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sábado, 30 de junho de 2018

ESTUDO INDICA: COMO A PRISÃO MUDA A PERSONALIDADE DE DETENTOS

(Foto: Diêgo Holanda/G1)

Imagine não ter, dia após dia, ano após ano, um espaço próprio e não poder escolher com quem estar, o que comer e aonde ir. Além disso, que ameaças e suspeitas estejam por toda parte, e que amor ou mesmo um toque humano gentil sejam difíceis de encontrar. Imagine ainda estar separado da família e dos amigos.

Para lidar com esse tipo de ambiente social, presidiários precisam se adaptar. Especialmente aqueles condenados a longas penas.

Em um relatório feito para o governo do Estados Unidos sobre o impacto psicológico da prisão, o psicólogo social Craig Haney foi direto: "Poucas pessoas saem inalteradas ou ilesas de uma experiência prisional".

Levando em consideração entrevistas com centenas de presidiários, pesquisadores do Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foram ainda mais longe, afirmando que a prisão de longo prazo "muda a essência das pessoas".

Ou, como resumem as palavras de um preso entrevistado para uma pesquisa publicada nos anos 1980, depois de alguns anos na prisão, "você não é o mesmo".

No campo da psicologia da personalidade, acreditava-se que nossa personalidade permanecia inalterada na vida adulta.

Mas estudos recentes têm mostrado que, na verdade, apesar da relativa estabilidade, nossos hábitos de pensamento, comportamento e emoção mudam, sim, de forma significativa – especialmente em resposta a diferentes papéis adotados ao longo da vida.

É quase inevitável, portanto, que o tempo passado na prisão – em um ambiente altamente estruturado, mas ameaçador – provoque mudanças na personalidade.

Especialmente para as pessoas preocupadas em como reabilitar o prisioneiro, o problema é que essas mudanças de personalidade, embora ajudem o indivíduo a sobreviver à prisão, são contraproducentes para sua vida após a soltura.

Características comuns do ambiente prisional que podem mudar a personalidade de alguém incluem a perda crônica do livre arbítrio e de privacidade, o estigma diário, o medo constante, a necessidade de vestir constantemente uma máscara de invulnerabilidade e a apatia emocional (para evitar a exploração por outros), além da necessidade, dia após dia, de seguir rigorosas regras ou rotinas impostas.
(Foto: Carlos Dias/G1)

'Prisionização'

Há pouca pesquisa sobre como as características crônicas do ambiente podem mudar a personalidade do presidiário nos termos do Modelo dos Cinco Grandes Fatores (ou Big Five).

Trata-se de um modelo usado amplamente na psicologia para avaliar a personalidade da população em geral (não carcerária) com base nos traços de: neuroticismo (que mede a instabilidade emocional), extroversão, agradabilidade (ou simpatia), abertura a experiências e a conscienciosidade (relacionado à disciplina).

No entanto, há um reconhecimento disseminado entre psicólogos e criminalistas de que presidiários se adaptam ao ambiente, o que eles chamam de "prisionização". Isso contribui para uma espécie de "síndrome pós-encarceramento" quando eles são libertados.

Como exemplo, há os resultados de entrevistas em profundidade conduzidas com 25 ex-condenados à prisão perpétua (incluindo duas mulheres) em Boston, nos EUA, que passaram em média 19 anos na prisão.

Ao analisar suas narrativas, a psicóloga Marieke Liema e o criminologista Maarten Kunst descobriram que o grupo desenvolveu "traços de personalidade institucionalizados", como "desconfiar dos outros, dificuldade de se relacionar e de tomar decisões".

Um ex-presidiário de 42 anos disse: "Eu ainda meio que ajo como se estivesse na prisão. E, assim, você não é como um interruptor ou uma torneira. Não dá para simplesmente se desligar. Quando você faz algo por um período longo… isso se torna parte de você".

A mudança na personalidade predominante foi a inabilidade de confiar nos outros – uma espécie de constante paranoia. "Você não consegue confiar em ninguém na prisão", disse outro entrevistado, um homem de 52 anos. "Tenho problemas de confiança, simplesmente não confio em ninguém."

Entrevistas com centenas de presidiários britânicos realizadas por Susie Hulley e seus colegas do Instituto de Criminologia mostraram um quadro parecido. "Muitos (...) nos disseram que passaram por grandes – e às vezes completas – transformações pessoais", escreveram os estudiosos em 2015.

Os presidiários descreveram um processo de "anestesia emocional". "Isso te endurece. Isso te deixa um pouco mais distante", disse um, explicando como as pessoas na penitenciária deliberadamente escondem e abafam suas emoções. "É o que você se torna, e se você já é duro no início, então você fica ainda mais duro, você fica ainda mais frio, ainda mais desinteressado".

Outro afirmou: "É… eu meio que não tenho mais sentimento pelas pessoas".

Em relação ao Modelo dos Cinco Grandes Fatores da personalidade, pode-se caracterizar isso como uma forma de "neuroticismo" extremamente baixo (ou alta apatia emocional), combinado com baixas extroversão e agradabilidade. Em outras palavras, não é uma mudança de personalidade ideal para o retorno ao mundo exterior.

Essa é, sem dúvida, uma preocupação de Hulley e seus colegas. "Um presidiário de longo prazo se torna 'adaptado' aos imperativos de um período longo de confinamento; ele ou ela se torna mais apático emocionalmente, mais isolado e socialmente retraído, e talvez menos ajustado à vida após a soltura", alertaram.

Esses estudos com entrevistados envolveram presidiários encarcerados há muito tempo. Mas um artigo exploratório realizado em fevereiro de 2018 aplicou testes neuropsicológicos para mostrar que passar mesmo um período curto na prisão provoca um impacto na personalidade.

Os pesquisadores liderados por Jesse Meijers, da Universidade Vrije, de Amsterdã, na Holanda, fizeram dois testes - com diferença de três meses entre eles - com 37 prisioneiros. No segundo teste, houve aumento da impulsividade e redução do controle da atenção. Essas mudanças cognitivas podem indicar que sua conscienciosidade foi prejudicada.

Os pesquisadores acreditam que as mudanças se devem provavelmente ao pobre ambiente prisional, com falta de desafios cognitivos e perda da autonomia. "Essa é uma descoberta significativa e socialmente relevante", concluíram, "já que presos libertos podem ter uma capacidade menor de viver dentro da lei do que antes do período na prisão".

No entanto, outras descobertas oferecem um pouco de esperança. Em outro estudo recente - um dos primeiros a aplicar o Modelo dos Cinco Grandes Fatores às mudanças de personalidade dos prisioneiros -, pesquisadores compararam os perfis de personalidade de prisioneiros de segurança máxima na Suíça com vários grupos-controle, como estudantes universitários e guardas prisionais.

E descobriram que, enquanto os prisioneiros tinham pontuação menor em extroversão, abertura para experiências e agradabilidade, como esperado, eles pontuaram mais em conscienciosidade, principalmente nos "subtraços" de ordenamento (busca pela ordem) e autodisciplina.

Os pesquisadores, liderados por Johanna Masche-No, da Universidade Kristianstad, da Suíça, acreditam que os achados podem refletir um ajuste positivo da personalidade à situação da prisão: "O ambiente na prisão é muito rígido com respeito a regulações e normas, e o espaço privado é limitado", concluíram. "Tal ambiente cria demandas de ordenamento aos presos para evitar tanto punições formais como atos negativos de seus copresidiários".

Em outras palavras, a conscienciosidade pode ajudá-lo a evitar problemas.

Embora os resultados da pesquisa suíça pareçam contradizer a holandesa, é válido notar que enquanto os prisioneiros holandeses ficaram mais impulsivos e menos atentos, eles também melhoraram seu planejamento espacial, o que poderia ser visto como relacionado ao ordenamento (Meijers e seus colegas não se aprofundaram nesse ponto porque pensaram que eles pudessem ter pontuado melhor na segunda vez por uma questão de prática).

Outra possibilidade é que a alta conscienciosidade vista nos prisioneiros suíços se deva ao sistema prisional do país, onde há mais ênfase no tratamento e na reabilitação do que em outros países.

Também esperançosas, e de alguma forma em linha com a descoberta dos suíços, são duas pesquisas recentes envolvendo prisioneiros interagindo em jogos financeiros usados para estudar cooperação, tomada de risco e punição (um dos jogos é por acaso O Dilema do Prisioneiro). Elas mostraram que os prisioneiros se engajaram com níveis normais ou mesmo elevados de cooperação.

As descobertas têm implicações em debates sobre a reintegração de criminosos na sociedade, diz Sigbjørn Birkeland, da Escola de Economia Norueguesa NHH, que conduziu um desses estudos com colegas.

"Uma percepção comum (…) é que criminosos são homens maus sem motivação pró-social (o desejo de beneficiar outras pessoas ou grupos), e essa percepção pode ser usada para justificar sentenças mais rígidas aos criminosos", escreveram. Mas os estudos mostram que os criminosos podem ser "pró-socialmente motivados como a população em geral".

À medida que cresce a conscientização de que a personalidade é maleável, espera-se que isso aumente os esforços para avaliar como o ambiente prisional pode moldar o caráter do condenado, o que certamente poderia afetar seu retorno à sociedade.

Atualmente, há poucas pesquisas com esse objetivo específico. As últimas evidências sugerem que a vida na prisão provoca mudanças de personalidade que podem prejudicar sua reabilitação e reintegração. Em certa medida isto é inevitável, devido à perda de privacidade e liberdade.

Mas dito isso, as descobertas com relação à conscienciosidade e cooperação do prisioneiro mostram que nem todas as esperanças estão perdidas, e elas destacam alvos potenciais para programas de reabilitação.

Essas não são questões meramente abstratas para os estudiosos: elas têm profundas implicações em como nós, como sociedade, pretendemos lidar com as pessoas que desobedecem as leis.

As evidências atuais sugerem que quanto mais longa e severa for a sentença prisional - em relação à liberdade, escolha e oportunidade de ter relacionamentos seguros e significativos - mais provável será que a personalidade dos prisioneiros mudará de forma a tornar a reintegração difícil e a aumentar o risco de reincidência ao crime.

Em última análise, a sociedade deve ser confrontada com uma escolha. Podemos punir os ofensores mais severamente e arriscar mudá-los para pior, ou podemos desenvolver regras de sentença e prisões de forma a ajudar os ofensores a se reabilitar e a mudar para melhor.

Christian Jarrett é psicólogo e edita o blog Research Digest da Sociedade Psicológica Britânica. Seu próximo livro, "Personology", será publicado em 2019.

AUTOR: BBC

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CIENTISTAS DESVENDAM MISTÉRIO: OBJETO EM FORMA DE CHARUTO É UM COMETA, E NÃO ASTEROIDE

Extraordinariamente alongado e em formato de charuto, o cometa foi visto pela última vez no início deste ano SCIENCE PHOTO LIBRARY

O objeto interestelar em forma de "charuto" que atravessou o Sistema Solar no final de 2017, batizado por astrônomos de 'Oumuamua, continua surpreendendo.

Quando os pesquisadores o viram pela primeira vez, não identificaram nele a cauda ou coma - a nuvem de gelo e poeira característica dos cometas - e o consideraram um asteroide.

Mas isso não explicava de forma satisfatória o comportamento do corpo celeste.

Agora, cientistas trabalham com a hipótese de que ele seja, de fato, um cometa, levando valiosas informações sobre sistemas planetários distantes.
Os cometas são feitos de rocha e gelo, diferente dos asteroides, objetos rochosos que orbitam principalmente em um cinturão entre Marte e Júpiter SCIENCE PHOTO LIBRARY

O Oumuamua foi descoberto em 19 de outubro. Seu nome, em havaiano, significa "mensageiro de muito longe que chega primeiro".

Ele foi descoberto por Rob Weryk, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí, que, junto com o colega Marco Micheli percebeu que o objeto se movia muito rapidamente - com velocidade suficiente para evitar ser capturado pela força gravitacional do Sol - e que seguia uma trajetória excêntrica.

Sua velocidade e trajetória sugeriam que ele se originou em um sistema planetário que orbita ao redor de outra estrela, e não o Sol.

E, de acordo com a análise de uma equipe de pesquisadores liderada por Micheli, parte da aceleração observada do objeto está ligada ao efeito do calor do Sol sobre sua superfície gelada.
Cometas x asteroides

Os cometas são feitos de rocha e gelo e se formam em áreas frias o suficiente para a água se manter congelada.

No nosso Sistema Solar, isso significa estar quase tão longe do Sol quanto Júpiter.

Já os asteroides são objetos rochosos que orbitam principalmente em um cinturão entre Marte e Júpiter.

O Oumuamua não é o único caso de corpo celeste em que a distinção entre asteroide ou cometa causou dúvidas.

"Há uma linha cada vez mais tênue entre os dois, já que estamos encontrando objetos semelhantes a cometas no principal cinturão de asteroides", diz a professora Sara Russell, do Museu de História Natural de Londres.
Segundo pesquisadores, o Oumuamua pode nos dizer mais sobre como os planetas se formam
Por que a diferença é importante? SCIENCE PHOTO LIBRARY

Como nosso primeiro visitante de um outro sistema solar, o cometa pode nos dizer mais sobre como os planetas se formam.

"Os cometas provavelmente se formaram em regiões periféricas de outros sistemas planetários, então talvez eles possam escapar da gravidade de sua estrela-mãe e entrar no espaço interestelar com mais facilidade do que um asteroide", disse Russell à BBC News.

"'O Oumuamua e outros viajantes interestelares que podem visitar nosso sistema solar podem potencialmente nos dar algumas pistas excelentes sobre a natureza e composição de outros sistemas planetários. Finalmente, esses objetos podem nos mostrar se nosso sistema solar é único, ou é um dos muitos sistemas habitáveis ​​em nossa galáxia".

Nós vamos aprender mais sobre o Oumuamua?

O objeto ficou visível a poderosos telescópios terrestres por cerca de 2 meses e meio, após sua descoberta.

De acordo com Micheli, ele foi visto pela última vez pelo Telescópio Espacial Hubble no início de 2018 - e se mostrou ter um cumprimento pelo menos dez vezes maior que sua largura.

Essa diferença entre largura e comprimento foi apontada como a maior observada em qualquer asteroide ou cometa visto no Sistema Solar.

E o formato incomum, comparado a um charuto, poderia ter várias explicações. Uma delas seria a de que ele poderia ter sido formado por objetos diversos que se juntaram. Ou pela colisão entre dois corpos com núcleos líquidos, que então expeliram uma rocha - mais tarde congelada em um formato alongado. Outra possibilidade é que ele seja uma "lasca" de um objeto maior destruído pela explosão de uma estrela.

Em um estudo recente, Gábor Domokos, pesquisador Universidade de Tecnologia de Budapeste, na Hungria, sugeriu que colisões entre o Oumuamua e poeira estelar durante milhões de anos podem ter produzido seu formato estranho.

"Estamos vendo uma corrida de cientistas para tentar descobrir como ele ficou assim, da onde veio, do que é feito. É muito empolgante", disse no final do ano passado Alan Fitzsimmons, professor da Queen's University de Belfast, na Irlanda, e autor de um dos estudos sobre o objeto.

"Todas as informações que temos até o momento são consistentes com o que poderíamos esperar de um objeto expelido por outra estrela", afirma o astrônomo.

Os pesquisadores continuam trabalhando nas informações coletadas em sua viagem de ida pelo Sistema Solar, mas não veremos o Oumuamua' de novo.

AUTOR: BBC

quarta-feira, 27 de junho de 2018

VIOLADORES E PSICOPATAS: A MACABRA E DESCONHECIDA TROPA QUE ADOLF HITLER CRIOU COM UMA SÓRDIDA MISSÃO

As guerras são sangrentas, e apesar de que às vezes nos queiram ensinar outra coisa, não há heróis nem vilãos. Se há algo que a história – e em particular o século XX – nos ensinou, é que ninguém termina vitorioso realmente durante estes conflitos, e são as vidas humanas a principal perda para a humanidade.

Mas hoje lhes falarei de um grupo de homens que seguramente são a maldade em pessoa, e talvez sejam até mesmo o próprio substantivo. Se trata da brigada SS-Sturmbrigade Dirlewanger, o esquadrão mais temido da Segunda Guerra Mundial.

O grupo nasceu no Parlamento Alemão, foi aprovado por Himmler e Hitler, e em um princípio seria conformado por criminosos, – que podiam trocar suas penas por anos de serviço durante a guerra – mas não qualquer um, se não que caçadores furtivos. A razão? Eram especialistas com armas e sabiam se esconder e rastrear na natureza. Seu objetivo? Lutas urbanas e anti-guerrilhas.

Mas com os caçadores não seria suficiente, por isso logo “rechearam” com outros criminosos de todo tipo: ladrões, assassinos, incendiários, estupradores e até mesmo psicopatas. E então, com 300 soldados, a coisa começou a sair de controle.

A brigada era dirigida por Oskar Dirlewanger, um ex militar condecorado da Primeira Guerra Mundial, com fortes nexos ao nazismo e antecedentes criminais: duas violações, uma delas a uma garota de 14 anos.

O esquadrão “salto para a fama” quando foi enviado para deter a Revolta de Varsóvia, na Polônia. E ali foi onde demonstraram todo o sadismo que levavam consigo, na Matança de Wola – a mais sangrenta da história da Polônia. Em apenas duas semanas massacraram 40 mil civis, entre os quais se encontravam 500 crianças que, por ordem de Dirlewanger, foram assassinadas a golpes para economizar munição.

Assassinaram pacientes nos hospitais, injetaram estricnina – um veneno para pássaros e roedores – em mulheres para vê-las convulsionando até a morte, estupravam sem piedade e reuniam as vítimas em edifícios abandonados para depois incendiá-los. Crueldade absoluta.

Apesar disso, tiveram grandes perdas. Chegaram a Varsóvia com 800 homens e perderam 2700, dos quais muitos chegaram como reforços. Por seu “heroísmo”, Dirlewanger recebeu uma Cruz de Ferro e seu batalhão foi ampliado a 4 mil homens. Mas o ódio que geraram fez com que o General a cargo da Polônia pedisse seu translado, então logo foram enviados a Bielorrússia. Em ocasiões, outras brigadas precisavam rodeá-los para que não seguissem perpetuando crimes nas regiões que assolavam.

Ali massacraram 30 mil civis, ainda que inclusive hajam cifras que apontam aos 120 mil. Mas o carma existe e é poderoso, e a brigada foi enviada – quando a guerra estava terminando – a linha de combate, para se enfrentarem com o Exército Russo.

E devido a sua inexperiência, foram aniquilados, e os 700 que ficaram se entregaram aos Aliados norte-americanos em maio de 1945. E Dirlewanger? Foi ferido em batalha, capturado pelos franceses e enviado a prisão militar de Altshausen, baixo a custódia de soldados polacos. Ali o reconheceram por suas atrocidades e o torturaram por vários dias, até a morte.
Aqui se faz, aqui se paga.
AUTOR: MISTÉRIOS DO MUNDO

"COMO FIZ A POLÍCIA PRENDER ASSASSINO DE MINHA MELHOR AMIGA 25 ANOS APÓS O CRIME"

Sheila Wysocki viu-se profundamente impactada pela morte da amiga e conseguiu, décadas depois, mudar o rumo das investigações MICHAEL GOMEZ

Sheila Wysocki era uma estudante de Psicologia em Dallas, Texas, quando viu seu mundo virar de ponta cabeça ao receber a notícia de que sua melhor amiga na universidade havia sido brutalmente assassinada.

Angela Samota foi morta aos 20 anos em 1984, em um crime que a polícia não conseguiu desvendar na época.

Foi graças à insistência de Sheila que os policiais decidiram reabrir o caso décadas depois - trazendo à tona provas que mudaram o rumo das investigações e finalmente levaram à descoberta do culpado.

Em entrevista à BBC, Sheila conta como a morte da amiga a impactou, a ponto de ela decidir virar uma investigadora particular:

"Quando o telefone do meu quarto tocou, Barbara, amiga minha e de Angie, estava chorando do outro lado da linha. Ela disse que havia acontecido um acidente.

Ela chorava histericamente. Achei que Angie tivesse tido um acidente de carro. Ela chorava tanto que percebi que ela havia morrido.

Acabei descobrindo que Angie havia sido encontrada em seu quarto nas primeiras horas da manhã. Ela havia sido estuprada e esfaqueada 18 vezes. Foi muito violento, horrível.

Ela era uma boa pessoa. Quem faria algo assim?

Angie tinha um sorriso lindo, o maior que já vi - o tipo de sorriso que iluminava todo o seu rosto. Ela era uma das poucas garotas no Departamento de Ciências da Computação e Engenharia Elétrica da Universidade Southern Methodist, em Dallas. Tinha uma ótima personalidade, era linda e inteligente.
Angela Samota tinha 'o tipo de sorriso que iluminava todo o seu rosto' ELIZABETH HUNTER

Eu era diferente - era uma observadora, não virava o centro das atenções quando entrava na sala como Angie. Mas nós duas fomos criadas por mães solteiras. Nós duas crescemos sem a presença dos nossos pais e nos aproximamos por causa disso. Éramos opostas, mas nos conectamos muito.

Após sua morte, fui à delegacia de polícia falar com os investigadores, que me interrogaram e me mostraram fotos. Me lembro até hoje de uma de Angie na cama, de olhos abertos, com sangue por toda parte. Foi traumatizante.

A polícia acreditava que o culpado pelo crime era Russell Buchanan, um arquiteto provavelmente quatro ou cinco anos mais velho que nós e a quem Angie via como uma boa conexão (profissional).

Russell era um cara tímido, então Angie o havia convidado para ir dançar com ela e outra amiga naquela noite.

Ele deu vários depoimentos à polícia, mas depois os policiais me disseram que ele havia parado de cooperar e havia arrumado um advogado.

Nos anos 1980, no Texas, havia um notório advogado de defesa chamado Richard 'Racehorse' Haynes, que tinha fama de só ser contratado por pessoas "culpadas". Russell o contratou, então, para mim, ele era obviamente culpado. Mas não havia nenhuma evidência física (ligando-o à cena do crime). O caso continuou aberto.
Angela Samota em suas aulas na universidade; ela foi brutalmente assassinada aos 20 anos de idade SOUTHERN METHODIST UNIVERSITY

O assassinato de Angie foi o evento mais traumático da minha vida, e eu não sabia o que fazer. Dormi no chão do quarto da minha mãe por muito tempo. Eu mudei, minha inocência se foi. Eu não consegui nem voltar à universidade.

O mais difícil era não saber o que havia acontecido com ela. Como pode ser que um dia ela estava viva e no outro não? O que havia acontecido com ela? Isso ocupava a minha mente.

Comecei a trabalhar fazendo faxina em casas, conheci meu marido, me casei.

Eu ainda mantinha contato com o investigador do caso de Angie, a ponto de convidá-lo para o meu casamento.

Em 2004, 20 anos após o assassinato, eu havia me mudado para o Tennessee e já tinha dois filhos. 

Certa noite, eu estava estudando a Bíblia em casa, algo difícil de fazer quando se é disléxica como eu - as letras são pequenas, próximas entre si.

Enquanto eu lia, me lembro de olhar para a direita e ver a Angie. Pensei: 'será que estou sonhando? Estou dormindo? O que está acontecendo?'

Ela não disse nada, só ficou ali, com seu enorme sorriso.

Não sei se acredito em fantasmas, mas tenho muita fé e acredito em mensagens. Naquele momento, pensei: 'Chegou a hora'. Imediatamente peguei o telefone e liguei para o Departamento de Polícia de Dallas.
Sheila com seus dois filhos; ela decidiu virar investigadora particular aos 40 anos de idade, para ajudar no caso da amiga SHEILA WYSOCKI

Deixei recado para o investigador que eu conhecia, mas ele nunca retornou a ligação. Ele me conhecia bem o bastante para ir ao meu casamento, mas não para me telefonar. Acabei telefonando centenas de vezes, e ele me desdenhou. Tenho um pouco de amargura quanto a isso.

Mas o que realmente me partiu o coração foi saber que, em 20 anos, ninguém além de mim havia ligado para saber do caso. Imagine - nenhuma pessoa.

Como pode ser que alguém tenha uma morte tão violenta e ninguém tenha se interessado em saber por que ou quem cometeu o crime? Isso ainda me dá vontade de chorar.

Acho que eles (policiais) acharam que eu acabaria me cansando, mas não me cansei. Eu sentia que algo não estava certo e não aceitei o não como resposta, então continuei a telefonar.

Pesquisei e imprimi relatos sobre todos os estupros ocorridos na mesma época e sobre quem foi preso, para tentar descobrir o que aconteceu.

Até que decidi que viraria uma investigadora particular, aos 40 anos de idade.

Estudei e aprendi sobre leis, sobre cyberbullying e sobre traição entre casais. Assim que passei no exame para me tornar investigadora, achei que a polícia aceitaria trabalhar comigo. Mas fui ingênua. Eles nem ligaram.

Só que, de tão cansados que eles estavam de mim àquela altura, decidiram reabrir o caso. E deram-no a uma detetive mulher que não me desdenhou - quando ela me ligou, estava familiarizada com o caso e sabia que Russell Buchanan era o suspeito número um. Mas o que mais me chocou foi que ela disse que eles tinham provas.

Até então, eu sabia que eles haviam feito uma análise de estupro em Angie, mas eu achava que as provas haviam se perdido. Agora as provas existiam! Eu não conseguia acreditar.
Sheila com seu marido; sua insistência fez a polícia decidir reabrir o caso SHEILA WYSOCKI

Acontece que eles tinham (restos encontrados) nas unhas de Angie - então ela obviamente lutou -, que é DNA. Eles também tinham sêmen - também DNA.

Fiquei entusiasmada porque sabia que isso seria crucial: em 1984, o exame de DNA estava apenas começando, mas, 20 anos depois, já era uma poderosa arma forense.

Os processos demoraram, e só tivemos resultados dos exames em 2009. Foi quando a detetive me ligou e disse: 'Pegamos ele'.

Eu achei que ela fosse dizer 'Pegamos Russell Buchanan', mas quando ela me disse o nome (do suspeito), não sabia quem era: Donald Bess.

Hoje eu o chamo de 'A Besta'. Ele era um estuprador em série que estava em liberdade condicional quando Angie foi estuprada e morta.

O caso foi decidido pelas evidências físicas, o DNA, que correspondiam ao da Besta. E o avanço da ciência tornou a sua condenação possível.

Viajei mil quilômetros para assistir ao julgamento em Dallas e ver Angie receber justiça. Agora que ele está fora das ruas, penso nele apodrecendo na prisão em uma pena perpétua, mas isso não muda o fato de que ela continua morta.

Depois do julgamento, liguei para Russell Buchanan e pedi para me encontrar com ele.

Depois de tantos anos de raiva por achar que ele era o assassino, eu lhe pedi perdão. Mais tarde, fomos juntos ao túmulo de Angie.

Acabei descobrindo que ele é um ser humano incrível, que me agradeceu por ser persistente e ajudar a desvendar a verdade - e por finalmente tirar a nuvem de suspeita que pairava em cima dele."


A estudante da SMU, Angela Samota, e seu assassino condenado, Donald Bess. Crédito da foto: WFAA
Donald Bess foi condenado à morte em 2010 pelo estupro e morte de Angela Samota e está no corredor da morte. Segundo as investigações, na noite do crime, em 1984, ele bateu na porta da casa de Angela pedindo para usar o banheiro e o telefone, e ela acabou deixando.

O Departamento Policial de Dallas não respondeu ao pedido de entrevista da BBC para comentar as críticas feitas por Sheila Wysocki.

AUTOR: BBC

domingo, 24 de junho de 2018

CONHEÇA OS 7 LUGARES MAIS MISTERIOSOS DA TERRA

Muitos são aqueles que consideram os locais misteriosos algo definitivamente intrigante, sendo que até mesmo faria de tudo, entrando inclusive em perigos, para conhecê-los.

Esses lugares misteriosos podem ser encontrados em qualquer canto do mundo, ao passo que a maioria de nós, provavelmente, vive ao lado de um. 

A seguir você verá 7 lugares que são especialmente assustadores, quer por sua aparência ou por sua associação com o lado sombrio da vida.

Esses lugares foram considerados os 7 pontos mais misteriosos da Terra. Veja só:

7 – Cane Hill Lunatic Asylum
Cane Hill foi um hospital psiquiátrico em Croydon, Londres, que ficou em uso até 1991, quando todos, simplesmente, se levantaram e saíram de lá. Alguns dos pacientes foram transferidos para outros locais seguros, mas o hospital e muito do equipamento médico permanece no local até hoje, ainda abandonados.

6 – Centralia
Em 1962, em Centralia, Pensilvânia, um grupo de bombeiros incendiou uma mina abandonada para limpar a cidade. Ironicamente, este fogo abriu caminho para os recessos mais profundos e incendiou uma mina de carvão abandonada. Isso fez queimar tudo, até as ruas vazias da cidade. O perigo se esconde por todos os cantos de Centralia – gases venenosos, estradas colapsando e fogo em qualquer lugar são apenas alguns exemplos.

5 – The Gates of Hell
The Gates of Hell é um buraco de 328 pés de largura que se encontra no Turquemenistão. Um acidente de perfuração soviético de 1971 causou o vazamento de gases perigosos. Então, cientistas perceberam que a melhor solução era queimá-los, porém o local está pegando fogo até hoje e pode ser visto a quilômetros de distância.

4 – Santuário de Tophet
O Santuário de Tophet está localizado na Tunísia. É o lar de milhares de túmulos de crianças, o que levou os historiadores a especular que elas podem ter sido vítimas de sacrifícios humanos nos tempos púnicos. É possível que as crianças tenham sido sacrificadas e depois tenham sido consumidas devido à fome na região naquele momento.

3 – Actun Tunichil Muknal, a Caverna da Donzela de Cristal
A Caverna da Donzela de Cristal é encontrada em Belize e abriga os restos dos esqueletos e artefatos arqueológicos dos maias. O achado mais fascinante deste local foi a donzela de cristal – uma jovem que foi vítima de sacrifícios humanos. Seus ossos calcificados brilham como um cristal, tornando-a mais assustadora do que seu próprio esqueleto.

2 – Pripyat
Pripyat é uma cidade fantasma ucraniana. Foi fundada para abrigar os trabalhadores de Chernobyl e, depois do desastre nuclear, foi abandonada. As visitas são permitidas, mas sua estadia deve ser curta: ela ilustra a aterradora realidade do que uma guerra nuclear poderia fazer à Terra.

1 – Aokigahara, a floresta do suicídio
Aokigahara é uma floresta perto do Monte Fuji, no Japão. Sua fama vem do fato de que este é um lugar incrivelmente popular para cometer suicídio e, como você pode ver nas fotos acima, a paisagem do local é assustadora. 

Anualmente existe buscas coletivas pela floresta pela recuperação de cadáveres.

Você teria coragem de visitar algum desses locais?

AUTOR: MISTÉRIOS DO MUNDO

CONHEÇA O MISTERIOSO CASO DO "FANTASMA DE ENFIELD", O FENÔMENO PARANORMAL MAIS BEM DOCUMENTADO DO REINO UNIDO

Até hoje, muitos acreditam que o fenômeno ocorrido com a família Hodgson se tratava realmente de um fantasma, ou poltergeist GETTY IMAGES

O endereço 284 Green Street, em Enfield, no norte de Londres se tornou conhecido por uma razão macabra: é o local de atividade do poltergeistmelhor documentado do Reino Unido.

A palavra poltergeist - utilizada em inglês e conhecida em todo o mundo por causa do filme de terror Poltergeist - O Fenômeno, de 1982 - vem do alemão. Poltern é um verbo que significa fazer barulho e Geist, um substantivo que significa fantasma.

Durante 18 meses, começando no verão de 1977, Peggy Hodgson, seus quatro filhos e mais de 30 testemunhas presenciais (incluindo vizinhos, detetives de fenômenos paranormais e jornalistas) viram e ouviram, dentro da casa da família, incidentes em que havia móveis em movimento e objetos voando sem razão aparente, ruídos inexplicáveis e até levitação.

A história atraiu o casal americano Ed e Lorraine Warren, investigadores de fenômenos paranormais retratados na série de filmes A Invocação do Mal. O enigma de Enfield é mostrado no segundo filme da série.

Na época, os fenômenos se concentraram nas filhas de Peggy, Janet e Margaret Hodgson. Em alguns momentos, Janet, que tinha apenas 11 anos, falava inexplicavelmente com uma voz misteriosa e rouca.

A BBC reuniu três das testemunhas de primeira mão do mistério, que ficou conhecido como "O poltergeist de Enfield". Com a ajuda deles e de outros depoimentos da época, nossa reportagem reconta os fatos.

A penteadeira que se movia

Na noite de 31 de agosto de 1977, Peggy Hodgson entrou no quarto de seus filhos e viu uma penteadeira movendo-se sozinha.

"Eu não conseguia acreditar. Cheguei a empurrar (a penteadeira) duas vezes, mas na terceira vez não consegui movê-la", relembra, em uma entrevista gravada na época.

O estranho episódio foi acompanhado de repetidos barulhos de batidas.

Com medo, Hodgson pediu que um de seus filhos fosse chamar seu vizinho, Vic Nottingham.

"Escutei as batidas quando entrava pela porta principal. Andei por toda a casa e não consegui entender o que estava acontecendo. Por isso, imaginei que só havia uma coisa a fazer: chamar a polícia", disse, também em depoimento na época.
A jornalista Rosalind Morris, da BBC, Graham Morris, o primeiro a fotografar as crianças levitando, e o advogado Richard Grosse, que interrogou o "fantasma", foram reunidos pela apresentadora da BBC Sue MacGregor

A policial Carolyn Heeps foi a primeira a chegar ao local, e viu uma cadeira deslizar, sem explicação, pelo quarto.

"A cadeira se levantou cerca de 1,5 cm do chão, e deslizou aproximadamente 1 a 1,2 metros para a direita, antes de parar", descreveu.

No entanto, assim como Peggy Hodgson e Vic Nottingham, Heeps não sabia o que fazer.

As primeiras fotos

O fotojornalista Graham Morris, que na época trabalhava para o jornal Daily Mirror, ainda se lembra do que aconteceu quando ele recebeu um telefonema de seu editor e foi enviado à casa dos Hodgson para um trabalho que, segundo ele, "mudou sua vida".

Para ele, era claro que os acontecimentos estranhos ocorriam quando as crianças estavam em casa - especialmente Janet.

Ao chegar na casa, ele parou na penumbra da cozinha enquanto adultos levavam, uma a uma, as crianças, que estavam dormindo.

"A última a entrar foi Janet. De repente, os objetos simplesmente começaram a voar... um pedaço de Lego, inclusive, me atingiu no olho direito".

Até hoje, Morris se diz convencido de que os objetos da cozinha não foram atirados nem levantados por ninguém. Ele diz ter se posicionado na esquina do cômodo para ter uma visão clara de todas as pessoas que estavam ali. "Nenhuma delas estava fazendo nada", afirma.
Mais de 30 testemunhas presenciais descreveram barulhos e objetos voando sem explicação aparente GETTY IMAGES

Em uma das sequências de fotos que fez na casa, ele mostra um momento em que Janet "levitava" em seu quarto.

"Na imagem principal, ela estava no ar, no momento em que voava. E havia subido deitada com a boca para baixo", descreve.

Os investigadores de fenômenos paranormais

Maurice Grosse, membro da Sociedade para a Investigação Psíquica, coordenou a investigação do que estava ocorrendo na casa dos Hodgson.

"Eu mesmo vi bolas de gude se movendo de um lado para outro. Vi a porta se mover sem ajuda. E senti uma diminuição na temperatura sem explicação", disse, em entrevista na época.

No início de novembro de 1977, ele confrontou a suposta presença na sala de estar.

"Quando perguntei: 'Você está brincando comigo?', me atirou uma caixa de papelão e uma almofada na cara."

No ano seguinte, o casal de americanos Ed e Lorraine Warren, que se consideravam demonologistas, também visitaram a casa e gravaram entrevistas com os Hodgson e outras imagens dos fenômenos aparentemente sobrenaturais.

Richard Grosse, o filho de Maurice Grosse, era um advogado recém-formado quando começou o caso do poltergeist de Enfield. Como tal, ele é provavelmente o único membro da Sociedade de Direito inglesa que pode dizer que interrogou um fantasma.

"Todos os dias, no café da manhã, meu pai me mostrava uma ou duas das fitas cassete que ele tinha gravado (na casa)", diz à BBC News.

"Elas começavam com barulhos e batidas. Em seguida, as batidas respondiam ao interrogatório."

Quando o suposto fantasma começou a falar, Richard se tornou seu interlocutor.
A jornalista da BBC Rosalind Morris foi uma das primeira a cobrir o caso; ela visitou a família diversas vezes e fez um documentário sobre os Hodgson em 1978

A repórter de rádio da BBC

Durante a investigação de Maurice Grosse, a repórter da BBC Rosalind Morris cobriu o caso para programas de rádio.

Uma noite, ela e Grosse fizeram uma vigília noturna na casa enquanto a família dormia.

"Depois que as meninas foram dormir, ouvimos um barulho enorme vindo de seu quarto, no andar de cima", relembra.

Morris subiu as escadas e parecia que alguma coisa tinha empurrado uma cadeira para o outro lado do quarto - a uma distância de 2,7 metros de onde o móvel estava.

Para ela, era impossível que as duas crianças, que estavam dormindo na cama, tivessem feito isso. Na época, Morris declarou que "estava convencida" de que "algo" tinha sido responsável.

A voz do 'fantasma'

Uma voz rouca e masculina começou a ser ouvida quando as crianças estavam em algum cômodo. Ela parecia emanar de trás de Janet Hodgson, que dizia que a voz vinha da parte posterior de seu pescoço.

A voz se identificou como um antigo morador da casa, Bill Wilkins, que morreu aos 72 anos de idade.

Interrogado por Richard Grosse, ele disse que morreu de uma hemorragia. "Morri em uma cadeira que ficava em um canto do andar de baixo", afirmou.

Quando lhe perguntaram por que Janet não podia vê-lo, a voz respondeu: "Sou invisível... porque sou um G.H.O.S.T. (a palavra fantasma, em inglês, soletrada)".

A história de sua morte foi corroborada mais tarde por Terry, o filho do ex-morador da casa que, de fato, se chamava Wilkins.
Muitos acreditam que o "poltergeist" foi invenção das duas filhas adolescentes de Peggy Hodgson GETTY IMAGES

Janet e Margaret Hodgson, as duas crianças no centro do caso, foram entrevistadas recentemente sobre suas experiências.

De acordo com Margaret, "todos estávamos em um estado terrível, muito assustados e cansados, e isso piorou na medida em que passava o tempo".

Já Janet diz que foi "usada e abusada, houve levitação, vozes e depois... a cortina que se enrolou no meu pescoço. Isso foi muito perigoso e me fez perceber que aquilo podia me matar".
Era realmente um poltergeist?

Muitos acreditam que a família inventou tudo, usando truques básicos de magia, para conseguir uma casa nova e maior.

Maurice Grosse chegou a ser criticado, depois de dizer que acreditava que parte dos fenômenos era brincadeira das meninas - Janet chegou a ser "pega na mentira" em alguns vídeos - mas que havia elementos genuínos que indicavam uma presença sobrenatural.

Peggy Hodgson era uma mãe solteira com quatro filhos pequenos, mas Rosalind Morris não acredita que uma casa melhor tenha sido sua motivação.

"Ela achava que sua casa era boa, e ficou nela: foi o local onde ela morreu, em 2003", afirma.

A jornalista admite que, no início, ela mesma era extremamente cética em relação ao fenômeno e buscava diversas maneiras de explicar o "truque". No entanto, Hodgson lhe pareceu sincera e "muito assustada".

Richard Grosse também não acredita que o motivo da família pudesse ter sido financeiro: "Eles nunca ganharam dinheiro com isso".

Ele também rejeita as afirmações de que Janet Hodgson sofria de Síndrome de Tourette - transtorno neuropsiquiátrico que pode se caracterizar por tiques vocais esporádicos.

"Quando a voz (que parecia vir da garota) começava, ela falava sem parar por duas, três horas", afirma.

Seu pai, Maurice Grosse, também não acreditava na possibilidade de que a menina estivesse fazendo um truque de ventriloquismo. "Manter esse tipo particular de voz por um período de tempo sem machucar as cordas vocais é absolutamente impossível", diz.

Janet, por sua vez, mantém uma atitude firme diante dos céticos. "Não me importa o que pensem. Eu sei o que aconteceu e sei que foi real."
Até hoje não há uma explicação científica universalmente aceita para o caso de Enfield - que foi tema de diversos filmes e livros GETTY IMAGES

A atividade do "poltergeist de Enfield", que começou em agosto de 1977, chegou ao fim em 1979.

Em um balanço do caso, Rosalind Morris explica que "há um ponto de vista espiritual sobre o que aconteceu - que tem a ver com fantasmas e forças externas - e uma teoria sobre forças interiores, baseada na psicologia junguiana".

"Esta última diz que o que gera esta energia é uma pessoa jovem que está com problemas, muitas vezes relacionados à puberdade. Janet estava exatamente nesta fase da vida."

"Não sei o que causou isso. Só sei que algo muito estranho estava acontecendo", diz, em entrevista à BBC News.

Até hoje, não se sabe qual a explicação científica para o que ocorreu no endereço 284 Green Street, em Enfield, durante o verão de 1977.

AUTOR: BBC

CONTRA SUICÍDIOS, A IMPORTÂNCIA DO APOIO SOCIAL E DO CUIDADO COM A SAÚDE DA MENTE

Depressão e transtornos mentais estão fortemente associados ao suicídio; no Brasil, há mais de 11 mil casos por ano, segundo Ministério da Saúde GETTY IMAGES

Nana Calimeris até hoje se vê diante de momentos em que fica mais retraída e isolada, suscetível a sensações de grande desilusão - e a pensamentos de suicídio.

Aos 43 anos, a escritora enfrenta a depressão e a ansiedade desde a adolescência, época em que começou a desenvolver "uma vontade muito grande de morrer".

"Me sentia uma pessoa horrível. A sensação era a de que eu estava respirando o ar que deveria ser de outro ser humano."

Casos recentes de grande repercussão de suicídio em colégios e universidades, bem como a morte de celebridades como o chef e apresentador Anthony Boudain e a designer Kate Spade - ambos no auge de suas vidas profissionais -, evidenciam a importância em falar sobre o tema e diminuir o estigma em torno da saúde mental.

Os números também são alarmantes: a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo, totalizando quase 800 mil mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde.

No Brasil, segundo o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, são mais de 11 mil suicídios por ano, e alguns especialistas temem que haja uma subnotificação de casos.

Não é possível saber o que está por trás de cada uma dessas histórias, uma vez que o suicídio é multicausal, ou seja, não há um único fator ou culpado.

Mas especialistas apontam que, em grande parte dos casos, há um histórico de transtornos mentais, diagnosticados ou não: depressão, ansiedade, esquizofrenia, bipolaridade, borderline (de comportamento impulsivo e compulsivo), entre outros.

"Não é possível reduzir o suicídio a uma única causa, mas a depressão causa uma disfunção dos neurotransmissores do cérebro. É parte de um conjunto de fatores psicológicos, culturais, físicos e bioquímicos", diz à BBC News Brasil Daniel Martins de Barros, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC), em São Paulo.
Momentos de isolamento e crise grave requerem atenção médica imediata; é importante estar atento GETTY IMAGES

Associados a essas doenças estão os chamados "Ds": além da depressão, há "o desespero, desamparo de grupo social, desesperança, desemprego, divórcio e dependência química. Quanto mais 'Ds', maior é o risco de suicídio", explica à BBC News Brasil o psiquiatra Fabio Gomes de Matos e Souza, coordenador do Programa de Apoio à Vida (Pravida) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Diante disso, dizem os especialistas, é preciso sempre cuidar da saúde mental com o mesmo empenho que nos ensinaram a ter com o restante do corpo.

Corpo saudável

E isso começa por "ter uma vida saudável mesmo: sono adequado, alimentação adequada, atividades físicas e evitar o isolamento social", explica Daniel Barros.

"Os exercícios físicos aumentam as substâncias do prazer - a seratonina, a dopamina e a noradrenalina -, que ficam em níveis baixos em pessoas deprimidas", agrega Souza, do Pravida. "Então as atividades físicas funcionam como um escudo protetor. A meditação, a ioga, a natação e o exercício na academia ajudam o corpo a ter mecanismos fisiológicos de combate à depressão."

Foi o que Nana Calimeris aprendeu ao longo da convivência com a doença: ela usa a ioga e a meditação para ajudar a conter a ansiedade.

"Aprendi a respirar e a lembrar que as crises de ansiedade são cíclicas e passam", conta à BBC News Brasil.

"Algumas crises são longas. Mas, com a respiração (da meditação), elas duram menos e eu consigo distinguir meus pensamentos. Isso traz a consciência de que a angústia talvez seja fruto da minha imaginação. Tem hora que dá certo, tem hora que não dá."

O momento mais crítico da doença de Nana foi aos 28 anos, quando ela se viu prostrada na cama com uma crise de depressão profunda. "Eu não via saída para lidar com aquela dor", conta.

Nana tentou se matar, ingerindo uma dose cavalar de medicamentos. Felizmente, sua mãe a viu desacordada e a levou ao hospital.

Hoje, ela não espera mais chegar ao fundo do poço: "Quando começo a ter ideias suicidas, a sensação de que não tenho possibilidade de aceitação, ou quando me jogo na comida, vou na mesma hora ao médico, porque sei que não estou legal".

A partir daí, com a ajuda do psiquiatra, ela dosa os medicamentos e os combina com terapia. "Nenhum deles resolve (o meu problema) separadamente."
Transtornos mentais alteram a química do cérebro e podem causar disfunção na liberação de neurotransmissores específicos GETTY IMAGES

'Guardiões da vida'

Um apoio crucial para Nana vem do filho de 18 anos, que aprendeu a distinguir os momentos em que a saúde da mãe não está bem.

"Ele vê quando eu começo a me isolar, quando deixo de sair, e me alerta", conta Nana.

Da mesma forma, pessoas atentas a sinais de isolamento de quem está ao seu redor podem ajudar na prevenção ao suicídio, explica Souza, do Pravida.

Ele tem ajudado na formação de "guardiões da vida" em escolas, instituições públicas e empresas cearenses.

"Trata-se de um grupo atento e treinado para identificar pessoas que estejam faltando, se isolando, chorando. E que se perguntem: 'será que que ela está deprimida? Vou falar com ela'", diz o psiquiatra.

"É preciso ter esses guardiões também dentro da família, que percebam quando é hora de conversar, de levar (o parente) para uma avaliação médica, para que dê tempo de tratá-lo."

Os sinais a prestar mais atenção são, segundo Souza e Barros:

- Mudanças de comportamento e perda de interesse pelas coisas de que a pessoa gostava;

- Crises de choro, ideias pessimistas e de nulidade;

- Comportamentos compulsivos ao extremo;

- Pessoas que perderam alguém de que tenham grande dependência emocional;

- Pessoas que já tenham histórico familiar de depressão e suicídio.

Casos assim têm de ser "avaliados imediatamente", adverte Souza. Mas como distinguir tristezas passageiras de casos de alta gravidade?

"Na dúvida, considere aquela pessoa em perigo", opina o psiquiatra. "Pode ser uma tristeza, pode não ser. É bom buscar uma avaliação de um especialista em saúde mental. É melhor ter certeza, porque não podemos arriscar aquilo que não podemos (nos dar ao luxo de) perder."
'Guardiões da vida' em escolas, famílias e empresas podem ajudar a identificar pessoas que estejam vulneráveis à depressão GETTY IMAGES

Rede de proteção social

Ao longo do tratamento, as redes de apoio social têm um papel fundamental para pessoas com doenças mentais.

"Tenho amigos que são imprescindíveis", relata Nana. "Fez toda a diferença para mim ter um amigo virtual com quem eu falava por Skype em momentos difíceis. Ele me ouvia mesmo quando eu me repetia; ele lia os textos que eu escrevia. São pequenas coisas que fazem muita diferença."

Nesses momentos, o que um amigo deve ou não dizer?

Para Nana, os amigos ajudam ao serem genuinamente presentes.

"É querer saber de verdade como você está, e não apenas querer ouvir um 'estou bem'. É dizer 'estou aqui'. Tenho um amigo que me traz uma lembrancinha sempre que viaja, e é algo que me toca profundamente", diz.

"O que não ajuda, nos momentos de depressão, é dizer 'vamos sair, vamos tomar um sol'. Não adianta. A gente não falaria isso para alguém doente de câncer, então não adianta falar para alguém doente de depressão."

A escritora e psicanalista Paula Fontenelle, autora de Suicídio: O Futuro Interrompido - Guia para Sobreviventes, acha que devemos evitar meias palavras se estivermos preocupados com um amigo deprimido.

"Uma amiga me telefonou certa vez, e notei que ela estava ligando para se despedir de mim. Perguntei sem rodeios se ela estava pensando em tirar a própria vida. Ela desatou a chorar e contou que sim, que já havia planejado tudo", diz Fontenelle, que acabou conseguindo que a amiga buscasse tratamento, no qual está até hoje.

"É preciso ser direto e ouvir sem julgamento, porque não tem certo ou errado nessas horas. O que a pessoa quer é acabar com a própria dor, não necessariamente morrer. E como a dor é muito grande e muita gente não tem com quem conversar, se você abre a porta para um diálogo, já está ajudando muito."
Há tratamento para transtornos mentais e ele é capaz de salvar vidas, diz psiquiatra
Na juventude, drogas e excessos digitais GETTY IMAGES

Mundialmente, o suicídio já é a segunda maior causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos. E, no Brasil, pesquisas indicam que a morte autoinfligida de crianças de 10 a 14 anos aumentou 65% entre 2000 e 2015.

É preciso lembrar que o cérebro juvenil está exposto a um desequilíbrio no amadurecimento: o hipocampo e a amígdala, regiões cerebrais responsáveis pelos sentimentos e pelo armazenamento de emoções, amadurecem mais rapidamente que o córtex pré-frontal, responsável pela regulação emocional e de impulsos. Essa disparidade dura até os 25 anos de idade.

"Temos de ensinar isso aos mais jovens: o seu cérebro ainda está sendo gestado", opina Souza, do Pravida. "Quanto mais saudável o cérebro, menos vulnerável ele estará à depressão e ao suicídio. E por isso é tão importante evitar álcool e drogas. Há uma percepção de que a maconha é inócua, mas ela favorece a depressão, a esquizofrenia e o suicídio."

Essa faixa etária enfrenta ainda outro desafio moderno: a excessiva valorização da vida digital em detrimento das relações presenciais.

"Existe um desequilíbrio grande e uma ausência de espaços para desabafar e conversar, em vez de apenas olhar a 'revista digital' do Instagram, onde você não vê quem está mal ou sofrendo, porque essas pessoas estão sozinhas em seus quartos", diz o psiquiatra.
Abuso de substâncias químicas é um fator de risco para o suicídio - mesmo a maconha, percebida como inócua, pode favorecer a depressão e a esquizofrenia GETTY IMAGES

Proteção e diagnóstico

Por fim, Souza destaca o papel das políticas públicas de prevenção, algo que passa por diminuir o tabu em torno das doenças mentais e aumentar a proteção em edifícios e espaços públicos e privados - por exemplo, grades em pontes e estações de metrô, redes protetoras em varandas públicas ou ao redor de escadarias.

"Há quem diga, 'ah, mas quem quer se matar vai encontrar um modo'. Mas como o suicídio tem um componente muito forte de impulsividade, a dificuldade de acesso já vai ter um impacto", opina Souza.

O Ministério da Saúde tem uma "agenda estratégica" de combate ao mal, com a meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020 por meio de "ampliação da vigilância, prevenção e atenção integral", mas Souza opina que são necessárias campanhas de saúde pública mais amplas, a exemplo do que é feito com doenças infecciosas.

"O Brasil tem campanhas sistemáticas contra a dengue, que matou 200 pessoas no ano passado. Pelo suicídio morreram quase 12 mil", compara.

Do ponto de vista clínico, ele defende um prontuário único para pacientes do SUS, que permitisse acompanhar o histórico de saúde mental de pacientes e a dosagem de medicamentos receitados - evitando algo comum, que é um paciente obter o mesmo medicamento tarja preta de vários médicos e acabar tendo em mãos uma dose potencialmente mortal.

E ele ressalta que é possível, sim, tratar a depressão e a intenção suicida. "Não nos deixemos levar pelo 'não tem jeito'. Tem tratamento sim, e é eficaz", diz.

Nana Calimeris se diz um exemplo disso. Nos últimos anos ela passou a se dedicar à carreira de escritora, e seu livro A Biblioteca de Alexandria tem como personagem principal uma jovem que convive com a depressão.

"E pensar que eu estava disposta a ir embora sem ter realizado esse sonho de ser escritora", pondera. "Por isso acho que é preciso sempre falar em prevenção. As pessoas julgam: 'mas essa pessoa tinha tudo; por que ela se matou?'. Vai ver que ela se matou porque não deu conta. O suicídio existe e precisamos falar a respeito."

* O Centro de Valorização da Vida (CVV) dá apoio emocional e preventivo ao suicídio. Se você está em busca de ajuda, ligue para 188 (número gratuito) ou acesse www.cvv.org.br. (Até 30 de junho de 2018, o CVV atende pessoas de Maranhão, Bahia, Pará e Paraná no número 141; após essa data, o atendimento ao país inteiro migrará para o 188.)

AUTOR: BBC

SAIBA POR QUE O NÚMERO 13 TEM MÁ FAMA

(Caio Gomez/Superinteressante)

O 13 era visto como um número “torto”, de pouca serventia para os antigos sumérios.

É que eles mediam tempo e espaço com base no número 12, bem como em suas frações e múltiplos – vide as 24 horas de um dia, os 360 graus de uma círculo etc.

A relevância do 12 influenciou babilônicos e judeus – já ouviu falar nas 12 tribos de Israel e nos 12 discípulos de Cristo? Pois vêm daí uma das explicações para a impopularidade do 13 no Ocidente: pela tradição cristã, ela estaria relacionada ao fato de o discípulo traíra, Judas, ter sido o 13º a assentar-se para a última ceia de Jesus.

Fontes: Livros Rogerson’s Book of Numbers, de Barnaby Rogerson e The Mystery of Numbers, de Annemarie Schimmel

AUTOR: BBC

segunda-feira, 18 de junho de 2018

SAIBA DE 7 HISTÓRIAS MACABRAS DE TERROR QUE REALMENTE ACONTECERAM NA VIDA REAL

Por que assistir a filmes de terror quando a realidade pode ser mais assustadora?

Você pode não acreditar, mas algumas dessas histórias realmente aconteceram. Veja algumas delas:

7- O homem que tentou salvar Lincoln
WIKIMEDIA COMMONS

Muito já se falou sobre o assassinato e o assassino de Abraham Lincoln, mas pouco se sabe sobre o homem que tentou salvá-lo. Henry Rathbone estava próximo quando o então presidente dos Estados Unidos sofreu o ataque. Ele não conseguiu salvá-lo, e isso mudou sua vida para sempre.

Rathbone nunca se recuperou mentalmente e tentou matar seus três filhos 18 anos mais tarde. Sua esposa tentou impedi-lo e foi apunhalada. Depois de matá-la, ele tentou o suicídio. Quando a polícia o encontrou, o homem repetia a todo momento que havia pessoas escondidas nos quadros. Viveu o resto da vida num asilo, convencido de que alguém por trás das paredes queria envenená-lo.

6- Zumbis com sífilis nas ruas italianas
WIKIMEDIA COMMONS

Em 1494 a Itália era bem diferente do que é hoje. Naquele ano, uma enorme epidemia de sífilis abateu o país em tempos em que não se conhecia a cura da doença. Por conta da enfermidade, o rosto, assim como os membros e órgãos genitais, tinham as peles soltas. Em termos estéticos, é quase como estar em um filme com zumbis. As pessoas morriam em poucos meses, com a pele completamente destruída.

5- Inferno em Herculano

Quando pensamos em Vesúvio, automaticamente lembramos da cidade de Pompeia, na Itália, completamente sob cinzas após a erupção vulcânica. Herculano era uma cidade pequena e estava mais próxima do vulcão que Pompeia – por isso, lá as consequências foram piores. Há relatos que dizem que alguns crânios explodiram devido ao excesso de calor concentrado. Estar naquele local, durante a erupção, era como estar no inferno.

4- Primeira serial killer
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O primeiro registro de um serial killer foi encontrado em Roma – quer dizer, umaserial killer. No século I, Locusta despertou bastante medo em um período considerado ‘pacífico’ na capital italiana. Ela foi presa e condenada por envenenamento, mas foi perdoada por Agripina por tê-la ajudado a assassinar o imperador Claudius. Pouco tempo depois, Nero também retribuiu Locusta após um ‘favor’ – ela ganhou um local próprio para se tornar professora e ensinar artes. Com o imperador Galba ela não teve a mesma sorte e acabou sendo executada em público.

#3 O boneco assassino existiu
WIKIMEDIA COMMONS

O filme “Brinquedo Assassino” conta a história do terrível boneco Chucky, que tem um espírito maligno que o controla. Ele foi baseado na história real de Robert, o boneco do tamanho de uma pessoa que pertencia ao pequeno Gene Otto. Aparentemente, um servo ficou zangado com a família dele e colocou um feitiço no brinquedo – a criança falava com ele e, surpreendentemente, o boneco respondia. Claro que, por ser criança, quase ninguém acreditava que Robert pudesse falar, muito menos mover objetos. Depois de sua morte, Robert passou de mãos e mãos e hoje está trancafiado em um museu onde, segundo dizem, costuma acontecer coisas estranhas.

2- A canção mortal

Nos anos 1930, a canção “Gloomy Sunday” tornou-se bastante popular, mas pouco a pouco carregou o símbolo de ‘música mortal’, quando se descobriu que mais de 18 pessoas se suicidaram em Budapeste (Hungria) após ouví-la. O país sempre registrou altas taxas de suicídio, e a música era tão popular, que muitos disseram que isso não passava de uma infeliz coincidência. Mas, uma morte foi crucial para que sua alcunha se eternizasse: o compositor da canção se suicidou após descobrir que seu único êxito artístico gerou tantas calamidades.

1-Alpinistas desaparecidos

Em 1959, um grupo de amigos se reuniu para fazer alpinismo na Rússia e montou acampamentos. Pouco tempo depois, os alpinistas desapareceram e deixaram suas barracas vazias. Quando foram encontrados, estavam com poucas roupas, muitas feridas internas e com os corpos com estranha pigmentação laranja. Não houve sinais de luta – ainda que alguns deles estivessem com cabeças fraturadas, sem a língua e sem os olhos. Até hoje não se sabe bem o que aconteceu com eles. O veredito final foi que morreram de ‘convincentes causas naturais’, mas quem imaginaria que um grupo tivesse um fim tão brutal sem explicações?

AUTOR: VIX.COM

domingo, 17 de junho de 2018

A CIÊNCIA SECRETA QUE EXPLICA O MUITAS VEZES PERIGOSO COMPORTAMENTO DAS MULTIDÕES

"A multidão é tão específica psicologicamente quanto o indivíduo", diz John Dury GETTY IMAGES

Às vezes, fazer parte de uma multidão é mais do que desconfortável: pode ser letal. No ano passado, esmagamentos causados pela aglomeração de pessoas provocaram mortes em lugares como um estádio angolano de futebol, uma praça italiana e um centro de doação de comida no Marrocos.

Esses acontecimentos são trágicos e geralmente evitáveis. Por isso, cientistas no mundo inteiro estão tentando descobrir novas maneiras de minimizar a probabilidade de se repetirem.

"A maior parte do comportamento humano é bem previsível, porque somos seres muito racionais", diz Shrikant Sharma, diretor do grupo Smart Space da firma britânica de engenharia BuroHappold.

Isso permite que a análise de dados preveja como as pessoas vão se mover no espaço – e como isso pode ser afetado por mudanças no seu comportamento.

A psicologia das multidões existe desde o século 19. Mas foi apenas nas últimas décadas que houve uma grande mudança no entendimento delas como algo além de uma massa sem cérebro.

"A multidão é tão específica psicologicamente quanto o indivíduo", diz John Dury, especialista em psicologia social de gestão de multidões da Universidade de Sussex, no Reino Unido.

Nos anos 1980, descobertas psicológicas foram aplicadas a rebeliões; nos anos 2000, a emergências em massa; e em 2010, a festivais de música e outros eventos de grande porte.

Agora, a psicologia de multidões está sendo usada em emergências ainda mais especializadas – como ataques CBRN (químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares).
A consciência da multidão

Na verdade, o trabalho de psicólogos e especialistas em desastres apontou que muitas vezes há o surgimento de uma identidade coletiva durante emergências.

Essa identidade é chave para determinar se uma multidão vai cooperar ou ser resiliente em uma situação específica. Em suas entrevistas com os sobreviventes dos ataques de Londres de 2005, por exemplo, Drury e seus colegas descobriram que houve muita cooperação entre membros da multidão: eles confortaram uns aos outros, compartilharam água e providenciaram primeiros socorros.

"É importante não fazer coisas que prejudiquem a emergência desse tipo de identidade social compartilhada", diz Drury. Já que a identidade de multidão se sobrepõe a outras afiliações, não ajudaria dividir a multidão em, por exemplo, grupos étnicos ou religiosos com a esperança de torná-la mais administrável.

Essas descobertas foram integradas a um guia de respostas de emergência de organizações como o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês).
Multidões podem ser letais – mas também racionais GETTY IMAGES

É crucial entender as regras que governam qualquer tipo de multidão. Tomemos como exemplo as "rodas punk" em shows. Há uma lógica nessa massa de corpos em ebulição, apesar de não ser sempre visível para quem não está nela. Essa lógica impede fãs de serem esmagados. Significa até que os participantes em um círculo muitas vezes acabem no mesmo local onde começaram.

"Os administradores da segurança de uma multidão reconhecem as regras em rodas punk e danças confusas em geral", diz Drury.

Mas se seguranças inexperientes que não conhecem a cena acreditarem que esse comportamento é perigoso e começarem a aplicar a força física, essa reação pode desencadear o perigo em si.

Isso aconteceu no desastre de 1989 de Hillsborough, quando 96 pessoas morreram ao serem esmagadas em um estádio de futebol em Sheffield, no Reino Unido. Alguns policiais e guardas ficaram tão preocupados com hooligans que suas ações, como separando fãs em grupos apertados, pioraram tudo.

De um ponto de vista psicológico, é também importante não superestimar os perigos de uma multidão.

Drury diz que, apesar de desastres serem raros, a mídia e a cultura popular muitas vezes exageram os perigos. É mais dramático para propósitos de narração usar um termo como "pânico" em vez de "evacuação repentina", por exemplo, apesar de pânico em massa ser raro.

O problema é que, se as pessoas são levadas a acreditar que os outros vão entrar em pânico em uma multidão, então elas ficam mais propensas a entrar em pânico – mesmo na ausência de um perigo real.
Plano avançado

Quando se trata de um evento específico ou ocorrido em um prédio, pesquisas estão ajudando a desenvolver formas de manter multidões a salvo.

E muitas vezes, as melhores medidas são as menos esperadas.
Pesquisas de psicólogos e especialistas em desastres indicam que uma identidade coletiva muitas vezes surge durante uma emergência GETTY IMAGES

A equipe da firma Smart Space, de Sharma, tem vários dados sobre os fatores que influenciam comportamento em massa, desde condições do vento até preferências culturais e espaço pessoal.

Usando seu software de simulação de multidões, eles planejaram essas variáveis em diferentes cenários para mostrar como até mesmo passos simples – como mudar a saída de um bloco de apartamentos – pode evitar aglomerações.

"Os dados muitas vezes vão desafiar suas pressuposições", diz Sharma. Por exemplo, a equipe de um hospital afirma que uma área do seu hospital é a mais movimentada. Mas se você colocar dispositivos de rastreamento nos funcionários, eles podem mostrar que o centro de atividade é em outro local. Isso pode acabar na sugestão de uma forma diferente de organizar o espaço.

Às vezes, as recomendações são até mais simples.

Todos os dias, quando tocava o sinal, alunos de uma escola de Newcastle se amontoavam no corredor. A equipe de Sharma acompanhou os estudantes tendo dificuldade para andar por ali em várias direções.

Mas eles perceberem que a ideia da escola – de ampliar o corredor – seria custosa e desnecessária.
A lógica do comportamento de multidão impede os fãs de serem pisoteados em show de música GETTY IMAGES

Em vez disso, a equipe de Sharma recomendou algo muito mais simples: livrem-se do sinal. Se os professores terminarem suas aulas com uma diferença de alguns minutos, as aulas não vão liberar todos os alunos exatamente ao mesmo tempo.

De repente, ficou muito mais fácil se movimentar no corredor.

Perguntas certas

Como resultado, Sharma acredita que fazer a pergunta certa pode ajudar a evitar o desconforto das aglomerações, mesmo até em lugares com recursos limitados.

As estações de trem de Mumbai são famosas por serem superlotadas, por exemplo. Garantir que a informação correta esteja sendo transmitida e prestar atenção em como os passageiros são distribuídos pelas saídas pode ajudar a evitar mais tragédias como o pisoteamento nas escadas da estação de Elphinstone Road, que resultou em 22 mortes.

Mas apesar do progresso que a ciência de gestão de multidões tenha feito nos últimos anos, há muito o que melhorar ainda.

O trabalho da psicóloga Anne Templeton, da Universidade de Kent (Reino Unido), por exemplo, demonstra que muitas ferramentas de simulação de multidões não conseguem explicar a forma como membros de uma multidão interagem entre si.

Uma "multidão física" (basicamente um grupo de corpos no mesmo espaço) deveria ser visto diferentemente de uma "multidão psicológica" (quando uma multidão tem um senso de identidade compartilhado).

Por exemplo, diz Templeton, "em um nível básico de movimento, multidões psicológicas vão andar mais devagar para manter uma formação próxima com outros membros da multidão".
Até mesmo em lugares com recursos limitados, fazer a pergunta certa pode evitar aglomerações GETTY IMAGES

A sofisticação cada vez maior da modelagem de dados pode permitir que esses fatores mais difíceis de se ver sejam incorporados ao planejamento do cenário.

"Multidões físicas podem se tornar psicológicas em emergências, por isso os modelos computacionais precisam ser versáteis para acomodar a mudança na identidade de grupo e as mudanças comportamentais que acompanham", diz Templeton.

Entrevistas (checar o que as pessoas dizem) podem ser combinadas com sensores (checar o que as pessoas fazem) para chegar a uma compreensão mais completa do comportamento humano e suas necessidades.

Multidões podem ser surpreendentemente complexas e sofisticadas. Mas também são as técnicas para compreendê-las.

sábado, 9 de junho de 2018

POR QUÊ AS RELIGIÕES CONDENAM O SEXO?

(Julius Schnorr von Carolsfeld/Superinteressante)

O Gênesis conta também a história de como a prática de reverenciar vários deuses se transformou no culto a um deus só. Diz a Bíblia que Abraão ouviu uma voz divina ordenando que fosse para Canaã, a terra prometida, onde ficam atualmente Israel, territórios palestinos e parte do Líbano, da Jordânia e da Síria. Lá ele teria fartura e descendência numerosa, venceria todas as guerras e lideraria um povo. Em troca, deveria venerar um único criador e espalhar sua palavra.

Foi então que um deus ganhou supremacia sobre todos os outros para os seguidores dos preceitos de Abraão, o primeiro patriarca bíblico. Mais tarde, as religiões abraâmicas estariam entre as maiores do planeta: o judaísmo, o cristianismo, que veio em seguida, e o islamismo, surgido no século 7. A ideia do monoteísmo não era nova. O zoroastrismo, religião difundida no antigo Império Persa no primeiro milênio antes de Cristo, é considerado a primeira doutrina a cultuar uma única divindade. Mas foram as religiões abraâmicas que difundiram o deus único pelo mundo.

E o surgimento do monoteísmo influenciou a libido. Em um mundo feito pela ação de dezenas de divindades, elas transavam para se multiplicar e dar origem ao Universo. O amor e a paixão são deuses, a morte e a guerra também. O panteão greco-romano era cheio de imperfeições, como traição, ciúme, inveja, raiva. Assim no céu como na Terra, os deuses tinham características explicitamente humanas, falíveis.

Quando Deus, já com D maiúsculo, se revelou a Abraão, Ele passou a ser entendido como criador de todas as coisas e do homem, feito à imagem e semelhança dEle. E a imagem bíblica de Deus no Antigo Testamento é a de quem pune com rigidez. Os fiéis que seguem os preceitos recebem em troca a fartura, a saúde, a plenitude. Mas quem comete deslizes é marcado pela fome, pela sede, pela dor, pelas doenças.

A morte, a tempestade, a seca, as colheitas ruins deixaram de ser manifestações da natureza, como entendem os politeístas, e viraram castigo divino para desvios da conduta pregada. E não adianta tentar se esconder. Deus é onipresente, está em todos os lugares, e onisciente, sabe de tudo. Não há nada que escape disso, nem o que se faz em um quarto escuro, nem mesmo o que passa pelos pensamentos.

E aqui entra a culpa. Quem não pratica sexo da forma como mandam os textos sagrados vira juiz de si mesmo. Ninguém está ali para punir, mas o comportamento aprendido é de que, de alguma forma, uma força maior está observando e, cedo ou tarde, mandará um castigo.

Para o cristianismo, o sexo ganhou contornos ainda mais restritos do que em outras crenças. Vamos avançar um pouco no tempo para entender por quê.


Sexo e culpa

Estamos no século 4 da nossa era. Os seguidores de Jesus, que no século 1 eram chamados de nazarenos, tinham deixado de ser vistos como dissidentes judeus e passado a ser conhecidos como cristãos, discípulos de Cristo. A nova religião estava ganhando cada vez mais força, inclusive entre nobres. E o imperador romano Constantino decidiu se converter.

Talvez por ver ali uma forma de obter apoio de uma parcela importante da população, talvez por fé na doutrina de um messias piedoso que professava a salvação para quem quisesse se converter, inclusive para romanos, que eram pagãos e politeístas. O motivo não importa. O fato é que, pelo poder do Estado, a religião virou instrumento de coesão para ajudar a unificar o império sob um conjunto de normas e leis. Muitos dos preceitos que passaram a governar a moral a partir dali vieram de Saulo de Tarso, o São Paulo, celibatário:

“Bom seria que o homem não tocasse em mulher, mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido.” I Coríntios 7:1-2

O cristianismo ensina que a mãe de Jesus é virgem. Portanto, concebeu sem fazer sexo. A mensagem subliminar para as boas cristãs é que devem ser mães sem serem mulheres, procriar sem sentir prazer no ato sexual, perseguir a pureza. Os homens também precisam buscar a purificação: de acordo com a Igreja, Jesus não manteve relações. Mas a eles coube o papel de “sujeitos a tentações”. “Fracos” que são, vivem caindo nas graças da lascívia, convencidos pelas Evas a provar o fruto proibido. Se não aguentarem, que pelo menos não maculem a santa esposa.

Para o teólogo e filósofo Agostinho de Hipona – Santo Agostinho, que viveu no Império Romano entre os séculos 4 e 5 – era preferível que o homem cometesse o pecado do sexo que não fosse para a procriação (ou seja, oral e anal) com prostitutas, porque a salvação delas já seria mesmo “duvidosa”, do que “macular” a própria esposa. Santo Agostinho foi um dos mais influentes pensadores do cristianismo e ajudou a consolidar a crença de que sexo oral e anal eram “crimes piores” do que o adultério.

Qualquer semelhança desses conceitos com a realidade de muitos casais, que não se sentem à vontade para experimentar diferentes carícias e posições sexuais nem sequer conversar sobre sexo, não é mera coincidência.

A assexualidade e o conceito da mãe virgem não aparecem nas outras religiões abraâmicas. Os patriarcas do Antigo Testamento eram casados. Abraão teve um filho, Ismael, com uma serva egípcia, Agar. Depois, a esposa, Sara, conseguiu engravidar e deu à luz Isaac. Ismael teve 12 filhos, que deram origem aos povos árabes. Isaac é pai de Jacó, também chamado de Israel, que teve duas mulheres e duas concubinas. Maomé, o profeta islâmico, teve 16 esposas.

Sexo e religião são incompatíveis? Não precisam ser. Isso depende da leitura que cada um faz dos ensinamentos que segue. Ainda que existam nuances entre a visão sobre sexo dentro de cada religião, todas elas têm Constituição própria, com uma série de leis, condutas e preceitos reguladores da vida dentro e fora dos locais sagrados. Mesmo que você não vá à igreja, vive em uma sociedade imersa em dogmas.

Para muitos, ter uma vida sexual plena e feliz, se não configura pecado, é, no mínimo, imoral. E não foi só a Idade Média que reprimiu fortemente o sexo e estabeleceu as raízes dos preconceitos que sobrevivem até hoje, não. A partir do final do século 15, o tema virou assunto médico com o alastramento de um mal que dizimou milhares e era atribuído ao castigo divino: a sífilis.

AUTOR: SUPERINTERESSANTE

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