começou com expectativas e depois houve uma frustração.", explica Sandra Pessini, diretora da Ipsos. "Existe uma correlação bem forte entre a confiança na economia e a percepção de felicidade. E a demora na retomada econômica impacta muito a vida e o dia a dia das pessoas."

"Mas há frustração não só com o governo e com a economia em si. Sabemos que tragédias e a polarização política também impactam essa percepção."

A pesquisa, chamada Global Happiness Study ou Estudo Global da Felicidade, foi divulgada nesta quarta. Foi feita online com 20,3 mil entrevistados em 28 países, entre 24 de maio e 7 de junho de 2019. Foram mais de 1.000 entrevistados no Brasil e a margem de erro no país é de 3,5 pontos para mais ou para menos.

Por se tratar de uma pesquisa online, o estudo da Ipsos é representativo da população conectada, que no Brasil é 70% do total.

Felicidade no mundo

A Austrália e o Canadá são as nações com o melhor índice, onde 86% dos entrevistados se consideram felizes.

Em seguida vêm a China e o Reino Unido, onde o índice de felicidade é 83% – no caso britânico, o número parece estar desconectado do contexto político conturbado, em meio às negociações sobre a saída da União Europeia, o chamado Brexit.

Pessini explica que peso da questão política para os britânicos é menor para a felicidade pessoal (52%) do que para os brasileiros (67%). A pesquisa foi feita entre meio e junho deste ano, antes de Boris Johnson assumir o cargo de primeiro-ministro.

Quase todos os países da América registraram queda na felicidade Getty Images

O país analisado com o menor índice de felicidade é a Argentina, com 34%. Por lá, o índice caiu 22 pontos desde o ano passado.

Quase todos os países estudados nas Américas registraram queda na porcentagem de adultos felizes. Além dos brasileiros e argentinos, também estão mais infelizes os chilenos, os americanos e os mexicanos. Somente as pessoas no Canadá e no Peru estão mais felizes – o aumento foi de 5 e 4 pontos, respectivamente.

O que faz as pessoas felizes?

A saúde e o bem-estar físico são considerados muito importantes como fonte de felicidade para 65% dos brasileiros, ocupando o primeiro lugar entre as 29 fontes de felicidade citadas na pesquisa.

Em segundo lugar está ter um emprego que faça sentido (62%), seguido por sentir que a vida faça sentido (59%).

Depois estão segurança pessoal, sentir que estou no controle da minha vida, minha condição de vida, ter mais dinheiro, minha situação financeira pessoal, e meu bem-estar religioso ou espiritual, todos empatados com 57%.

Esse ranking brasileiro é um pouco diferente do global, onde filhos (48%) e a relação com o parceiro (48)% aparecem entre entre as cinco principais fontes de felicidade para a maioria dos entrevistados.

A saúde é o fator principal de felicidade no mundo todo, explica Pessini. Ela afirma que, entre as diferenças no ranking de fontes de felicidade apontadas pelos brasileiros, se destaca o fato de "ter um emprego que faça sentido" estar em segundo lugar entre as fontes mais importantes.

"No resto do mundo essa fonte só aparece em sexta ou décima posição. No momento atual, em que sabemos que desemprego é alto, em que muitas pessoas aceitaram um emprego que não era o que sonhavam ou com condições que não eram as ideais, é bem significativo que os brasileiros coloquem esse fator como tão importante."

AUTOR: BBC NEWS

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O PIOR DIA DA TERRA: O DIA EM QUE O MUNDO DOS DINOSSAUROS VEIO ABAIXO

Ilustração mostra o impacto do asteroide, que deve ter desencadeado ondas gigantescas Foto: Barcroft Productions/ BBC

Cientistas têm um registro do pior dia da Terra ou, pelo menos, o pior nos últimos 66 milhões de anos.

Ele está num trecho de 130 metros de uma rocha retirada do Golfo do México.

Esses são sedimentos depositados logo após um imenso meteoro se chocar com o planeta.

Você deve saber do que estamos falando: Do evento que cientistas consideram ter causado a extinção dos dinossauros e a ascensão dos mamíferos.

A rocha que conta essa história foi resgatada por uma equipe liderada por americanos e britânicos, que passaram várias semanas em 2016 cavando na cratera aberta pelo impacto.

Hoje, essa estrutura com 200 km de diâmetro fica embaixo sob a península de Yucatán, no México. Suas partes mais preservadas estão bem próximas ao porto de Chicxulub.

A equipe retirou várias porções da rocha, mas é esta seção com 130 metros que documenta o primeiro dia do que geólogos conhecem por Era Cenozóica, também chamada por outros de Idade dos Mamíferos.

O impacto que mudou a vida na Terra

Um objeto com 12 km de diâmetro abriu um buraco de 100 km de largura e 30 km de profundidade na superfície da Terra.

Essa fenda então colapsou, deixando uma cratera de 200 km de largura e alguns quilômetros de profundidade. Houve um novo desabamento no centro da cratera, formando um anel interno.

Hoje, boa parte da cratera está sob o solo do mar, abaixo de 600 metros de sedimentos. A parte em terra está hoje coberta por rochas calcárias, e sua borda é marcada por um arco de cavernas.

O trecho da rocha é um combinado de materiais estilhaçados, mas seu conteúdo está disposto de tal forma que cientistas dizem ser capazes de perceber uma narrativa clara.

Os últimos 20 metros são dominados por destroços que lembram vidro. Essa é a rocha que foi derretida pelo calor e pela pressão do impacto. Ela escorreu pela base da cratera segundos e minutos após o choque.

Em seguida, há um trecho de rocha derretida fragmentada - formado por explosões conforme a água jorrava pelo material quente.

A água vinha do mar raso que cobria a área naquela época. Ela foi expulsa temporariamente pelo impacto, mas, quando voltou e entrou em contato com a rocha incandescente, gerou violentos fenômenos. Algo similar ocorre em vulcões, quando o magma interage com a água do mar.

Essa fase transcorreu durante uma hora. Conforme a água continuava a fluir para a cratera, e um monte se formou no centro do buraco com destroços carregados pela água. Grandes fragmentos foram acompanhados por materiais mais e mais finos.

Esse processo transcorreu nas primeiras horas depois do impacto.

Depois, bem no topo da seção retirada da cratera, há sinais de um tsunami. Os sedimentos afundaram numa só direção, e sua organização indica que eles foram depositados por um evento de grande energia.

Cientistas dizem que o impacto gerou uma onda gigantesca que deve ter avançado centenas de quilômetros terra adentro. Essa onda acabou por voltar - e os destroços carregados por ela cobrem o topo da rocha extraída do fundo do mar pelos pesquisadores.

Explosão de enxofre

"Isso tudo foi no dia 1", diz o professor Sean Gulick, da Universidade do Texas em Austin. "Tsunamis se moveram na velocidade de um jatinho. Vinte e quatro horas são uma quantidade suficiente de tempo para que as ondas tenham entrado e saído repetidamente", ele disse à BBC News.

A equipe de Gulick acredita na explicação sobre o tsunami porque, misturado com os depósitos extraídos, há sinais de solo e carvão - evidências dos grandes incêndios que teriam surgido pelo calor gerado pelo impacto –, tudo transportado para a cratera pelas ondas.

Estranhamente, o que os cientistas não encontraram em nenhum ponto da rocha extraída foi a presença de enxofre. É uma surpresa, porque o asteroide teria se chocado com um fundo do mar composto por até metade de minerais que contêm enxofre.

Por algum motivo, o enxofre deve ter sido ejetado ou vaporizado. Mas isso apenas reforça a teoria atual sobre como os dinossauros tiveram um fim.

O enxofre misturado à água e despejado na atmosfera pode ter reduzido dramaticamente a temperatura, tornando a vida difícil para todos os tipos de plantas e animais.

A injeção de bilhões de toneladas de enxofre no ar causou uma queda de 25 graus Celsius na temperatura por pelo menos 15 anos, fazendo com que a maior parte do planeta congelasse, diz Gulick.

A emissão de enxofre foi muitas vezes superior ao que um vulcão como o Krakatoa é capaz de fazer, também gerando uma diminuição periódica da temperatura.

Os mamíferos emergiram a partir dessa calamidade. Os dinossauros ficaram para trás.

AUTOR: BBC

CONHEÇA 7 FATOS SOBRE MARY BELL, A SERIAL KILLER DE APENAS 11 ANOS

Imaginar que alguém saia matando outras pessoas deliberadamente e consciente disso é difícil de compreender. A maioria das pessoas repudia o ato e as convicções morais as fazem ver tal ato como algo inimaginável de se fazer.

E se já nos chocamos com um adulto que comete tais crimes, o choque é maior ainda quando a pessoa que comete esses assassinatos é uma criança.

Para alguns filósofos a violência, incluindo assassinato, é a norma e um pano de fundo constante sendo a paz um fenômeno raro.

A jovem assassina Mary Bell cometeu seus crimes quando tinha apenas 11 anos e listo agora alguns fatos sobre a jovem serial killer.

1 - Infância
Mary Flora Bell nasceu em 1957, em Newcastle, na Inglaterra. Ela morava em Scotswood que era uma área da classe trabalhadora. E assim como toda cidade de pequena, todas as pessoas se conheciam. 

O ambiente em que a menina cresceu era bastante difícil e todos lutavam por sobrevivência do jeito que conseguiam.

2 - Abuso
A menina foi vítima de abuso em casa, desde negligência dos pais e até mesmo violência sexual. 

O pai de Mary Bell estava fora de casa com um frequência grande e sempre a deixava com qualquer parente ou amigo quando não estava. A mãe da menina tentava sustentar a família se prostituindo, o que fazia com que ela também ficasse ausente por muito tempo e além disso ela era alcoólatra.

3 - Violência
A mãe de Mary se especializou no papel de dominadora e outros papéis de BDSM onde ela misturava violência com sexo. 

E essa mistura pode ter ajudado a moldar a cabeça da jovem serial killer. E o que direciona se uma criança será vítima ou se tornará violenta é o que ela viveu em casa. 

E segundo a família de Mary, sua mãe tentou matá-la algumas vezes e a própria Mary teria tomado pílulas para ter uma overdose.

4 - Prostituição
Logo, Mary foi submetida à prostituição e agressões sexuais. Ela era uma pré-adolescente que se prostituía para sustentar a família e atendia clientes desde que se lembrava. 

E vários serial killers têm origem em agressões sexuais e prostituição, como por exemplo Robert Maudsley, o Hannibal Lecter da vida real. E os crimes também têm um componente sexual, seja excitação ou raiva.

5 - Martin Brown
Um dia antes de Mary fazer 11 anos, no dia 25 de maio de 1968, o menino de quatro anos Martin Brown foi encontrado em uma casa abandonada. 

Ele tinha saliva e sangue no rosto. Primeiramente, a polícia achou que o garoto tivesse morrido por acidente, mas depois das investigações eles viram que o menino tinha sido assassinado por estrangulamento. Mary Bell agiu sozinha matando Martin.

6 - Brian Howe
Depois de assassinar Martin Brown, Mary Bell não tinha terminado. A outra vítima que ela faria era Brian Howe de três anos de idade, dois meses depois do assassinato do Martin Brown. 

Mas ela não agiu sozinha, sua parceira Norma Bell queria tentar matar. No dia 31 de julho de 1968, elas mataram essa criança também por estrangulamento.

7 - Cena do crime
Depois do crime, ela voltou à cena do crime, como muitos serial killers, provavelmente para reviver a experiência. Quando ela estava lá, ela mutilou o corpo de Brian cortando sua coxa.

Uma tesoura foi achada ao lado do corpo. Ela também usou uma navalha para esculpir um M na barriga da criança, mutilou seu pênis.

FONTE: Listverse
Imagens Veracidad channel Fabiana bertotti Wallhere Murderpedia Murderpedia Murderpedia Listverse

AUTOR: MUNDO REAL 21

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

SUICÍDIO NOS EUA: O 'PACTO DO SILÊNCIO' QUE ESTÁ MATANDO POLICIAIS

David Betz (à esq.) com o pai, Dave Betz - DAVE BETZ

A morte de nove policiais de Nova York neste ano levou familiares, policiais e políticos a procurarem culpados. Mas o suicídio é um problema mais profundo, enraizado na cultura policial. O que há por trás dessa situação?

Enquanto acelerava o carro em uma manhã fria e cinzenta de fevereiro, o coração de Dave Betz estava disparado. Como policial havia 32 anos, ele estava acostumado a perseguições de carros.

Mas, naquela manhã, ele era um pai procurando por seu filho. Dave recebeu uma ligação no início da manhã com o recado de que seu filho David, de 24 anos e também policial, não havia aparecido para o seu turno de trabalho.

Depois que ele desligou o telefone, abriu a porta do quarto do filho, onde encontrou o suporte da arma - mas sem a arma dentro.

"Liguei para meus colegas, dizendo: 'não tenho um bom pressentimento sobre isso'".
Ao atravessar o estacionamento vazio do Boston Sports Club, Dave viu o carro do filho, com as janelas embaçadas, escondido em um canto distante, atrás de um imponente prédio de concreto. Enquanto caminhava para a parte da frente do carro, o treinamento policial veio à mente.

"O raciocínio de um policial - luta ou fuga - surgiu como reação", disse ele. "A morte é algo que ninguém gosta de ver. Você simplesmente não quer ver, sabe? Você precisa, mas é o membro da família de alguém."

"Ele estava dentro do carro dele, sentado, com o telefone no colo. E eu sabia, sabe? Mas eu não queria saber", diz ele, enquanto sua voz baixa.

Tocava música country no rádio do carro quando Dave, vestido com calça de pijama e camiseta, viu que o filho estava morto.

David Betz morreu em consequência de tiro disparado por ele mesmo, sem deixar nenhuma explicação sobre o que o levou a isso, diz o pai. Ele está entre centenas de policiais nos Estados Unidos que tiraram suas próprias vidas e deixaram uma série de perguntas sem respostas.

"Eu sempre pensei que era capaz de perceber as coisas e saber se alguém precisa de ajuda", diz Dave. "Mas eu não consegui ver isso no meu filho, sabe. Isso me entristece".
No estacionamento onde encontrou o filho, Dave mostra uma foto deles juntos - DAVE BETZ

Um estudo de 2018 mostrou que mais policiais morreram por suicídio do que exercendo sua atividade profissional nos Estados Unidos. Os pesquisadores dizem que os policiais correm um risco maior de suicídio do que em qualquer outra profissão, devido a uma combinação de fatores: estresse intenso, pressão para ocultar sofrimento emocional e acesso fácil a armas de fogo.

Em cada 100 mil pessoas, 13 morrem por suicídio, quando é considerada a população geral. Mas esse número sobe para 17 em 100 mil quando são considerados apenas os policiais, segundo a Ruderman Family Foundation.

Em 2018, 167 policiais cometeram suicídio. Neste ano, foram 130 nos primeiros 8 meses, de acordo com o Blue Help, um grupo de prevenção de suicídios da polícia de Massachusetts que acompanha o tema.

Esses números consideram apenas os suicídios confirmados. Alguns especialistas da área dizem que o número real pode ser ainda maior, pois algumas famílias optam por não relatar a causa da morte ou descrevê-la como acidental.
Problema velado

Recentemente, a cidade de Nova York se tornou foco de atenção nos Estados Unidos quando se fala nesse assunto. O chefe do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD), James O'Neill, disse, em junho, que havia uma crise de saúde mental. Na ocasião, a cidade enfrentava o suicídio de nove policiais.

"Precisamos mudar essa cultura", disse ele. "Precisamos garantir que nossos policiais tenham acesso a cuidados de saúde mental para que possam se manter bem e fazer o trabalho que desejam".

Mas a crise continuou.

Robert Echeverria, de 56 anos, morreu por ferimento a bala feito por ele mesmo em agosto, apenas um dia depois que o policial Johnny Rios, de 35 anos, cometeu suicídio.

A irmã de Robert, Eileen Echeverria, disse à BBC que entrou em contato com a área de assuntos internos do departamento policial sobre preocupações com a saúde mental de seu irmão várias vezes - sendo a mais recente em junho, antes da morte dele.

O departamento disse que investigaria, mas as armas do policial, que estava havia 25 anos na corporação, foram devolvidas a ele em dois dias. Eileen culpa o alto escalão pelo suicídio.
Chefe do Departamento de Polícia de Nova York, James O'Neill - GETTY IMAGES

"O Departamento de Polícia de Nova York está quebrado em muitos níveis. Não é o mesmo, os oficiais costumavam ser respeitados", disse ela à BBC News antes de encontrar o vice-comissário de relações com funcionários.

O Departamento de Polícia de Nova York diz que a morte de Echeverria está em investigação.

"Precisamos mudar isso", diz ela.

Cidades e estados de todo o país estão abalados por problemas semelhantes. Califórnia, Flórida, Nova York e Texas relataram pelo menos 10 suicídios policiais no ano passado, de acordo com a Blue Help.

No início deste ano, o Departamento de Polícia de Chicago, a segunda maior força do país, com 13 mil policiais, também foi forçado a enfrentar sua onda de suicídios policiais.

A tragédia levou ao lançamento de uma campanha de saúde mental, que disponibilizou o dobro do número de terapeutas disponíveis para os policiais, bem como uma campanha em vídeo mostrando oficiais experientes - incluindo o superintendente, Eddie Johnson - admitindo suas próprias lutas com a saúde mental.

O presidente Donald Trump autorizou até US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões) em subsídios por ano para prevenção de suicídios policiais, exames de saúde mental e treinamento, à medida que departamentos em todo o país trabalham para reduzir os números.

Mas o problema não é exclusivo dos Estados Unidos. Uma tendência semelhante está aparecendo em outros países onde os policiais usam armas de fogo.

No Brasil, só no Estado de São Paulo, 35 policiais militares tiraram a própria vida em 2018, um aumento de 84% em relação a 2017, segundo dados divulgados em fevereiro pela Ouvidoria da Polícia.

No ano passado, a França teve uma taxa de suicídio 36% maior entre a polícia do que a população em geral, e neste ano 64 policiais já se suicidaram.

Para comparação, cerca de 20 policiais tiraram suas próprias vidas no Reino Unido entre 2015 e 17, de acordo com o departamento de Estatísticas Nacionais do Reino Unido. Ao contrário da França, a maioria da polícia britânica não carrega armas.

Quase dois terços de todas as mortes por armas de fogo nos Estados Unidos são suicídios, de acordo com dados do grupo Everytown.

Embora seja menos provável que as pessoas tentem suicídio com uma arma (6% de todas as tentativas), a característica mortal das armas torna a morte mais provável. Cerca de metade dos suicídios envolvem armas de fogo.

Pelo menos seis das nove mortes na polícia de Nova York envolveram uma arma, muitas delas a própria arma de serviço.

Por que o suicídio é tão alto na polícia?

John Violanti, um veterano da polícia americana com 23 anos de experiência e professor da Universidade de Buffalo focado no estresse policial e na saúde mental, aponta a natureza do trabalho como parte da equação que leva ao suicídio. "Eles veem crianças abusadas, cadáveres, acidentes de trânsito horríveis", aponta.

"Se você tem que vestir um colete à prova de balas antes de ir para o trabalho, isso é uma indicação de que você já tem a possibilidade de ser baleado ou morto e que sua família tem a mesma probabilidade. Portanto, todas essas coisas pesam muito na mente e, com o tempo, afetam os policiais."

Mark DiBona, de 33 anos, veterano da polícia e porta-voz da Blue Help, experimentou na pele o desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático no trabalho.

Ele se voluntariou a trabalhar por três semanas em Nova York, quatro dias após os ataques de 11 de setembro, e lembra que seus pesadelos começaram logo depois. Esse trauma, agravado por outras experiências - incluindo responder a um incêndio no carro com um passageiro preso dentro -, levou à sua depressão.

"Eu queria morrer. Eu me sentia um fracasso", diz ele.

Sentado no banco da frente do carro, Mark escreveu uma carta raivosa ao departamento de polícia e uma carta de desculpas para sua mãe e esposa, antes de colocar a arma na boca.

Por sorte, outro policial apareceu em seu carro para intervir antes de ele puxar o gatilho.

Mas ele - junto com muitos oficiais - acredita que uma das maiores barreiras na busca de ajuda é o estigma.

"Carregamos uma arma, carregamos um bastão, usamos um colete à prova de balas. Tudo isso para nos proteger fisicamente", diz ele. "Precisamos disso. Mas temos muito pouco treinamento quando se trata de nos proteger mentalmente".

Parte desse estigma vem da perpetuação da cultura do machismo no trabalho policial, uma noção que Janice McCarthy está trabalhando para mudar ao treinar oficiais em prevenção de suicídios e por meio de sua organização Care of Police Suicide Survivors (Assistência aos sobreviventes de suicídio policial).

O marido de Janice, Paul, se matou em julho de 2006, após 21 anos de carreira como capitão da polícia do estado de Massachusetts. Ele sofreu transtorno de estresse pós-traumático depois de três acidentes de carro.
Janice McCarthy passou os últimos 13 anos após a morte do marido defendendo o treinamento em saúde mental para os policiais

"Hipervigilância" faz parte do trabalho quando se trata de trabalho policial, diz Janice. "É esse sentimento de que você está pulando para fora da pele."

"Os policiais têm muita adrenalina... quase como usar droga", lembra ela do marido. "Mas o problema é que você não pode voltar para casa e desligar. Ele não dormia. Ele não podia realmente se envolver em uma conversa."

"Eles são cuidadores. Eles estão acostumados a cuidar de todos os outros. Ele trocava pneus furados, salvou bebês recém-nascidos prematuros. 

Ele não pôde se salvar porque ninguém lhe deu o luxo de dizer 'o que há de errado?' ou perguntar 'você está bem?'"
Paul McCarthy, marido de Janice, com o filho Christopher - JANICE MCCARTHY

Ela ajudou parlamentares de Massachusetts a elaborar um projeto de lei para exigir treinamento em saúde mental para os policiais em exercício. O projeto, após quatro anos, ainda não foi aprovado.

Mas ex-policiais e defensores da prevenção do suicídio dizem que oferecer terapia e treinamento é apenas parte da batalha.

O medo de perder sua arma

A ideia de que a identidade de um policial está ligada à sua arma é um estigma que os especialistas não conseguem decifrar.

"Uma questão sobre o trabalho policial é que quanto mais tempo você acumula de trabalho, mais ele consome sua identidade", diz Mark enquanto descreve a importância do distintivo e da arma de um policial.

Chris Prochut era o terceiro no comando em Bolingbrook, um subúrbio a sudoeste de Chicago, quando seu departamento de polícia recebeu atenção internacional devido a uma investigação de um assassinato que envolvia um oficial.

Ele foi encarregado de lidar com os repórteres, que pediam detalhes sobre o ex-sargento Drew Peterson, acusado de assassinar sua terceira e quarta esposas - a última delas ainda desaparecida.

"Eu pensei que poderia lidar com isso porque é isso que os policiais fazem. Eu posso resolver isso", lembra o agora defendor de treinamento em saúde mental e instrutor de prevenção de suicídios. "Imaginei que poderia mudar a imagem pública do nosso departamento de polícia."

Sob imensa pressão e dormindo pouco, o caso corroeu a mente de Chris.
Chris Prochut planejou seu próprio suicídio até sua esposa e colegas interromperem seu plano - CHRIS PROCHUT

"Eu chegava em casa com minha família e não queria estar com eles", lembra ele.

Por insistência de sua esposa, Chris procurou ajuda e acabou tomando remédios para ajudar a aliviar a angústia. Mas a dor não parou. Foi quando ele decidiu tirar a própria vida.

"Na minha cabeça, não havia outra opção, porque eu já tinha tentado terapia. Tentei medicação. Eles não funcionam para mim, mas posso entender isso."

Ele escolheu uma área arborizada onde queria tirar a vida, em uma cidade próxima, um movimento deliberado para que seus colegas não precisassem investigar a morte de um deles.

Quando estava com o plano definido, a esposa de Chris descobriu e interveio. Ela chamou os colegas do marido, que, no meio da noite, o levaram a um hospital para tratamento psiquiátrico.

A lei do estado de Illinois previa que Chris perdesse o porte de arma de fogo depois que fosse liberado do hospital. Aí ele acabou perdendo o emprego.

Chris e a família deixaram Illinois depois de perder a casa, mudando-se para Hartford, Wisconsin, onde agora ele trabalha na sede da rede de lojas Kohl, bem como com a polícia estadual na prevenção de suicídios.
A esposa de Chris descobriu os planos do marido de se suicidar - CHRIS PROCHUT

Desde então, as leis mudaram em Illinois, permitindo aos proprietários de armas um período de carência de 60 dias para manter o cartão de proprietário de armas de fogo enquanto um pedido de renovação é processado.

Parte do objetivo é incentivar os policiais a procurar tratamento em saúde mental sem medo de perder o distintivo - exemplo que Chris espera que possa ser seguido em outros lugares.

Mas o ex-policial também quer que sua história mostre que há vida após a polícia.

"Levei alguns anos para perceber que existe vida após o trabalho na polícia, mas você precisa estar aqui. Você precisa estar aqui para que melhore", diz ele.

"Perdi minha arma e perdi meu emprego, mas estou aqui e estou bem."
A vida continua

De volta ao cemitério em Boston, o filho mais novo de Dave, Cameron, fica perdido perto do túmulo de David, com a voz embargada enquanto luta para falar sobre seu irmão, seu herói.

Cameron usa símbolos em homenagem a seu irmão - pulseiras de prevenção de suicídio e um ponto-e-vírgula tatuado no pulso esquerdo, um símbolo usado para aumentar a conscientização sobre lutas de saúde mental e prevenção de suicídio, para mostrar que a vida continua.

"A vida para eles continua. A vida para nós continua de uma maneira diferente", diz Dave sobre outros policiais.

Grande parte da vida de Dave também é uma homenagem para seu filho. Seu escritório é cheio de imagens de David e do resto de sua família, ao lado de relíquias e lembranças com símbolos ocultos para manter viva a memória de David.

Uma imagem de nuvens sobre o túmulo do filho, no formato do número oito - o número da sorte de David - fica emoldurada ao lado das botas e uniforme de polícia que o jovem usava. Os braços de Dave estão tatuados com o número favorito do filho e uma mensagem no antebraço, feita com a letra de David, de um cartão do dia dos pais que lhe foi entregue em junho, antes de ele falecer.
Dave Betz fez uma tatuagem que reproduz mensagem deixada pelo filho no Dia dos Pais

A morte por suicídio pode deixar a familiares e amigos perguntas sem resposta sobre o que poderia ter sido feito de diferente para evitar a tragédia.

"Ser um sobrevivente do suicídio de um familiar nos faz integrar um grupo ao qual nunca quisemos pertencer", diz Janice.

"Se alguém morre por suicídio, há muitas coisas que as pessoas enxergam e elas querem encontrar sua própria idéia do que deu errado. É da natureza humana tentar descobrir algo, colocá-lo nessa caixinha e guardá-la. "

Mas, para esse grupo de sobreviventes, falar com policiais e tentar ajudá-los é uma maneira de preencher o vazio deixado pelos familiares que se mataram.

Para os policiais que escondem suas batalhas, Janice tem uma mensagem: "Se você não é policial amanhã, quem é você?"

"Você é marido? Você é pai? Você precisa ser multidimensional e precisa se cuidar emocionalmente", ela declara.

"Eu gostaria que eles soubessem que são mais que um policial e que a vida deles significa mais que esse trabalho".
Se você está deprimido e tem pensamentos suicidas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do número 188. As ligações são gratuitas para todo o Brasil.

AUTOR: BBC

sábado, 7 de setembro de 2019

VEJA OS EXTREMOS DO CLIMA EM OUTROS PLANETAS; DE CHUVA DE DIAMANTES A MEGAFURACÕES


Podemos reclamar do clima, mas no espaço as condições podem ser extremas Foto: NASA/Getty Pictures

Muitas vezes reclamamos do clima, principalmente quando eventos extremos se tornam cada vez mais comuns aqui na Terra.

E se passássemos nossas férias lutando com ventos que chegam a 8.000 km/h ou temperaturas quentes o suficiente para derreter o chumbo?

O clima, bom ou ruim, é um elemento permanente em nosso planeta - mas lá fora, nas profundezas do espaço, pode ser ainda mais intenso. Aqui estão alguns exemplos:

Vênus infernal

Vamos começar perto de casa, com nosso vizinho Vênus, o lugar mais inóspito do sistema solar.

Basicamente, Vênus é um buraco apocalíptico. Lar de uma atmosfera densa, composta principalmente de dióxido de carbono, a pressão atmosférica em Vênus é 90 vezes maior que a da Terra.

Essa atmosfera retém grande parte da radiação solar, o que significa que as temperaturas em Vênus podem chegar a 460° C - você seria esmagado e fervido em segundos se colocasse os pés ali.

Mas se isso não parecer doloroso o suficiente, a chuva em Vênus é composta de ácido sulfúrico extremamente corrosivo, que queimaria gravemente a pele ou o traje espacial de qualquer viajante interestelar, caso chegasse à superfície.
Temperaturas extremamente quentes ou congelantes em outros planetas podem tornar a vida insuportável Foto: Getty Images

Devido às temperaturas extremas do planeta, essa chuva evapora antes de tocar o solo.

Ainda mais bizarro: há "neve" em Vênus. Não é do tipo com a qual você poderia fazer guerra de bolas de neve: esse material é composto dos restos de basalto e geada de metais vaporizados por sua atmosfera.

Netuno turbulento

Por outro lado, temos os planetas gigantes de gás, Urano e Netuno.

Este último, nosso planeta mais distante, abriga nuvens congeladas de metano e os ventos mais violentos do sistema solar.
Por causa da topografia do planeta, que é bastante plana, não há nada para diminuir a velocidade desses ventos supersônicos de metano, que podem atingir velocidades de até 2.400 km/ h.
Netuno congela nuvens de metano e os ventos mais violentos do sistema solar Foto: Getty Images
Além de poder ouvir a barreira do som quebrando, uma visita aqui também incluiria chuva de diamantes, graças ao carbono na atmosfera sendo comprimido.

Mas você não precisaria se preocupar em ser atingido por uma pedra caindo, pois já teria sido congelado instantaneamente - a temperatura média é de -200° C.

Planetas fora do sistema solar

Os exoplanetas estão localizados fora do nosso sistema solar e orbitam em torno de um sol.

Tom Louden, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Warwick, no Reino Unido, é uma espécie de meteorologista intergaláctico. Seu trabalho é descobrir quais são as condições atmosféricas em outros planetas.

Sua especialidade são exoplanetas, particularmente um batizado de HD 189733b.
O HD189733b, eclipsado por sua estrela, é candidato a ter o clima mais extremo conhecido em qualquer planeta Foto: Getty Images

Este mundo azul profundo a 63 anos-luz de distância é um bom candidato para hospedar o clima mais extremo conhecido em outro planeta.

Pode parecer bonito, mas suas condições climáticas são cataclismaticamente terríveis.

Com ventos de 8.000 km/ h (os mais fortes registrados na Terra têm pouco mais de 400 km/ h), também é 20 vezes mais próximo do sol do que nós, com temperatura atmosférica de 1.600 ° C - a mesma de lava derretida.

"As rochas do nosso planeta seriam vaporizadas em líquido ou gás aqui", diz Louden. E também chove vidro derretido. Lateralmente.

Há algum lugar habitável por aí?

Louden diz que existem planetas semelhantes em tamanho e massa à Terra que orbita estrelas anãs M menores, ou "anã vermelha".

Essas são as estrelas mais comuns da Via Láctea, mas se escondem nas sombras, muito escuras para serem vistas a olho nu da Terra.
Existem planetas semelhantes em tamanho e massa à Terra que orbitam estrelas menores de 'anã vermelha' Foto: Getty Images

Se esses planetas são habitáveis ​​ou não é outra questão.

Muitos desses exoplanetas estão de fato na "zona Cachinhos Dourados", que não é nem muito próxima nem muito longe do Sol. Infelizmente, é provável que muitos também estejam "ordenadamente travados" em sua estrela.

Isso significa que eles sempre têm o mesmo lado voltado para o objeto em que estão orbitando - assim como o mesmo lado da Lua sempre é virado para a Terra.
Por esse motivo, você terá um lado com luz do dia permanente e o outro, noite perpétua.

"Quando você cria modelos de computador, há ventos fortes se movendo do dia para o lado escuro", diz Louden.

"Isso é uma consequência do efeito de travamento das marés. Um lado do planeta fica muito mais quente que o outro, então ventos fortes são uma conseqüência quando o planeta tenta redistribuir o calor", diz ele.

"Qualquer água líquida do lado do dia evapora em nuvens, que são sopradas para o lado noturno, onde congelam e nevam. Você tem um lado que é deserto e outro que é ártico."
Modelos de computador mostram fortes ventos com força semelhante à de um furacão, movendo-se de um lado para o outro em exoplanetas Foto: Getty Images

Mas Louden diz que essas são apenas previsões de modelos e outros especialistas estão mais otimistas sobre a vida em exoplanetas que sofrem influência da maré.

Ingo Waldmann, professor de planetas extrasolares da UCL, disse à BBC News que, se existir uma atmosfera espessa o suficiente, a circulação do dia para a noite deve ser suficiente para impedir que a noite fique totalmente congelada.

Outros modelos sugerem que a água que evapora no ponto mais quente do dia se condensará em nuvens e formará uma cobertura permanente de nuvens no lado do dia.

Essas nuvens poderiam refletir o suficiente da radiação da estrela de volta ao espaço para diminuir a temperatura do planeta e tornar habitáveis ​​partes do dia.

Então, até encontrarmos condições habitáveis ​​fora do planeta Terra, realmente não haverá lugar como nosso lar.

AUTOR: BBC

VEJA A ESTÁTUA DE HITLER GUARDADA EM SEGREDO NO PORÃO DO SENADO FRANCÊS

O busto de Hitler foi exposto ao público durante a Ocupação em Paris GETTY IMAGES

Há 75 anos, o Senado francês mantém um segredo embaraçoso.

Escondido no porão, de paradeiro conhecido apenas por alguns poucos iniciados, está um busto de Adolf Hitler.

'Sinos nazistas' colocam igrejas no centro de polêmica na Alemanha

O livro nazista de anatomia que ainda hoje é usado por cirurgiões

Nesta semana, a existência do busto foi revelada graças a uma investigação do jornal Le Monde. Também foram achados uma bandeira nazista de 3m x 2m e vários outros documentos e itens da época da Ocupação (período da Segunda Guerra em que a França foi ocupada pelas tropas alemãs).

O repórter Olivier Faye disse que ouviu de uma fonte a informação de que uma estatueta de Hitler havia sido mantida no Senado desde o final da Segunda Guerra Mundial, quando o palácio era a sede da força aérea alemã (Luftwaffe).

Depois de muita resistência das autoridades, ele finalmente recebeu a confirmação do principal arquiteto do Senado, Damien Déchelette, que lhe perguntou: "Como você descobriu?"

Por que o busto ainda estava escondido?

A história exata de como o busto e a bandeira foram guardados nas entranhas de um edifício público tão importante permanece um mistério. Mas o resumo dos eventos provavelmente pode ser adivinhado com bastante precisão.

Em agosto de 1944, Paris estava tumultuada quando o exército alemão se rendeu às tropas do exército francês e da Resistência.
O general nazista Hugo Sperrle ocupou o escritório do palácio durante a Segunda Guerra Mundial GETTY IMAGES

No palácio de Luxemburgo, funcionários da Luftwaffe em fuga deixaram para trás um cenário de caos, com paredes quebradas e móveis em pilhas. O mesmo acontecia no prédio vizinho, conhecido como Petit Luxembourg, então residência do comandante da força aérea alemã Hugo Sperrle, e agora do presidente do Senado, Gérard Larcher.

Segundo o historiador Cécile Desprairies, para os franceses libertadores foi um momento de êxtase. "As bandeiras foram tomadas como troféus. Os prédios foram saqueados. Os libertadores levaram o que podiam. O mercado negro de mercadorias nazistas floresceu - e, de fato, ainda existe".

Em algum momento, na desordem, alguém no Palácio de Luxemburgo deve ter deixado de lado o busto de Hitler e a bandeira. Eles estavam encobertos e escondidos no porão, e o conhecimento de sua existência foi repassado ao longo dos anos entre um pequeno grupo de funcionários, depois que o prédio retomou suas funções como Senado.
Paris estava em caos quando a ocupação nazista terminou, em agosto de 1944 GETTY IMAGES

Procurados pelo Le Monde, nenhum serviço ou ex-senador se disse ciente do tesouro nazista. Mas, como afirmou uma autoridade (pedindo anonimato) do Senado a Olivier Faye, "os senadores vêm e vão". Eles não são os verdadeiros repositórios da tradição do edifício.

"Imagino que, de vez em quando, os conhecedores os vislumbrem, para se irritar um pouco", diz Olivier Faye.

O que mais sobrou da Guerra?

Menos secreto - mas ainda pouco conhecido e certamente fora dos limites para os visitantes - é um bunker subterrâneo de concreto nos jardins do Petit Luxembourg. Foi construído antes da guerra como um abrigo antiaéreo para parlamentares e foi usado possivelmente como escritório ou para armazenamento pelos alemães.

O bunker é, por si só, uma fascinante cápsula do tempo, contendo curiosidades como um "ciclomotor" para carregar baterias no caso de um blecaute, roupas de proteção de borracha para ataques de gás e um aparelho de rádio.

Há também duas relíquias militares alemãs: uma caixa contendo um aparelho de respiração e outra contendo uma lamparina a gás.

Em resposta às perguntas do Le Monde, o Senado finalmente produziu um inventário do que diz serem todos os itens alemães em sua posse. Estes também incluem um grande número de documentos e vários itens de mobiliário estampados com a águia do Terceiro Reich.

O que fazer com essa herança nazista complicada agora se tornou uma questão delicada.

O presidente do Senado, Gérard Larcher, ordenou uma investigação. Um destino provável é o novo Museu da Libertação de Paris, na Place Denfert-Rochereau, cuja peça central é o bunker de comando subterrâneo usado pelo chefe da Resistência Henri Rol-Tanguy.

AUTOR: BBC NEWS

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

MONSTRO DO LAGO NESS: ENGUIA GIGANTE PODE ESTAR POR TRÁS DO MITO

Foto acima, dos anos 1930, deu força à lenda do Monstro do Lago Ness, mas ela foi forjada com um submarino de brinquedo GETTY IMAGES

Avistado inúmeras vezes, o famoso Monstro do Lago Ness pode ser, na verdade, um tipo de enguia gigante que vive nas águas do lago escocês.

Pesquisadores da Nova Zelândia catalogaram as espécies vivas no Lago Ness e extraíram amostras de DNA da água.


Ao analisar as amostras, os cientistas descartaram que haja ali grandes animais que possam ser confundidos com o monstro.

Não foram encontradas evidências, por exemplo, de répteis marinhos pré-históricos chamados plesiossauros (que tinham 4,5 metros de comprimento e hoje estão extintos), ou de peixes enormes como o esturjão (que chega a alcançar 8 metros de comprimento) - que são algumas teorias relacionadas ao Monstro do Lago Ness.

Os cientistas também descartaram que o monstro possa ser um bagre ou algum tubarão vindo da Groenlândia, como também já foi cogitado.
Mas eles encontraram amostras de DNA de enguias europeias, que chegam às águas de rios e lagos britânicos após migrarem mais de 5 mil quilômetros, vindas do Mar dos Sargaços, perto das Bahamas - onde os animais botam suas ovas.
UNIVERSITY OF OTAGO - Neil Gemmell e sua equipe coletaram amostras da água do lago, para catalogar as espécies animais presentes ali

O objetivo principal da pesquisa não era desvendar o segredo do Monstro do Lago Ness, mas sim melhorar o conhecimento a respeito dos animais e plantas que vivem ali.

"(Mas) as pessoas adoram um mistério, e usamos a ciência para acrescentar mais um capítulo à mística do Lago Ness", afirmou Neil Gemmell, geneticista da universidade neozelandesa de Otago.

"Não encontramos nenhuma prova de criatura viva que seja remotamente parecida (a um monstro) em nossos dados de sequenciamento de DNA. Então, sinto muito, mas não acho que a teoria do plesiossauro se sustente, com base nos dados que coletamos. Tampouco há DNA de tubarão nas nossas amostras, nem de bagres ou esturjões. O que há é uma quantidade significativa de DNA de enguias, que são abundantes no lago."

Isso é suficiente, então, para concluir que o grande monstro é na verdade uma enguia?

"Bem, nossos dados não revelam o tamanho dessas enguias, mas a grande quantidade de material (genético) mostra que não podemos descartar a possibilidade de que haja enguias gigantes no Lago Ness. Portanto, não podemos descartar a possibilidade de que o que as pessoas veem e acreditem ser o Monstro do Lago Ness seja uma enguia gigante."
De onde vem a lenda do monstro

O Monstro do Lago Ness é uma das lendas mais antigas e persistentes da Escócia, que inspirou filmes, livros e programas de TV, além de sustentar uma grande indústria turística em torno do local.

A lenda sustenta que o monstro é avistado há 1,5 mil anos - o primeiro a vê-lo teria sido o missionário irlandês São Columba no ano 565 d.C.

Muito depois, em 1933, o jornal Inverness Courier reportou que uma mulher chamada Aldie Mackay disse ter visto o que seria o monstro do lago, parecido a uma baleia, enquanto as águas "se agitavam".

À época, Evan Barron, editor do jornal, sugeriu que a besta fosse descrita como um "monstro", dando início ao mito moderno do Monstro do Lago Ness.

No ano seguinte, um respeitado cirurgião britânico, o coronel Robert Wilson, afirmou ter fotografado o monstro enquanto dirigia pela costa norte do lago.

Conhecida como a "fotografia do cirurgião", a imagem foi publicada pelo jornal The Daily Mail, despertando curiosidade no mundo inteiro. Logo começou-se a especular que o "monstro" da foto poderia ser um plesiossauro, exinto há 65,5 milhões de anos.

Só que, 60 anos mais tarde, veio à tona que o "monstro" da foto era, na verdade, um submarino de brinquedo.
Uma das especulações é de que o monstro seria um plesiossauro, mas nenhum DNA da criatura foi encontrado nas águas do lago SCIENCE PHOTO LIBRARY

Até mesmo elefantes nadadores circenses foram usados como possíveis explicações para o monstro.

Em sua pesquisa sobre a criatura, o paleontólogo Neil Clark afirmou que era comum que Inverness, onde fica o lago, recebesse quermesses e circos no início dos anos 1930, e que o mais provável é que elefantes circenses devem ter se banhado nas águas do lago.

Outra teoria é que grandes troncos de árvores flutuantes tenham sido confundidos com animais.
Vigília

O mistério do monstro captura há 30 anos a imaginação de Steve Feltham, britânico que se mudou décadas atrás para essa área da Escócia para procurar a criatura marinha.

O Livro Guiness dos Recordes aponta Feltham como o mais persistente "caçador" em vigília no Lago Ness.

E Feltham não está convencido pela nova pesquisa, que sugere a enguia por trás do mito.

"Um menino de 12 anos pode confirmar que há enguias no lago, porque eu peguei enguias no lago quando tinha 12 anos", diz ele, acrescentando que ainda acredita que outra criatura seja o monstro do lago.
Há cerca de dez relatos anuais de gente que diz ter visto o Monstro do Lago Ness GETTY IMAGES

Gary Campbell, homem encarregado de registrar online os relatos de pessoas que dizem ter avistado o monstro, recebe em média 10 relatos do tipo por ano.

Ele elogiou a pesquisa neozelandesa e disse esperar que mais cientistas analisem as águas do Lago Ness.

"O Monstro do Lago Ness se tornou um ícone mundial", afirmou ele, sem acreditar que o turismo na região vá ser afetado pelas descobertas recentes.

Chris Taylor, do Escritório de Turismo da Escócia, também acredita que a lenda continuará a atrair visitantes.

"A investigação científica oferece mais informações sobre o que está abaixo (da superfície das águas), mas as dúvidas permanecem e os visitantes certamente continuarão a ser atraídos ao lago, para buscar eles mesmos suas respostas."

AUTOR: BBC

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