Astrônomos desenvolveram uma nova técnica que poderá ajudar a detectar os sinais químicos da presença de vida extraterrestre nas atmosferas de mundos alienígenas. A nova técnica, desenvolvida pela Universidade de Washington, mede a pressão atmosférica de exoplanetas (planetas fora de nosso sistema solar), e procura por certos tipos de moléculas.
A compreensão da pressão atmosférica é a chave para conhecer se as condições na superfície de um exoplaneta terrestre, ou rochoso, poderia permitir a água no estado líquido, assim provendo uma chance para a vida.
O método, criado por Amit Misra, um aluno de doutorado em astronomia da Universidade de Washington, e co-autores, envolve simulações da química da atmosfera da própria Terra, que isola o que são chamadas de ‘moléculas dímero’ – pares de moléculas que tendem a formar em pressões e densidades altas na atmosfera de um planeta.
Apesar de existir muitos tipos de moléculas dímero, esta pesquisa foca somente nas de oxigênio, disseram os pesquisadores.
Eles executaram simulações testando o espectro da luz em vários comprimentos de onda. As moléculas dímero absorvem a luz em padrões distintos, e o taxa pela qual elas formam é sensível à pressão, ou densidade, na atmosfera do planeta.
“Então, a ideia é que se formos capazes de fazer isso para outro planeta, poderemos procurar por este padrão característico de absorção das moléculas dímero, a fim de identificá-las“, disse Misra. A presença de tais moléculas, ele disse, provavelmente significa que o planeta tenha pelo menos um quarto a um terço da pressão atmosférica da Terra.
Telescópios poderosos, tais como o Telescópio Espacial James Webb, agendado para ser lançado em 2018, logo entrarão em produção, o que permitirá aos astrônomos usarem este método em exoplanetas distantes. Com tais ferramentas melhoradas, Misra disse, os astrônomos poderão detectar as moléculas dímero em atmosferas reais de exoplanetas, levando assim à uma clara compreensão da atmosfera daquele planeta.
Ao longo das pesquisas, a equipe percebeu que as moléculas dímero de oxigênio são muitas vezes mais detectáveis numa atmosfera do que outros produtores de oxigênio. Este fato é importante a partir de um ponto de vista biológico, disse Misra.
“Está associado à fotossíntese, e temos uma boa evidência de que é difícil ter muito oxigênio numa atmosfera, ao menos que você tenha algas ou plantas que o estejam produzindo à uma taxa regular“, disse ele. “Assim, se encontrarmos um bom planeta alvo, e pudermos detectar estas moléculas dímero – o que será possível nos próximos 10 a 15 anos – isso não somente nos dirá algo sobre a pressão, mas na verdade nos dirá que há vida naquele planeta.”
O estudo foi publicado no Astrobiology.
AUTOR: www.business-standard.com
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