Zélio Fernandino de Moraes em reunião na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade ACERVO TENSP
Até hoje, a família de Zélio Fernandino de Moraes não sabe explicar ao certo o problema de saúde que ele teve aos 17 anos. Só sabe dizer que, por vários dias, o estudante que sonhava seguir carreira na Marinha não conseguia sequer levantar da cama.
Preocupada, sua família, uma das mais tradicionais de São Gonçalo, a 25 km do Rio, o levou a inúmeros médicos. Nem o tio do rapaz, o psiquiatra Epaminondas de Moraes, quis arriscar um diagnóstico. O máximo que uma "rezadeira" conseguiu foi aconselhá-lo a desenvolver sua mediunidade. Um dia, Zélio acordou bem disposto e aparentemente curado. Na dúvida, um amigo sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio, em Niterói. Era o dia 15 de novembro de 1908.
Chegando lá, o médium José de Souza, que dirigia a sessão espírita kardecista, pediu que Zélio sentasse à mesa. A certa altura, espíritos de caboclos (ancestrais indígenas brasileiros) e pretos velhos (escravos africanos) começaram a se manifestar. Na mesma hora, o dirigente, alegando que eram espíritos "atrasados", pediu que se retirassem.
Logo, Zélio foi incorporado por uma entidade que saiu em defesa das demais: "Se não houvesse ali espaço para espíritos de negros e índios cumprirem sua missão, ele (espírito) fundaria, já no dia seguinte, um novo culto na casa de Zélio".
Quando perguntaram seu nome, a entidade respondeu: "Caboclo das Sete Encruzilhadas". E, em seguida, completou: "Para mim, nunca haverá caminhos fechados".
"Há várias maneiras de definir a umbanda. Espiritismo abrasileirado é apenas uma delas. A religião valorizou o papel de caboclos e pretos velhos como entidades espirituais", explica o antropólogo Emerson Giumbelli, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
No dia seguinte ao de sua primeira manifestação, 16 de novembro de 1908, o Caboclo das Sete Encruzilhadas voltou a incorporar Zélio de Moraes. Dessa vez, para traçar as diretrizes da nova religião: vestir roupas brancas, usar guias de contas coloridas e, entre outras faculdades mediúnicas, priorizar a incorporação de espíritos.
"Com os que sabem mais, aprenderemos. Aos que sabem menos, ensinaremos. Mas, a ninguém viraremos as costas", teria dito, na ocasião, Zélio de Moraes. Por outro lado, proibiu o jogo de búzios, o uso de atabaques e o sacrifício de animais.
"Um dos princípios básicos da umbanda é jamais fazer o mal. Isso inclui querer algo que pertença à outra pessoa, interferir no livre-arbítrio de terceiros ou cobrar para fazer consultas ou atendimentos", exemplifica Leonardo Cunha, bisneto de Zélio.
Leonardo Cunha dos Santos (bisneto do Zélio) e Lygia Maria Marinho da Cunha (neta de Zélio) são dirigentes espirituais da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade PEDRO PAULO FIGUEIREDO
'Psicólogo do pobre'
Se o dia 15 de novembro entrou para a história como o Dia Nacional da Umbanda, o 16 de novembro ficou marcado pela fundação da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. A casa situada no número 30 da rua Floriano Peixoto, em Neves, São Gonçalo, já nem existe mais. Foi demolida em 2011. Hoje, funciona em Cachoeiras de Macacu, a 97 km da capital, e, pelo menos uma vez por mês, atende uma média de 120 pessoas.
"A umbanda pratica a caridade e não cobra um centavo de ninguém. O preto velho é o psicólogo do pobre", afirma Fátima Damas, presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil.
No Brasil, a liberdade de credo é assegurada desde a primeira Constituição da República, de 1891. Mesmo assim, a intolerância religiosa nunca deixou de existir. O Código Penal de 1890, vigente no ano em que a umbanda foi fundada, criminalizava a prática dos cultos afros.
Por essa razão, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade foi alvo constante de batidas policiais. "Meu avô enfrentou preconceito até mesmo dentro de casa. Sua família era predominantemente católica", relata a neta, Lygia Maria Cunha.
Zélio de Moraes dirigiu a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade até 1946, quando passou o comando para as filhas Zélia e Zilméa, ambas já falecidas. Quando ele morreu, em 3 de outubro de 1975, Lygia, sua neta, tinha 38 anos, e Leonardo, seu bisneto, 11.
Atual dirigente espiritual da Piedade, como a família se refere à tenda espírita, Lygia conta que seu avô não sabia nadar e até de piscina tinha medo. No entanto, quando incorporava a entidade Orixá Malet, era capaz de entrar no mar e arriscar umas braçadas por entre ondas fortíssimas.
"Da areia, acompanhávamos tudo, apavorados. Já imaginou se a entidade resolvesse deixá-lo antes de ele estar são e salvo na praia? Felizmente, isso nunca aconteceu", relata.
Adeptos
O atual presidente da Piedade, Leonardo Cunha, explica que o nome umbanda só veio muito depois de sua fundação. Originalmente, o nome do culto era alahbanda - em homenagem à entidade Orixá Malet, que fora muçulmano em sua encarnação anterior. De origem árabe, Alá ou Alah significa Deus. Já "banda", palavra coloquial do idioma português do século 15, é sinônimo de lado. "Umbanda pode ser entendida como Ao lado de Deus ou Com Deus ao lado", explica.
Zélio é Zélio Fernandino de Moraes e sua mulher, Maria Isabel Morse de Moraes, foram os fundadores da umbanda ACERVO TENSP
Segundo dados do Censo de 2010, o número de umbandistas hoje no Brasil, 110 anos depois de sua fundação, chega a 432 mil. Uma queda de 20% em relação ao Censo de 1991.
Para Fátima Damas, da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, esses números não correspondem à realidade. "Muitos umbandistas não admitem publicamente que são umbandistas. Por medo ou vergonha, preferem dizer que são católicos", justifica.
Os casos de intolerância religiosa, segundo a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI), aumentaram, só no Rio de Janeiro, 56% em relação ao primeiro trimestre de 2017. São 25 denúncias entre janeiro e abril contra 16 no mesmo período do ano passado.
Em alguns casos, vândalos depredam os terreiros, destroem imagens e fazem pichações: "Fora macumbeiros!", "Não queremos macumba aqui!" e "Só Jesus expulsa demônio das pessoas!". Em outros, pais, mães, filhos e filhas de santo são impedidos de vestir branco, usar guias e até de entoar cânticos. 'Muita religião para pouco devoto'
Dados da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos (MDH), revelam que os ataques a terreiros de umbanda e candomblé, entre outras, não estão restritos ao Rio. Em 2011, o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) atendeu 15 casos. Em 2015, foram 556. Ano passado, saltou para 759.
"Há uma teologia que se dedica a ganhar territórios 'para Cristo' e a enfrentar 'inimigos'. Alguns identificam esses inimigos entre os praticantes de religiões com elementos espíritas e entendem a metáfora de 'guerra espiritual' no sentido literal da palavra", analisa Giumbelli, da UFRGS.
Para o sociólogo Reginaldo Prandi, da Universidade de São Paulo (USP), a intolerância religiosa nasce do preconceito racial e agrega que "há muita religião para pouco devoto. Por essas e outras, algumas igrejas neopentecostais chegam a impor metas de conversão de umbandistas aos seus pastores".
Em quase 110 anos de fundação, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade sofreu um único caso de vandalismo. Foi nos anos 1980 quando um invasor, durante um surto psicótico, teria quebrado alguns santos e ateado fogo no terreiro. As chamas não se alastraram.
Para os dias 15 e 16 de novembro, Leonardo avisa que não vai ter festa. No máximo, bolo com champanhe. "Na umbanda, espírito não desce para dançar, desce para trabalhar. Nossa vida só tem sentido quando nos colocamos à disposição de Deus para servir ao próximo", afirma.
A foto de três irmãos viralizou nas redes sociais e intrigou internautas. O registro foi feito pela mãe deles, Laura Watson, durante um passeio em um parque de Northumberland, na Inglaterra. As informações são do R7.
Atrás de um dos filhos, Byrin, aparece um suposto fantasma com a mão no ombro da criança.
Laura disse que só se deu conta da “criatura misteriosa” depois que postou a foto nas redes sociais.
Ela garante que não há manipulação e que não haviam outras crianças por perto na hora do registro.
Algumas pessoas acreditam que o fantasma possa ser de um menino que morreu na região há alguns anos. No entanto, outros afirma que se trata de uma montagem.
Sherlock Holmes é um personagem de ficção da literatura britânica criado por Sir Arthur Conan Doyle. Holmes é um investigador do final do século XIX e início do século XX. Nos casos de Holmes, ele investigava os crimes fio a fio, até que ele pudesse encontrar pistas que levaram a um suspeito ou até o próprio criminoso. Pois bem, existem alguns Sherlock Holmes da vida real, mas em alguns crimes nem mesmo o investigador poderia ser capaz de revelar a verdade.
Fiz uma seleção de crimes brutais, onde alguns deles foram resolvidos, outros não e ainda casos onde pessoas foram condenadas, mas sem saber se elas realmente tinha cometido o crime.
Prepare-se para ler histórias macabras sobre assassinatos!
1 - O caso do passageiro desaparecido
Em uma noite de julho de 1864, dois homens entraram em um trem em Hacjney, na Inglaterra, e se depararam com uma cena de carnificina. Havia sangue por toda parte, porém não tinha um corpo que explicasse tanto sangue.
O vagão estava repleto de sangue e é claro, pistas. Haia uma bolsa de couro, bengala e um chapéu. Perto da cena do crime foi encontrado um banqueiro de 70 anos de idade que estava machucado. Ele morreu pouco tempo depois de ser encontrado.
Pois bem, agindo depois de receber dicas de um joalheiro e um taxista, um inspetor chamado Richard Tenner perseguiu um suspeito chamado Franz Muller até Nova York. Além de deixar seu próprio chapéu na cena do crime, Muller aparentemente tinha sido estúpido o suficiente para manter a cartola de seda e o relógio de ouro que ele havia roubado da vítima. Seu enforcamento transformou-se em tal espetáculo que as execuções públicas foram proibidas pouco tempo depois.
2 - Constance Kent
A Inglaterra Vitoriana ficou chocada quando Savile Kent, o filho de três anos do rico comissário de fábrica Samuel Kent, desapareceu do quarto de sua babá em uma noite em junho de 1860. Embora o cachorro tenha latido, ninguém deu atenção para o animal. No dia seguinte, o corpo do garoto foi encontrado e sua garganta tinha sido cortada.
Depois que a polícia local começou as investigações, suspeitando da babá, o detetive da Scotland Yard, Jonathan Whicher, foi chamado. Muito diferente dos policiais, ele acusou a filha de 16 anos de Kent, Constance. No entanto, ninguém estava acreditando que a meia-irmã adolescente da vítima pudesse ser culpada de um crime tão horrendo.
Mas não é que 5 anos depois a garota confessou o crime? Aparentemente, ela não gostava da segunda esposa de seu pai, uma governanta que havia tomado o lugar de sua mãe. Constance passou 20 anos na prisão, antes de se mudar para Austrália.
3 - O caso de Florence Maybrick
Florence Maybrick era uma beldade americana que se casou com um inglês chamado James Maybrick. O cara tinha mais do que o dobro de sua idade. Hipocondríaco, James tinha o hábito de absorver pequenas quantidades de veneno.
Quando ele morreu, em Liverpool, na primavera de 1889, ninguém sabia ao certo se o arsênio encontrado em seu sangue tinha sido injetado por ele ou por outra pessoa. Até porque, nessa época os médicos tinham o hábito de receitar 'venenos' para seus pacientes.
O fato é que Florence tinha sido vista mexendo com arsênio e estava tendo um caso, logo ela se tornou suspeita. Ela disse que realmente tinha mexido com arsênio, mas era para fazer uma lavagem cosmética no seu rosto. Apesar de ter sido condenada a forca, a justiça decidiu mandar ela para a prisão durante 15 anos. Se ela realmente era culpada, ninguém sabe, mas muitos na época tiveram suas dúvidas.
4 - O assassinato da Dália Negra
Ah, esse talvez seja o crime mais cruel da nossa lista. Já ouviram falar no assassinato da Dália Negra? No caso estamos falando de Elizabeth Short, uma atriz estadunidense, assassinada em 1947. Elizabeth foi morta por razões desconhecidas. Seu corpo foi encontrado mutilado e esquartejado em um terreno baldio na cidade de Los Angeles.
Pois bem, no caso, Elizabeth Short foi encontrada com seu corpo mutilado e cortado ao meio na altura da cintura. O mais macabro é que seus órgãos foram retirados, o sangue foi drenado e seu corpo foi colocado em uma posição, digamos assim, 'provocante'. Houve muitos suspeitos na época, mas não existiu nenhum Sherlock Holmes para resolver o caso.
5 - O caso do 'menino da caixa'
Esse crime aconteceu nos EUA, nos anos 50. Muito conhecido por lá como Boy in the Box, o crime aparentemente aconteceu no bairro, Fox Chase, na cidade da Filadélfia. No caso, um garoto foi encontrado dentro de uma caixa. O menino tinha cerca de 4 a 6 anos de idade. O corpo estava enrolado em um cobertor e o garoto estava deitado de barriga para cima. A caixa era de um fabricante de berços. O corpo estava limpo e seco e os braços tinham sido cuidadosamente dobrados em sua barriga.
A identidade do garoto nunca foi identificada e por isso o caso é chamado também de 'Criança Desconhecida dos EUA'. O caso nunca foi resolvido e permanece em aberto.
6 - O assassinato de Pearl Bryan
Quando o corpo de uma mulher foi encontrado decapitado, em 1896, as autoridades concluíram que a cabeça teria sido removida para impedir a identificação. Sua identidade só foi revelada quando Fred Bryan relatou que sua irmã, Pearl Bryan, havia desaparecido.
Seus pais acreditavam que ela estava com um amigo. Na verdade, ela havia visitado um ex-pretendente chamado Scott jackson para que ele fizesse um aborto para ela.
Ele e seu colega de quarto, Alonzo Walling, acabaram sendo condenados por seu assassinato. No entanto, os dois homens insistiram que Bryan havia morrido durante um aborto realizado por um médico local e que eles simplesmente haviam escondido seu corpo para encobri-lo.
Foi encontrado cocaína no estômago de Bryan, o que poderia dar algum crédito a história dos caras. Bom, se eram culpados ou não ninguém sabe, mas os dois acabaram enforcados por terem participado da morte de Bryan.
7 - Assassinatos de Keddie
Um caso macabro onde 4 pessoas foram assassinadas brutalmente. Estamos falando dos Assassinatos de Keddie, um crime que deixou muita gente chocada nos Estados Unidos, no ano de 1981. As vítimas foram Glenna Sue Sharp, conhecida como Sue (36 anos), o seu filho John (15 anos) e um amigo da família, chamado Dana Wingate (17 anos). A última vítima, a filha de Sue, Tina Sharp (12 anos) estava desaparecida quando o crime foi descoberto e os seus restos foram encontrados em 1984 em Camp Eighteen, condado de Butte.
As vítimas foram espancadas com um martelo e uma delas foi esfaqueada várias vezes. Todos os corpos estavam amarrados com futa médica. Os dois filhos mais jovens de Sue e o amigo Justin ficaram ilesos. Uma das coisas mais bizarras desse caso foi que a segunda filha, Shiela, tinha passado a noite com os vizinhos e foi ela mesma que descobriu os corpos de sua família na manhã seguinte. Quem matou todos eles? Até hoje ninguém sabe.
E aí, já conhecia todos esses casos? Sabe de mais algum que posso acrescentar na nossa lista? Comente!
Para muitos é invasão. Para outros, ocupação. Semântica ideológica à parte, a questão do uso não autorizado de propriedade privada alheia é maior do que a tragédia ocorrida na madrugada do dia 1o. de maio no Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, centro de São Paulo – e não estamos relativizando aqui as mortes nem os mais de 300 desabrigados.
Vamos lá. São Paulo tem 16 mil sem-teto. Um número grande, mas não alarmante – há mais de 100 mil em Nova York, por exemplo. O problema imobiliário da cidade é outro: um em cada dez paulistanos mora em favelas. São 1,2 milhão de pessoas sem moradia digna numa cidade de 12 milhões de habitantes. Moradia indigna e, invariavelmente, distante: 70% da população vive nas regiões periféricas, onde estão apenas 20% dos empregos. Daí que vem a demanda gigantesca por moradia no centro. Demanda que serve de combustível para as invasões.
“Eu pagava R$ 450 de aluguel num cômodo em São Mateus [zona leste de SP], e meu marido gastava cinco horas para ir e voltar do trabalho. Hoje, pago R$ 200 e moro no centro. O que você acha que eu prefiro?”, disse Neide Leonel Vidotto, moradora de um prédio ocupado numa reportagem da Folha de S.Paulo sobre invasões, feita em 2015.
Também há quem ocupe por questões completamente ideológicas. Em 2017, estive em um edifício invadido na Rua do Ouvidor, centro de São Paulo. Ali viviam artistas. Eles tinham rebatizado o prédio como Centro Cultural Ouvidor 63.
Entre os grafiteiros, músicos, escultores, circenses, pintores, atores e artesãos que residem ali, nenhum está lá por falta de moradia. Eles acreditam que o local, antes vazio por longos 15 anos, precisa funcionar como uma usina de criação artística. São cerca de cem os moradores – alguns com filhos pequenos. No térreo funciona uma galeria – lojinha onde os artistas podem vender suas obras. Proprietário do imóvel desde os anos 1950, o governo do Estado tenta vendê-lo em leilões. Mas nunca aparecem interessados, justamente por conta da dor de cabeça que seria tirar as famílias de lá.
Isso também acontece no resto do mundo. Principalmente na Europa. Em 1999, artistas ocuparam um edifício em ruínas, que pertencia a um banco, na Rua Rivoli, em Paris. Sete anos depois, a prefeitura comprou o imóvel e o oficializou como centro cultural. Em Berlim, o edifício Tacheles se tornou um epicentro da arte alternativa. Mas o desfecho foi outro: despejaram os artistas em 2011.
São Paulo tem 16 mil sem-teto. Nova York, mais de 100 mil. O problema da maior cidade do País é outro.
E pior
Já grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), liderado pelo candidato a presidente Guilherme Boulos, usam as invasões como forma de pressão política. O objetivo ali é forçar desapropriações não só de prédios, mas também de terrenos vazios, além de levantar dinheiro para a construção de moradias populares. E eles têm conseguido. Em 2014, o MTST recebeu R$ 89 milhões do Minha Casa Minha Vida para construir moradias em São Paulo, Pernambuco e Goiás (o dinheiro entrou via entidades parceiras, já que o movimento em si não pode receber esse tipo de recurso). Parte foi aplicado na construção de um edifício para 348 famílias em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
Um exemplo do uso das invasões para fazer pressão é a Nova Palestina, maior ocupação do MTST em São Paulo, com 1 milhão de metros quadrados.Visitei o lugar em 2015, e tratava-se de uma cidade-fantasma. O lugar era um amontoado de barracas vazias – a maior parte dos ativistas vivia em outros lugares. A cozinheira Simone Peres Borges, uma das pessoas com quem conversei ali, admitiu. “É assim porque o objetivo não é favelizar o terreno, mas lutar por moradia digna”, ela disse, explicando que “as coisas são que nem feijão: só funcionam com pressão”. Na época, a Nova Palestina contava oficialmente com 4,5 mil famílias. Mas só 50 realmente moravam nas lonas do terrenão.
Ok. Todo grupo tem direito de fazer pressão. Mas eles também deveriam cumprir o que propõem. Há três anos, o governo federal liberou R$ 33 milhões ao MTST para a construção de moradias num terreno desapropriado em Itaquera. As obras, porém, jamais começaram. Dessa forma, o recado que a organização passa é um só: o de que a prioridade ali não é prover moradia, mas angariar prestígio político. No fim, temos um paradoxo – uma organização criada para o bem dos que não têm onde morar colaborando com a perpetuação da falta de moradia.
Disparate urbano
Não há um número definitivo de quantos movimentos de sem-teto existem no Brasil. Um estudo da Unicamp estima serem mais de cem. E, se as motivações de cada um são diferentes, o cerne da questão é o mesmo: faz sentido a existência de imóveis sem uso em espaços urbanos? Não. Não faz. Mesmo assim, a cidade de São Paulo tem 2 milhões de metros quadrados ociosos, muitos deles em regiões centrais, com água, luz, esgoto, metrô, escolas gratuitas, praças.
O poder público tem, desde 2014, uma ferramenta para coibir esses disparates. Trata-se do IPTU progressivo: o imposto vai aumentando se o proprietário não der uso ao seu bem. A legislação em vigor prevê ainda que, a partir do quinto ano de abandono, o imóvel pode ser desapropriado – em troca, o proprietário recebe títulos da dívida pública. Ainda não deu cinco anos, então ninguém chegou a esse ponto. Mas, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Urbanismo, 1.285 imóveis já foram notificados.
Não à toa, a capital paulista se transformou num celeiro para grupos de sem-teto. São Paulo tem mais de 70 prédios ocupados só na região central. Quatro mil famílias vivem nessa situação. O Wilton Paes de Almeida, que pertencia ao governo federal, estava vazio desde 2003. O controle do prédio abandonado acabou nas mãos de uma das tantas organizações que se identificam como movimentos sociais por moradia. Alguns desses grupos – como parece ser o caso do que explorava o prédio do Paissandu – transformaram a administração de edifícios invadidos num negócio. Cobram aluguéis quase a preço de mercado (até R$ 500), enquanto largam os moradores em meio a ratos e fios desencapados.
Os inquilinos do Wilton Paes, antes de serem vítimas do incêndio, já sofriam nas mãos dessa máfia – para a qual tanto as autoridades como os movimentos legítimos fazem vista grossa. Enquanto mafiosos e alpinistas políticos estiverem à frente da luta contra a falta de moradia, uma coisa é certa: seguiremos longe de uma solução concreta.
"Desde de épocas antigas existem relatos do avistamento de estranhas criaturas sem forma física consistente, aparentando serem "sombras", as quais surgem nos locais menos esperados, como quartos escuros, porões, escadas, matas fechadas e florestas.
Algumas pessoas dizem que até foram perseguidas por esses estranhos seres.
Mas o que são essas estranhas criaturas, de onde vem e quais são seus objetivos?"
As "Criaturas Sombra" , ou também "Pessoas Sombra" - são também conhecidos como: fantasmas da sombra, vultos, seres da sombra, homens da sombra, ou povo da sombra – seriam entidades sobrenaturais em sua maioria com forma humanoide que, segundo relatos, são vistos em sua maior parte pela visão periférica durante o estado de vigília (estado entre estar acordado e dormindo), embora também existam relatos de pessoas que avistaram diretamente e até foram perseguidas por essas estranhas e misteriosas criaturas.
São considerados na cultura paranormal como tipos específicos de espíritos malígnos e furtivos.
Diversos princípios científicos podem ser usados para tentar explicar o fenômeno das pessoas sombra, desde ilusões óticas, alucinações trazidas sobre circunstâncias psicológicas, paralisia do sono, ou até mesmo pelo fenômeno conhecido como pareidolia.
Cientistas e estudiosos acreditam que esses estranhos seres, pertencem na realidade à uma dimensão paralela à existente em nosso planeta, e que são antigos, antes da humanidade, sendo que que através de "Dobras Tempo/Espaço" ou "Portais Interdimensionais", quando abertos, penetram em nossa dimensão, sendo então avistados por pessoas em circunstâncias específicas.
O fato é que existem vários relatos ao redor do mundo de pessoas que afirmam terem visto ou tido algum tipo de contato com tais criaturas, principalmente durante o estado de vigília.
E os relatos não são apenas dos tempos atuais, mas vem desde épocas remotas, sendo os primeiros casos relatados em manuscritos encontrados em abadias do século IV.
Estudiosos orientais acreditam que eles sejam uma espécie de "Yurei" na visão do Japoneses, ou os citados "Sucubus" descritos na Idade Média e os "Qarinah" dos contos árabes, e tem até aqueles que digam que eles são os "Ceifadores" (anjos da morte).
Um dos maiores nomes no estudo desse tema é Rosemary Ellen Guiley. Rosemary investiga fenômenos paranormais dessa natureza há anos.
Diz Rosemary que as "Criaturas Sombra" tem um comportamento comum: se movem rapidamente rodeando o observador ou permanecem estáticas ao seu lado, causando na maioria das vezes um sentimento de temor e/ou paralisia.
Dentre os vários tipos de "Criaturas Sombra" já relatados, são os conhecidos como "Hooded Figure (Figura Encapuzada)", e o "Hat Man (Homem de Chapéu ou o Homem da Capa Preta".
Algumas teorias foram levantadas sobre quem ou o que poderia ser essas estranhas e misteriosas criaturas, sendo as mais aceitas, descritas a seguir:
1. Fantasmas ou espíritos desencarnados atormentados:
Essa é uma das mais antigas teorias desenvolvidas a respeito.
Devido à crenças antigas de que a luz representa o bem e a escuridão o mal, as "Criaturas Sombra", devido à sua ausência de luz, são diretamente associadas ao mal, levando os antigos à crerem que podem ser espíritos desencarnados que estão atormentados, pois quando em vida provavelmente fizeram algum mal à seus semelhantes, e quando partiram para o além não encontraram seu caminho para a luz, ficando vagando em nosso mundo em busca de uma salvação.
2. Entidades não-humanas, como demônios ou anjos:
Anjos e demônios, são segundo a crença judaica-cristã, entidades não-humanas anteriores à nós. Segundo a lenda, a principio anjos e demônios eram a mesma coisa.
Apesar de serem seres de luz, eram dotados de alguns sentimentos bastante conhecidos por nós, como o orgulho.
Quando Deus decidiu criar os humanos e conceder o livre-arbítrio, certos anjos consideraram uma afronta a sua superioridade.
Esses anjos foram para o lado negro da força, e liderados por Lúcifer, confrontaram as forças divinas.
Após a derrota foram castigados a viver em uma dimensão de trevas, conhecida por nós como inferno.A demonologia e a Ars Goetia de Salomão explicam quem são os principais demônios e qual os seus poderes.
Muitos deles podem se transformar em sombras para se camuflar do olhar humano.
Devido à essa crença, surgiu a teoria de que as "Criaturas Sombra" são demônios que estariam vagando pelo nosso mundo.
3. Aliens, formas de vida com base estrutural diferente:
Segundo outra teoria desenvolvida, existem grupos de pessoas que acreditam que as "Criaturas Sombra" podem ser seres Extraterrestres (ET's) que estariam infiltrados em nosso mundo, possuindo uma forma física diferenciada e talvez servindo como camuflagem com a aparência das "Criaturas Sombra".
4. Viajantes do tempo no hiperespaço:
Outra teoria discutida comenta que as "Criaturas Sombra" poderiam ser o reflexo momentâneo da passagem pelo nossa dimensão e "tempo" de viajantes do tempo, os quais em uma época distante conseguiram desenvolver a tecnologia própria para se deslocar no espaço tempo, sendo que, quando passam por uma determinada época ou momento instantâneo, geram uma imagem temporaria, podendo ser as avistadas "Criaturas Sombra".
5. Criaturas de um universo de 2 dimensões que por algum motivo desconhecido invadem o universo tri-dimensional:
Da mesma forma que alguns cientistas dizem que podem existir universos quadridimensionais de espaço, também existe a crença de que possam existir universos bidimensionais de espaço.
Mesmo que seja difícil de se imaginar, de acordo com essa teoria as "Criaturas Sombras" poderiam ser puramente "sombras" com ausência de luz e volume, provocados pela distorção do espaço onde ocorreria sua passagem.
Os investigadores também ressaltam que supostamente essas criaturas são mais visíveis na completa escuridão.
A luz de algum modo tornaria-os invisíveis aos nossos olhos, embora algumas fotográfias tenham captado as supostas entidades em plena luz do dia.
Abaixo está contido um vídeo com o relato verídico de uma pessoa que avistou as "Criaturas das Sombras":
Formas de avistamento e das "Criaturas Sombra":
Inicialmente essas estranhas criaturas podem ser avistadas através dos canto dos olhos de forma furtiva, como se estivessem tentando sair do raio de visão da pessoa que os avistou, mas quando a pessoa gira para olhar diretamente para eles, o ser simplesmente desaparece.
A pessoa que avista esses estranhos seres, geralmente tendem à assumir que poderia ser alguma anomalia peculiar de sua visão, no entanto ainda permanece o sentimento que existe alguém observando por perto.. Esse sentimento pode durar meses ou mesmo anos, e em intervalos de tempo intermitentes, a pessoa pode observar vultos com movimentos rápidos dentro da escuridão, podendo ser percebidos pela visão periférica, mas são ignorados.
A pessoa, de forma instintiva, usa a “válvula de segurança”, pensando que “não é nada demais, é apenas imaginação”, até que finalmente acontece o mais sinistro encontro sem aviso prévio. Em um determinado momento, sem sinal ou aviso, a pessoa se depara com a "Criatura Sombra" diretamente em sua frente, cara a cara em plêna escuridão, deixando todo o organismo físico da pessoa parasisado de tanto terror.
Em certos momentos a "Criatura Sombra" surge como uma silhueta de uma pessoa simples, do sexo masculino, mas geralmente sem quaisquer características de gênero.
A das pessoas que avistam as "Criaturas Sombra" dizem que elas estão com um “chapéu”, outros dizem que os seres estão encapuzados.
Algumas testemunhas dizem que são seres sólidos, em contrapartida, outros dizem que são como fumaça. Alguns são vistos apenas da cintura para cima. Outros têm claramente apenas pernas.
Esses misteriosos seres ficam na espreita nos cantos, através das paredes, em armários ou atrás de aparelhos de televisão, arbustos, árvores, matas, florestas e edifícios.
Às vezes eles simplesmente desaparecem nas trevas como se entrassem na escuridão, e em outros casos são avistados em espelhos.
A pergunta que é feita por muitos é : “Qual é o seu propósito?”
Uma coisa é certa, as personalidades e intenções de pessoas de sombra são muito variadas,.
Enquanto um número de testemunhas que os avistaram acreditam que as "Criaturas Sombra" agem como guardiões benevolentes assistindo e guiando-nos, há outras testemunhas que não tem dúvidas do potencial maligno que eles possuem.
Mas seriam todos os tipos de avistamentos de "Criaturas Sombra" descritos em várias partes do mundo, o mesmo tipo de ser, ou haveriam seres sobrenaturais distintos, mas com aparência semelhante, vindos de pontos diferentes do universo, possuindo propósitos distintos?
Seriam algumas dessas estranhas e aterrorizantes criaturas do além e outras de "outro mundo" ou "outra dimensão"?
Esse é um mistério que talvez nunca seja esclarecido, permanecendo apenas uma certeza: "a do terror que as pessoas que avistaram esses estranhos seres sentiram quando os avistaram de forma furtiva e repentina".
"O relato de avistamento de OVNIs acontece em todas as partes do mundo desde épocas muito antigas.
Existem fotos, filmagens e descrições detalhadas de muitos desses avistamentos, mas mesmo dessa forma existem pessoas que ainda não acreditam em sua existência."
O fato descrito a seguir prova que esses misteriosos "Objetos Voadores Não Identificados" existem, e que nos visitam com uma frequência maior do que se imagina!
Na noite de 19 de maio de 1986, os radares que controlam os céus brasileiros sobre São Paulo, Rio de Janeiro e Anápolis de repente começaram a ver coisas estranhas!
Até hoje os fenômenos daquelas poucas horas frenéticas não foram explicados.
Além dos operadores dos radares do CINDACTA I (Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), pilotos de caça e da aviação civil participaram da tentativa de identificação daqueles plotes (pontos de radar) inexplicáveis e fizeram, inclusive, contatos visuais, mas até hoje não há soluções concretas para o ocorrido.
A situação teve início por volta das 19h, quando o Coronel Aviador Ozires Silva comandava o que podia ser um de seus últimos vôos na Embraer, já que estava deixando a presidência desta, para assumir a da Petrobrás.
Após quase duas horas voando a bordo de um turboélice Xingu, já próximo a Poços de Caldas e a 22 mil pés de altitude, o Coronel Ozires e seu co-piloto Alcir Pereira da Silva foram surpreendidos com um questionamento do CINDACTA I.
O controlador deste Centro perguntava sobre um possível contato visual com três alvos não-identificados, que apareciam no radar.
Sem que avistassem algo, resolveram então manter a proa, aproximando-se da cidade de São José dos Campos [Coordenadas GPS: Latitude / Longitude = 23°12'44.69"S, 45°53'14.09"W] , na direção indicada pelo controlador.
Foi assim que, mais tarde, avistaram algo com aparência semelhante a de um astro.
Uma luz muito forte e fixa no espaço. Sua cor era a de um forte amarelo, com tendência ao vermelho. Por volta das 22h, quanto mais se aproximavam do objeto, mais ele desvanecia, até desaparecer por completo.
Decidiram então, voar para leste, cruzando o Aeródromo de São José dos Campos, rumo a um segundo objeto aparentemente situado ao sul de Taubaté.
Abaixo de seu nível de vôo, a cerca de 600 m do solo, se depararam com uma nova luminosidade, com a aparência de uma lâmpada fluorescente.
Era difícil acreditar que o controlador tivesse esse objeto em seu radar, já que se encontravam voando baixo e a 250 km da antena do radar de Sorocaba.
Este acontecimento foi apenas o início de uma noite misteriosa, na qual cinco caças da Força Aérea Brasileira foram empregados na tentativa de identificar tais objetos.
Este tipo de acontecimento não é usual, mas a urgência em identificar aqueles plotes do radar foi determinante para que o CINDACTA Iacionasse os caças naquela noite.
O que os controladores estavam vendo em suas telas naquele momento não constituíam tráfegos de aviões, e nem nuvens.
Aqueles pontos não estavam dentro das configurações dos computadores do Controle de Tráfego Aéreo como um sinal habitual do radar, e a situação foi imediatamente reportada ao CINDACTA I em Brasília, que, por sua vez, repassou a informação para o Centro de Operações de Defesa Aeroespacial (CODA).
Eram 21h20' quando o Chefe do CODA, o então Major Aviador Ney Antunes Cerqueira, que já havia sido informado sobre a ocorrência, chegou ao Centro de Operações Militares (COpM).
Sua primeira providência foi acionar o avião de alerta da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para que este interceptasse sem demora o alvo não-identificado.
No Rio de Janeiro, o piloto do alerta era o Tenente Aviador Kleber Marinho, hoje Primeiro-Tenente da Reserva, com 250 horas voadas em caças Northrop F-5 e um total de 900 horas na Força Aérea:
"Como piloto de alerta naquele dia, fui contatado pelo oficial de permanência, na Vila dos Oficiais, local onde morava.
A informação passada era a de que o piloto de alerta havia sido acionado, e então, por doutrina e treinamento, eu me dirigi diretamente para o avião e só depois da decolagem é que recebi as específicas instruções necessárias à minha missão.
O piloto de alerta não precisa passar pela burocracia de um voo normal.
O avião já está preparado para a decolagem."
Com os motores rugindo, o F-5 decolou rumo ao manto da noite. Eram 22h10'.
Ao mesmo tempo, outro alvo era detectado a nordeste de Anápolis, no longínquo Estado de Goiás, o que fez com que os pilotos de caça sediados na Base Aérea daquela cidade também fossem acionados. O primeiro a decolar, em um dos F-103 Mirage, foi o então Capitão Aviador Rodolfo da Silva Souza.
É importante frisar que os radares, até então, eram desenvolvidos para detectar alvos de, no mínimo, dois metros quadrados, mas não permitia ainda que o seu operador conseguisse avaliar as suas reais dimensões. Na Base Aérea de Santa Cruz, um segundo avião foi acionado.
"Foi uma tremenda coincidência", diz o então Capitão Marcio Brisola Jordão, segundo piloto de F-5 a levantar voo naquela noite.
"Eu não estava escalado de alerta. Tinha ficado em Santa Cruz para estudar para uma prova de ensaio em voo.
Quando o alerta foi acionado, pensei que era treinamento e continuei estudando, até que o soldado de serviço veio com a informação de que estavam precisando de outro piloto para voar.
Ele só disse que havia alguma situação de detecção de contatos desconhecidos e que até o avião reabastecedor deveria ser acionado".
"Sempre tem um avião reserva preparado", diz Jordão, "no caso, quem não estava preparado era eu, o piloto!
Mas eu é que estava no Esquadrão e então fui.
O Kleber foi o primeiro. Para a gente, era um treinamento normal, mas, com a evolução da situação, outro F-5 foi acionado".
Antes de decolar, o Capitão Jordão ainda ligou para o Centro de Operações Militares em Brasília, para saber o que estava acontecendo.
Foi com a informação de que os radares plotavam diversos alvos em diferentes pontos do céu brasileiro, e foi com a expectativa de contatar algum destes alvos, que ele levantou voo, por volta de 23h15'.
A ordem dada aos pilotos foi de interceptação sem assumir uma postura agressiva.
Nestes casos, como procedimento padrão, decolaram armadas com canhões, mas sem a intenção de utilizá-los.
Outras duas aeronaves, pilotadas pelo Capitão Armindo de Souza Viriato e pelo Capitão Julio Cezar Rozenberg, ainda decolaram da Base Aérea de Anápolis, totalizando cinco diferentes tentativas de interceptação.
A interceptação:
"A decolagem foi normal, fiquei em torno de 20 mil pés na direção de São José dos Campos. Por orientação da defesa aérea, desliguei todos os equipamentos de bordo: radar, luzes de navegação... Fiquei apenas com o rádio de comunicação ligado", conta o Tenente Kleber.
E continua: "Como os alvos não possuíam equipamento algum que transmitisse qualquer onda eletromagnética, não era possível saber a altura em que voavam. Toda a orientação que me foi dada era para que eu fizesse procuras visuais. De acordo com os radares de Brasília, eu deveria olhar para as minhas 2 horas e 11 horas, alto e baixo. Mas eu não via nada."
Quando mais próximo de São José, o controlador de radar passou a dar instruções mais incisivas para que o piloto olhasse para a sua esquerda:
"Eu estava bem em cima da fábrica da Embraer e nada havia avistado até então.
Em função destes alvos aglomerados na minha esquerda, o controlador pediu que eu fizesse uma curva pela direita e voltasse em direção a Santa Cruz, com 180 graus defasados."
Assim que se estabeleceu nesta curva, o Tenente Kleber foi instruído a olhar para a sua direita, o que em nada acarretou novamente.
Como o controlador tinha os alvos no radar, comandou ao piloto uma curva para cima deles, com a proa do mar:
"Eu efetuei a curva, estabilizei a aeronave na proa que ele havia recomendado e, como pedido, comecei a fazer uma varredura visual.
Foi neste momento que eu avistei uma luz muito forte que se realçava em relação a todas as luzes no litoral. Estava um pouco mais baixa do que eu.
A impressão nítida que eu tive, naquele momento, era de que ela se deslocava da direita para a esquerda".
Como a visão noturna é muito crítica, pois deixa o piloto sujeito a uma série de erros de avaliação, e como o F-5 não tem piloto automático, o Tenente Kleber teve muito cuidado em estabilizar a aeronave naquele momento.
"Olhei para aquela luz. O seu movimento era muito evidente para mim. Perguntei à Defesa Aérea se existia algum tráfego naquele setor no momento, devido à proximidade com a rota da ponte-aérea, na época. Fui informado que não. Não existia aeronave alguma no local naquele momento.
Informei então ao controlador que eu realmente estava vendo a luz se deslocando na minha rota de interceptação, às 2 horas (à minha direita), um pouco mais baixo do que a posição da minha aeronave. Foi naquele momento que eu pude ter uma noção da altura do contato, algo em torno de 17 mil pés. Imediatamente recebi a instrução de aproar aquele alvo e prosseguir com a aproximação e sua possível identificação."
"Comecei a descer, indo diretamente para o alvo, mas tomando todo o cuidado com uma possível ilusão de ótica, proporcionada pela visão noturna.
Eu podia estar vendo uma luz dentro d'água, um grande navio com holofote... Por este motivo eu não quis ficar apenas com a orientação visual e liguei meu radar, mesmo sem instrução de fazê-lo.
E, realmente, a cerca de 8 a 12 milhas, um alvo apareceu na tela, confirmando a presença de algo sólido na minha frente.
Isto coincidia com a direção da luz que eu havia avistado.
Nos radares que equipavam os caças da época, o tamanho do plote varia de acordo com o tamanho do contato. O radar indicava um objeto de cerca de 1 cm, o que significa algo na envergadura de um Jumbo (Boeing 747)."
O Tenente Kleber, então, abriu a pós-combustão do F-5, atingindo velocidade supersônica e começou a ir em direção à luz que via no horizonte:
"Não havia muito tempo para pensar, nem para sentir medo. É a adrenalina que funciona na hora. Você tem o avião para voar, está em um vôo noturno, supersônico, sujeito à desorientação espacial... Eu confesso que não tenho recordações exatas dos meus sentimentos naquele momento.
A única coisa que eu sabia é que tinha que ir para cima do alvo e, à medida que as coisas vão acontecendo, e devido ao nosso treinamento, as reações passam a ser um pouco automáticas."
"Cheguei perto do alvo, posicionando-me a cerca de seis milhas de distância dele, o que ainda é longe para que possa haver uma verificação precisa, ainda mais à noite.
O alvo parou de se deslocar na minha direção e começou a subir.
Eu não perdi o contato inicial do radar e passei a subir junto com ele.
Continuei seguindo o contato até cerca de 30 mil pés, quando perdi o contato radar e fiquei apenas com o visual. Mas, naquele momento, aquela luz forte já se confundia muito com as luzes das estrelas."
"Os meus rádios de navegação sintonizados em Santa Cruz já estavam fora de alcance.
Em determinado momento, as agulhas do meu ADF deixaram de ficar sem rumo e indicaram a proa. A minha janela do DME, que estava com a flag, indicou 30 milhas fixas, sem qualquer razão para isso. O combustível já estava chegando no limite, devido ao grande consumo das velocidades supersônicas e eu tive que voltar.
Menos de um minuto depois que aproei em Santa Cruz novamente, meu ADF voltou a ficar sem qualquer informação e a janela do meu instrumento DME fechou de novo, deixando de aparecer."
A noite de 19 de maio de 1986 ficou famosa mundialmente.
Foi a primeira vez que autoridades governamentais de um país divulgaram, com naturalidade, a existência em seu espaço aéreo de objetos voadores não-identificados.
Naquela noite, os radares do CINDACTA 1, sediado em Brasília, mas que cobre toda a Região Sudeste, além da Capital Federal, captaram inúmeros plotes não-identificados e com perfis de vôo incomuns. Para identificá-los foram acionados cinco aeronaves interceptadoras em alerta nas Bases Aéreas de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e de Anápolis, em Goiás.
O Capitão Aviador Marcio Brisola Jordão foi acionado para decolar um segundo F-5E da Base Aérea de Santa Cruz. Seu vôo resultou na visualização de uma luz, porém, sem conclusões definitivas.
O Capitão Júlio Cezar Rozenberg, hoje Coronel Aviador da Reserva, servia no 1ºGDA na noile de 19 de maio de 1986. Antes de deixar o serviço ativo foi Comandante do l°/4º GAV (Esquadrão Pacapau).
Este mapa mostra a área na qual ocorreram os contatos, os locais dos radares que acusaram os contatos e o posicionamento dos objetos voadores não-identificados.
Caça F5 idêntico aos utilizados na "Caça aos OVNIs" de 19 de Maio de 1986.
Já na Base Aérea de Anápolis, no interior de Goiás, uma situação semelhante estava prestes a acontecer. O piloto de alerta daquela noite era o Capitão Aviador Rodolfo da Silva e Souza, que possuía na época aproximadamente 500 horas de F-103 e que estava em sua casa no momento do chamado.
O bip que ele portava emitiu um sinal de chamada e uma mensagem de acionamento do alerta, por volta das 23h.
O piloto deveria se dirigir imediatamente à Base Aérea, e foi o que ele fez.
"Ao chegar, eu me dirigi, juntamente com os demais membros da equipe de alerta, imediatamente para os hangares, onde estavam posicionadas duas aeronaves F-103E.
A equipe de manutenção já havia completado o seu trabalho e nos esperava, ao pé da escada, com as aeronaves prontas e armadas para a decolagem.
Completei os cheques previstos para antes da partida e entrei em contato com o Oficial de Permanência Operacional (OPO) para informar que estava pronto.
De imediato, recebi ordem para acionar o motor e decolar isolado. Meu ala permaneceu no solo".
Ao iniciar o táxi, o Capitão Rodolfo entrou em contato com a torre de controle e recebeu instruções para curvar, após a decolagem, para o setor noroeste do aeródromo, e iniciar a subida em potência máxima para o nível 200 (20.000 pés):
"Em seguida, fiz contato com Anápolis, que me passou, de imediato, para a freqüência do COpM que controlaria a interceptação.
A primeira informação que recebi foi de que meu alvo se encontrava a uma distância de 100 milhas da posição em que eu estava.
Pude perceber que o tempo estava bom, não havia nuvens e nem a lua aparecia.
O céu, completamente estrelado, fazia um belo contraponto com a escuridão da noite".
Quando foi informado de que o alvo já estava dentro do alcance de seu radar de bordo, o Capitão Rodolfo passou a observar atentamente a tela, buscando encontrar o plote que indicasse a sua presença. Mas nada aparecia:
"À medida que a distância diminuía, como não conseguia contato em meu radar de bordo, passei simultaneamente a realizar uma busca visual no espaço aéreo em torno da posição informada pelo COpM. Só que, mais uma vez, nada apareceu."
Já que estava em situação de plotes confundidos, quando piloto e alvo estão a menos de uma milha de distância um do outro, e como não havia contato visual, o Capitão Rodolfo recebeu instruções para entrar em órbita sobre o ponto, e continuar a busca:
"Ainda estava nesse procedimento, sem sucesso, quando recebi a informação do controlador de que meu alvo havia mudado deposição e agora estava em outra direção, a 50 milhas de distância. Fui então orientado para essa nova interceptação".
Ao atingir o local onde o alvo supostamente deveria estar, não houve contato no radar de bordo e nem visual. A orientação dada foi para que o piloto baixasse o nível de vôo e realizasse uma órbita, em busca de algum contato visual.
"Sem sucesso nesse procedimento, fui novamente informado de outra alteração no posicionamento do alvo e recebi novas orientações para uma terceira interceptação.
Mais uma vez, não houve qualquer contato radar ou visual.
Fui orientado a baixar ainda mais o nível de vôo, permanecendo em órbita sobre o ponto determinado, e continuando a procura.
Depois de algum tempo nessa busca, e tendo em vista que minha autonomia de vôo já havia atingido o nível suficiente apenas para permitir o meu retorno seguro para o aeródromo, recebi instruções para o regresso."
Por volta de 22h:45', portanto pouco depois do Mirage do Capitão Rodolfo, havia decolado de Anápolis o então Capitão Armindo de Souza Viriato de Freitas, pilotando outro F-103.
De acordo com relatos, seu contato com o alvo foi feito apenas através de seu radar de bordo, não tendo havido contato visual.
O que mais surpreendeu o piloto foi a incrível velocidade do alvo, e seu repentino desaparecimento. Sem nada ter visto, em poucos minutos o Mirage do Capitão Rodolfo tocava a pista da Base Aérea de Anápolis.
"Após o pouso, fiz um contato telefônico com o meu controlador, para o debriefing rotineiro da missão. Só assim tomei conhecimento dos outros F-103 que haviam sido acionados.
Eles decolaram depois de mim, para a averiguação de diversos contatos-radar, plotados nas telas do CINDACTA, em pontos diferentes da Região Centro-Oeste.
Ao terminar os procedimentos pós-voo de praxe, fui liberado e autorizado a retornar para minha residência, onde cheguei por volta de 1h30'.
Uma hora mais tarde, fui acordado por um novo acionamento do bip.
Era outro alerta. Ao chegar à Base e entrar novamente em contato com o OPO, a orientação, desta vez, era para que o alerta fosse mantido a postos, e as aeronaves prontas para a decolagem.
O meu ala e eu ficamos assim por cerca de 45 minutos.
Quase às 4h, recebemos a informação de que o alerta estava suspenso, e nós, liberados."
O segundo piloto a decolar da Base Aérea de Santa Cruz, por volta de 23h15', o Capitão Marcio Brisola Jordão, também conta a sua experiência:
"Uma coisa que chamou a minha atenção naquela noite foi a claridade do céu.
Eu nunca havia visto uma noite tão clara. Sabe aquela noite que você anda de carro com os faróis apagados e consegue ver tudo?
Dava para ver o Vale do Paraíba, até São Paulo. Não havia nebulosidade. Era possível ver o contorno das montanhas no chão.
Uma visibilidade sob a qual poucas vezes eu voei.
Indo em direção a São José dos Campos, fui instruído por Brasília a fazer o cheque de armamento.
Foi aí que me informaram que havia cerca de cinco contatos na minha frente, e a umas 15 milhas de distância.
Eu não via nada no radar do avião e nem do lado de fora, mas a informação era de que eles estavam se aproximando cada vez mais.
Dez milhas, cinco milhas, três milhas, e eu pensando que não era possível, em uma noite daquelas, eu não estar enxergando o tal contato".
O controlador então informou ao piloto do F-5:
"Agora estão atrás de você, te acompanhando, como se estivessem na sua ala", mas ele não via nada.
"Tive autorização para fazer um 180°, e continuei sem ver coisa alguma.
Fui para São José dos Campos, voando a cerca de 15 mil pés, e comecei a fazer órbitas.
Chamei o Kléber na freqüência tática para saber se ele tinha avistado alguma coisa.
Ele disse que sim, mas que, quando tentou ir atrás, o contato sumiu.
Quando eu estava em cima de São José dos Campos, olhei em direção à Ilha Bela e, pela primeira vez, vi uma luz vermelha, parada.
Para mim, estava no nível do horizonte, mas eu estava olhando para o oceano, o que me fez acreditar que podia ser um barco muito longe, ou algum outro tipo de iluminação.
Era como luz de alto de edifício. Ficou parada, não mudou de cor, não piscou e nem se mexeu.
Eu avisei ao controle que estava vendo uma luz na proa, 90 graus em direção ao oceano.
Como confirmava com o contato no radar de terra, fui instruído a ir em sua direção.
Entrei supersônico para acelerar, e a luz nem se mexia.
Fui informado de que ela estaria andando na mesma velocidade que eu.
Fui mantendo esta navegação até dar o meu combustível mínimo, e tive que voltar.
Para mim, que decolei com uma expectativa dada por Brasília, foi a maior frustração da minha vida. A luz que vi podia ser um barco no horizonte ou, quem sabe, ser mesmo alguma outra coisa. Mas é leviano chegar a qualquer conclusão."
Em Anápolis, um quinto piloto ainda participou da missão de interceptação: o então Capitão Aviador Júlio Cezar Rozenberg, na época com 1.900 horas de vôo em caças, sendo 550 em Mirage.
"Era um dia normal no Primeiro Grupo de Defesa Aérea, até a hora em que o meu bip tocou de madrugada. O alerta havia sido acionado. Eu estava dormindo e levantei sem nem saber que horas eram.
Faz parte da rotina. Eu me vesti e no caminho da Base fiquei me questionando se aquilo seria apenas mais um teste.
Eu esperava voar, afinal, não há nada mais chato do que ir para o hangar do alerta, abastecer e ser dispensado.
Toda missão da Defesa Aérea é real até ser cancelada, então vesti o traje anti-g, o colete e o mecânico confirmou a aeronave pronta.
O armamento também estava certo e municiado. Haviam se passado 22 minutos desde que o alerta tinha sido dado.
Preparei-me para decolar imaginando o que estaria acontecendo.
Pela proximidade com Brasília, imaginei que estivesse atrás de algum vôo comercial, mas, se fosse, eu teria avistado as luzes anticolisão. Fui seguindo todos os comandos do controlador.
A noite estava linda, com a visibilidade ilimitada. Era possível ver tudo lá embaixo, desde as cidades até os faróis dos carros".
"Fui instruído a elevar a minha altitude. Verifiquei mais uma vez o radar de bordo e desci um pouco a varredura da antena.
Continuei acompanhando o radar de bordo e buscando algo no visual.
A nossa distância, informada pelo controlador, era de apenas três milhas e eu continuava sem enxergar nada.
Imaginei que eram os F-5 do Grupo de Caça, vindo atacar a Base em missão de treinamento.
Pedi para o controlador me aproximar ainda mais até 'confundir' os plotes, com minha chegada vindo por trás.
Achei que o contato iria, finalmente, acender as luzes, afinal, eles deveriam estar ouvindo a interceptação pelos canais da Defesa Aérea. O controle anunciou uma milha na proa, mas eu não tinha nada no radar, e nem no visual.
O meu vôo durou cerca de 30 minutos e, depois das tentativas de busca, regressei à Base, sem fazer qualquer tipo de contato".
Depois de tudo mais calmo nas bases aéreas do país, já por volta das 3h, quando, aparentemente, os céus brasileiros não eram mais freqüentados por nada fora do normal, um vôo cargueiro da Varig, decolado de Guarulhos para o Galeão, no Rio de Janeiro, também teve participação nos acontecimentos.
O Comandante do Boeing 707 cargueiro, Geraldo Souza Pinto, o co-piloto Nivaldo Barbosa e o Engenheiro de Bordo Guntzel e o então Capitão Aviador Oscar Machado júnior, à época servindo no 2º/2° GT e em instrução de vôo no equipamento 707, não faziam idéia do que estava acontecendo:
"Quando cruzávamos cerca de 12 mil pés de altitude, o CINDACTA nos chamou no rádio e pediu para que confirmássemos se víamos algum tráfego na posição de 11 horas.
É normal que isto ocorra, mas estranho foi quando, após respondermos negativamente, ele ter dito: 'Para sua informação trata-se de um OVNI (Objeto Voador Não-Identificado)", relata o comandante.
"Olhamos um para o outro, imaginando que não havíamos entendido direito o que viera pelo rádio e pedimos para que a informação fosse repetida.
O controle confirmou a informação e ainda disse que, desde aproximadamente às 22h daquela noite, estavam aparecendo objetos não-identificados, como plotes no radar.
Foi aí que soubemos que, mais cedo, a Força Aérea já havia sido ativada.
Nessa hora confesso que senti uma emoção indescritível.
Perguntamos se o contato estava no radar deles, e a resposta foi positiva.
O controlador nos disse que a sua posição naquele momento era de 11 horas em relação a nossa aeronave e pediu para que tentássemos avistá-lo.
Foi nesta hora que eu o vi. Uma luz muito forte brilhou, como um farol branco.
A emoção que eu tenho até hoje se confunde com a certeza de que ele estava acompanhando a nossa fonia. No mesmo momento em que nos perguntaram se estávamos avistando o tráfego e eu respondi que não, ele piscou, como quem díz: 'Estou aqui!'"
Os tripulantes do Boeing abaixaram as luzes de dentro da cabine, acenderam os faróis externos buscando visualmente o contato:
"Éramos quatro tripulantes no cockpit escuro de um avião cargueiro, buscando os céus ávidos de encontrar uma explicação sobre aquilo que tanto se aproximava do nosso 707.
De repente, eu olhei para o Nivaldo e reparei na expressão dele, como se ele quisesse me mostrar alguma coisa.
Ele disse que algo tinha se deslocado deixando um rastro luminoso, mas poderia ser um meteorito, o que seria muito comum.
O controlador nos avisou, então, que o alvo havia se deslocado em alta velocidade para a nossa direita, atingindo, em fração de segundos, uma velocidade incrível, algo acima de Mach 5.
Um ser humano não agüentaria uma aceleração dessas. Ele morreria com tal deslocamento!".
O objeto, nesta hora, desapareceu para o lado direito, e depois voltou exatamente para a proa do avião, já em uma distância menor, segundo o piloto.
"Nós estávamos a umas 30 milhas dele.
A impressão que dava era de que o contato estava se deslocando em baixa velocidade, e nós é que estávamos nos aproximando dele.
A aproximação continuou. O radar ia nos avisando as distâncias: quinze milhas, dez, cinco...
Na melhor das hipóteses entraríamos para a História!", brinca o Comandante Souza Pinto.
"Mas eu olhava, olhava e não via mais nada. Aí o controlador falou: 'Três milhas, duas, uma.. Varig, o tráfego está se fundindo com o plote do seu avião.
"Nós olhávamos para cima, para baixo e não víamos nada!
O Controle nos informou, então, que o alvo estava passando para trás da aeronave, mas começou a ter muita interferência no solo e o radar o perdeu de vista."
"Nós não tínhamos noção da altura do tráfego, pois os radares dos aviões comerciais são meteorológicos e, diferente dos caças, têm muita dificuldade de captar outra aeronave.
Eles não são feitos para isso.
O controlador também não podia saber a altura do objeto já que, sem transponder, tudo o que ele vê é a dimensão única do radar, sem diferença de altitude.
O objeto estava próximo de Santa Cruz e a nossa distância era em tomo das 90 milhas.
O que eu posso dizer é que ele estava, visualmente, a uns 20 graus mais alto do que nós.
Atingimos nossa altitude de cruzeiro de 23 mil pés, e durante todo o vôo o controlador foi nos informando sobre a aproximação.
Passou para 60 milhas, depois 50, o tempo todo na nossa proa."
Chegou-se a levantar a hipótese de ser um engano e até idiotices foram ditas, como os pilotos terem perseguido reflexos e até mesmo o planeta Vênus.
É bom lembrar que os objetos ficaram registrados em diferentes radares, totalizando mais de 50 radares. Sobretudo nos radares internos dos Caças.
E que os pilotos são treinados. Além disso o tempo estava bom e limpo. Sem nuvens. E planetas e reflexos não aparecem em radar.
Levantou-se a hipótese de falhas nos instrumentos.
Porém considerando que mais de 50 radares registraram a mesma coisa, então uma falha dessas proporções é algo ainda mais bizarro que ufos voando pelo céu.
No dia seguinte, o então Ministro da Aeronáutica, o Tenente-Brigadeiro do Ar Octávio Júlio Moreira Lima, deu uma entrevista coletiva à imprensa, juntamente com os pilotos dos caças, confirmando os acontecimentos, por isso os eventos daquela noite ficaram conhecidos como A Noite Oficial dos OVNIs.
Em 25 de setembro de 2009 foi divulgado o relatório oficial da Força Aérea Brasileira sobre o caso, que diz:
"Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados."
O Caso da Noite Oficial dos OVNIs destaca-se pela quantidade e qualidade de testemunhos associados ao caso. São raros os casos, dentro da casuística ufológica, em que observa-se grande quantidade de testemunhas de qualidade.
Link sobre o caso, exibido no programa "Frantástico" da Rede Globo de Televisão em 25/05/1986:
Passar por um posto de gasolina para encher o tanque é algo corriqueiro na maioria dos países, mas financeiramente a experiência pode ser bem diferente dependendo de onde você estiver.
Ainda que a gasolina seja um produto "globalizado", vendido no mundo inteiro, as condições que determinam seu preço em cada país são bem distintas, assim como as possíveis repercussões de um súbito aumento.
Ao redor do mundo, o preço dos combustíveis está sujeito a variáveis como subsídios ou impostos, o preço do barril de petróleo e políticas de combate à inflação.
O preço da gasolina depende de muitos fatores, como os subsídios ou impostos governamentais REUTERS
No Brasil, por exemplo, a Petrobras congelou o preço do combustível para controlar o aumento da inflação durante o governo de Dilma Rousseff.
No governo de Michel Temer, a empresa assumiu uma nova política de preços de ajustes periódicos de acordo com a dinâmica dos mercados nacional e internacional.
Hong Kong tem a gasolina mais cara do mundo GETTY IMAGES
São essas variáveis, juntamente com a disponibilidade de petróleo extraído em território nacional e a distância que cada país está da fonte exportadora, é que fazem com que o preço do litro da gasolina varie radicalmente ao redor do planeta. Em determinado país ela pode custar 200 vezes mais do que em outro. E também é preciso levar em conta o poder aquisitivo do consumidor.
Ainda que o preço seja muito alto na Holanda e muito baixo na Bolívia, isso não signfica que, para os holandeses, a gasolina seja muito cara, nem que seja muito barata para os bolivianos.
Os mais baratos
Segundo a consultoria Global Petrol Prices, a Venezuela é o país com a gasolina mais barata no mundo, entre 167 países e territórios analisados em seu mais recente relatório semanal, divulgado em 9 de janeiro.
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A R$ 0,04 cada litro, a gasolina continua a ser incrivelmente barata na Venezuela, país que enfrenta um difícil momento econômico, com inflação galopante.
O país tem as maiores reservas petrolíferas comprovadas do planeta. E, em meio ao colapso econômico pelo qual passa, o governo venezuelano segue empenhado em subsidiar massivamente o preço do combustível.
Outras quatro nações com a gasolina mais barata do mundo também são quase todas grandes produtoras de petróleo.
O combustível continua a ser muito barato na Venezuela AFP
Na Arábia Saudita, o país com a segunda maior reserva de petróleo do mundo e 13º no ranking de menores preços, paga-se 54 vezes mais do que na Venezuela, mas o preço continua bem baixo: R$ 2,16 por litro.
A gasolina também é muito barata no Irã (R$ 1,02/litro) e no Sudão (US$ 1,24/litro), dois grandes produtores na Ásia e na África, respectivamente, e no Kuwait (US$ 1,27/litro).
São países que acabam comprometendo recursos fiscais para subsidiar a gasolina para seus cidadãos, porque, ao vendê-la a preços baixos internamente, renunciam a receitas que seriam obtidas na exportação de petróleo de acordo com os preços internacionais.
No último ano, o valor internacional do petróleo subiu e, caso continue disparando, como alguns preveem, o custo para manter a gasolina tão barata poderá ser ainda maior para essas nações. Os mais caros
Talvez seja mais surpreendente a lista dos países onde a gasolina é mais cara.
O primeiro lugar fica com o território chinês de Hong Kong, onde o litro custa R$ 7,73 segundo a Global Petrol Prices, ou seja, 194 vezes mais do que na Venezuela.
Entre os motivos para o preço recorde, estão os impostos, o alto custo de imóveis e outros gastos operacionais, segundo o jornal South China Morning Post.
Na segunda posição está a Islândia (R$ 7,70/litro), nação em que impostos e a consciência ambiental ajudam a explicar por que é tão caro encher o tanque no país.
Mais intrigante ainda é o país em terceiro lugar: a Noruega, onde se paga R$ 7,44 por litro. O surpreendente é que a nação é um dos grandes produtores e exportadores de petróleo do mundo.
Graças a suas jazidas no mar do Norte, o país está entre os 20 principais produtores do planeta. Mas, em vez de subsidiá-lo, criou restrições que tornam muito caro ter um automóvel privado, em prol de políticas que incentivam o transporte público.
Suas exportações de petróleo alimentam o Fundo Soberano da Noruega, usado para diversificar sua economia, tendo em vista o dia em que as reservas se esgotarão.
Hong Kong tem a gasolina mais cara do mundo AFP
A mesma lógica se aplica à Holanda (R$ 7,11/litro), em quarto lugar, seguido por Mônaco e Dinamarca, com um preço de R$ 7,04/litro.
Israel, o nono país com a gasolina mais cara do mundo (R$ 6,82/litro), por sua vez, é um país que aplica impostos altos na gasolina vendida nos postos e produz muito pouco petróleo, dependendo majoritariamente de importações.
No entanto, segundo o próprio governo israelense, o petróleo "é um recurso majoritariamente produzido por nações que não são amigos e são até mesmo hostis" a este país.
A Grécia, sétimo país mais caro, entrou na lista depois de se ver obrigada a aumentar tributos a fim de ajustar suas finanças e cumprir as rigorosas condições impostas por seus credores para obter empréstimos.
O Brasil ocupa a 91ª posição do ranking, com um preço médio de R$ 4,30 por litro, o mesmo valor cobrado atualmente na África do Sul.
Composição do preço
De acordo com a Petrobras, o preço da gasolina vendida ao consumidor final nos postos de combustível é composto por três parcelas: uma parte do produtor ou importador, tributos do governo e o lucro do revendedor. No Brasil, esse lucro equivale às margens brutas de distribuição e dos postos revendedores de gasolina.
A Petrobras afirma que 29% do preço final da gasolina comum vendida nos postos é apenas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O lucro dos postos equivale a apenas 9% do valor final do combustível.
A maior fatia do valor é definida pela própria Petrobras - 34%. Há ainda 16% destinados à Cide e PIS/Pasep e Cofins, recolhidos pela União, além de 12% equivalente ao valor correspondente ao etanol anidro, misturado à gasolina.
Composição do preço da gasolina varia de acordo com o país REPRODUÇÃO
Os tributos federais são cobrados como um valor fixo por litro - o de Pis/Cofins, por exemplo, é de R$ 0,7925 por litro de gasolina; a Cide, de R$ 0,10 por litro.
O ICMS, por sua vez, é um percentual sobre o preço de venda - ou seja, cada vez que ele sobe, os Estados recolhem mais impostos.
Na Oceania existe uma ave sinistra chamada casuar, ela pode chegar a 1,5 metro de altura e pesar até 60 quilos.
Do tipo mau humorada, quando fica zangada ataca seu oponente com toda sua força e para isso utiliza-se do bico afiado de das garras pontiagudas. Cachorros, cavalos, vacas e seres humanos são constantemente atacados por este feroz animal que está sempre em busca por comida ou marcando seu território.
Apesar de furiosa, seu último ataque fatal registrado na Austrália foi em 1926. Mas isso não significa que ela seja dócil já que no final da década de 90 foi feito um levantamento que demonstrou que em dez anos a espécie atacou pelo menos 150 pessoas no país. A casuar nada muito bem e é uma saltadora, possui penas pretas em todo seu corpo e azuis na cabeça, isso além de possuir uma crista óssea peculiar.
De forma inata o casuar odeia cães, isto porque é constantemente caçado por dingos, cães selvagens australianos. Logo, qualquer cachorro é suficiente para despertar sua fúria. Em seus ataques a ave pula até um metro de altura e utiliza suas unhas afiadas de até 12 centímetros de comprimento para tentar rasgar o pescoço e a barriga. O interessante é que grande parte dos ataques à seres humanos ocorre quando estamos tentando alimenta-la da forma errada. Ela logo se irrita e parte para cima de quem a esta alimentando com bicadas.