Ao considerar este velho fóssil de 500 milhões de anos com um microscópio eletrônico, Martin Smith, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e Jean-Bernard Caron do Museu Real de Ontário, no Canadá, esperavam detectar os olhos.
"Ficamos surpresos ao encontrar não apenas os olhos, mas também um ar malicioso - uma série de dentes que sorriu para nós", contou Martin Smith à AFP.
A descoberta, publicada nesta quarta-feira (24) na revista britânica "Nature", permite ver as coisas um pouco mais claras sobre este estranho animal, agora extinto, que viveu no Cambriano - um período que viu a explosão de organismos multicelulares e uma significativa diversificação das espécies na Terra.
Fóssil da minhoca 'Hallucigenia sparsa' (Foto: Jean-Bernard Caron/Divulgação)
Os pesquisadores trabalharam em dezenas de fósseis oriundos de Burgess Shale, um local que já esteve submerso, localizado nas Montanhas Rochosas do Canadá.
Descoberta pouco depois de 1900, esta minhoca pré-histórica foi descrita precisamente pela primeira vez na década de 1970 por Simon Conway Morris que a batizou Hallucigenia - do latim "hallucinatio" (alucinação) - por causa de sua forma estranha. Desde então continua a intrigar os paleontólogos.
A minhoca, que mede entre 1 e 5 centímetros, se assemelha a um "bastão de hockey, equipado com sete pares de pernas e coberto com espinhos sólidos", disse Martin Smith. Ela morava no fundo da água entre 515 a 505 milhões de anos atrás.
Inicialmente, alguns cientistas pensavam que o animal caminhava sobre seus espinhos em suas costas e tinha tentáculos. Mas outros pesquisadores inverteram o diagrama, estabelecendo que os tentáculos eram realmente patas apoiadas no chão e munidos de garras enquanto os espinhos estavam na parte de cima.
Os pesquisadores trabalharam em dezenas de fósseis oriundos de Burgess Shale, um local que já esteve submerso, localizado nas Montanhas Rochosas do Canadá.
Descoberta pouco depois de 1900, esta minhoca pré-histórica foi descrita precisamente pela primeira vez na década de 1970 por Simon Conway Morris que a batizou Hallucigenia - do latim "hallucinatio" (alucinação) - por causa de sua forma estranha. Desde então continua a intrigar os paleontólogos.
A minhoca, que mede entre 1 e 5 centímetros, se assemelha a um "bastão de hockey, equipado com sete pares de pernas e coberto com espinhos sólidos", disse Martin Smith. Ela morava no fundo da água entre 515 a 505 milhões de anos atrás.
Inicialmente, alguns cientistas pensavam que o animal caminhava sobre seus espinhos em suas costas e tinha tentáculos. Mas outros pesquisadores inverteram o diagrama, estabelecendo que os tentáculos eram realmente patas apoiadas no chão e munidos de garras enquanto os espinhos estavam na parte de cima.
Ilustração mostra como seria minhoca Hallucigenia sparsa (Foto: Danielle Dufault/Divulgação )
Cabeça e cauda
Em seguida, o debate entre os especialistas se tornou acalorado em torno de onde estava sua cabeça e de onde estava sua cauda.
Ao analisar os fósseis de Hallucigenia alojados no Museu Real de Ontário em Toronto, Smith e Caron descobriram que uma forma de balão que tinha sido tomada como a cabeça do bicho, era na verdade um ponto escuro, feito de resíduos intestinais, para fora do ânus do animal. Existia, portanto, uma cauda.
Com seu microscópio, eles se dedicaram a descobrir a outra parte do corpo que poderia ser, de fato, a cabeça - após ter retirado o sedimento que a recobria. Foi assim que os olhos e o "sorriso" de Hallucigenia foi descoberto.
Os exames "mostraram que a boca de Hallucigenia era cercada por um anel de dentes, o que promoveria a aspiração de alimentos. Além disso, em sua garganta havia uma fileira de dentes afiados como alfinetes. Deveria agir como uma catraca para impedir que o bolo não voltasse", sugeriu Martin Smith.
Hallucigenia está próxima dos vermes-aveludados que vivem atualmente em algumas florestas tropicais. Eles fazem parte do vasto grupo Ecdysozoa, cujo desenvolvimento ocorre através das metamorfoses (minhocas, lagartas...).
Os dentes de Hallucigenia "parecem com o que foi observado nos primeiros animais que se metamorfizavam. Isto sugere que eles tinham um ancestral comum que possuía este tipo de dente na garganta", considera Jean-Bernard Caron.
AUTOR: FRANCE PRESSE
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