No pé do deserto do Atacama, o Observatório La Silla tem uma chance rara: estar localizado onde é possível assistir ao próximo eclipse solar total. O evento astronômico acontece nesta terça-feira (2), às 16h39 (17h39 do Brasil). Os telescópios ficam a uma altitude de 2,5 mil metros, longe da poluição visual das luzes da cidade.
VÍDEO explica eclipse solar de terça-feira
Os mitos por trás dos eclipses
Administrado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), o La Silla é o primeiro fundado pela instituição e existe desde 1960. São cerca de 300 artigos científicos publicados por ano, com pesquisas sobre planetas fora do Sistema Solar e revelação de supernovas. Para comemorar seus 50 anos, irá receber 1 mil convidados no momento do eclipse.
Aeroporto lotado
O G1 viajou de São Paulo até La Serena neste domingo (30). No caminho, os aeroportos estavam lotados principalmente de americanos depois dos 40 anos. Um desses viajantes, Lenny Clack, se apaixonou pelos eclipses depois de assistir a uma versão solar total nos Estados Unidos, em 2017. Ele é enfermeiro em Los Angeles, mas tem um novo passatempo: fotografar fenômenos astronômicos.
Ao chegar em La Serena, uma cidade de 250 mil habitantes cercada pelas montanhas e pelo mar, o céu estava laranja no horizonte. A orla é uma das principais avenidas. A região tem uma arquitetura meio praiana, meio histórica.
Mesmo assim, Clack, assim como o G1, não irá assistir ao eclipse na cidade. A maior parte dos turistas deve dormir apenas um dia nos hotéis e depois seguir para escolher um lugar o mais perto possível do deserto, onde a chance de o sol ser encoberto pelas nuvens é menor. A previsão é de sol e tempo seco na terça-feira (2).
Rara coincidência
É raro a sombra coincidir com a localização de um observatório com grandes telescópios. Segundo o ESO, nos últimos 50 anos foram apenas duas vezes: uma em 1961, no L'Observatoire de Haute-Provence, na França; e em 1991, no Mauna Kea, no Havaí.
Por isso, o La Silla pretende fazer algumas experiências e aproveitar as ferramentas disponíveis. Os cientistas vão repetir o experimento científico feito em 1919 em Sobral, no Ceará. Com fotos do céu antes e depois, os pesquisadores que estiveram no Ceará conseguiram imagens que provaram que a força da gravidade do sol altera até o caminho da luz percorrida por outras estrelas até a Terra. Foi o passo decisivo para comprovar a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
Outros estudos também serão feitos durante o eclipse. O momento ajuda na observação da coroa solar. O Sol, inclusive, tem alguns mistérios que estão em pesquisa pelas agências espaciais: saber mais sobre os ventos solares e entender os motivos de atmosfera externa ser mais quente do que a superfície.
Missões espaciais, duas neste ano (PUNCH e TRACERS) e uma em 2018 (Parker Solar Probe), foram lançadas em busca de novas descobertas. No entanto, o momento do eclipse é ótimo para fazer imagens da coroa, a atmosfera externa, e buscar informações. Isso ocorrerá também em 2 de julho.
O eclipse
Em algumas áreas do Brasil, o fenômeno ocorre de forma parcial, já que a maior parte do país está fora da área que será abraçada pela sombra resultante do alinhamento entre Sol, Lua e Terra. Quem estiver dentro desta faixa dos países vizinhos vai experimentar um privilégio visual: a Lua vai bloquear os raios e, por quase 2 minutos, só será possível ver a coroa do Sol.
Veja mais fotos do Observatório:
AUTOR: G1
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