“Não se fazem mais filmes como antigamente…”.
Por muito tempo, pensei que a magia do cinema fosse se apagando conforme envelhecemos, afinal, já vimos de tudo e é difícil algo novo nos surpreender e nos empolgar como acontecia antes. Com esse pensamento, demorei anos para fazer esta matéria, pensando que o problema poderia ser minha idade que avança, e não a indústria cinematográfica.
Porém, com os últimos lançamentos que Hollywood nos “brindou”, cheguei a conclusão que o problema é mesmo a falta de criatividade e a preguiça dos executivos dos estúdios norte-americanos. ‘Matrix’, 1999
A cada lançamento, vemos mais do mesmo. Há anos não assisto algum filme que realmente tenha me impactado realmente, salve alguns poucos casos como ‘Matrix‘, ‘Interestelar’, ‘Divertida Mente’ e ‘O Predestinado’ (esse último covardemente lançado direto em Home Vídeo nos cinemas nacionais).
A falta de criatividade tem gerado sequências de filmes clássicos que não deveriam ser mexidos, reboots de franquias que marcaram nossa infância e remakes infames – e porcos – de filmes que eram perfeitos – mas tiveram suas boas memórias apagadas com refilmagens que apenas acentuavam os defeitos do original. Se você pensar, ‘O Vingador do Futuro’ (1990) era um filme trash super divertido até resolver produzir uma refilmagem mais séria e sem humor do filme em 2012. Conseguiram deixar até a mulher de três seios sem graça. Um absurdo! ‘O Vingador do Futuro’, 2012
Vamos pegar como exemplo o gênero Fantasia. A infância/adolescência de muitos de nós foi marcada por filmes como ‘Os Goonies’, ‘Gremlins’ ou até mesmo ‘Abracadabra’, que recentemente tiveram refilmagens anunciadas, e provavelmente danificarão as memórias que temos dos originais. Eram filme simples, com efeitos especiais mal feitos, mas que tinham uma história que nos encantava. Você se lembra de assistir algum filme equivalente nos últimos anos? Eu não!
E as comédias adolescentes que infestaram a Sessão da Tarde nas décadas de 80 e 90? O último filme divertido neste estilo lançado nos cinemas foi ‘Meninas Malvadas’, e pasme: já faz 11 anos! Como faz falta um diretor como John Hughes, responsável pelos clássicos teens ‘Curtindo a Vida Adoidado‘, ‘Gatinhas e Gatões‘, ‘Clube dos Cinco‘, ‘Mulher Nota 1000‘ e ‘A Garota de Rosa-Shocking’ .
O caso mais recente que podemos citar é ‘O Exterminador do Futuro: Gênesis’ (2015), um filme que diverte com efeitos especiais de ponta, mas traz uma história cheia de furos que não faz jus ao clássico ‘O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final’, uma obra prima da ficção-científica que tinha uma trama importante e urgente, focada na possível guerra “Máquina vs. Seres Humanos”. ‘O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final’, 1991
Analisando os possíveis motivos do cinema ter se perdido, além, é claro, devido à falta de criatividade de Hollywood, cheguei a algumas conclusões.
A primeira, é que filmes inteligentes não dão mais dinheiro, o que força os estúdios a reutilizarem suas marcas se sucesso, como ‘Indiana Jones’ e ‘Jurassic Park’. Uma sequência, mesmo que fraca, levará muito mais gente aos cinemas do que um filme bom que ninguém nunca ouviu falar (vide dois grandes fracassos recentes da Disney, ‘O Cavaleiro Solitário’ e ‘John Carter’, baseados em obras não muito conhecidas).
Outro problema é o uso excessivo de CGI (imagens geradas por computador). Por mais inovadores que estejam os efeitos especiais, continuam não convencendo como os antigos efeitos práticos e os bonecos animatrônicos. Quer exemplos? Os dinossauros de ‘Jurassic Park’ eram muito mais realistas que os de ‘Jurassic World’. Sem contar no último filme do Brinquedo Assassino, que substituiu o boneco Chucky animatrônico por um feito em computação gráfica, e o resultado foi desastroso. É muita preguiça de fazer algo bem feito! ‘Jurassic Park’, 1993, e ‘Jurassic World’, 2015
Um filme que preferiu manter os antigos efeitos práticos foi o reboot de ‘A Morte do Demônio’ (2013), que traz cenas sinistras de carnificina. E foi um dos filmes de terror mais elogiados dos últimos anos.
Com o anúncio da animação sobre os Emojis, os ideogramas ou smileys usados nas mensagens eletrônicas e mídias sociais, podemos decretar a morte da criatividade em Hollywood. Acabou. Finish.
Realmente, não se fazem mais filmes como antigamente. Estamos passando por uma recessão de criatividade dos estúdios, que nunca lucraram TANTO, mas também nunca produziram tantas porcarias.
Seguimos esperando àqueles filmes que nos encantam, nos divertem e nos deixam pra cima. E nem precisa de efeitos especiais mirabolantes, uma trama bem amarrada já servia…
E você, também acha que não se fazem mais filmes como antigamente? Deixe sua opinião.
AUTOR: CINEPOP
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