Porque Deus permite que tais catástrofes atinjam pessoas inocentes? Creio que a pergunta correta na verdade deveria ser: é Deus quem envia tais catástrofes naturais, como terremotos, enchentes, deslizamentos de terras, erupções de vulcões, tsunamis e assim por diante?
Para respondermos a esta pergunta precisamos antes de mais nada, entender que espécie de pessoa é Deus. A Bíblia o descreve nestes termos: “Deus é amor” (1 Jo 4:8); “Só Deus é verdadeiramente bom” (Mc 10:18); “o Senhor é cheio de ternura e de misericórdia” (Tg 5:11). Você acreditaria que uma pessoa descrita nestes termos, causaria intencionalmente um desastre de grandes proporções, atingindo indistintamente, pessoas boas e más, justas e injustas, impiedosos e inocentes? Como bem observou Abraão: “Certamente que o Senhor não fará uma coisa dessas. Matar os que O amam junto com os que O desprezam! Fazendo assim, estaria igualando os justos aos injustos, os bons aos maus! Claro que não fará isto! Não é justo o Juiz de toda a terra?" (Gn 18:25).
Se não é Deus quem as causa, então por que ocorrem catástrofes que atingem milhares ou mesmo milhões de pessoas no mundo todo? O profeta Jeremias nos dá uma pista: “Ó Senhor, eu sei que o homem é incapaz de traçar o rumo de sua vida; eu sei que o homem não pode planejar o seu futuro” (Jr 10:23). Assim, somos informados de que o homem não consegue gerir seus assuntos com bom êxito, independente de Deus. Os diversos governos tem sido falhos em resolver muitos problemas humanos, como desemprego, pobreza, falta de moradia, etc. E sentimos ser verdadeiro o princípio bíblico: “um homem sempre colherá justamente o produto da semente que ele plantou!” (Gl 6:7).
Assim, condições econômicas insatisfatórias levam milhares de pessoas a morarem em locais impróprios, sujeitos a enchentes e deslizamentos e outras catástrofes naturais. Ganância por ganhos financeiros tem levado empresários a empreenderem construções de baixa qualidade que não resistem às mínimas intempéries. Some-se a isto o desmatamento, que tem alterado o equilíbrio do ecossistema em várias partes da terra, contribuindo para a alteração do clima, e deste modo, direta ou indiretamente, para a ocorrência de desastres naturais. Poderíamos ainda acrescentar, o crescimento desordenado das grandes cidades, exigindo excessiva pavimentação e impermeabilizando por conseqüência o solo, impedindo a correta drenagem das águas da chuva e também a alteração do curso de rios, para a construção de hidroelétricas.
Não concorda que a má gerência dos assuntos terrestres tem trazido sobre o homem catástrofes naturais que ele mesmo semeou, direta ou indiretamente? Deste modo, não podemos atribuir a culpa a Deus. As Escrituras Sagradas nos dizem sobre Ele: “Deus nunca deseja praticar o mal” (Tg 1:13). Seu amor e justiça o impedem de trazer qualquer calamidade sobre determinada sociedade, engolfando indistintamente justos e injustos. O que ocorre é apenas o que o livro bíblico de Eclesiastes aponta: “tudo depende do acaso, da pessoa estar no lugar certo na hora certa” (Ec 9:11). Sim, o imprevisto, pode sobrevir a qualquer um, justo ou injusto. A pessoa pode estar no lugar certo na hora certa ou no lugar errado, na hora errada.
Embora seja difícil encontrar alguma coisa boa numa catástrofe, a verdade é que podemos tirar delas algum aprendizado. Um deles, é que através dessas calamidades seremos testados com respeito ao que valorizamos mais, os bens materiais ou a própria vida. Neste respeito o Senhor Jesus disse: “Cuidado! Não andem sempre querendo o que vocês não têm. Porque o valor da vida que alguém tem não depende da quantidade de bens que possui" (Lc 12:15).
Um segundo ponto é que as catástrofes naturais podem fazer-nos refletir sobre o modo em que estamos levando a nossa vida. O apóstolo Paulo aconselhou: “Portanto, sejam cuidadosos no seu modo de proceder; os dias atuais são difíceis. Não sejam insensatos; sejam sábios: aproveitem ao máximo cada oportunidade que tiverem de fazer o bem” (Ef 5:15-16).
Outro ponto é que as catástrofes naturais podem mostrar-nos que precisamos desenvolver maior sentimento de solidariedade ou empatia pelas outras pessoas. Note o seguinte comentário do escritor bíblico Tiago: “Se vocês tiverem um amigo que está necessitado de alimento e vestuário. E lhe disserem: "Bem, adeus, e que Deus o abençoe; aqueça-se e coma bem", e depois não lhe derem roupas ou alimentos, que bem faz isso? Portanto, vocês vêem que não é suficiente apenas ter fé. É também preciso que façam o bem para provarem que a têm. A fé que não se manifesta por meio de boas obras, não é fé coisa nenhuma é morta e inútil.” (Tg 2:15-17).
O cristão, de fato, embora também esteja sujeito a sofrer as conseqüências de calamidades naturais, não fica excessivamente ansioso. Ele pode e deve confiar na promessa bíblica: “O justo passa por muitos sofrimentos, mas o Senhor o livra de todos eles” (Sl 34:19). Sim, o Senhor, justo e compassivo, está pronto a vir em auxílio dos que o amam e o adoram.
Amparados por essa promessa, os cristãos então podem dizer com confiança: “Quando vou dormir, meu coração está em perfeita paz e tenho um sono bem tranqüilo porque Tu, ó Senhor, me dás a mais perfeita segurança” (Sl 4:8).
Autor: Benjamim Tercio de Araujo. ©2010.
Textos bíblicos extraídos de “A Bíblia Viva” da Editora Mundo Cristão.
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