O rol dos crimes que chocaram o país em 2014 cresceu nesta quinta-feira com a prisão de Sailson José das Graças, de 26 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Depois de matar uma mulher a facadas, ele confessou à polícia mais de quarenta assassinatos. E chocou pela frieza com que descreveu suas ações. Há dois meses, outro serial killer também confessou a morte de 41 pessoas: o vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, levou pânico às ruas de Goiânia por assassinar mulheres a tiros no meio da rua. Atribuiu os atos à raiva pelo abuso sexual que teria sofrido na infância.
Já Sailson das Graças deu apenas uma justificativa: sentia prazer em matar. Mas a lista dos crimes que comoveram o Brasil ao longo deste ano não tem apenas matadores em série. Do esquartejamento de um motorista em São Paulo à morte do menino Bernardo, no Rio Grande do Sul, relembre a seguir os casos de polícia que marcaram 2014:
Em fevereiro, o cineasta Eduardo Coutinho foi encontrado morto a facadas em sua casa, no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, o autor do crime foi Daniel Coutinho, de 41 anos, filho do cineasta que teria uma doença mental.
Daniel ainda tentou assassinar sua mãe, Maria das Dores de Oliveira Coutinho, de 62 anos., com duas facadas no peito e três no abdômen.
A onda de ataques orquestrada por vândalos durante manifestações que tomaram as principais cidades do país no período que antecedeu a Copa do Mundo culminou na morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade. Ele foi ferido por um rojão lançado por black blocs em um protesto no Centro do Rio, em fevereiro.
O tatuador Fábio Raposo foi o primeiro a ser preso pelo crime. Caio Silva Rangel foi o segundo e é acusado de ter mirado o rojão na direção do cinegrafista
O motorista Álvaro Pedroso, de 55 anos, foi morto em março por três mulheres. Esquartejado, ele teve as partes do corpo espalhadas por ruas do bairro de Higienópolis, em São Paulo. A garota de programa Marlene Gomes, de 56 anos, foi apontada como mandante do assassinato. Ela disse que o matou por vingança porque era abusada sexualmente por ele sucessivamente.
Os dois mantinham um caso extraconjugal. Marlene planejou o crime em parceria com outras duas prostitutas: Francisca Aurilene, de 34 anos, e Marcia Maria de Oliveira, de 32 anos. Na noite de 22 de março, ela atraiu o cliente, que pagava 70 reais por encontro, a um hotel na rua dos Andradas, no centro da capital paulista. Marlene embebedou o motorista e Marcia desferiu o primeiro golpe na cabeça da vítima. A machadinha usada pertence ao marido de Marcia.
Marlene esquartejou o corpo com facas de uso doméstico e arrancou as falanges dos dedos, segundo ela para dificultar o reconhecimento da vítima. As três estão presas.
O menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi encontrado morto do dia 14 de abril após ter sido dopado com analgésico usado para endoscopia e recebido uma injeção letal. O assassinato foi cometido pela madrasta Graciele Ugolini em parceria com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Elas deixaram o corpo do menino dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio na cidade de Frederico Westphalen.
Dias após a polícia ter encontrado o corpo, a madrasta, Edelvânia e o pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, foram presos. Nos meses que se seguiram ao caso, foram divulgados vídeos que mostravam a relação agressiva e conflituosa entre Bernardo, o pai e a madrasta. Num deles, o menino chega a ameaçar o pai com um facão.
Uma falsa notícia culminou no brutal assassinato da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos. Confundida por seus algozes com uma mulher acusada de sequestrar crianças para fazer magia negra, ela foi amarrada e espancada por um grupo de pessoas na periferia do Guarujá, na Baixada Santista, no início de maio.
O boato que culminou com o linchamento já havia circulado por cidades do Rio de Janeiro. Em Três Rios, cidade da Região Serrana, a história de uma mulher que sequestraria crianças para usá-las em rituais de magia negra começou depois que um morador compartilhou no Facebook o que seria um alerta às mães, com um retrato falado da suposta criminosa.
Antes, a mesma história havia passado pela Baixada Fluminense. O site Guarujá Alerta havia publicado dias antes do crime o boato de que uma mulher estaria sequestrando crianças para rituais de magia negra e um retrato falado da suposta criminosa, com quem Fabiane foi confundida.
Uma discussão por causa de uma vaga na garagem levou o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, de 47 anos, a matar e esquartejar o zelador Jezi Lopes de Souza, em junho, em São Paulo. Souza havia desaparecido dentro do prédio onde morava e trabalhava.
Investigadores descobriram o autor do crime ao encontrarem o publicitário tentando queimar o corpo do zelador na churrasqueira de sua casa na Praia Grande (SP). Ele e a mulher, que o ajudou a cometer o crime, foram presos.
A dona de casa Marília Cristiano Gomes, de 19 anos, confessou ter matado o próprio filho, Keven Gomes Sobral, de 2 anos, e escondido o corpo dentro de um sofá, na casa dos tios da criança, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O crime ocorreu em julho e, durante depoimento, a mulher explicou que jogou a criança na parede porque ela não obedeceu a uma ordem para não mexer no telefone celular dela. Marília foi presa em flagrante.
Em julho, um homem de 36 anos matou os dois filhos, de 1 e 3 anos, e as duas enteadas, de 8 e 10, em uma casa no bairro Aricanduva, na Zona Leste de São Paulo. Ele tentou se matar depois dos crimes e foi levado para o Hospital Sapopemba, em estado grave.
A polícia acredita que o assassino tenha agido por ciúmes da ex-mulher - o casal estava separado mas ainda vivia sob o mesmo teto.
Em agosto, viralizou nas redes sociais o vídeo que flagrou a cotovelada brutal desferida pelo comerciante Anderson Tiago Oliveira contra Fernanda Regina Cezar Santiago, de 30 anos, na porta de uma casa noturna em São Roque (SP).
O golpe foi tão forte que a fez cair na hora e bater a cabeça contra a calçada. O impacto causou um traumatismo craniano e Fernanda foi hospitalizada em estado grave. Devido às fortes dores de cabeça, ela teve que dormir amarrada no hospital e ainda apresenta sequelas.
O comerciante foi preso e aguarda julgamento.
O mistério em torno dos assassinatos em série na cidade de Goiânia (GO), cometidos entre setembro e outubro, foi solucionado em 15 de outubro, quando o vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, foi preso e confessou ter matado oito mulheres e também moradores de rua e travestis - ao todo, o número de vítimas chegaria a 41.
Em depoimento à polícia, o assassino afirmou que matava porque sentia uma raiva muito grande atribuída ao abuso sexual sofrido aos 11 anos. "Motivação era raiva mesmo, tinha que colocar para fora, eu tentei fazer outras coisas", disse o serial killer em entrevista exibida pelo Jornal Nacional. Ele aguarda preso o julgamento pelo tribunal do júri.
Assassino confesso de seis pessoas e responsável por ataques a outras três, que sobreviveram, o segurança Jonathan Lopes de Santana, de 23 anos, foi preso em flagrante no dia 3 de dezembro após matar e decapitar uma secretária que estava no ponto de ônibus em Mogi das Cruzes (SP). Antes dela, ele havia usado uma pequena machada para matar outras cinco pessoas – quatro foram decapitadas. O maníaco se utilizava do mesmo método em todos os ataques:
Batia com a parte de trás da machadinha na cabeça da vítima para deixá-la desacordada. Segundo depoimento, ele afirmou ouvir vozes que os obrigavam a matar. De acordo com ele, esse método poupava seus alvos de sofrimento. Em seguida, o assassino os esfaqueava e decapitava. Ele aguarda julgamento preso no Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes.
AUTOR: VEJA
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