(Belyjmishka/iStock)
Você sai do estúdio de tatuagem, protege a região desenhada, passa alguma pomada até cicatrizar e voilà. Depois, basta ter cuidado para que a área tatuada fique protegida do sol e sua tatuagem seguirá firme e forte (mais ou menos opaca), eternizada na sua derme. Simples, não é? Talvez nem tanto.
Depois que uma mulher tatuada foi internada com uma alteração nos gânglios linfáticos, médicos estão alertando seus pacientes que os desenhos na pele podem infeccionar mesmo depois de 15 anos que a tatuagem foi feita.
A australiana de 30 anos chegou ao hospital Royal Prince Alfred, em Sidney, assustada com a possibilidade de estar com câncer, já que sentia dor em alguns nódulos da axila. No entanto, a suspeita foi descartada assim que os médicos retiraram o tecido – a inflamação que o sistema linfático dela estava tentando “limpar” do organismo nada tinha a ver com câncer.
Os especialistas que analisaram a biópsia concluíram que os caroços em questão eram uma reação a uma tatuagem que ela havia feito 15 anos antes. E recomendaram que os médicos perguntem se o paciente tem tatuagens quando alguém chegar até eles com um quadro de linfoma semelhante ao da australiana.
Os gânglios linfáticos são estruturas responsáveis por defender o nosso sistema imunológico. Eles ficam localizados em pontos estratégicos do corpo, como axilas, virilha e pescoço, por exemplo, e produzem os glóbulos brancos, que são conjuntos de células capazes de destruir bactérias, vírus e células anormais. Ou seja, filtram a sujeira do nosso corpo para que a gente não adoeça. Quando ficamos doentes, os nódulos linfáticos incham em resposta à infecção.
Já faz algum tempo que os médicos sabem que a tinta da tatuagem depositada na derme, camada sob da epiderme que contém nervos e vasos sanguíneos, pode ser transportadas até os gânglios linfáticos (os caroços podem, inclusive, ficar da cor do desenho). Mas um estudo recente comprovou que isso pode acontecer mesmo após a cicatrização, uma década depois que a tatuagem for feita. Cientistas do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF) descobriram que nanopartículas de dióxido de titânio presentes na tinta da tatuagem podem viajar pelo corpo, serem reconhecidas como células estranhas e se alojarem nos nódulos linfáticos.
Os pesquisadores do ESRF ainda alertam sobre a qualidade do pigmento utilizado no rabisco. Quando alguém pretende se tatuar, o principal cuidado é com a higiene do material utilizado para que nenhuma doença seja transmitida no compartilhamento de agulhas, mas pouca gente dá atenção à composição química das tintas. Estudos prévios mostram que muitas delas contêm substâncias perigosas como níquel, crômio, manganês ou cobalto.
Diante dessas novas descobertas, o que mais preocupa os cientistas é que o pigmento das tatuagens viaja no corpo em forma de nanopartículas – e não se sabe exatamente como essas partículas tão pequenas se comportam.
Aos tatuados de plantão, vale considerar se o risco compensa antes de marcar a próxima sessão.
AUTOR: SUPERINTERESSANTE
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